quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Portugal: PS vai governar sozinho, Sócrates culpa partidos da oposição de recusarem coligação

O primeiro-ministro indigitado afirmou esta noite que vai apresentar ao Presidente da República um Governo "da responsabilidade do PS", depois de os restantes partidos terem recusado acordos globais, apenas se disponibilizando para celebrar compromissos pontuais.

Passavam pouco depois das 20h (+1 no Luxemburgo), José Sócrates falava aos jornalistas no final da ronda de audiências que promoveu quarta-feira e hoje com o PSD, CDS-PP, Bloco de Esquerda e CDS-PP no Palácio de Belém - encontros que se destinaram a aferir a possibilidade de acordos de Governo ou de incidência parlamentar com o PS.

Segundo José Sócrates, no decurso destas reuniões, colocou a todos os partidos a mesma questão: se estavam disponíveis para iniciar consigo e com o PS um "diálogo político, sem condições prévias, com vista a reforçar as condições de estabilidade política que o país necessita".

"Pela minha parte dei conta da minha abertura e disponibilidade sincera para fazer esse compromisso e de responsabilidade. A resposta que obtive foi muito clara e é conhecida de todos os portugueses: nenhum dos outros partidos declarou ter a disponibilidade ou vontade para sequer iniciar um diálogo susceptível de conduzir a um compromisso político duradouro que pudesse contribuir para condições reforçadas de estabilidade política", salientou. Nestas circunstâncias, segundo o primeiro-ministro indigitado, "o PS assume aquelas que são as suas responsabilidades políticas".

"Por isso, promoverei a partir de agora as diligências necessárias no sentido de apresentar ao senhor Presidente da República, nos termos da Constituição, um Governo da responsabilidade do PS. Um Governo da responsabilidade do PS que corresponda à vontade política manifestada pelos portugueses nas últimas eleições", salientou.

Na sua declaração inicial da conferência de imprensa, o primeiro-ministro indigitado sustentou que "a atitude de diálogo e de procura de compromissos corresponde à vontade dos portugueses, tal como foi expressa nas últimas eleições".

"Mas tomei também esta iniciativa porque considero que o meu primeiro dever, neste momento, é tudo fazer para procurar as melhores condições de estabilidade política para os quatro anos da nova legislatura. Foi um diálogo feito com toda a transparência. Eu respondo pela iniciativa que tomei. Os outros partidos responderão naturalmente pela posição que entenderam assumir", disse, numa alusão às resposta que recebeu do PSD, CDS-PP, Bloco de Esquerda e PCP.

No entanto, na perspectiva de Sócrates, é "importante assinalar que todos os partidos se disponibilizaram para uma atitude de responsabilidade e para contribuírem para a estabilidade governativa através de compromissos políticos pontuais no Parlamento".

"Espero que essa disponibilidade se confirme e não deixarei de fazer tudo o que está ao meu alcance para que essa diálogo se traduza em resultados positivos", acrescentou.

Lusa

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