quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Filme britânico sobre aparições de Fátima estreia dia 13 no santuário e nos EUA
O filme britânico "O 13º Dia", que relata a história das aparições em Fátima, vai ser projectado no Santuário no dia 13 de Outubro e vai estrear em vários estados norte-americanos.
"A estreia oficial vai ser em Fátima a 13 de Outubro e no mesmo dia terá estreia em vários estados norte-americanos", disse Dominic Higgins à Agência Lusa. A projecção terá lugar no anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI, com lugares sentados para 2.200 pessoas, às 21h00.
O filme, falado em inglês, será lançado em DVD no dia 1 de Dezembro. Com uma duração total de 85 minutos, conta, pela voz da "Irmã Lúcia", as circunstâncias dos acontecimentos entre Maio a Outubro de 1917, fazendo referência às perseguições religiosas da I República e à I Guerra Mundial.
A produção foi acompanhada por responsáveis do Santuário, que aprovaram a versão final e a consideraram "de grande valor".
"É um filme intenso que mostra grande sensibilidade. Mostra investigação e dedicação e está bem estruturado", diz uma nota enviada à produção para acompanhar a divulgação do filme. O arcebispo de Birmingham, Vincent Nichols, qualificou a produção como "um impressionante relato da história de Fátima".
A distribuição vai ser feita em Portugal pela Paulus Editora e nos EUA pela Ignatius Press, ambas de cariz católico. Tem havido um grande interesse de norte-americanos no filme, revelou a produtora Natasha Howes.
O filme estreou pela primeira vez a 13 de Maio, no "Marche du Filme" no Festival de Cannes. Foi seleccionado para o Festival Internacional João Paulo II, em Miami, no final de Outubro, e convidado para o Festival Internacional de Cinema de Teerão.
"MILAGRE DO SOL" FOI MAIOR DESAFIO NOS EFEITOS ESPECIAIS
O "milagre do sol" e as aparições de Fátima em 1917 são recriados com efeitos especiais digitais no filme e a recriação destas sequências foi o maior desafio na produção do filme, reconhecem os realizadores Ian e Dominic Higgins.
No dia 13 de Outubro de 1917, milhares de pessoas deslocaram-se à Cova da Iria, em Fátima, em Portugal, para assistir à aparição de Maria anunciada pelos três pastorinhos (Lúcia, Jacinta e Francisco) e muitos garantiram ter visto o sol mexer. "É uma questão bastante polémica, porque há discussão sobre o que representa a aparição, o que significa e o que viram as crianças", vincou Dominic.
Outro desafio foi criar a imagem da Nossa Senhora, que muitos artistas optaram por não representar ou cobrir a cara com uma luz e que vários amigos aconselharam a não mostrar. "Nós queríamos mostrar Maria porque Lúcia descreve-a e pensámos que isto seria um desafio", acrescentou Ian Higgins.
O filme usa predominantemente imagens a preto e branco porque a história se desenrola no passado, mas também porque é descrita uma "realidade desagradável". A cor é usada apenas durante as cenas das aparições e do episódio do sol. "Pensámos que tínhamos de filmar a preto e branco e tratar a cor como um dom quase precioso", justificou o realizador, que partilhou a direcção e escrita do guião com o irmão Ian.
EMIGRANTES EM INGLATERRA FAZEM DE PASTORINHOS PORTUGUESES
O resultado final de um trabalho que se prolongou por cinco anos, concedem, é um filme religioso, mas que poderá apelar a um público não crente. "Mesmo quem não seja religioso poderá retirar algo, porque a mensagem é universal", garante Ian, que confessou estar ansioso por assistir à reacção do público português.
Apesar de ser uma ficção, o filme, encomendado por Leo Hughes, um antigo quadro da área dos seguros e fervoroso católico, teve sempre como objectivo divulgar a aparição de Fátima. Contudo, em vez da pretendida curta-metragem de 10 minutos, os realizadores propuseram-lhe uma longa-metragem de ficção.
"Muitos anos depois, estou satisfeito por ter continuado a apoiar, o resultado é fantástico e estou ansioso que pessoas de todo o mundo tenham conhecimento de Fátima e deste milagre", afirma.
O elenco é britânico, mas os três pastorinhos são crianças portuguesas, recrutadas em escolas na zona de Leamington Spa.
"Fizémos castings em Portugal e em Inglaterra e procurávamos crianças com aspecto latino, mas não tinham de ser necessariamente portuguesas", vincou Howes.
Ana Sofia, de 13 anos, que fez o papel de Jacinta, confessou à Lusa ter gostado da experiência, embora durante as filmagens tivesse tido dificuldade em conter o riso. Do filme, disse que "ficou giro" e elegeu uma cena preferida. "Gostei mais da parte quando morri, isso foi engraçado", admitiu.
(LUSA)
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