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quarta-feira, 28 de março de 2012

"Especial emigração portuguesa"

Chegam todas as semanas ao Luxemburgo. A crise em Portugal obriga milhares de pessoas a abandonar o país em busca de uma vida melhor. Angola e Brasil são os destinos preferidos fora da Europa, mas no velho continente, a par da Grã-Bretanha e da Suíça, o Luxemburgo continua a ser um dos destinos fortes para a emigração portuguesa. Mas a verdade é que toda a gente reconhece que o Grão-Ducado, também tocado pela crise que alastra por toda a Europa, já não consegue suportar mais portugueses. Jean-Claude Juncker diz que "os que chegam agora são mal acolhidos, ficam mal alojados, trabalham em condições inaceitáveis do ponto de vista social", e por isso está preocupado. O primeiro-ministro luxemburguês vai mesmo mais longe e afirma que "é preciso pôr fim" à nova vaga de imigração dos portugueses. O CONTACTO publica aqui cinco histórias de vida de homens e mulheres que deixaram recentemente Portugal e rumaram ao Luxemburgo. Têm em comum o sonho de alcançar uma vida melhor no Grão-Ducado. No fim, uns estão melhor do que outros, mas são todos vítimas do sonho da imigração.

De Portugal para as ruas frias do Luxemburgo

Pedro juntou as poupanças de uma vida e resolveu imigrar para o Luxemburgo. Em Portugal não fez grandes estudos, mas conseguiu fazer um curso técnico-profissional de Informática e Sistemas que nunca lhe serviu para nada. Antes de imigrar, Pedro estava desempregado há já quatro meses. O contrato de trabalho temporário numa fábrica de peças para automóveis na região de Leiria acabou e Pedro ficou sem trabalho. Agarrou nas poupanças que o salário mínimo de 475 euros ainda lhe permitiu fazer e, em Novembro do ano passado, arrancou para o Luxemburgo. "Cheguei aqui e só consegui trabalhar um dia na fábrica das padarias 'Fischer'. Fiquei doente, apanhei uma pneumonia e estive internado no hospital de Esch durante uma semana. Tinha um quarto alugado e enquanto tive os dois mil euros que trouxe de Portugal, consegui aguentar a renda, mas ao fim de dois meses estava a dormir na rua. Pagava 680 euros de aluguer por mês", conta Pedro ao CONTACTO.

As noites na rua eram passadas junto aos locais mais quentes da cidade. Durante o dia vagueava com sacos às costas à procura de um rumo, de um trabalho. No meio de tantas dificuldades, Pedro ainda teve a felicidade de obter ajuda das equipas do "Streetworker" que lhe ofereceram dormida no albergue nocturno de Hollerich. "A minha sorte foi que aqui no Luxemburgo há a campanha de acolhimento dos sem-abrigo durante o Inverno. E em Janeiro deram-me uma cama no 'foyer'. O meu problema é que a partir do dia 30 (próxima sexta-feira), volto outra vez para a rua. Não sei como é que vou poder arranjar emprego a dormir na rua", desabafa Pedro ao CONTACTO.

O acolhimento dos sem-abrigo nos albergues nocturnos faz-se entre as sete da noite e as oito da manhã do dia seguinte. A essa hora, com um duche tomado, os sem-abrigo são outra vez despejados nas ruas da capital. Ao meio-dia têm direito a almoçar gratuitamente no Vollekskichen ("A cozinha do Povo"), um restaurante/cantina em Bonnevoie. Para a noite, os utentes dos albergues recebem ainda duas sandes e uma laranja. Pedro vem aqui almoçar todos os dias. E é aqui, à volta de uma mesa, que se partilham as mágoas, as frustrações e as outras histórias de insucesso na busca de um trabalho no Luxemburgo.

