segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Futebol: Irlanda pediu à FIFA para ser a 33ª selecção no Mundial2010


O presidente da FIFA, Joseph Blatter, anunciou hoje que a Irlanda pediu à entidade responsável pelo futebol mundial que a autorize a estar presente como 33ª selecção no Mundial2010, na África do Sul.

Blatter esclareceu que a FIFA vai analisar na quarta-feira numa reunião do Comité Executivo, em Joanesburgo, um pedido da Irlanda formulado nos seguintes termos: "Pode a Irlanda ser a 33.ª selecção no Campeonato do Mundo de 2010 na África do Sul?".

O pedido irlandês surgiu na sequência da atitude do internacional francês Thierry Henry ao ajeitar deliberadamente a bola com a mão no recente França-Irlanda, do "play-off" para o mundial, originando o golo do empate e consequente apuramento dos franceses para o torneio na África do Sul.

A FIFA já rejeitou um pedido da Irlanda para a repetição do jogo com a selecção francesa.

Luxemburgo vai participar em missão de observação nas eleições da Ucrânia

(Yulia Tymochenko, primeira-ministro ucraniana, e Viktor Yushchenko, actual presidente do país, são candidatos às eleições presidenciais do próximo dia 17 de Janeiro)

No Conselho de Governo de sexta-feira ficou aprovado que o Luxemburgo irá participar na missão de observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) durante as próximas eleições presidenciais da Ucrânia.

Sete observadores do Luxemburgo irão integrar uma equipa internacional com o objectivo de zelar pelo bom funcionamento das próximas eleições presidenciais da Ucrância que terão lugar no dia 17 de Janeiro do próximo ano.

A missão irá decorrer durante duas semanas.

Luxair vai baixar preços em 7% no Verão de 2010

A Luxair Tours anunciou na sexta-feira que iria baixar os preços em 7% no Verão de 2010.

Durante a apresentação das novas brochuras para o Verão de 2010, a Luxair Tours informou que 2009 foi um ano mitigado. Apesar do número de passageiros ter aumentado 1,2% (230 mil passageiros), o volume de negócios diminuiu.

Os responsáveis da Luxair Tours adiantam como explicação para este resultado, o facto de os passageiros privilegiarem as viagens de última hora.

A Luxair anunciou também que iria acabar com os habituais voos para Tunis (Tunísia), Ajaccio (Córsega) e Dubrovnik. Em contrapartida, apresentou o "top ten" dos destinos turísticos para o próximo ano: Djerba (Turquia), Palma de Maiorca, Monastir (Tunísia), Tenerife , Grã-Canária, Hurghada (Egipto), Málaga (Espanha), Agadir (Marrocos), Antália (Turquia) e Rhodes que permanece o primeiro destino turístico da Grécia para a Luxair Tours.

Outra das novidades diz respeito à aquisição de um Boeing 737-800 que com os seus 186 lugares fará baixar o preço dos bilhetes.

Importa igualmente sublinhar a reserva de bilhetes através do pacote "First Minute" que pretende incitar o cliente a inscrever-se mais cedo, beneficiando de reduções que podem chegar aos 300 euros.

Para mais informações, consulte o portal www.luxairtours.lu.


Foto: Fern Morbach

Luxemburgo: Projecto-lei do Governo reconhece estandarte com leão vermelho como bandeira nacional, ao mesmo título que bandeira tricolor

O primeiro-ministro, Jean-Claude Juncker, introduziu a 23 de Novembro um projecto-lei prevendo que a nível nacional o estandarte com o leão vermelho possa ser utilizado como bandeira oficial do país, ao mesmo título que a bandeira tricolor (vermelho, branco, azul). A nível internacional continuará a ser utilizada a bandeira tricolor.

O diploma, que assim modifica a lei de 23 de Junho de 1972 sobre os emblemas nacionais, aparece na sequência do compromisso alcançado em Julho de 2007 quando, depois de o deputado cristão-social Michel Wolter (hoje presidente do CSV) lançar a ideia em Outubro de 2006 de substituir a tradicional bandeira tricolor pelo estandarte com o leão vermelho como bandeira oficial do país.

Além de o leão vermelho ser o brasão real nacional desde o séc. XIII, Wolter argumentava que assim esta se distinguiria da holandesa, quase idêntica à luxemburguesa, sendo apenas os tons de vermelho e de azul ligeiramente mais intensos.

A questão havia dividido o país e depois de quase dois anos de controvérsia e de campanha a favor e contra, cada lóbi com os seus argumentos, Juncker veio anunciar que tomava bem nota da vontade da população e que se reservava o direito de vir a decidir mais tarde esse assunto. O que aconteceu na semana passada.

O projecto-lei será agora analisado pelo Conselho de Estado, após o que será submetido a votação no Parlamento luxemburguês.

Foto: Marc Wilwert

Entrevista com jovem cientista luso-descendente do CERN: Eduardo Rodrigues no mundo das partículas elementares

Eduardo Rodrigues tem desenvolvido uma carreira internacional importante como Físico de Partículas Elementares. Dirige desde 2007 uma vasta equipa de análise e investigação no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) em Genebra, na Suíça.

De passagem pelo Luxemburgo, o jovem luso-descendente falou ao CONTACTO do seu trabalho e percurso no mundo das "partículas".

Eduardo Rodrigues participou a 19 de Novembro numa conferência, a convite da Universidade do Luxemburgo, inserida no ciclo de palestras "As quintas-feiras das Ciências".

Eduardo tentou simplificar algo complicado como a "a matéria e a antimatéria - da cosmologia às partículas elementares" (tema da conferência), em palavras e ideias simples, acessíveis a todos. "Além da matéria, ou seja, tudo aquilo que nos rodeia, é necessário compreendermos que existe também uma antimatéria, que é algo que se pode criar, dentro de limites, e que poderá ter várias e importantes aplicações, tais como, no capítulo da medicina, por exemplo", explica o jovem cientista.

Actualmente a trabalhar no CERN, pela Universidade de Glasgow (Escócia), Eduardo e a sua equipa tentam "compreender como um certo tipo de matéria, que deveria ter sido produzida no inicio do Universo, não existe ainda". Daí que "um estudo deste fenómeno em detalhe, impõe-se, para que se possa avançar para uma nova Física, que ainda não conhecemos e ir além das teorias modernas". Projecto grandioso e inovador que demorou mais de 15 anos a preparar, e que "não tem prazos para se terminar", conta Eduardo.

Eduardo tinha 13 anos quando partiu de Portugal com a mãe (a escritora Dulce Rodrigues) e o irmão gémeo (o fotógrafo Gustavo Rodrigues), para Arlon, na Bélgica. Depois de se ter licenciado em astronomia na Universidade de Liège, sentiu que a sua vida iria ficar ligada às "partículas elementares". A sua carreira internacional e as suas viagens começaram.

O jovem físico acredita que "actualmente, Portugal e o Luxemburgo ainda não têm condições para que se possa desenvolver um trabalho coeso nesta área", contrabalançando com países como a Holanda, e a cidade de Amsterdão, que considera ser uma das "referências europeias nesta matéria.

O jovem cientista recorda igualmente que os subsídios são fundamentais para se fazer investigação: "Não é só em Portugal que existe falta de fundos. Actualmente, em Inglaterra, por exemplo, assiste-se a cortes orçamentais na ordem dos 25 % na área da investigação".

Antes de voltar para a Suíça, Eduardo deixa um conselho: "O melhor a fazer quando se quer seguir esta área, é viajar o mais possível e fazer um doutoramento num pais estrangeiro: toda essa experiência internacional trará competências e novas visões para que se possa avançar e inovar".

Texto e Foto: Gualter Veríssimo

Cimeira Ibero-Americana: Nove activistas da Greenpeace que escalaram Torre de Belém detidos pela polícia


Os nove activistas da Greenpeace que hoje de madrugada escalaram a Torre de Belém, Lisboa, para chamar a atenção para as alterações climáticas, já foram retirados e detidos pela PSP.

Os activistas, dois portugueses, um italiano e seis espanhóis, escalaram a Torre de Belém às 06:45, tendo colocado três faixas que dizem (em português, espanhol e inglês) "O Nosso clima, a Vossa decisão".

As autoridades conseguiram também que fossem retiradas as três faixas colocadas pelos elementos daquela organização.

Em declarações aos jornalistas, o director nacional da PSP, superintendente-chefe Francisco de Oliveira Pereira, disse que os activistas acataram as ordens da polícia e saíram pacificamente.

"A polícia entrou, pediu que estes saíssem, o que aconteceu sem problemas", referiu, adiantando que os activistas foram detidos e serão presentes a tribunal.

Com esta acção, a Greenpeace pretende que o tema das alterações climáticas seja discutido na Cimeira Ibero-Americana que está a decorrer em Lisboa desde domingo.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da Greenpeace em Portugal, Luís Ferreirinho, disse que o objectivo da escalada é "enviar uma mensagem aos chefes de Estado que estão reunidos na Cimeira Ibero-Americana, para que estes recordem a urgência no combate às alterações climáticas".

O porta-voz da organização ecologista em Portugal adiantou ainda que os activistas escolheram a Torre de Belém por ser um "local emblemático da cidade de Lisboa e porque foi este o local escolhido para a assinalar a abertura da Cimeira Ibero-Americana".

"Eles ontem, nós hoje", concluiu.

No local, estiveram elementos da PSP, incluindo o director nacional, superintendente-chefe Francisco de Oliveira Pereira, o comandante da Unidade Especial de Polícia, Magina da Silva, a Polícia Municipal e os Sapadores de Bombeiros de Lisboa.

Foto:LUSA

Investigadora luso-descendente faz parte da elite científica do Luxemburgo - em conferência esta segunda-feira

A Fundação Nacional de Investigação do Luxemburgo (Fonds National pour la Recherche, FNR) está a organizar um ciclo de conferências, apresentado por oito investigadores luxemburgueses a trabalhar no estrangeiro. Entre os conferencistas está Nadine Fornelos Martins, de 29 anos, luxemburguesa de nacionalidade, mas de origem portuguesa.

"Os meus pais emigraram para o Luxemburgo nos anos 1970; já os meus avós tinham trabalhado no Luxemburgo, e o meu irmão e eu nascemos e crescemos no Grão-Ducado, daí que tenhamos a nacionalidade luxemburguesa", explicou ao CONTACTO a investigadora na área da Micro-Biologia.

