
"Estamos muito confiantes que o PE venha a votar o presidente da comissão no próximo dia 16, esperando que isso introduza um novo elemento de estabilização tão necessária neste quadro de crise financeira, institucional e de segurança geopolítica", disse Teresa Ribeiro à imprensa após um encontro em Lisboa com o seu homólogo francês, Pierre Lellouche.
Teresa Ribeiro e Pierre Lellouche recusaram, no entanto, pronunciar-se sobre a possibilidade de o conselho europeu de Outubro ser consagrado à nomeação dos cargos criados pelo Tratado de Lisboa, no caso de uma vitória do "sim" no referendo que a Irlanda realiza a 2 de Outubro, ou sobre quaisquer nomes falados para esses cargos.
Um desses novos cargos é o de presidente da UE, que substituiria o actual presidente da Comissão. Um dos nomes muito ventilados para ser um dos candidatos com mais possibilidades de ser nomeado pelos 27 para esse posto é o do primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker.
Questionado ainda recentemente (entrevista de 29.08.2009) pelos nossos colegas do jornal "La Voix du Luxembourg" sobre se aceitaria uma nomeação para o posto, Juncker é evasivo: "O futuro dirá!"
Juncker explica que a questão não se coloca, de momento, enquanto o Tratado de Lisboa não entrar em vigor. Mas, ao contrário de 2004, quando dizia que não trocaria o Luxemburgo por Bruxelas, hoje Juncker diz não excluir nenhuma eventualidade.
"Em 2004, todos os chefes de Estado haviam-me pedido para ocupar esse cargo, mas eu tinha prometido não deixar o país caso o meu partido vencesse as eleições [n.d.R.: como veio a acontecer]. Mas não prometi ficar se me voltassem a fazer o pedido. No entanto, penso que as minhas hipóteses de ser nomeado para esse posto ficaram seriamente comprometidas depois de algumas discussões menos amenas que tenho tido recentemente para defender os interesses do Luxemburgo".
Sem o nomear Juncker faz com esta alusão directamente referência à França, que no eclodir da crise financeira apontou o dedo ao Luxemburgo por este manter o sigilo bancário, o que degradou as relações entre os dois países. Meses antes, a França era um dos apoiantes do nome de Juncker para o cargo de presidente da UE.
Quanto a essa questão, Teresa Ribeiro diz: "É neste momento prematura a discussão. Obviamente que os chefes de Estado não deixarão de fazer consultas, mas estamos longe de estar numa fase em que se justifique começar desde já a reter nomes".
"Antes de 2 de Outubro, qualquer conjectura é prematura", considerou em uníssono Pierre Lellouche.
Quanto à nomeação de Durão Barroso, Pierre Lellouche frisou a importância de uma votação expressiva.
José Manuel Durão Barroso já obteve o apoio unânime dos líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia, faltando a sua aprovação pelo Parlamento Europeu. Os líderes das famílias políticas do PE vão decidir a 10 de Setembro se a votação vai ser feita na sessão plenária de 14-17 de Setembro ou se a decisão será tomada só depois do referendo na Irlanda.
Texto: JLC/com agências
Foto: Gouvernement.lu
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