A retirada dos apoios dos Estados às economias tem de ser coordenada, mas isso não significa que essas acções tenham necessariamente de ser sincronizadas, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório que elenca os sete princípios nesta área.
"Tornar as políticas de saída [da crise] consistentes vai melhorar os resultados em todos os países", diz o relatório, que acrescenta que "a coordenação [nestas acções] não implica necessariamente uma sincronização" e sublinha que "a falta de coordenação política pode criar consequências adversas" para os outros países.
Os sete princípios foram divulgados no fim-de-semana em que o grupo dos 20 países mais industrializados se reuniram na Escócia. Na reunião, o primeiro-ministro britânico propôs a criação de uma taxa que responsabilizasse as entidades financeiras pelo seu papel na origem da crise, mas a proposta foi recusada pelo ministro das Finanças norte-americano. Como Gordon Brown foi claro ao dizer que a Grã-Bretanha só avançaria mediante um consenso, a criação de uma nova versão da taxa Tobin parece ter ficado, mais uma vez, adiada.
Entre os sete princípios defendidos pelo FMI para os Governos terem em conta durante os próximos meses, em que se estima que a recuperação económica comece a ganhar forma, apesar da "incerteza" que ainda paira sobre o futuro, está a necessidade de não retirar os apoios demasiado cedo.
"O timing de retirada deve depender do estado da economia e do sistema financeiro" e, a errar, deve errar por excesso, ou seja, deve manter os apoios por mais tempo que o necessário.
Por outro lado, recomenda o FMI, a política orçamental de consolidação das contas públicas deve estar "no topo das prioridades políticas" e as medidas devem ser "transparentes, abrangentes e devem ser já comunicadas claramente, tendo por objectivo a descida da dívida pública para níveis prudentes e num calendário especificado e definido".
Os economistas do FMI alertam ainda para a necessidade de observar as principais condicionantes para a retirada dos estímulos ao crescimento económico, considerando que "as condições económicas, a estabilidade dos mercados financeiros e os mecanismos baseados nos mercados devem determinar quando e como o apoio estatal é retirado".
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