Nadine Martins está actualmente na Finlândia, na Universidade de Jyväskylä, a desenvolver um programa de pós-doutoramento na área da sua especialização, mas esta segunda-feira, 30 de Novembro, vai estar pelas 19h no anfiteatro da Biblioteca Muncipal da cidade do Luxemburgo (3, rue Genistre) para proferir uma conferência intitulada "Tectiviruses: evolution, propagation strategies and regulatory modules".

"Vou tentar não ser muito chata e falar o mais possível para que todas as pessoas percebam aquilo que estou a fazer. A verdade é que me especializei na área da Microbiologia e sempre tive uma grande paixão pelas bactérias. Aqui, na Finlândia estou a fazer investigação numa universidade que tem um laboratório especializado nesta área e na segunda-feira vou falar sobre o que estou a estudar: a interacção das bactérias com os vírus, como vivem na natureza e no nosso corpo".

Há seis meses na Finlândia, Nadine Martins espera regressar ao Luxemburgo para poder partilhar o seu conhecimento com a comunidade científica do país.

E Portugal? "Adoro Portugal e tenho uma nostalgia muito grande pelo país onde estão as minhas origens, mas estou muito grata ao Luxemburgo por todas as oportunidades que me deu e está a dar no sentido de poder continuar a fazer investigação".

Nadine Martins licenciou-se em Biologia na Universidade de Louvain, na Bélgica, onde também obteve o doutoramento em Ciências Agronómicas e Engenharia Biotecnológica.

Domingos Martins

Luxemburgo: Esperança média de vida no Grão-Ducado é das mais elevadas do mundo

A esperança média de vida à nascença para os homens e mulheres que residem no Luxemburgo está entre as mais elevadas do mundo.

O Luxemburgo está no topo da lista dos países que mais reduziu a taxa de mortalidade infantil, com umamédia de 2,3 óbitos por mil habitantes, enquanto que a França e a Alemanha apresentam uma taxa de 3,8 mortes por cada mil. Os números foram divulgados na semana passada pelo Statec e constam de um estudo sobre a mortalidade no Luxemburgo neste início do século XXI.

A nova tabela calculada pelo instituto de estatísticas do Luxemburgo, o instituto de estatísticas do Luxemburgo, representa o período entre 2005-2007, e mostra que a esperança média de vida à nascença no Grão-Ducado é de 82,7 anos para as mulheres e de 77, 6 anos para os homens.

O estudo coloca em evidência que a esperança de vida está em contínua progressão e isto no que diz respeito aos dois sexos. O Statec explica este aumento da esperança média de vida através de múltiplos factores como os avanços da medicina, uma melhor higiene de vida ou ainda a melhoria das condições de trabalho.

Um estudo realizado em 2008 pelo Eurostat (gabinete de estatísticas da UE, sediado no Kirchberg) revelava que, no futuro, a esperança média de vida e a diminuição da diferença entre os dois sexos têm tendência para aumentar. O estudo anunciava números optimistas: em 2050 a esperança de vida das mulheres subirá para os 87,3 anos e a dos homens situar-se-á nos 83,2 anos, o que faz que a diferença entre os dois sexos diminua para apenas quatro anos (actualmente a diferença é de cinco).

O fosso entre homens e mulheres só não é maior porque o actual modo de vida das mulheres, stress, álcool e tabaco, as prejudica.

O estudo calculou igualmente a esperança média de vida dos homens e das mulheres ao longo da vida tomando como referência os 25, 65 e 80 anos, mostrando assim que a esperança de vida não se calcula apenas à nascença, mas igualmente em idades mais avançadas. E mais uma boa notícia para os homens, a esperança de vida aumentou 25 anos para os homens nestes últimos anos, fazendo-os ganhar mais 6,9 anos de vida.

Na faixa etásria entre os 25 e os 64 anos, são os tumores a principal causa de morte entre homens e mulheres. Já a partir dos 65 anos são as doenças do aparelho circulatório que constituem a maior causa de mortalidade quer nos homens quer nas mulheres.

Cristina Campos

Sondagem TNS/ILRES: 87% da população do Luxemburgo é contra as touradas

Segundo uma sondagem encomendada pela Associação Luxemburguesa da Protecção dos Animais (ALPA) à TNS/Ilres, apenas 7% da população luxemburguesa aprova as touradas, sendo consideradas por 87% dos inquiridos um verdadeiro massacre.

Além disso, três quartos das pessoas estimam que as touradas não têm lugar na cultura europeia e 80% reprovam o facto de a Espanha beneficiar de subsídios europeus para a criação de touros.

UE: Tratado de Lisboa entra em vigor amanhã

Os ministros da Justiça e do Interior da União Europeia (UE) reúnem-se hoje e amanhã em Bruxelas, num conselho ministerial de dois dias que se realiza já sob as regras do Tratado de Lisboa, que entra em vigor esta terça-feira, 1 de Dezembro.

Uma nota divulgada pela presidência sueca da UE sobre a agenda dos trabalhos alerta, por exemplo, "à cabeça", que, de acordo com as disposições do Tratado de Lisboa, que passa a regular o funcionamento das instituições europeias, todas as deliberações sobre actos legislativos terão de ser realizadas em sessões públicas.

Será já então à "luz" de Lisboa que Bruxelas acolhe uma reunião, com a participação dos ministros portugueses da Justiça, Alberto Martins, e da Administração Interna, Rui Pereira, onde os 27 vão prosseguir os trabalhos com vista à aprovação do futuro Programa de Estocolmo.

O Programa de Estocolmo, que definirá as principais orientações e linhas de acção da UE para o Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça, para os próximos cinco anos, até 2014, deverá ser aprovado pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 no Conselho Europeu agendado para 10 e 11 de Dezembro próximo, em Bruxelas.

Entre outros assuntos da ordem de trabalhos conta-se um debate sobre o futuro Sistema Europeu Comum de Asilo, uma discussão sobre o combate ao tráfico de seres humanos e de protecção das suas vítimas, e a decisão de alargar o "Espaço Schengen" de livre circulação de pessoas aos cidadãos de três países dos Balcãs Ocidentais: Sérvia, Montenegro e Macedónia.

domingo, 29 de novembro de 2009

Crónica luxemburguesa: Há festa na aldeia! ('t ass Kiirmes am Duerf)

As típicas salsichas grelhadas (que já não podem ser denominadas "Thüringer", porque as "verdadeiras Thüringer" vêm da região alemã da Turingia e só ali é que esse nome lhes pode ser dado), são o petisco ideal para acompanhar a cervejinha da praxe numa verdadeira festa luxemburguesa Foto: Serge Waldbillig

Embora (obwuel) a tradução literal desta exclamação não seja aquela (dat) que acabo de indicar, no seu teor, ela traduz exactamente essa expressão de alegria (Freed) quando há festa na aldeia. E, como esta palavra (Wuert) "Kiirmes" tem a mesma (huet déi selwecht) consonância que o nosso vocábulo "quermesse", é fácil ('t as einfach) identificar que, quando há quermesse, há festa.

Vamos, pois, tentar perceber (probéieren ze verstoen) qual é a origem de todas (vun all) essas festas (deene Fester) pelo Luxemburgo fora, em que de Norte (Norden) a Sul (Süden) e de Este (Osten) a Oeste (Westen), as bandas de música percorrem as ruas (ginn duerch d’Stroossen) tocando a marcha dos carneiros (Hämmelsmarsch*) uma melodia tradicional e de circunstância e onde (a wou) no largo da igreja uns pequenos carrosséis e umas barraquinhas com jogos (mat Spiller) fazem (maachen) a alegria (d’Freed) das criancinhas (kleng Kanner; Kënnercher) . Outros stands com (mat) as típicas salsichas grelhadas (gegrillt) (que já não podem ser denominadas "Thüringer", porque (well) as "verdadeiras Thüringer" vêm da região (kommen aus der Regioun) alemã da Turingia e que só ali (an dat nëmmen do) é que esse nome lhes pode ser dado), são o petisco ideal para acompanhar a cervejinha (Béierchen) da praxe.

Pois bem, o termo "Kiirmes" tem origem nas palavras Kierch (igreja) e Mass (missa). Trata-se, pois, de uma tradição de cariz religioso que tem por origem o dia (den Dag) em que as igrejas foram consagradas e colocadas sob a protecção de um santo (helleg) . Obviamente (natiirlech) , esse acontecimento (Ereegnes) foi definido como dia de festa, tendo daí (vun do) surgido o costume de festejar essa consagração no Domingo (Sonndeg) a seguir (nom) ao dia do santo padroeiro. Assim, a localidade cuja igreja foi consagrada a S.João tem a sua festa no Domingo a seguir ao dia de S. João (Gehaansdag) e a aldeia cuja igreja está sob a protecção de S. Martinho, tem a sua "Kiirmes" no Domingo a seguir ao dia de S. Martinho (Mäertesdag) . No decorrer dos tempos (am Laf vun der Zäit) esta tradição religiosa foi-se perdendo a pouco e pouco (lues a lues) e o que, no início, era a festa da "Missa da Igreja" tornou-se numa festa que nada tem a ver (déi guer näischt ze dinn huet) com a sua origem religiosa.

Aliás (iwregens) , a nossa palavra "quermesse" tem exactamente (huet genau) a mesma origem, neste caso (an dësem Fall), vinda das palavras flamengas "Kerk" (igreja) e "Mis" (missa). Tal (esou) como a maior parte (ewéi déi meescht) das tradições que se confundem emocionalmente com as próprias pessoas, esta tradição da "Kiirmes" atravessou o Atlântico com (mat) os 70.000 luxemburgueses (Lëtzebuerger), (um quinto da população do Grão-Ducado !) que (déi) , entre (zwëschen) 1870 e 1930, rumaram em direcção aos Estados Unidos (Vereenegt Staaten) em busca de uma vida melhor – tal como nós (esou wéi mir) o fizemos até ao Luxemburgo há 40 anos atrás (viru véierzeg Joer) .

