domingo, 11 de julho de 2010

Crise financeira: Governo deve "nacionalizar tudo e começar tudo de novo" - Joe Berardo

O empresário Joe Berardo defendeu hoje, em entrevista à Agência Lusa, que uma das soluções para Portugal sair da atual crise financeira passa pelo Governo “nacionalizar tudo e começar tudo de novo”.

Numa entrevista à agência Lusa, o comendador considerou que se perspetiva “um problema dramático nos próximos cinco anos” para a economia nacional.

“Estamos a brincar com o lume. Portugal está completamente endividado, ao nível do Governo, das empresas e privados”, opinou, acrescentando que o país “não se pode dar ao luxo” de fazer exigências.

Sublinha que “as pessoas ainda não compreenderam que não há alternativa e não podemos justificar este endividamento”.

O empresário madeirense defende ser necessário “negociar uma globalidade e andar com o problema para a frente porque o dinheiro virtual que não está a ser contabilisticamente apreciado vai ser uma dor de cabeça”.

“Empurramos este problema com a barriga mas vai chegar o dia em que acho que vai ser tudo nacionalizado”, diz.

Para Joe Berardo, a situação de Portugal neste contexto de crise “não é tão drástica como na restante economia mundial”, porque pela sua dimensão “não arrisca muito, sendo arrastado para o que é bom e para o que é mau”.

O empresário salienta que os problemas económicos e financeiros assolam vários países, incluindo o Japão, o que levou o primeiro ministro a “declarar bancarrota”.

Refere que “as pessoas não querem fazer os sacrifícios necessários” e realça que todo o processo “foi mal conduzido nos últimos tempos”, classificando de “o maior roubo à humanidade, o que estão a fazer nos offshores, que são casinos sem regulamentos”.

Critica os governos mundiais por não terem “otimizado os regulamentos para acabar com as malandrices nos offshores, tanto por franceses, como europeus e africanos”.

“Foi uma meia dúzia de homens que manipularam estas situações e estão a gozar da humanidade e vamos todos sofrer com isso”, conclui.

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