Rui é outro português utente da Vollekskichen. Ninguém diz que este homem tem apenas 38 anos. As noites dormidas na rua deixaram-lhe marcas indeléveis de um envelhecimento precoce. Chegou em Janeiro deste ano e ainda não conseguiu arranjar trabalho. Nada.
Já não é a primeira vez que Rui arrisca uma vida melhor no Luxemburgo. Trabalhou de forma legal na construção civil durante nove anos até que um dia resolveu voltar para Portugal. Agora que voltou ao Luxemburgo, pensou que poderia beneficiar de algumas ajudas do governo, mas enganou-se. "A assistente social ajudou-me a escrever uma carta ao Ministério do Trabalho em que eu explicava a minha situação: que trabalhei no Luxemburgo, que fiz descontos e que agora, sem trabalho, precisava de alguma ajuda até resolver a situação. Qual não foi o meu espanto quando me disseram que não tinha direito a nada. Tenho de trabalhar três meses seguidos para beneficiar de alguma ajuda do governo. Eu só queria que me ajudassem a pagar um quarto. Eu não quero dinheiro, quero um tecto para poder dormir enquanto não arranjo trabalho. Eu só vou conseguir arranjar trabalho na construção civil a partir do momento em que o tempo comece a melhorar aqui no Luxemburgo. Agora não há trabalho e há muita gente no desemprego. Mas na rua, como é que eu me vou arranjar?", pergunta Rui.

E continua: "Conheço o Luxemburgo há vinte anos e isto está muito diferente. Na altura eu cheguei à gare de Esch num domingo à tarde e na segunda fui logo trabalhar. Mas agora!? Agora é muito difícil", diz Rui.

Tal como Pedro, Rui também dormiu na rua até ser recolhido pelas brigadas do "Streetworker". Como Pedro, também Rui só tem guarida até ao final desta semana. Mas no meio do infortúnio, Pedro e Rui ainda são uns privilegiados. A assistente social que cuida dos dois portugueses ofereceu-lhes a possibilidade de poderem dormir num quarto de um hotel, em Livange. Tratamento de luxo, dizem eles.

"Podemos entrar e sair quando quisermos e só temos que dividir o quarto com outra pessoa. Assim é muito mais fácil podermos andar durante o dia a entregar currículos. Mas a verdade é que nem para lavar pratos me chamam. Cada vez que concorro a algum lugar dizem-me que já está ocupado", desabafa Pedro.

Pedro e Rui engrossam a longa lista das vítimas do sonho da imigração para o Grão-Ducado: gente que deixa tudo, que arrisca a sua sorte no país com o salário mínimo mais alto da Europa, mas que muitas vezes tem de voltar de mãos vazias. "O Luxemburgo é uma ilusão e já não é o 'eldorado' que era. Os portugueses que já estão cá, quando chegam lá abaixo, contam muitas histórias, mas é tudo mentira... é muito difícil arranjar trabalho no Luxemburgo. O problema é que a Europa está toda em crise e nós temos a concorrência de todos os trabalhadores da Europa, e não só. Há também muita gente do Norte de África, marroquinos", conta Pedro ao CONTACTO. "Eu não sou racista, mas a verdade é que o governo luxemburguês só ajuda os sérvios e os ex-jugoslavos. Esses têm todos grandes alojamentos e isso enerva-me", acrescenta Rui.

Stephanie Silva é a assistente social destes dois homens e confirma a impressão que toda a gente tem: há uma nova vaga de imigração portuguesa, diferente das outras todas.

"As pessoas chegam aqui sem nada, sem dinheiro e logo no dia em que chegam vêem imediatamente pedir ajuda para dormir. Homens e mulheres. Chegam e como não conseguem arranjar trabalho acabam na rua. Depois há ainda o problema da língua. A maior parte só fala português, e não conseguem dizer nada em francês, e isso é uma dificuldade acrescida", refere Stephanie Silva.

Pedro diz que fala português, francês, inglês e espanhol, mas nem por isso conseguiu arranjar emprego. Rui, para além do português, fala francês, mas nem isso lhe tem valido. "Eu pensei que fosse mais fácil arranjar trabalho sem o luxemburguês e o alemão. Enganei-me. A verdade é que eu não reúno as condições mínimas para estar neste país, e a minha sorte tem sido a Stephanie: ela tem-nos ajudado no que pode", garante Rui ao CONTACTO.