As dificuldades (d’Schwiergkeeten) de adaptação à vida num outro continente, as privações e as saudades do país (Land), fizeram, durante (während) dezenas de anos, renascer lá longe, em terras americanas, esta tão genuína "Kiirmes am Duerf" luxemburguesa. E foi assim que, durante duas ou três (zwou oder dräi) gerações, essas famílias se reuniram para festejar (fir ze feieren) as festas do seu torrão natal. E, até os Jhang (João) luxemburgueses terem passado a chamar-se "John" e os Wilhelm se terem transformado em "William" e que dos Jakob tenham surgido os "Jack", o dia das quermesses de Bascharage (Nidderkäerjeng) , de Wiltz (Woltz), de Koerich (Käerch) ou de Heffingen (Hiefenech) foram sempre celebrados com pompa e circunstância do outro lado (aner Säit) do Atlântico (vum Atlantik) .

Aos descendentes (Nokommen) desses pioneiros luxemburgueses que já não (net méi) falam (schwätzen) a língua (d’Sprooch) dos antepassados, nem conhecem (a net kennen) a maior parte das suas tradições, restam-lhes (bleift hinnen) apenas (nëmmen) as fotografias (d’Fotoen) "dessas festas antigas dos avós (Grousselteren) " e os arquivos históricos dessa imigração onde (wou) podem ler (kënne liesen) que, por exemplo (zum Beispiel) , em Adrian, no estado americano de Minesota, os luxemburgueses de Kehlen (Kielen) celebraram a "Kiirmes" a 24 de Novembro de 1903.

Mas, em Chicago, a "Schueberfouer" continua ainda (nach) a ser festejada pela "Confraria dos Luxemburgueses da América" cuja associação genealógica tem vindo a manter essa tradição que se impôs como uma festa local ligada à festa das colheitas.

(*) Não se sabe ao certo qual é a origem desta melodia, mas parece ser uma reminiscência da música dos carrilhões do palácio do Conde de Mansfeld, situado em Clausen. A história dos carneiros remonta ao século XVII quando, na Schueberfouer, os membros da Confraria de S. Sebastião ganharam um carneiro ao jogo das quilhas. Foi, pois, com alegria que, ao som da música, formaram um cortejo passeando o carneiro pelas ruas da cidade. Ainda hoje a abertura da "Schueberfouer" conta com a presença dos ditos bichinhos que trazem ao pescoço fitas azuis e vermelhas. Nas aldeias, a "Marcha dos carneiros" é simplesmente tocada pela fanfarra que, de porta em porta, vai fazer o peditório. Se o donativo atingir um certo montante, os músicos oferecem uma melodia suplementar, a chamada "Tusch".

Maria Januário

(Rubrica de civilização, cultura e língua luxemburguesas, publicada na segunda e na quarta semana de cada mês; Próxima publicação a 8 de Dezembro)

Portugal/Alvalade: "Derby" acaba empatado a zero entre Sporting e Benfica

Sporting e Benfica protagonizaram hoje um "derby" sem golos, que garante aos "encarnados" a liderança provisória, a manutenção de 11 pontos de distância sobre os rivais, mas poderá atrasá-los na corrida para o título de futebol.

Sem ganhar desde a quinta jornada, o Sporting apresentou empenho e garra, conseguindo segurar o encontro, sem evitar o quinto empate consecutivo e o sexto jogo sem ganhar para a Liga.

Com os 11 pontos de vantagem sobre o Sporting, o Benfica, com este conforto, não conseguiu impor o ritmo de jogo que tem apresentado e, sobretudo, concretizar as oportunidades que lhe garantem o melhor ataque da prova.

Com Rui Patrício na baliza, Carvalhal, na sua estreia em Alvalade, apostou num 1x4x2x3x1, com Abel, Polga, Daniel Carriço e Caneira na defesa, Adrien Silva, Matias Fernandez, João Moutinho e Vukcevic no meio-campo, apoiados por Adrien Silva, e entregou o ataque apenas a Liedson.
Jorge Jesus, que tal como o seu opositor fez a estreia num "derby", apresentou um 1x4x4x2 em losango, com Quim na baliza, Maxi Pereira, Sidnei, David Luiz e César Peixoto na zona defensiva, protegidos por Javi Garcia, com Ramires e Di Maria, pelas laterais, e Aimar, na zona central, no apoio aos avançados Saviola e Cardozo.

No 151º "derby" para o campeonato, o Sporting começou melhor, acutilante na recuperação de bolas e rápido na chegada ao ataque.

Logo aos três minutos, o defesa direito Abel ensaiou, ainda longe da área, o primeiro remate da partida, sem perigo para a baliza "encarnada", mas, jogada imediata, Liedson obrigou Sidnei a uma intervenção apertada, em plena área, após uma falha de David Luiz na transição para o meio-campo.

Apesar do ímpeto inicial do "Levezinho", foi o melhor marcador da Liga, o paraguaio Cardozo, que desperdiçou a primeira ocasião de golo, quando, aos 14 minutos, a passe de Saviola, se livrou da marcação de Polga e, à entrada da área verde e branca, ensaiou o remate, falhando o alvo.

Depois desta vaga "encarnada", os "leões" voltaram a mostrar as"unhas" por Miguel Veloso, aos 22, com um remate de fora da área, que foi desviado para canto por Maxi Pereira.

Aos 23, Polga, isolado frente a Quim após cruzamento de Adrien Silva, rematou por cima da baliza do Benfica, que voltou a ser ameaçada um minuto depois, quando Liedson obrigou o guarda-redes das "águias" a uma defesa apertada, mas que Vukcevic, na recarga, desperdiçou.

A resposta "encarnada" demorou 10 minutos e começou com um remate de Ramires, novamente após uma desmarcação de Saviola, mas o brasileiro rematou para as mãos de Rui Patrício.

Após o reatamento, já com Pedro Silva no lugar de Abel, que foi substituído devido a uma lesão na coxa esquerda, o defesa David Luiz, aos 50, encetou uma ofensiva pela ala direita, ensaiando o remate, que saiu por cima.

Aos 58 minutos, Miguel Veloso encheu o pé esquerdo, na ressaca de um canto para o Sporting, proporcionando uma grande defesa a Quim, que, no lance imediato, viu João Moutinho rematar ao lado, e, aos 62, voltou a aplicar-se, após uma tentativa de Vukcevic.

Já com Ruben Amorim no meio-campo do Benfica, Ramires arrancou pela direita, aos 71, servindo Di Maria, que, no lado oposto, rematou imediatamente, para defesa de Rui Patrício, que voltaria a intervir, três minutos depois, após tentativa de Ruben Amorim.

Sem sustos nos minutos finais, a estreia de Jesus e Carvalhal aumenta para seis o número de confrontos entre os técnicos sem que o treinador dos "verde e brancos" tenha ganho qualquer um dos embates frente ao seu homólogo "encarnado".

Este nulo eleva para 17 o número de "derbys" disputados em Alvalade que terminaram em empates.

sábado, 28 de novembro de 2009

Luxemburgo: Antevisão da próxima jornada da Liga BGL - Grevenmacher e Jeunesse vão encontrar-se no jogo do ano

O Grevenmacher perdeu no passado domingo em Differdange, por 2-0, e cedeu a liderança da Liga BGL à Jeunesse que derrotou o Kärjéng em casa por 2-0. Amanhã, domingo, Grevenmacher e Jeunesse vão defrontar-se naquele que poderá ser o jogo do ano.

Os anfitriões, em caso de vitória, igualam a Jeunesse na liderança da prova, ambas com 29 pontos. Em caso de triunfo dos forasteiros, a Jeunesse aumentará para seis pontos o seu avanço. Um jogo que promete bastante emoção, se tivermos em conta que o Grevenmacher conta só com vitórias nos encontros disputados em casa. O Dudelange foi um dos grandes vencedores da ronda do passado fim-de-semana ao triunfar em Pétange por 1-0. Se os campeões em título vencerem domingo em casa frente ao Niederkorn, aproximam-se do topo da tabela.

O Differdange bateu o Grevenmacher e já terceiro na tabela. A equipa de Dan Theis desloca-se no domingo ao terreno do "lanterna vermelha" e deverá averbar mais um sucesso que a poderá aproximar ainda mais dos dois primeiros.

Apesar de na última ronda o Hamm Benfica ter deixado dois pontos em Niederkorn nos últimos minutos do encontro, os "encarnados" encontram-se em boa forma e querem continuar sem perder. No domingo, recebem o Etzella, uma equipa que joga melhor fora. Em caso de vitória frente aos nortistas (que são capazes do melhor e do pior), os comandados de Fernando Gutierres poderão aproximar-se ainda mais dos primeiros lugares.

O RFCUL recebe amanhã no seu estádio o Pétange. A formação da capital encontra-se moralizada pela vitória em Rumelange por 3-0 e quer obter mais três pontos para subir na classificação. Por seu turno, o Pétange ainda não poderá contar domingo com três dos seus melhores jogadores (Steger, Kirchen e Caçador). Uma partida que se prevê bastante equilibrada e com um resultado imprevisível.

No domingo, o Hesperange desloca-se ao terreno do Fola. O clube de Esch, depois de ter obtido uma importante vitória em Ettelbruck, vai tentar impor a primeira derrota ao Hesperange, que é a equipa do campeonato que mais pontos tem feitos fora de casa.

O Kärjéng - Rumelange (ante-penúltimo e penúltimo) vai ser um jogo entre aflitos. Ambas as formações perderam no passado fim-de-semana e querem recuperar pontos para tentarem sair da zona de despromoção. Quem perder, afunda-se.

Jogos para domingo: RFCUL - Pétange; Fola - Hesperange; Grevenmacher - Jeunesse; Mondercange - Differdange; F91 Dudelange - Niederkorn; RM Hamm Benfica - Etzella e Kärjéng - Rumelange.

Á. Cruz
Foto: Michel Dell'Aiera

Luxemburgo: Manuel Correia revela ambições - "CS Oberkorn quer algo mais que a manutenção"

Manuel Correia é um dos grandes responsáveis pela excelente época que o CS Oberkorn tem feito. O jovem treinador português assumiu o comando técnico da equipa na época passada, na primeira divisão, e sagrou-se campeão da série B, garantindo o acesso à divisão de Promoção.

Depois de o clube ter estado à beira da falência e em vias de fechar as portas, o técnico luso iniciou, juntamente com os jogadores, uma recuperação notável a todos os níveis. Neste momento, o Oberkorn é 5° classificado, com 19 pontos, e é uma das equipas que melhor pratica futebol na Promoção.

