Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e, em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo. Sob chuva intensa, preparava-se para continuar o seu caminho. Subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de estio inundou a terra de luz e calor. Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo bom soldado, futuro santo da Igreja, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio, e o céu e a terra sorriem com a bênção de um sol quente e miraculoso". É o chamado Verão de São Martinho.
Segundo Sulpício Severo, historiador e eclesiástico do séc. IV, nascido na Aquitaine (França), que escreveu a "Vida de São Martinho", este terá nascido em 316 em Sabaria (actualmente Szombathely), na Hungria. Martinho era filho de uma alta patente do exército imperial de Roma, originário de Pavia (Norte de Itália). Martinho, cujo nome significa "dedicado a Marte", deus romano da Guerra, segue os passos do pai e alista-se aos 15 anos no exército. Mais tarde, repudiando a vida militar, torna-se bispo de Tours, em 370. Martinho morre em Candes (perto de Tours) aos 81 anos, a 8 de Novembro de 397, sendo enterrado três dias mais tarde, dia 11.
O São Martinho comemora-se a 11 de Novembro, próximo da época natalícia. Mais uma vez, a sabedoria popular é esclarecedora: "Dos Santos até ao Natal, é um saltinho de pardal!"
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