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sexta-feira, 4 de março de 2011

Luxemburgo: "O meu irmão não estava bêbado", declara familiar do condutor envolvido no acidente de domingo que matou duas adolescentes

Marco Pereira Queiroz não esconde a sua revolta ao POINT 24: "Andam só para aí a dizer mentiras acerca do meu irmão e do acidente. Ninguém sabe nada e só inventam". No sábado duas jovens perderam a vida num acidente de viação. O condutor e a namorada escaparam, mas os traumas vão ficar.

Marco Pereira é o único irmão do condutor do Volkswagen Polo que, no sábado, se despistou na estrada de Niederkorn. Ao POINT 24, Marco garante que o irmão não estava bêbado, que tinha o cinto de segurança e não circulava em excesso de velocidade.

"A Polícia disse ao meu pai, ainda no local do acidente, que o meu irmão não tinha excesso de álcool no sangue, nem quaisquer sinais de drogas e por isso não vai ser responsabilizado criminalmente. A única penalização que poderá vir a ter é a apreensão temporária da carta porque é condutor há menos de um ano e, nestes casos, a lei luxemburguesa impõe o limite de 0,1 gr e o meu irmão acusou 0,2. Tinha bebido, a 'meias' com a namorada e com as amigas, um copo. Mas ainda hoje tem a carta e pode conduzir até decisão em contrário do Tribunal".
O acidente ocorreu depois de uma festa organizada pelo clube de futebol de Niederkorn por volta da uma da manhã.

Filipe Queiroz, o condutor da viatura, de 18 anos, sai acompanhado da namorada – Leila Carrageta, 15 anos – de mais duas amigas, Emília Barbosa, portuguesa, e Jessica Peiffer, de nacionalidade luxemburguesa.

"Trezentos metros depois de terem arrancado tiveram o acidente", conta o irmão do condutor, Marco Pereira ao POINT 24.

O automóvel saiu da estrada, foi embater numa árvore e parou no meio de um descampado. A amiga Emília, de 16 anos e a Jessica, de 17, tiveram morte instantânea. O Filipe e a Leila sofreram apenas algumas escoriações.

"O meu irmão está muito mal. Mesmo mal. Não fala noutra coisa. Está em estado de choque. Tentamos animá-lo, mas as coisas que se têm escrito sobre o acidente e as conversas no Facebook não o ajudam nada".

A mesma opinião é corroborada por Lídia Carrageta, mãe da namorada do condutor. "Parem de escrever. Parem de dizer mentiras. Aquele rapaz está a carregar com uma cruz muito pesada e não sei como é que ele vai livrar-se deste trauma. Os jornais só dizem mentiras e não param de inventar".

Na noite do acidente, Lídia tinha dito à filha para chegar à meia- noite e meia a casa. Como a filha não chegava, ligou-lhe para o telemóvel, por volta da uma da manhã. "Atendeu-me a polícia. Fiquei em pânico. Disseram-me que a minha filha tinha tido um acidente, mas que estava viva. Quando chegámos ao local, ainda vimos tudo e a polícia explicou-nos o que tinha acontecido". A filha de 15 anos está a recuperar do acidente. Emília foi a enterrar na quarta-feira em Portugal. O funeral da outra amiga luxemburguesa foi no dia anterior, em Pétange.

Domingos Martins
Fotos: Gerry Huberty

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