Após a vitória sobre o Rosport no sábado, por 2-0, Manuel Correia mostrou-se bastante satisfeito com o 5° sucesso da sua equipa: "Penso que a vitória não se discute. A equipa entrou bem no encontro e poderia mesmo ter obtido uma vantagem mais substancial, sobretudo face às inúmeras ocasiões criadas. No entanto, depois de algum equilíbrio, respondemos muito bem e acabámos por fazer o segundo golo e selar a vitória com toda a justiça", sublinhou.

Com uma equipa esmagadoramente composta por jogadores portugueses, o Oberkorn é uma das formações desta divisão que melhor futebol pratica. Para o treinador luso, "foi importante equipa manter a base de jogadores do ano passado. A solidariedade e a camaradagem aliadas à qualidade dos jogadores dão-me garantias no futuro. Pelos jogos que temos feito ultimamente, arrisco-me a dizer que o Oberkorn quer algo mais que a manutenção", revelou Manuel Correia.

"O futebol que se pratica neste campeonato é fraco comparado com a Liga BGL, onde a qualidade dos jogadores é muito superior. Mas penso que se continuarmos a trabalhar da mesma forma, com grande entrega e dedicação, poderemos criar uma surpresa", rematou.

Resultados da Promoção de Honra: Oberkorn - Rosport: 2-0; Kayl/Tétange - Erpeldange: 4-1; Canach - Hostert: 3-1; Steinfort - Wormeldange: 1-0; Lintgen - Wiltz: 0-3; Colmar-Berg - Diekirch: 0-3; Schieren - Beggen: 1-1.

Fotos e Texto: Á. Cruz


Neste momento, o Oberkorn é 5° classificado, com 19 pontos, e é uma das equipas que melhor pratica futebol na Divisão de Promoção da Liga BGL

Luxemburgo: 30 anos da ASTI - entrevista com Serge Kollwelter e Laura Zuccoli

Laura Zuccoli (à esquerda), que integra a Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI) desde 1986, sucede a Serge Kollwelter (à direita) que estava à frente dos destinos da associação desde 1979, ano da sua fundação / Foto: Michel Brumat

A Associação de Apoio aos Trabalhadores Imigrantes (ASTI) festejou na semana passada o seu 30° aniversário. A ocasião escolhida para a passagem de testemunho de Serge Kollwelter, que presidia aos destinos da ASTI desde a sua fundação, a Laura Zuccoli.

Uma oportunidade para o carismático fundador da organização abrir o baú das memórias e recordar as lutas travadas pela organização.

“A ASTI, criada em 1979, é a continuidade de uma associação mais antiga, nomeadamente a União (ainda hoje se encontra nas instalações da ASTI, na rue Auguste Laval, n°12-14, em Eich, na cidade do Luxemburgo), que se propunha olhar e agir perante os problemas dos portugueses, os quais, na prática, eram os mesmos que os dos espanhóis e italianos”, relembra a figura incontornável da organização, Serge Kollwelter, sublinhando que “o objectivo era reunir as várias associações existentes para um objectivo comum: a participação política e o direito de voto dos estrangeiros”.

Entretanto, Kollwelter reconhece “que a reivindicação fundadora da ASTI, ou seja, o direito de voto dos imigrantes (nas eleições comunais e europeias), foi essencialmente transposta pelo Tratado de Maastricht, houve claramente uma pressão europeia que fez avançar as coisas”.

É com regozijo que Serge Kollwelter relembra que a ASTI conseguiu levar o Estado luxemburguês perante o Tribunal de Justiça Europeu, obrigando-o a mudar uma lei sobre as Câmaras Profissionais.

“O Luxemburgo é um fiel da União Europeia , mas muito atrasado quando se trata da transposição de uma série de directivas”, lamenta Serge Kollwelter.

Ao longo dos 30 anos a comandar os destinos da ASTI, Kollwelter não esquece os momentos em que pôde “constatar que a situação de pessoas e as famílias melhorou significativamente".

Já quanto aos momentos “em que não nos sentimos bem podemos assinalar a forma rigorosa e desumana como se processaram e ainda se processam certos repatriamentos”, insurge-se Kollwelter.

Por isso, Serge Kollwelter deixa ao Ministério da Imigração a mensagem: “Uma sociedade significa viver juntos e não se constrói acumulando excepções e derrogações. Se não agirmos perante o défice democrático que temos, caminhamos para uma espécie de África do Sul, que entretanto já ultrapassou esse estado”.

Nova presidente e novo porta-voz

Laura Zuccoli é sucessora de Serge Kollwelter e à semelhança deste último já anda nestas lides há algum tempo, há 26 anos.

Laura Zuccoli, de origem italiana, aceitou o cargo, porque “o próprio Serge já falava desde algum tempo em transmitir o testemunho a outra pessoa (o próprio confiou ao CONTACTO que a ASTI estava injustamente demasiado associada à sua imagem), além de estar envolvida com a ASTI há já muito tempo, me identificar com ela e poder contar com toda uma equipa”.

Para a nova presidente, os desafios continuam a ser os mesmos de agora, isto é, “preservar a coesão social no sentido em que os estrangeiros tenham o seu lugar na sociedade, que não sejam apenas vistos como mão-de-obra”.

"Isto é válido tanto para estrangeiros não-comunitários como para estrangeiros comunitários", exemplificando que os portugueses continuam a chegar ao Luxemburgo, por isso, a questão da integração coloca-se sempre, sobretudo em época de crise".

A sucessora de Serge Kollwelter insiste que a "participação política é absolutamente essencial, porque não se pode viver num país em que 70 % da população activa, que não é luxemburguesa, não vota". "Apenas 46,3 % dos eleitores são residentes luxemburgueses", informa.

Laura Zuccoli propõe-se ainda no futuro, além de desenvolver uma série de projectos, "insistir na sensibilização da opinião pública, mostrando-lhes que temos boas práticas, as quais têm uma ligação directa com as nossas tomadas de posições políticas".

Sobre a escolha do porta-voz, a nova dirigente da ASTI afirma que após a sua nomeação não queria ser demasiado omnipresente e achou importante diversificar as caras no seio da ASTI.

Além disso, é a forma de "dar a outras pessoas a oportunidade de se exprimirem sobre assuntos como política e ter outra pessoa que simbolize a imagem da ASTI", defende.

Zuccoli assevera que o porta-voz (o cargo será ocupado por Jean Lichtfous) "é totalmente independente, no sentido em que não é pago pelo Estado, mas sim pela ASTI, e não integra nenhum projecto financiado pelo poder público".

"Temos projectos que são financiados pelo Governo e pela União europeia, mas tudo o que diz respeito à política somos independentes, e a pessoa que representa essa liberdade é o porta-voz.

ASTI consegue revisão da nova lei sobre a.s.b.l.

As associações sem fins lucrativos (asbl) e as fundações são actualmente regidas pela lei de 21 de Abril de 1928. Ainda que as associações estejam de acordo sobre uma revisão, o projecto-lei entregue no início do mês pelo Governo à Câmara dos Deputados não satisfaz as exigências das asbl.

A 11 de Novembro, Serge Kollwelter denunciava que "que os autores do texto não estabelecem nenhuma diferença entre um pequeno clube ou uma secção local e uma associação que gera milhões de euros de lucros, levando a que o trabalho administrativo para as pequenas associações seja demasiado pesado, o que é contraproducente".

Laura Zuccoli reconhece que "há mérito do ex-presidente da ASTI, porque conseguiu juntar um rol de associações tão diversificadas, desde associações de cariz ecológica, passando por associações de cariz social e desportivo, para fazer com que o projecto-lei inicial fosse retirado".

Zuccoli insiste que as asbl são importantes, uma vez que contribuem para a integração das pessoas.

Nuno Costa

Luxemburgo: CASA presente no Mercado de Natal da capital, até 3 de Janeiro

O Centro de Apoio Social e Associativo (CASA) participa no Mercado do Natal da cidade do Luxemburgo (na place d'Armes, rue du Curé e place de Paris), desde ontem e até ao próximo dia 3 de Janeiro de 2010, diariamente das 10h às 20h.

Sócios e membros da associação revezam-se nos dois stands, onde expõem artesanato de várias regiões de Portugal e produtos da gastronomia portuguesa.

O CASA participa ainda activamente nas festividades natalícias da capital.

Luxemburgo/Gripe A: Posto de vacinação em Merl encerra hoje, vacinas vão continuar em pediatras, maternidades e generalistas

O posto de Vacinas de Merl (Fórum Geesseknäpchen) fecha este sábado à noite. O centro provisório de vacinas contra a Gripe A (H1N1) vai encerrar, pondo assim um ponto final na campanha de vacinação implementada pelo Governo luxemburguês para enfrentar o vírus da gripe A.

A partir da próxima semana os residentes no Luxemburgo podem continuar a vacinar-se, mas juntos dos médicos assistentes e no caso das crianças, junto do seu pediatra ou nas maternidades.

O posto de Merl, na cidade do Luxemburgo, era já o único a funcionar no país, depois de numa primeira fase terem funcionado outros centros de vacinas.

Recorde-se ainda que no Luxemburgo já esta disponível uma outra vacina, a Panenza. O Governo luxemburguês encomendou mais 15 mil doses deste tipo de vacina.

A Panenza (que não contém adjuvantes mas apenas conservantes) é destinada exclusivamente a crianças com idade entre os 6 e os 23 meses incluídos, grávidas a partir do segundo trimestre e pessoas que tenham sido sujeitas a transplantes de órgãos.

Segundo o comunicado da Direcção-Geral de Saúde, a posologia das doses varia consoante a idade: às crianças dos 6 aos 23 meses serão administradas duas meias doses com um intervalo de três semanas e para às grávidas uma única dose.

Uma única dose também para pessoas com menos de 60 anos que tenham sido sujeitas a transplantes de órgãos, e duas meias doses com o intervalo de três semanas para as pessoas nas mesmas circunstâncias com idade a superior a 60 anos.

Luxemburgo: "Jornada cabo-verdiana" discutida hoje na Embaixada de Cabo Verde

A Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado promove este sábado, 28 de Novembro, a partir das 16h, uma reunião com os líderes do mundo associativo cabo-verdiano, a No Borders (entidade que organizou o recém concerto de Cesária Évora no Luxemburgo) e Orlando Sanches, proprietário da Epicerie Créole, para a preparação da "jornada cabo-verdiana", que se realiza a 19 de Dezembro, no Castelo da localidade de Septfontaines, na região leste do Grão-Ducado.

