Portugal deve aproveitar, principalmente neste momento de crise financeira mundial, o tecido empresarial das comunidades portuguesas como estímulo à economia nacional, disse hoje o deputado do Partido Social Democrata (PSD), Carlos Gonçalves.
"É preciso fazer entender em Portugal que é fundamental, eu diria mesmo essencial, num momento de crise contar com o tecido empresarial das comunidades portuguesas e, neste particular, com o da França, que é o mais significativo da Europa", disse à Agência Lusa Carlos Gonçalves, deputado eleito pela emigração no círculo da Europa.
O deputado preside terça-feira, no Porto, a um almoço com empresários portugueses e luso-descendentes organizado pela Câmara de Comércio Luso-Francesa.
"Penso que fui convidado a presidir a este almoço não só pelas funções que exerço e já exerci, mas também pelo facto de na minha actividade política, e não só, ter muito trabalho nas relações entre os dois países", referiu Carlos Gonçalves.
Segundo o deputado, "há 45 mil empresas de portugueses em França" e é necessário "fazer de tudo no sentido de aproveitar este tecido empresarial no investimento no nosso país, que tanto necessita".
"Vão estar presentes nesta iniciativa um conjunto de entidades ligadas às relações económicas entre Portugal e França e, além disso, vão certamente participar na iniciativa alguns agentes e alguns empresários da comunidade portuguesa residente em França que, como é evidente, neste tipo de iniciativas, procuram formas de melhorar os seus investimentos e suas aplicações e também as relações entre os dois países", referiu ainda o deputado do PSD.
Sobre as actuais políticas governamentais neste sector, o deputado indicou que "o eventual aproveitamento do investimento dos emigrantes, a vários níveis, em Portugal dilui-se em todas as políticas gerais de aproveitamento do investimento", acrescentando que ele é "um daqueles que entende que tem haver uma forma de trabalhar própria em relação à comunidade portuguesa".
O deputado declarou é preciso "cativar, orientar, sensibilizar e aproveitar os investimentos das empresas de portugueses no estrangeiro. Nalguns países são muito significativas e merecem por parte das autoridades locais uma atenção muito particular. Elas próprias começam a organizar-se, principalmente em França".
"É chegado o tempo de Portugal ter políticas próprias para as suas comunidades portuguesas também nesta área, mas nunca numa lógica minimalista ou numa lógica saudosista", ressaltou.
"Nós estamos a falar de um conjunto empresários, que independentemente de serem de origem portuguesa, são empresários estrangeiros que estão mais receptivos que outros para investir em Portugal e para eles é preciso ter uma evidente capacidade de os orientar, de os atrair e os captar. Mas é preciso ter vontade, é preciso ter capacidade por parte da nossa diplomacia no estrangeiro", acrescentou.
Para Carlos Gonçalves, "tem de haver por parte do Governo uma atitude diferente daquela que tem tido perante às comunidades portuguesas, pelo menos no sector de investimento económico".
"Não estou a dizer que isto é exclusivo deste Governo, mas que isto acontece" indicou.
"É chegado o tempo, para o bem de Portugal e dos portugueses, de alterar este tipo de situação e então é fundamental aproveitar este tipo de iniciativa", declarou.
Durante o almoço, Carlos Gonçalves irá proferir uma intervenção sobre as relações entre Portugal e França.
Esta iniciativa está inserida no 4.º Fórum Portugal-França, que acontece na Exponor, no Porto, a 10 de Novembro.
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