Segundo Juncker, o empresário Guy Rollinger entrou em contacto consigo para lhe falar sobre os planos de instalar um centro comercial em Wickrange, isto depois de o Governo ter recusado o projecto. Juncker admite ter prometido a Rollinger que tentaria encontrar um terreno alternativo para esse centro comercial, caso este não pudesse ser transferido de Wickrange para Livange, lugar onde deverá nascer o novo estádio nacional, cujas instalações serão completadas por um centro comercial. Mas Juncker nega tratar-se de um acordo financeiro. "A carta era confidencial mas não era secreta", repetiu Juncker, "e só porque Rollinger queria manter o assunto discreto e não ter problemas com o banco com o qual estava na altura em negociações".
Juncker tinha trazido a "cavalaria pesada" para responder ao "interrogatório" do DP, Verdes e ADR. Ao lado do chefe de Governo compareceram os ministros Jeannot Krecké (Economia), Jean-Marie Halsdorf (Interior), Claude Wiseler (Infra-estruturas), Marco Schank (ministro-delegado das Infra-estuturas) e Romain Schneider (Desporto).
Krecké explicou, por seu lado, que a escolha de instalar o novo estádio em Livange não foi feito para favorecer nenhum empresário. Outros locais foram estudados, mas não convinham. "Há locais que convinham para um novo estádio, mas como é suposto ser um estádio com uma zona comercial, esses lugares foram preteridos a Livange".
Juncker fez ainda questão de afirmar que em relação a Flavio Becca - , o segundo empresário envolvido no projecto do novo estádio e que está envolvido num outro processo em que é suspeito de abuso de confiança - , apenas o encontrou em eventos ligados ao ciclismo.
A Oposição quis ainda saber as ligações entre Becca e o director geral do banco público luxemburguês BCEE, Jean-Claude Finck. Becca terá comprado a casa de Finck para arrendá-la ao presidente do grupo parlamentar socialista (os socialistas fazem parte da coligação governamental, n.d.R.). Acresce ainda, denunciou a oposição, que Becca e Finck fazem parte do conselho de adninistração de uma empresa envolvida no projecto Livange.
Visivelmente exasperado, Juncker limitou-se a responder, antes de abandonar a sala: "Não posso responder-lhes, dirijam a vossa pergunta ao ministro das Finanças".
Em vésperas das eleições comunais de domingo, os atritos entre partidos no poder e opisição adensam-se e a polémica em torno do projecto Livange está longe de ter terminado.
Foto: Serge Waldbillig
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