O evento, que visa a angariação de fundos para ajudar as vítimas afectadas pelas cheias no norte do arquipélago, com especial incidência para a ilha de São Nicolau, contará com a participação de artistas cabo-verdianos num espectáculo músical. Uma exposição de trabalhos de artistas de Cabo Verde estará também patente ao público.

Luxemburgo. Bazar internacional regressa este fim-de-semana à LuxExpo

A Luxexpo, no Kirchberg, acolhe hoje e domingo (28 e 29 de Novembro) mais uma edição do Bazar Internacional que este ano conta com a participação de cinquenta e um paises.

Este ano, os fundos recolhidos durante o certame revertem a favor de 180 projectos de ajuda humanitária em cerca de 60 países, principalmente de África, América Latina e Ásia.

Os stands presentes no bazar vão oferecer o que há de melhor nos diversos países, e que constituem sempre, pequenas ideias para as prendas de Natal: bibelots japoneses, camisolas de lã da Islândia, decorações natalícias escandinavas, artesanato do Quénia, Chile, Grécia, Portugal, Marrocos, Turquia e México, produtos regionais franceses, salmão irlandês ou compota inglesa, entre outros produtos vindos dos quatro cantos do planeta.

Um serviço de bar com pratos típicos vai funcionar durante toda a exposição. Em alguns stands serão feitos sorteios com prémios aliciantes, incluindo a já famosa tômbola do stand português.

O bazar de Natal conta com o patrocinio da Grã-Duquesa Maria Teresa, que visitará os stands do Bazar Internacional neste sábado à tarde.

Este certame atrai anualmente mais de 20 mil pessoas. A entrada no bazar é grátis e o estacionamento na Luxexpo também. Está também previsto o transporte gratuito entre o parque do Glacis e a Luxexpo.

Texto: DM
Foto: MarcWilwert

Efeméride: Enid Blyton, criadora de "Os Cinco" e de Noddy, morreu há 41 anos

Os livros de aventuras que Enid Blyton escreveu cativaram gerações, desde finais dos anos 30, sobreviveram às críticas de primarismo, racismo, sexismo, "produziram" imitadores - e ainda hoje, mudados os tempos e os hábitos, "vendem bem".

Até aos anos 80, terão sido vendidos em todo o mundo mais de 600 milhões de exemplares dos mais de 700 livros da autora inglesa.

Da sorte editorial de Blyton em Portugal não são conhecidos números, mas não restam dúvidas de que, a partir dos anos 60, quando apareceram no mercado português, os seus livros - as séries de Os cinco e Os Sete à cabeça - tiveram grande procura, porventura comparável à que tiveram, mais recentemente, os da saga de Harry Potter, da também inglesa J. K. Rowling.

Nascida em 11 de Agosto de 1897 em Londres, Blyton esteve para seguir a carreira da música. A literatura infanto-juvenil "falou mais alto" e reclamou-a.

Mas não nasceram logo, na sua primeira manifestação como escritora, os cinco miúdos que viriam a formar um dos mais apelativos grupos de aventureiros da literatura dirigida aos mais novos. Foi um poema - "Have you?" - o primeiro texto que a autora publicou, numa revista, a Nash's Magazine.

De poesia, aliás, seria também o seu primeiro livro: "Child whispers", de 1924.

Os Cinco teriam de esperar mais 14 anos para (em 1938) entrarem em acção, em "The secret island" (A ilha secreta, na versão portuguesa), o primeiro título da mais famosa de todas as séries para os mais novos criadas pela escritora (Os Sete, As Gémeas, Aventura, Mistérios, Noddy...).

Noddy nasceu faz este ano 60 anos. "Little Noddy goes to Toyland" (Nodi no país dos brinquedos, na versão portuguesa) se chama o livro que lhe assinalou o nascimento.

Noddy é um rapazinho de madeira - como o Pinóquio, de Carlo Collodi. Não tem, ao contrário de Pinóquio, problemas com o nariz se mentir, mas sim uma marcada propensão para se meter em problemas...

A figura vingou, os livros venderam, e Noddy, famoso, chegou ao teatro, ao cinema e à televisão. Não escapou à crítica, porém, e chegaram a descrevê-lo como "o mais egocêntrico, tristonho, choramingas e beato anti-herói na história da ficção britânica".

Críticas a quem o dera à luz também não faltaram. E não apenas por "culpa" de Noddy, mas de todos os heróis e heroínas por ela criados.

Os reparos, então e hoje, apontam mais frequentemente ao limitado léxico de Blyton, ao esquematismo das histórias, ao simplismo da caracterização psicológica das personagens, a par de "deslizes" sexistas e racistas.

Do lado positivo da balança, é regra reconhecerem-se, entre outros, estes méritos: deu a conhecer o seu meio e o seu tempo e estimulou nas crianças o gosto pela leitura.

Rezam as crónicas que Blyton tinha uma capacidade de produção impressionante: chegava a escrever 10.000 palavras por dia e, por exemplo, em 1940, deu à estampa onze livros.

Valeu-lhe esta "superprodução" terem circulado rumores de que nem tudo o que saía em livro com o seu nome lhe saía directamente da pena. Não foi o primeiro nem o último escritor a enfrentar esta suspeita.

Deixou de escrever nos primeiros anos da década de 60. Morreu em 28 de Novembro de 1968. Todos os anos há Clubes de Fãs a lembrar a data.

Raul M. Marques,
da Agência Lusa

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Portugal: Aparatoso acidente em Lisboa envolve secretário-geral de Segurança, Mário Mendes

O acidente que ocorreu hoje, cerca das 16h30, no cruzamento da Avenida da Liberdade com a Rua das Pretas, em Lisboa, envolveu o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, confirmou à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna.

Segundo fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o acidente provocou quatro vítimas, que foram prontamente transportadas para o Hospital de São José, em Lisboa. Mário Mendes deu entrada no hospital “com perdas de conhecimento”, mas tanto Mário Mendes como as restantes três vítimas estavam conscientes.

Fonte policial disse à Lusa que, além de Mário Mendes, foram hospitalizados o intendente Paulo Lucas, um elemento do corpo de segurança pessoal e o motorista da viatura em que estes responsáveis seguiam.

Um veículo da Polícia Judiciária esteve também envolvido no acidente, disse a mesma fonte, acrescentando que foram accionadas cinco ambulâncias e duas viaturas médicas.

Comunidades portuguesas: No âmbito de um acordo vão ser distribuídos 400.000 livros a associações no estrangeiro

Milhares de livros serão distribuídos nas comunidades portuguesas no âmbito de um acordo assinado hoje entre a Secretaria de Estado das Comunidades e a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, informou o gabinete do secretário de Estado.
No total serão distribuídas 400 mil obras de Literatura, História, Poesia, Teatro, Espistolografia, Filosofia, Ensaio e Critica, entre outros, às associações portuguesas no estrangeiro, nomeadamente gabinetes de leitura, leitorados e escolas portuguesas.
"Trata-se de uma cooperação com a principal instituição na edição de obras de inegável valor literário e científico que enriquecerá o espólio quer das estruturas diplomáticas e consulares, quer das associações das comunidades portuguesas", declarou António Braga à Agência Lusa.
"É também um contributo para o conhecimento e a ligação não apenas da língua, mas igualmente à História, à cultura que cada uma dessas obras dá testemunho", acrescentou o secretário.
"Pretende-se assim contribuir de forma activa para a promoção da literatura e do conhecimento, através da doação de livros do seu acervo à DGACCP (Direcção-Geral dos Assuntos Consulares das Comunidades Portuguesas), que se encarregará da sua distribuição pelo mundo", informou ainda o gabinete do secretário.
Os donativos são efectuados sem qualquer contrapartida pecuniária ou comercial.

H1N1: Bebé de 4 meses é a última vítima da Gripe A em Portugal

Um bebé de quatro meses, com problemas de saúde, foi a vítima mais recente do vírus H1N1 em Portugal, revelou hoje o Ministério da Saúde.

O bebé morreu no dia 25 de Novembro vítima de Gripe A.

Entrevista com realizador Miguel Gomes sobre "Aquele Querido Mês de Agosto" - "O meu filme tem origem numa catástrofe"

"Aquele Querido Mês de Agosto" é um dos filmes portugueses com mais presenças em festivais desde a sua estreia em Cannes, na Quinzena dos Realizadores. O trabalho do realizador Miguel Gomes, que assina a sua segunda longa metragem, foi seleccionado pelo Centro Nacional do Audiovisual (CNA), em Dudelange, para fazer parte de um ciclo dedicado a documentários.

O CONTACTO entrevistou o realizador Miguel Gomes que fala sempre na primeira pessoa do plural quando se refere ao trabalho como cineasta. O realizador de "Aquele Querido Mês de Agosto" diz que está a descobrir agora os emigrantes "vistos cá fora", porque ele próprio está a trabalhar em Genebra, onde dá aulas no departamento de cinema de uma escola de belas artes, apesar de não se sentir "um tipo muito pedagógico".

CONTACTO: "Aquele Querido Mês de Agosto" foi inserido no mês do documentário. Como defines o filme, é um documentário ou não?

Miguel Gomes:
Uma das coisas boas de quando se faz filmes é que não temos de ser nós a defini-los Nós só temos que o fazer, o que já dá algum trabalho. Eu nem sabia que estava inserido numa mostra de cinema documental. O que é facto é que o filme fez vários festivais e foi a alguns de documentários e a outros que não eram de documentários. Não é a minha tarefa definir o filme. Ele tem momentos em que tem mais a ver com o documentário e outras partes em que encenámos as coisas.

C.: Diz-se que a origem deste filme híbrido está num acidente.

M.G.: Dizer que foi um acidente é a versão simpática da coisa. Foi uma catástrofe! Quando se programa o arranque de um filme faz-se a contratação das pessoas, da equipa, e nós tínhamos já as pessoas a trabalhar quando o produtor nos veio dizer que não havia papel para fazer o filme tal como está escrito no argumento. Foi uma situação delicada porque estávamos a um mês da rodagem. O produtor explicou-nos que houve uma promessa de financiamento que não funcionou e um senhor que nos tinha prometido dinheiro que morreu. Coisas assim, um bocado surreais... e então nós pensamos que o melhor seria reformular o filme começando por gastar uma parte do dinheiro disponível indo com uma equipa pequena para a região de Arganil. Filmaríamos isso e deixaríamos o dinheiro restante em reserva para uma segunda filmagem que nós não sabíamos que contornos teria. A segunda rodagem acabou por ter lugar. O filme foi rodado em Agosto de 2006 e depois em Agosto de 2007.

