Em Novembro deste ano, o Luxemburgo terá uma resposta à candidatura da procissão dançante de Echternach a património mundial da UNESCO.
Em Agosto de 2008, o Grão-Ducado entregou um dossiê de candidatura para inscrever a procissão dançante de Echternach no património cultural imaterial da humanidade. No início de Outubro do ano passado, o Comité Intergovernamental da UNESCO não deu parecer favorável ao dossiê, por considerar um dos critérios de inscrição não preenchido. O órgão estimou que o evento não constava em nenhum "inventário nacional".
Na altura, em declarações ao diário luxemburguês Luxemburger Wort, Jean-Pierre Kraemer, presidente da Comissão Nacional para a cooperação com a UNESCO, afirmou que se tratava de um relatório "profundamente injusto".
Este contratempo não colocou em risco a legitimidade do dossiê que em Novembro vai ter uma nova resposta a partir da cidade de Nairobi (Quénia).
A procissão dançante de Echternach ("Sprangprozessioun"), ritual religioso que remonta ao ano de 739, em homenagem a Santo Wilibrord, tem lugar uma vez por ano, na terça-feira de Pentecostes, junto à Abadia da cidade.
Este ano, a "Sprangprozessioun" voltou a atrair mais de uma dezenha de milhar de fiéis (11.139 segundo os voluntários da Obra de São Wilibrord).
Sob a égide do arcebispo do Luxemburgo, monsenhor Fernand Franck, coube este ano ao bispo de Aix-la-Chapelle (França), monsenhor Heinrich Mussinghof proferir o sermão que antecede a procissão.
Na sua homilia, monsenhor Heinrich Mussinghof apelou aos fiéis para que intervenham a favor da paz e para um mundo melhor.
Referindo-se aos abusos sexuais cometidos por elementos do clero, monsenhor Heinrich Mussinghof exprimiu a vergonha que a Igreja sente e apelou à oração para obter o perdão das vítimas e das famílias em questão.
Findo o discurso, 8.409 dançarinos e 1.555 músicos (segundo os voluntários da Obra de São Wilibrord) percorreram as ruelas que circundam a basílica, mostrando que a fé também se manifesta com os pés, ao executarem uma dança transmitida ao longo de várias gerações, levando cerca de hora e meia para percorrer a distância de um quilómetro.
Foto: Gerry Huberty
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