A selecção portuguesa de futebol vai defrontar a Bósnia-Herzegovina no “play-off” de apuramento para o Mundial de futebol de 2010, que se realiza na África do Sul, ditou o sorteio de segunda-feira, realizado em Zurique, na Suíça.
A primeira “mão” disputa-se a 14 de Dezembro, no Estádio da Luz, em Lisboa, e a segunda quatro dias depois, provavelmente em Zenica.
Portugal procura a quinta presença no Mundial, depois do terceiro lugar de 1966, de se ter ficado pela primeira fase em 1986 e 2002 e ter alcançado o quarto posto em 2006, enquanto a Bósnia-Herzegovina nunca esteve numa fase final.
Queiroz optimista e confiante, mas prudente
O seleccionador português de futebol, Carlos Queiroz, encarou com prudência o resultado do sorteio para o decisivo play-off de acesso ao Mundial2010, deixando muitos elogios à Bósnia-Herzegovina.
“Uma equipa que faz 25 golos em 10 jogos não pode ser uma equipa qualquer e isso é um dos factores que explica o motivo de estar nestes play-off”, começou por afirmar Queiroz, em Zurique.
Apesar das qualidades da formação bósnia, Queiroz está “optimista e confiante” num bom desfecho para a equipa das “quinas”, que tem jogadores "bem preparados para enfrentar a tensão e a pressão” de uma eliminatória desta importância.
“O nosso Mundial já começou e ponto final. A partir deste momento já estamos a disputar a prova. Vamos para uma pré-eliminatória de entrada no evento. O que orienta tecnicamente a minha vida e o meu trabalho é levar Portugal ao Mundial”, sublinhou o treinador português.
Queiroz aproveitou para voltar a apelar aos adeptos portugueses para lotarem o Estádio da Luz, palco do primeiro jogo, marcado para 14 de Novembro, com o segundo jogo a ser disputado quatro dias depois.
“Espero que a Luz esteja completamente cheia para envergar a camisola número 1”, apelou.
Dzeko promete dar luta a Portugal
O avançado Edin Dzeko, a principal figura da selecção bósnia de futebol, afirmou que Portugal "é uma equipa extraordinária", mas garantiu que vai "dar o máximo" para eliminar a equipa lusa nos play-off de acesso do Mundial2010.
"Eles têm Cristiano Ronaldo, que pode decidir uma partida sozinho. Vai ser muito difícil para nós, mas tentaremos jogar o melhor possível e dar o máximo", afirmou Dzeko, em declarações à agência noticiosa espanhola EFE.
O avançado dos alemães do Wolfsburgo admitiu que Portugal era a "equipa mais difícil que estava no sorteio", mas lembrou os problemas que a selecção lusa teve para garantir o acesso aos play-off.
"Só queria que não nos calhassem os portugueses, mas isso não aconteceu. Sabemos que eles não brilharam na fase de grupos e espero que continuem assim", referiu Dzeko.
Para Zvjezdan Misimovic, companheiro de Dzeko na selecção bósnia e no Wolfsburgo, Portugal é "uma das melhores selecções do Mundo" e lamentou a falta de sorte no sorteio.
"Não nos vamos render. A nossa vantagem é que jogamos primeiro em Portugal e temos que alcançar um bom resultado para depois em casa, perante no nosso público, garantir a qualificação", assinalou o avançado.
Os encontros entre Portugal e a Bósnia-Herzegovina realizam-se a 14 de Novembro, no Estádio da Luz, em Lisboa, e quatro dias depois, provavelmente em Zenica, na Bósnia.
Seleccionador septuagenário quer levar Bósnia pela primeira vez a um Mundial
A selecção portuguesa de futebol é o último obstáculo que separa a Bósnia-Herzegovina de uma primeira presença na fase final de um Mundial de futebol, num play-off marcado para 14 e 18 de Novembro.
A selecção de futebol da Bósnia-Herzegovina" é dirigida pelo septuagenário Miroslav Blazevic, técnico que levou a Croácia às meias-finais do Mundial de 1998, realizado em França.