C.: "Aquele Querido Mês de Agosto" pode dar a ideia, aqui no estrangeiro, de que "em Portugal é tudo assim": rural e de certa forma atrasado. Achas que existe o risco de o teu filme passar esta mensagem?

M.G.: O filme já esteve em vários festivais no estrangeiro e recebeu reacções diferentes, mas não creio que exista a impressão de que em Portugal é tudo assim. Aliás, eu nem sei se naquela região é tudo assim. É assim porque eu quis que fosse. E assumo isso. Quem conhece aquela região ou mesmo outras, como o Minho ou Trás-os-Montes, sabe que o mês de Agosto é vivido de uma forma completamente diferente. A comunidade que está nas aldeias é distinta porque os emigrantes regressam e o cenário é diferente. Eu quis fazer uma coisa a partir dessa realidade, mas assumo que a cada momento do filme eu estou a intervir sobre a realidade. Nada daquilo pretende ser um retrato de Portugal. É um retrato daquela região e, em segundo lugar, um retrato daquela região à minha maneira.

C.: O filme é então a tua visão daquela região?

M.G.: Esta é a única maneira de fazer filmes. O cinema tem a ver com afectos, com coisas que a gente gosta ou não. Por exemplo, num plano do filme há dois homens que falam das rodagens. Há um que já fez algumas cenas e outro que vai rodar pela primeira vez. Eles são de aldeias vizinhas, a 800 metros uma da outra, um está de fato e o outro de maneira informal. Eles são totalmente diferentes: um vota comunista e o outro no PSD. Não há por isso uma ideia redutora do povo. As pessoas são todas diferentes umas das outras e, portanto, mesmo a forma como esses homens discutem diz algo sobre eles, a forma como eles são. E espero que isso passe no filme; que as pessoas são diferentes.

C.: Os emigrantes que aparecem no filme podiam ser emigrantes daqui do Luxemburgo, por exemplo. Conheces a realidade da emigração fora de Portugal ou só os emigrantes quando eles regressam de férias?

M.G.: Conheci os emigrantes portugueses lá em Arganil, mas a emigração não é um tema central no filme. O filme não tem a ver com isso. Eu comecei há pouco a dar aulas na Suíça, em Genebra. Eu sou um bocado doente do Benfica e a primeira coisa que eu fiz quando cheguei à Suíça foi procurar onde podia ver a bola. E entrei em contacto com pessoas emigrantes cá, senão só as conhecia nas férias.

C.: Se o filme não tem a ver com a emigração, tem a ver com o amor, como o CNA o classificou?

M.G.: Porque não? Escolhemos as canções da segunda metade do filme com as personagens centrais, o pai, a filha e um primo. Eles tocavam canções e nós escolhemo-las de forma a que haja um percurso em que as canções se fossem tornando cada vez mais românticas. As canções têm um papel dentro do filme de quase comentarem o que se vive entre aqueles três personagens. Por isso, o filme está aqui bem na "Soirée 3 – amour".

C.: Quais são os teus projectos para o futuro sabendo que tens uma grande responsabilidade depois das críticas que te fizeram, nomeadamente em Cannes, augurando-te um brilhante futuro...

M.G.: Mais uma vez, essas declarações são um problema deles, de quem as fez. Como a decisão de classificar este filme nos documentários ou nas ficções... Eu tenho efectivamente um projecto, que vamos filmar em Outubro em África e em Lisboa. Neste momento, o projecto tem uma parte contemporânea que se passa em Lisboa e a segunda parte é em África, muitos anos antes, numa ex-colónia portuguesa que eu não gostaria que fosse reconhecível. O título é "A Aurora", mas mesmo isso pode mudar. Aprendi com "Aquele Querido Mês de Agosto" que é arriscado e parvo da minha parte estar aqui a dizer como vai ser o filme. Até o título, que eu já disse várias vezes publicamente, pode mudar. Há um filme romeno, que está em preparação, que se chama também “Aurora”, e se calhar o novo filme já não se vai chamar assim. É melhor não dizer o que os filmes vão ser antes deles serem porque pode ainda correr muita água debaixo das pontes.

Texto e Foto: Raúl Reis

UE estuda classificação mais justa para Universidades europeias

Os ministros europeus da Educação, escaldados com as classificações internacionais das universidades muito mediatizadas mas muitas vezes rudimentares, apoiaram quinta-feira o trabalho de Bruxelas para traçar um "mapa" mais sofisticado.

"O que não é avaliado é desvalorizado", realçou o ministro da Educação espanhol, Angel Gabilondo Pujol, considerando as classificações imperfeitas mas "inevitáveis".

Para ele, os sistemas de classificação actuais carecem de indicadores transparentes e deveriam nomeadamente especificar os recursos das universidades que têm por vezes "um orçamento superior ao de um pequeno Estado".

A França, particularmente crítica da popular lista de "Xangai", considera que as "classificações simplistas empurram as universidades para reformas que não vêm ao encontro dos interesses dos estudantes".

A classificação académica das universidades mundiais ou classificação de Xangai baseia-se numa lista restrita de critérios, nomeadamente o número de publicações nas revistas científicas e o número de prémios Nobel atribuídos aos alunos.

Já o Reino Unido considera "difícil obter todos os dados necessários para reflectir com precisão a qualidade das universidades".

A Comissão Europeia lançou em Maio de 2009 uma estudo de viabilidade com uma duração de dois anos que visa a concepção de um sistema de classificação mundial "multidimensional" das universidades.

"Enquanto isto, os nossos principais concorrentes, na primeira fila dos quais estão a China e os Estados Unidos, investem somas colossais para garantir uma posição de líder no ensino superior", um vector de prosperidade, preveniu a presidência sueca da UE num documento divulgado quinta-feira.

Portugal: População residente no país em estagnação, diz INE

A população residente em Portugal cresceu 0,09%, o que representa uma situação de quase estagnação, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2008.

Segundo o Anuário Estatístico Regional, a população residente em território nacional foi estimada em mais de 10,6 milhões de habitantes, com Lisboa e Algarve a registar algum crescimento (0,86% e 0,39%, respectivamente). Em oposição, o Alentejo e o Centro foram as duas únicas zonas a mostrar um decréscimo populacional.

O documento revela ainda que, em termos infra-regionais, regista-se o aumento da população nas zonas do litoral, sobretudo em Sesimbra, Alcochete e Mafra, que apresentam um valor acima dos três por cento. As migrações internas e internacionais são as razões invocadas no documento para justificar este crescimento.

O decréscimo populacional, por outro lado, foi generalizado nos municípios do interior, devido "a resultados negativos da taxa de crescimento natural", como refere o anuário.

A taxa bruta de nupcialidade situou-se nos 4,1%, o que representou uma diminuição face aos 4,4% registados em 2007. Esta tendência ocorreu por quase todo o país, com excepção da Região Autónoma dos Açores e o Norte, que apresentam as únicas taxas de casamentos superiores à média nacional.

No que respeita à Educação, no ano lectivo 2007/08 a taxa de pré-escolarização foi de 79,9% revelando, assim, uma tendência de crescimento já registada ao longo dos últimos 17 anos. Vila Velha de Ródão, Penamacor e Porto são os concelhos que atingiram os níveis mais elevados, com taxas a ultrapassar os 130%. Segundo o relatório, esta taxa pode significar que alunos de outros concelhos são matriculados em municípios com taxas de atracção elevada em termos de população empregada.

O estudo adianta também que a taxa de retenção e desistência do ensino básico, no ano lectivo de 2007/2008, foi de 7,9%, "o que representa uma redução significativa relativamente aos 10,1% verificados no ano lectivo anterior". Em termos territoriais, os valores mais elevados situam-se a sul do país, nas sub-regiões Alentejo Litoral, Península de Setúbal e Algarve, e em alguns municípios do Interior Centro e Norte.

Na "radiografia territorial" realizada pelo INE é ainda abordada a subida de 3,4% da capacidade de alojamento por habitante, com os acréscimos a serem mais expressivos no Norte (6,6%), na Região Autónoma da Madeira (4,2%) e no Centro (3,7%).

Ainda no âmbito do turismo, os cidadãos estrangeiros correspondiam a mais de metade (53 por cento) dos hóspedes em estabelecimentos hoteleiros nacionais, em particular nos municípios do Litoral continental e na da ilha da Madeira. No Algarve, quase todos as autarquias receberam turistas estrangeiros, o mesmo acontecendo com o concelho de Ourém, situação que se explica pela proximidade ao Santuário de Fátima.

Os níveis de criminalidade registados em território nacional foram também objecto de análise, com o INE a referenciar a existência de 400 mil crimes só em 2007, o que representou um decréscimo inferior a um por cento relativamente ao ano anterior, e uma taxa de criminalidade na ordem dos 37,7%.

O Algarve foi a região que registou a maior taxa de criminalidade em 2007 (65,5%), além se ter verificado uma maior incidência do número de crimes por habitante nos municípios mais urbanos, como Lisboa (79%), Porto (68%) e Ponta Delgada (65%). As taxas mais baixas registaram-se nos municípios do interior das regiões Centro e Alentejo, e ainda em algumas zonas dos Açores.

Luxemburgo não dá equivalência aos estudos feitos em Portugal

O 12° ano do secundário em Portugal não vale mais do que cinco anos do ciclo médio no Luxemburgo (o equivalente ao 10° ano), diz o Ministério da Educação luxemburguês. À revelia dos acordos entre os dois países e das directivas comunitárias, o Luxemburgo continua a recusar a equivalência aos estudos feitos em Portugal. O problema já chegou à Embaixada de Portugal no Grão-Ducado.

As irmãs Elisabete e Maria José vieram para o Luxemburgo mal acabaram o ensino secundário em Portugal. Como queriam continuar a estudar, em 2001 pagaram a tradução oficial do certificado de habilitações do 12° ano e pediram o seu reconhecimento no Ministério da Educação luxemburguês, um passo necessário para se inscreverem em cursos superiores. Mas em vez do "bac" (o diploma final do ensino secundário luxemburguês), receberam um certificado que diz que as suas qualificações correspondem a cinco anos do ciclo médio de ensino no Luxemburgo – o equivalente ao 10° ano em Portugal. Para o Luxemburgo, é como se não tivessem acabado o liceu.