A situação é difícil para os dois portugueses, mas a esperança de uma vida melhor no Luxemburgo não os deixa pensar em regressar a Portugal. "Eu agora estou numa situação muito complicada, mas não penso voltar a Portugal. Mesmo estando mal, consigo estar melhor aqui do que em Portugal e por isso não tenciono voltar. Se arranjar um trabalho, aqui consigo sobreviver com ordenado mínimo e em Portugal não. Vamos pensar positivo", diz Pedro ao CONTACTO.

Texto: Domingos Martins

O sonho começou na Noruega, passou pela Suíça e acabou no Luxemburgo


Fábio e Paulo são dois algarvios de gema. Cresceram e viveram em S. Bartolomeu de Messines, uma vila encastrada na serra de Silves, com pouco mais de oito mil habitantes. O viajante que passa vê oliveiras, alfarrobeiras, figueiras, amendoeiras e vastos pomares. A agricultura é a vida da freguesia.

Fábio trabalhava na Conforama de Albufeira. Paulo era técnico de montagem de cozinhas. Há dois meses, despediram-se, fizeram as malas, deixaram as mulheres e os filhos e partiram à procura do sonho da imigração, numa viagem que os havia de levar à Noruega, à Suíça e por fim ao Luxemburgo.

A ideia dos dois amigos era a mesma de milhares de portugueses que estão a abandonar o país: arranjar trabalho para poderem proporcionar uma vida melhor à família. Primeiro vieram eles, depois virá a família, se tudo correr bem.

Primeira paragem, Oslo. Através da internet, conseguiram arranjar um contacto de uns portugueses que os orientaram na terra dos fiordes. Ficaram alojados numa pousada da juventude num quarto com beliches para oito pessoas, mas a estadia durou apenas um mês. "Apanhámos temperaturas de 26° negativos e foi muito difícil. Vimos rapidamente que ali não nos conseguiríamos adaptar. Encontrámos um português e conhecemos um italiano que também fugiu da crise em Itália", recorda Fábio ao CONTACTO. 

"Tinham-nos dito que na Noruega era fácil arranjar trabalho, uma vez que é um país pouco procurado por portugueses. Mas afinal é muito difícil. Vimos mais de 350 espanhóis a dormir na estação dos comboios que não tinham onde ficar. Em Londres, também há portugueses a dormir na rua, e na Suíça a situação repete-se. Antigamente eram só os portugueses que eram pobres e que imigravam. Agora é a Europa inteira, são como gafanhotos", descreve Paulo ao CONTACTO. "Deixámos currículos à bruta, na Noruega, mas nunca ninguém nos respondeu. Os noruegueses não gostam dos estrangeiros e por isso viemos embora", acrescenta o amigo.

Da Noruega passaram à Suíça. "Chegámos lá e pediram-nos nove euros por uma latinha de salsichas, e desmoralizámos. Há muitos portugueses à procura de emprego na Suíça e o nível de vida lá é muito caro. Para além disso, o processo de legalização é muito difícil, e por isso também viemos embora. Falámos com um amigo que nos apresentou a Maria e viemos para o Luxemburgo". Há mais de um mês que estão no Grão-Ducado. Alugaram um quarto num café explorado por portugueses, em Beggen. Pagam 640 euros por mês com direito a mudas de roupa, almoço e jantar. Queixam-se de tudo na "pensão" dos portugueses. Dizem que o aquecimento não funciona, que a comida é "asquerosa", que a higiene na cozinha "não existe" e que as roupas da cama são deixadas de uns hóspedes para os outros. No rés-do-chão da casa, funciona a cozinha, que "está inundada de cães". "Há 14 pessoas por piso, todos portugueses e todos na mesma condição. Vieram todos à procura de trabalho. Nós comemos lá apenas duas vezes e desistimos. Ver os cães a entrar e a sair da cozinha enquanto se fazem as refeições, é abaixo de cão", dizem os algarvios ao CONTACTO.

