A imprensa alemã destaca hoje que Berlim está no centro do mundo, 20 anos depois do derrube do Muro que dividia a cidade, e faz um balanço mitigado da reunificação.
"Hoje Berlim é de novo a cidade mais feliz do mundo", titula o diário popular Bild, enquanto que o Berliner Zeitung, antigo jornal de Berlim oriental, escreve na capa "Vinte anos de liberdade, Berlim celebra".
Num editorial intitulado "O milagre de Berlim", o diário liberal Frankfurter Allgemeine Zeitung assinala as diferenças, nomeadamente económicas, que ainda separam as partes leste e oeste.
"As duas partes da Alemanha não cresceram tão depressa e tão facilmente quanto era desejável. A reestruturação da ex-RDA (República Democrática Alemã) revelou-se mais difícil do que se previa. Muito dinheiro não foi investido onde devia ter sido", segundo este jornal.
Por seu lado, o editorialista do Bild imagina como celebrará a Alemanha "o 09 de Novembro de 2029" e espera que dentro de 20 anos "o Muro nas cabeças tenha sido há muito tempo ultrapassado".
"Os alemães do leste nascidos em 1989 ou mais jovens ainda ocuparão posições estratégicas na política, na economia e na sociedade", espera também o editorialista, sendo que numerosos antigos cidadãos da RDA se sentem muitas vezes considerados "cidadãos de segunda zona".
"A liberdade é como a vida: selvagem, contraditória, maravilhosa, mas nunca perfeita", afirma o conservador Die Welt sob o título "A revolução só está a começar".
Mas para o diário Stuttgarter Zeitung, o que conta é o papel que a Alemanha voltou a ocupar na cena internacional: "Berlim está hoje no meio de um continente reunido. Com a França, a Alemanha desempenha há décadas um papel decisivo na União Europeia. E a Alemanha está também no meio, entre Moscovo e Washington".
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