"Eu queria fazer algo melhor, continuar a estudar", conta Maria José, caixa num supermercado, "mas quando veio o certificado, disseram-me que ainda me faltavam dois anos para acabar a escola aqui, e eu pensei: 'não vou voltar a fazer aqui o que já fiz lá abaixo'".

"Achei estranho, um país da Comunidade Europeia devia ter as mesmas equivalências em todo o lado, mas como o documento vinha do Ministério da Educação luxemburguês, pensei que eles deviam saber o que andam a fazer".

A irmã, Elisabete, não precisou que o Luxemburgo reconhecesse os seus estudos para conseguir um emprego qualificado no sector privado. No banco em que trabalha, é responsável por fiscalizar se os investimentos estão em conformidade com as leis do Luxemburgo. Mas para o Ministério da Educação luxemburguês, é como se não tivesse concluído o liceu.

"Apesar de ter um bom emprego, quis fazer um curso nocturno em Economia na Universidade do Luxemburgo, para o qual é preciso o 'bac'. Quis-me inscrever mas recusaram-me, porque no certificado de equivalências diz que só tenho cinco anos de estudos", conta. "Já não fiz mais nada. Tenho um bom emprego mas nunca se sabe, e gostava de continuar os meus estudos e de ter formação superior", lamenta Elisabete.

Foi só quando uma prima veio recentemente para o Luxemburgo que as irmãs perceberam que o Ministério da Educação luxemburguês não lhes dera as equivalências a que têm direito.

"Ela fez o 12° ano em Portugal e frequentou depois um curso de Educação Física. Quando pediu as equivalências aqui, deram-lhe o 6° ano (equivalente ao 11° ano em Portugal). Ela reclamou, disse que estamos num país da União Europeia, que queria equivalência ao diploma do secundário luxemburguês, e acabaram por lhe dar equivalência ao 13° ano", conta Elisabete.

As irmãs contactaram então a Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL), e querem levar o caso até ao fim.

"Na altura ninguém nos explicou nada, ninguém nos disse que podíamos reclamar", explica Maria José. "A minha irmã tem um bom empre-go, mas eu gostava de mudar, e tendo o 'bac' já é mais fácil".

Para continuar os estudos é que acha que é demasiado tarde: hoje Maria José tem dois filhos, um com cinco anos e outro com seis meses, e menos disponibilidade para voltar a estudar. "Tenho 34 anos, se calhar para mim já é tarde", diz.

"Situação é caricata"

Oito anos depois, o Ministério da Educação luxemburguês continua a recusar a equivalência a quem fez o 12° ano em Portugal.

"O 12° ano não dá automaticamente equivalência ao 'bac' no Luxemburgo, é preciso provar que dá direito a aceder à Universidade em Portugal", diz Narciso Fumanti, funcionário do Serviço de Reconhecimento de Diplomas.

De acordo com o funcionário, para obter o equivalente ao 13° ano no Luxemburgo, ou "bac", o Ministério da Educação luxemburguês exige que o interessado tenha frequentado 12 anos de escolaridade no país de origem, além de um comprovativo que ateste que o 12o ano dá acesso à Universidade.

"Em Portugal, temos informação de que é preciso fazer um exame de acesso à Universidade. As coisas nem sempre são claras com os documentos portugueses. Mas se apresentarem certificado de habilitações do secundário, ou documento que prove que podem aceder à Universidade, então damos equivalência ao 'bac', ou 'bac' técnico, ou diploma de técnico, dependendo do ramo de estudos", explica Fumanti.

"É claro que o 12° ano dá acesso à Universidade, mas ninguém em Portugal pode emitir um documento desse tipo", contrapõe José Coimbra de Matos, presidente da CCPL, para quem a situação "é caricata" e viola as leis comunitárias.

"A situação é idêntica a muitas outras em que, por desconhecimento dos funcionários quanto aos acordos que existem entre os dois países, não se respeitam as leis comunitárias", acusa Coimbra de Matos. "O problema é que há certamente mais pessoas nesta situação."

Embaixada de Portugal leva caso à ministra

Ao CONTACTO, o embaixador de Portugal no Luxemburgo confirmou que há mais casos de recusa de equivalências, não só no ensino secundário como no ensino superior. Para discutir o problema, José Pessanha Viegas vai reunir-se com a ministra da Educação luxemburguesa, Mady Delvaux-Stehres, dia 7 de Dezembro.

"É uma das questões que vaiser discutida com a ministra da Educação luxemburguesa no dia 7 de Dezembro. Posso admitir que haja diferenças entre os sistemas de ensino dos dois países, mas não percebo que haja dificuldades de equivalência", disse José Pessanha Viegas em entrevista ao CONTACTO.

"Estou em crer que há aí um problema de interpretação de documentos que temos de ver se esclarecemos", avança o diplomata.

Portugal tem desde 2006 uma tabela de equivalências entre os sistemas de ensino português e luxemburguês. Ao abrigo da portaria no 699/2006, publicada em Diário da República de 12 de Julho desse ano, o 12° ano em Portugal corresponde ao 13o no Grão-Ducado, ou "bac".

Paula Telo Alves
Foto: Guy Jallay

Comissão Europeia:companhia aérea de S. Tomé impedida de voar par a UE

A Comissão Europeia incluiu hoje a transportadora aérea são-tomense STP Airways na "lista negra" de companhias proibidas de voar no espaço da União Europeia, por questões de segurança. A TAAG foi retirada da lista, mas está limitada a algumas operações.

Na sua actualização da lista, hoje anunciada em Bruxelas, o executivo comunitário indica que "a lista foi alargada de modo a incluir todas as transportadoras aéreas certificadas no Jibuti, República do Congo e São Tomé e Príncipe, dadas as deficiências de segurança observadas no sistema de supervisão pelas autoridades da aviação destes países".


A medida afecta deste modo a STP Airways, que reiniciou em Agosto de 2008 voos regulares para Lisboa.


Na lista actualizada, a Comissão precisa que estão proibidas de operar no espaço aéreo europeu "todas as transportadoras aéreas certificadas pelas autoridades de São Tomé e Príncipe responsáveis pela supervisão regulamentar", incluindo a STP Airways e outras nove companhias.


As restantes nove transportadoras proibidas de voar para a Europa são a África Connection, a British Gulf International Company Ltd, a Executive Jet Services, a Global Aviation Operation, a Goliaf Air, a Island Oil Exploration, a Transafrik International Ltd, a Transcarg e a Transliz Aviation /TMS).


São Tomé e Príncipe passa a ser um dos 15 países cuja totalidade de transportadoras (num total de 228 companhias) estão proibidas de operar na União Europeia.


Os outros 14 países são Angola (com excepção da TAAG, autorizada a operar com restrições e em determinadas condições), Benim, República Democrática do Congo, Jibuti, Guiné Equatorial, Gabão (com excepção de três transportadoras autorizadas a operar com restrições e em determinadas condições), Indonésia, Cazaquistão (com excepção de uma transportadora autorizada a operar com restrições e em determinadas condições), República do Quirguizistão, Libéria, República do Congo, Serra Leoa, Suazilândia e Zâmbia.


A companhia aérea angolana TAAG, é uma das oito transportadoras aéreas que estão autorizadas a operar com restrições e sob determinadas condições, além da Air Astana (Cazaquistão), Gabon Airlines , Afrijet e SN2AG (Gabão), Air Bangladesh, Air Service Comores e Ukrainian Mediterranean Airlines (Ucrânia).


Hoje mesmo, a Comissão autorizou a TAAG a aumentar o número de aeronaves utilizadas nas suas operações aéreas com destino a Portugal.


Bruxelas manteve assim a TAAG entre as companhias a operar com restrições e sob determinadas condições, mas permitindo a utilização de mais aparelhos face aos progressos realizados pela transportadora.

Portugal: PSD quer alterar lei e dar nacionalidade automática aos netos de emigrantes

Os deputados do PSD pela emigração querem alterar a Lei da Nacionalidade para que a esta seja atribuída aos netos de emigrantes portugueses de forma automática e não por naturalidade, como acontece actualmente.

"A actual lei prevê que a nacionalidade seja concedida por naturalização, o que implica a perda da nacionalidade original e não é transmissível para os descendentes", explicou à Agência Lusa o deputado por Fora da Europa José Cesário.

Num requerimento entregue na Assembleia da República, os deputados José Cesário e Carlos Páscoa Gonçalves (Fora da Europa) e Carlos Gonçalves (Europa) lembram que o PSD já havia proposto a atribuição automática da nacionalidade aos netos de emigrantes portugueses na última revisão da lei da nacionalidade, em 2006.

"Com esta proposta de alteração o PSD pretendia obviar à situação de que inúmeros cidadãos netos de portugueses se viam privados de aceder à nacionalidade portuguesa originária pelo simples facto de os seus progenitores directos nunca terem declarado querer ser portugueses", lê-se no documento.

Para o PSD, "a inércia dos pais não deveria impedir os respectivos filhos (netos de portugueses) de serem portugueses de origem".

Considerando que a "nova Lei da Nacionalidade foi sensível à questão dos netos dos portugueses, facultando-lhes um acesso expedito à nacionalidade portuguesa por naturalização", os deputados afirmam que ficou, no entanto, "aquém do era inicialmente proposto pelo PSD".

"Inúmeros netos de portugueses, com inequívocas ligações à comunidade portuguesa, com laços sanguíneos indubitavelmente portugueses, continuam, por isso, ainda hoje privados de aceder à nacionalidade portuguesa originária só porque os pais não solicitaram a atribuição da nacionalidade portuguesa", indicam.

Em 2006, ano em que a nova Lei da Nacionalidade entrou em vigor, o então conselheiro das comunidades portuguesas no Brasil António de Almeida e Silva estimou que residiam naquele país perto de cinco milhões de netos de portugueses que poderiam obter a nacionalidade portuguesa.

De acordo com o deputado José Cesário, a alteração à Lei proposta pelo PSD irá beneficiar essencialmente países transoceânicos com tradições na emigração portuguesa como o Brasil, Argentina, Venezuela, Estados Unidos, Canadá e África do Sul.

UE: Luxemburguesa Viviane Reding nomeada vice-presidente da Comissão Europeia

A comissária europeia dos Media, a luxemburguesa Viviane Reding foi hoje nomeada vice-presidente da Comissão Europeia Barroso II.