O porto de abrigo é a casa da amiga Maria, portuguesa, chegada ao Luxemburgo há cerca de seis anos, e que desde que os dois algarvios chegaram lhes tem servido de cicerone no país.

"Levantamo-nos às oito da manhã, imprimimos entre dez a doze currículos por dia e andamos a distribuir papel por todo o lado. Fui à Conforama aqui do Luxemburgo entregar o meu currículo. Passadas duas semanas telefonei para lá porque estranhava a falta de notícias. Disseram-me que não sabiam do meu currículo", conta Fábio ao CONTACTO. "Também já fui à ADEM e aí é que perdi a vontade de continuar".
Paulo já gastou mais de três mil euros no sonho da imigração

"O senhor que me recebeu disse-me que os 'portugueses só servem para trabalhar nas obras', e para o trabalho na construção civil disse-nos que tinha 'seiscentos trabalhadores' de empresas que tinham falido que 'sabiam falar francês e com experiência no sector', coisa que nós não temos. Foi muito mau", desabafa Fábio.

E continua: "Eles olham para nós e dizem: 'português é para as obras', e não nos dão outra oportunidade. Mas nós estamos dispostos a fazer qualquer coisa. Até hoje só recebi uma resposta de uma empresa de transportes, de resto nada".

"Estamos muito tristes e desanimados. O Luxemburgo não é o paraíso que pintam. Os portugueses quando chegam a Portugal pintam isto de cor-de-rosa e por isso chegámos aqui iludidos. Nós quando saímos de Portugal, sabíamos que não ia ser fácil, mas o senhor da ADEM disse-nos que era praticamente impossível trabalhar no Luxemburgo e isso desanimou-nos muito", diz Paulo.

Como bons algarvios, Fábio e Paulo falam inglês, mas francês, nada. Na Noruega, a língua de Shakespeare deu para desenrascar, mas também não ajudou nada na procura de um trabalho. Os amigos conhecidos através da internet traduziam-lhes os currículos para a língua norueguesa. No Luxemburgo, os dois amigos dizem que "o inglês não serve para nada". "Temos de saber falar, pelo menos francês, já para não referir o alemão e o luxemburguês", diz Fábio.

Desde que saíram de Portugal, Fábio e Paulo já gastaram mais ou menos três mil euros, cada um, em passagens aéreas, no alojamento e na comida. Fábio que saiu de Portugal com a ideia de arranjar dinheiro para acabar as obras que começou na casa, mas agora diz que "o melhor é voltar" e que com o dinheiro gasto na aventura europeia "já tinha terminado as obras em casa". Paulo reconhece que Portugal está "muito mal", que há empresas "a fecharem todos os dias", mas "pelo menos lá em baixo estou na minha casa com a minha família". "No início as nossas mulheres davam-nos força, mas agora já nos começam a dizer para regressar. As saudades são muitas e nós sentimos a falta da família".

Quanto ao que irão fazer em Portugal, os dois amigos não sabem nada. Dizem que não recebem subsídio de desemprego "porque não se despediram para receber subsídios", e por isso não afastam a hipótese de voltar a sonhar com uma vida melhor fora de Portugal. Mas a experiência destes dois meses já serviu para alguma coisa: "À aventura nunca mais, porque isto sai muito caro. Só voltamos a sair de Portugal se tivermos uma proposta concreta de trabalho".

Texto e fotos: Domingos Martins

Portugueses são os mais afectados pelo desemprego no Luxemburgo

Segundo os dados da ADEM, o equivalente aos centros de emprego em Portugal, em Janeiro deste ano inscreveram-se pela primeira vez na administração luxemburguesa do emprego 850 portugueses. No total a ADEM recebeu 2.500 novos pedidos de inscrição.