O bósnio de origem croata, de 74 anos, começou por ser futebolista, mas, como nunca passou de qualidade mediana, como o próprio admite, cedo enveredou pela carreira de treinador, há mais de 40 anos, iniciada nos suíços do Vevey-Sports em 1968.
Ao longo de mais de quatro décadas, destacaram-se as passagens pelas selecções da Suíça, Croácia, Irão e, desde 2008, Bósnia-Herzegovina, que, sob a sua batuta, pode estrear-se em mundiais.
Enquanto seleccionador, já defrontou Portugal, no Europeu de 1996, em Inglaterra, tendo perdido 3-0 na primeira fase, quando já estava apurado e, por isso, apresentou uma equipa de segunda linha.
Os croatas acabaram por ser afastados pela Alemanha (2-1) nos quartos-de-final, a mesma fase em que Portugal caiu perante a República Checa e um “chapéu” de Karel Poborsky.
Dois anos depois, no Mundial da França, onde dirigia "estrelas" do calibre de Suker, Boban ou Prosinecki, a Croácia só foi travada nas meias-finais pela campeã França.
Os gauleses venceram 2-1 com dois golos de Lilian Thuram (os únicos que marcou ao serviço da França, em 142 jogos, um recorde de internacionalizações), recuperando de desvantagem inicial.
A carreira de Blazevic ficou manchada quando em 1997 foi condenado pela justiça francesa a seis anos de prisão por ter aceitado um suborno de outra equipa para o Nantes (que dirigiu de 1988 a 1990) perder.
O treinador acabou por passar 16 dias na prisão, até ter sido solto após pagar fiança.
Em termos de clubes, Blazevic foi uma vez campeão na Jugoslávia (em 1982 deu ao Dínamo de Zagreb um ceptro que perseguia há 24 anos), duas na Croácia e uma na Suíça, tendo conquistado ainda uma Taça em cada um destes países.
Em 2004, foi candidato à presidência da Croácia, pelo partido da direita nacionalista - em 1983 tinha fugido do Dínamo Zagreb, alegando que ia ser preso enquanto líder nacionalista.
Principal força bósnia é um ataque demolidor
À custa de um ataque demolidor (25 golos em 10 jogos), a Bósnia-Herzegovina foi segunda da grupo 5, ficando atrás de uma demolidora Espanha (10 vitórias), campeã europeia em título, mas, surpreendentemente, à frente de selecções mais conceituadas, como a Turquia e a Bélgica.
O ponto forte da equipa da ex-Jugoslávia é o seu ataque, o mais concretizador entre as equipas que atingiram o play-off e o quarto melhor de toda a zona europeia de qualificação para o Mundial2010, na África do Sul.
Edin Dzeko, que apenas falhou 10 minutos no apuramento, é a grande figura da selecção bósnia, tendo apontado nove golos na fase de apuramento.
Mas não é apenas o avançado do Wolfsburgo que marca na equipa bósnia, uma vez que o seu companheiro de equipa e estratega Zvjezdan Misimovic apontou cinco golos e Zlatan Muslimovic quatro, este último em apenas 228 minutos.
Além das duas derrotas com a Espanha, a Bósnia-Herzegovina cedeu pontos apenas em dois outros encontros, ao perder e empatar com a Turquia.
De resto, vitórias sobre as outras três selecções do grupo, com triunfos expressivos sobre a Bélgica (4-2), a Arménia (4-1) e a Estónia (7-0), com quem Portugal empatou a zero num particular no final da última temporada.
O último encontro da fase de qualificação deixou, contudo, claras algumas deficiências defensivas da Bósnia-Herzegovina, que perdeu em casa por 5-2 com uma Espanhak, sem alguns titulares, como Xavi, David Villa ou Fernando Torres.
A selecção bósnia, que nunca defrontou Portugal, é a segunda menos cotada do play-off, ao ocupar a 42ª posição do ranking da FIFA, à frente da Eslovénia (49ª) e atrás de Ucrânia (22ª) e República da Irlanda (34ª).
Sem comentários:
Enviar um comentário