Neste cargo, Reding não passa a ser apenas o braço direito de Durão Barroso como se ocupará das pastas da Justiça, Liberdade e Segurança, funções antes ocupadas pelo francês Jacques Barrot.

Neste posto, Reding tem quase responsabilidade e influência equivalentes à recém nomeada Alta Representante dos Negócios Estrangeiros da UE, Catherine Ashton.

Comissária europeia dos Media e da Sociedade de Informação desde 2004, Viviane Reding fez também parte da Comissão Prodi em 1999.

A ela ficou-se a dever, depois de um longo braço-de-ferro com as operadoras de telefonia móvel da UE, a consequente redução dos preços do roaming nas chamadas de telemóvel.

Viviane Reding nasceu em Esch/Alzette em 1951, formou-se em Ciências Humanas na Sorbonne. Entre 1978 e 1989 foi editorialista do diário luxemburguês Luxemburger Wort. Eleita deputada pelo Partido Cristão-Social (CSV) para o Parlamento luxemburguês em 1979, torna-se deputada europeia em 1989, assento que ocupou até ser chamada para a Comissão Prodi.

JLC
Foto: Marc Wilwert

UE: Durão Barroso já distribuiu pastas por comissários para o segundo mandato

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, anunciou hoje em Bruxelas a atribuição de pelouros entre os 26 membros do colégio de comissários para o seu segundo mandato à frente do executivo comunitário, até 2014.

Os nomes dos comissários e os respectivos pelouros terão ainda de ser aprovados pelo Parlamento Europeu, que se pronunciará em Janeiro, após audições individuais com todos os comissários designados, entrando a nova Comissão em funções apenas depois do voto favorável da assembleia.

Distribuição dos pelouros da Comissão Europeia para 2009-2014:

Presidente: José Manuel Durão Barroso (Portugal)

Concorrência (e vice-presidente): Joaquín Almunia (Espanha)

Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão: László Andor (Hungria)

Alta Representante da UE para a Política Externa e Segurança (e primeira vice-presidente): Catherine Ashton (Reino Unido)

Mercado Interno e Serviços: Michel Barnier (França)

Agricultura e Desenvolvimento Rural: Dacial Ciolos (Roménia)

Saúde e Consumidores: John Dalli (Malta)

Assuntos Marítimos e Pescas: Maria Damanaki (Grécia)

Comércio: Karel de Gucht (Bélgica)

Alargamento e Política Europeia de Vizinhança: Stefan Füle (República Checa)

Política Regional: Johannes Hahn (Áustria)

Acção Climática: Connie Hedegaard (Dinamarca)

Investigação e Inovação: Maire Geoghegan-Quinn (Irlanda)

Cooperação Internacional, Ajuda Humanitária e Resposta a Crises: Rumiana Jeleva (Bulgária)

Transportes (e vice-presidente): Siim Kallas (Estónia)

Agenda Digital (e vice-presidente): Neelie Kroes (Holanda)

Orçamento e Programação Financeira: Janusz Lewandowski (Polónia)

Assuntos Internos: Cecilia Malmström (Suécia)

Energia: Günter Oettinger (Alemanha)

Desenvolvimento: Andris Piebalgs (Letónia)

Ambiente: Janez Potocnik (Eslovénia)

Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania (e vice-presidente): Viviane Reding (Luxemburgo)

Assuntos Económicos e Monetários: Olli Rehn (Finlândia)

Vice-presidente da Comissão para as Relações Inter-Institucionais e Administração: Maris Sefcovic (Eslováquia)

Fiscalidade e União Aduaneira, Auditorias e Anti-Fraude: Algirdas Semeta (Lituânia)

Indústria e Empreendedorismo (e vice-presidente): António Tajani (Itália):

Educação, Cultura, Multilinguismo e Juventude: Androulla Vassiliou (Chipre)

Luxemburgo: OGB-L e CGTP-IN vão apresentar caderno conjunto de reivindicações ao Governo português

Carlos Trindade (CGTP-IN), Carlos Pereira (OGB-L) e Júlio Silva (CPLP-Sindical) foram alguns dos sindicalistas presentes na reunião Foto: OGB-L

No último fim-de-semana, de 21 e 22 de Novembro, teve lugar em Remich o II Encontro de Sindicalistas, Conselheiros das comunidades e Dirigentes Associativos na Europa, que terminou com a aprovação, pelos dois organizadores, de um caderno de reivindicações na área social, a apresentar ao Governo português.

Organizado pela CGTP-IN (Confederação Nacional dos Trabalhadores Portugueses) e pela OGB-L (Confederação Sindical Independente do Luxemburgo) participaram neste encontro mais de 30 representantes de associações sindicais e cívicas luxemburguesas e de outros países de emigração portuguesa, reunidos no CEFOS (Centro de Formação e Seminários de Remich) para discutir temáticas relacionadas com os trabalhadores migrantes e com a construção europeia.

O deputado Carlos Gonçalves, eleito pelo círculo da emigração pelo PSD, passou pelo evento e declarou ao CONTACTO "estar preocupado com as condições sociais dos emigrantes". Foi aliás disso que procurou até agora fazer eco na Assembleia da República, disse. E notou que importa "repartir a responsabilidade de encontrar resposta aos problemas dos portugueses: as autoridades em Lisboa devem informar e orientar, as luxemburguesas devem providenciar os apoios".

Também o ministro do Trabalho luxemburguês, Nicolas Schmit interveio neste encontro e fez questão de anotar as reivindicações e temas discutidos.

Carlos Trindade, da CGTP-IN, disse que voltou em força a haver emigração em Portugal, estimando-se saídas anuais de 35 mil portugueses, números que quase igualam em importância ao que se passou na década de 1960. As suas características são, no entanto, novas: Portugal tem agora os seus "frontaliers" ("transfronteiriços"), isto é, trabalhadores que se deslocam diariamente para um emprego em Espanha; tem contratados a projecto que servem em estaleiros pela Europa, pelo período da obra; e tem trabalhadores sazonais que se deslocam só para a apanha agrícola, em Espanha ou na Holanda. Estes novos emigrantes não se fixam nos países de acolhimento mas "são também, sociologicamente, emigrantes", disse. Trindade notou ainda que a emigração permanece hoje como a "exportação do desemprego e do descontentamento social, uma válvula de escape que previne o colapso social". É usada para manter a funcionar um modelo de crescimento ultrapassado, baseado em mão-de-obra barata: no complexo mundo das migrações, "os trabalhadores mais experientes e reivindicativos emigram para fora de Portugal, sendo por sua vez substituídos por imigrantes a quem se pagam baixos salários". Trindade apontou que o reverso da medalha da ideia da Europa pode ser encontrado na "directiva Bolkestein" (o comissário europeu Frederik Bolkestein propusera em 2005 uma directiva para a liberalização dos serviços; o texto original incluía um princípio, chumbado pelo Parlamento Europeu, permitindo que empresas europeias pudessem recrutar trabalhadores noutro país membro, sob a lei [e salários] do país de origem daqueles). Trabalho igual, no mesmo local, deve ser sempre remunerado da mesma forma, para evitar "dumping social", o desemprego e a xenofobia, concluiu.

"Quando há crescimento económico, os emigrantes são os primeiros a ser contratados, porque são os que pedem menores salários; mas, quando chega a crise, são os primeiros a sofrer porque são os primeiros a ser despedidos", fez notar Trindade. E receou que "as decisões do Tribunal de Justiça Europeu sobre os casos Laval, Viking Line e Rüffert tenham reaberto a possibilidade das empresas europeias aplicarem o princípio do 'país de origem'". Por outras palavras, "que trabalhem num país pessoas contratadas sob as regras de um outro, assim se fazendo 'dumping social'".

Eduardo Dias, da OGB-L, lembrou em complemento a contribuição da construção europeia para a conquista e defesa dos direitos dos trabalhadores e para que seja hoje possível "procurar emprego em qualquer local da Europa". Mas alertou que "os países pobres exportam o seu maior recurso e mercadoria: a mão-de-obra". Carlos Pereira, também da OGB-L, recordou por seu lado o esforço da confederação sindical luxemburguesa em obter o reconhecimento de abonos familiares e pensões de invalidez entre o Luxemburgo e Portugal. E mencionou o difícil e importante desafio de aumentar o nível de formação da mão-de-obra portuguesa no Grão-Ducado, em especial nos casos em que os trabalhadores "não falam sequer o francês".

Júlio Silva, vindo de Cabo Verde em representação da CPLP-Sindical (Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa), sugeriu que o próximo encontro "seja alargado a todos os países do espaço lusófono". Assegurou ainda que "a integração dos cabo-verdianos no Luxemburgo é, em geral, boa, mas importa resolver quanto antes todas as situações ainda irregulares".

Artur Novais

Luxemburgo: Exposição fotográfica sobre os anos em que os portugueses viveram na lama - vernissage hoje no Grund

A exposição de fotos de Gérard Bloncourt é inaugurada esta sexta-feira, às 18h30, na Abadia de Neumünster, no Grund, na capital

A Abadia de Neumünster (no Grund, na capital luxemburguesa) expõe a partir desta sexta-feira uma mostra de fotografias sobre a emigração portuguesa em França durante os anos 50 e 60.

A vida nos bairros de lata nos subúrbios parisienses foi captada pelo fotógrafo Gérard Bloncourt nesses primeiros anos da emigração em França. Agora, a associação "Os Amigos do 25 de Abril" e a Abadia de Neumünster decidiram trazer a exposição ao Luxemburgo, além de um filme sobre o Maio de 1968 e de uma conferência.

Conferência e documentário: dias 2 e 16 de Dezembro

"Les portugais sont-ils invisibles?" ("Os portugueses são invisíveis?"), é o tema da conferência que o sociólogo Albano Cordeiro, radicado em França, dará na próxima quarta-feira, dia 2 de Dezembro, a partir das 19h30, também na Abadia.

O documentário "Le drôle de mai: chronique des années de boue" ("Crónica dos anos de Lama") tem legendagem em português e francês e é exibido dia 16 de Dezembro, às 20h, na Abadia de Neumünster (entrada livre).

A exposição de fotografias é inaugurada já esta sexta-feira, às 18h30, e pode ser visitada até 24 de Dezembro, todos os dias entre as 11h e as 18h. A entrada é gratuita.