Em declarações ao CONTACTO, Jean Hoffmann, da direcção da ADEM no Luxemburgo, diz que "o número é muito elevado" e logo a seguir acrescenta que os portugueses lideram o "ranking" luxemburguês de inscrições no organismo, representando 35 % dos desempregados no país, logo seguidos dos luxemburgueses, com 30 %, e dos franceses, com 8 %.

O responsável da ADEM diz que não se trata de uma questão de nacionalidade, mas que estes números revelam a realidade laboral do país. Os portugueses trabalham sobretudo nos sectores da construção e na indústria, e estes foram os sectores mais atingidos pela crise. E explica: "O sector financeiro no Luxemburgo, por exemplo, também foi muito afectado pela crise, mas conseguiu sobreviver e dar a volta à situação. Os desempregados deste sector foram absorvidos pelo mercado de trabalho. A construção e a indústria, pelo contrário, continuam a ser tocadas pela crise e naturalmente os portugueses são os mais afectados".

Jean Hoffmann garante no entanto que estes números são equivalentes aos do ano passado. "O mês de Janeiro é sempre muito complicado nas questões do desemprego. Há contratos que acabam e que não são renovados, há o Inverno que afecta os trabalhadores da construção, e por isso os números são sempre mais elevados. Lá para Abril, os números vão começar a baixar, porque começa a haver mais oferta de trabalho", garante aquele responsável.

IMIGRAÇÃO PORTUGUESA NÃO PÁRA

O número de portugueses no Luxemburgo não pára de aumentar. Em 2011, inscreveram-se no Consulado do Luxemburgo quase cinco mil portugueses, e a manter-se o ritmo de Janeiro e Fevereiro deste ano, o número de novas inscrições consulares poderá atingir as 6 mil em 2012. Segundo as contas do conselheiro das Comunidades Portuguesas no Luxemburgo, Eduardo Dias, "em breve poderemos ser 120 mil".

Ainda segundo os números fornecidos pelo conselheiro das Comunidades, que diz citar o Ministro do Trabalho do Luxemburgo, chegaram ao Luxemburgo 250 novas crianças portuguesas, entre Setembro de 2010 e Setembro de 2011, e só até ao dia 8 de Fevereiro deste ano chegaram mais 140 novas crianças.


Números que impressionam e que vêm dar razão ao Cônsul Geral do Luxemburgo, que há muito tempo contraria os números do STATEC, o instituto de estatísticas nacional, que indica a existência de apenas 80 mil portugueses no Grão-Ducado.

Segundo o governo português, em média saem de Portugal entre 120 mil a 150 mil portugueses por ano. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que ontem esteve na Assembleia da República a falar sobre fluxos migratórios, diz que muitos dos portugueses que emigram não conseguem empregos compatíveis com a sua formação, mas garante que a maioria dos que deixam o país continuam a ser trabalhadores com poucas qualificações.

De acordo com os registos do Instituto de Emprego e Formação Profissional, em Portugal, o número de licenciados desempregados que anulou a inscrição nos centros de emprego para emigrar subiu 49,5 % entre 2009 e 2011.

CARITAS ABRE SERVIÇO PARA IMIGRANTES LUSÓFONOS

A nova vaga de imigração portuguesa para o Luxemburgo levou a Caritas a criar um novo serviço de apoio social especial para lusófonos.

A instituição não tem mãos a medir com a crescente procura de imigrantes originários dos países lusófonos.

O responsável pelo serviço, Amílcar Monteiro, diz que o perfil dos novos imigrantes está a mudar em relação aos mais antigos: "cada vez mais jovens, citadinos e com bom nível escolar, mas muitas vezes não dominam nenhuma das línguas do país e não têm carta de condução. E isto complica a entrada dos novos imigrantes no mercado de trabalho".

Para ajudar, a Caritas propõe ainda serviços de tradução e de aconselhamento ao nível das questões sociais, bem como um serviço de orientação profissional.

Amílcar Monteiro garante que nos "últimos meses, o número de pessoas que se dirigiram à Caritas duplicou".


Texto e foto: Domingos Martins