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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Portugal/Legislativas: Debate "tenso" Sócrates - Louçã

Os líderes do PS e do Bloco de Esquerda travaram, ontem à noite na RTP, um debate tenso do primeiro ao último minuto, com José Sócrates a acusar Francisco Louçã de radicalismo e este a atacar a transparência da política governativa.

O líder do PS acusou o Bloco de Esquerda de "radicalismo", "extremismo" e espírito "revolucionário", dividindo a esquerda e elegendo (em benefício da direita) os socialistas como o seu principal adversário.

Louçã frisou que a sua mensagem política se dirigia aos socialistas que deram maioria absoluta ao actual Governo - e que foram vítimas da guerra que lhes foi movida por este executivo, caso dos professores -, dizendo que Portugal precisa de "governabilidade", de "um bom primeiro-ministro", de "rigor" e de transparência" na economia.

O secretário-geral do PS recorreu ao programa eleitoral do Bloco de Esquerda para confrontar Louçã com propostas a favor das nacionalizações da banca, seguros e energia, mas também em relação ao fim dos benefícios fiscais nos planos poupança-reforma, saúde e educação.

"Com essas nacionalizações teríamos mais confiança e haveria mais investimento estrangeiro, ou teríamos empresas menos eficientes, mais pobreza e desemprego", interrogou-se Sócrates, considerando esta uma proposta típica da esquerda radical.

Sócrates acusou ainda o BE de penalizar a classe média, numa ordem superior a mil milhões de euros, caso concretizasse a sua proposta de acabar com os benefícios fiscais.

Sendo a educação e a saúde gratuitas, esses benefícios fiscais eram desnecessários, argumentou Louçã.

No caso das nacionalizações, Louçã falou sobre a forma rápida como os actuais proprietários da GALP, "José Eduardo dos Santos [presidente de Angola] e [o empresário] Américo Amorim", recuperaram o dinheiro que gastaram na compra da empresa.

O líder do Bloco de Esquerda referiu-se ainda à adjudicação à empresa Mota Engil (presidida pelo socialista Jorge Coelho) do terminal de contentores de Alcântara até 2042, por ajuste directo, assim como à concessão do troço da auto-estrada Oliveira de Azeméis e Coimbra a esta mesma empresa de construção civil.

Em relação a esta concessão, que foi negada várias vezes por Sócrates, Louçã disse que, a partir do momento em que foi concretizada, o custo da obra aumentou 500 milhões de euros.

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