O regime de Muammar Kadhafi é “um regime anacrónico” que está bloqueado pelo movimento de protesto e que deve adaptar-se imediatamente, defendeu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros português, que voltou a condenar a violência contra os manifestantes.
Luís Amado, que falava à imprensa após um encontro em Lisboa com o seu homólogo marroquino, Taib Fassi Fihri, considerou por outro lado “natural” que a União Europeia e outras organizações regionais venham a impor sanções à Líbia se a violência continuar.
“É um regime anacrónico, muito específico nas suas dimensões internas e que deve por isso mesmo ser objecto de uma adaptação inadiável”, respondeu o ministro português a uma pergunta sobre se Muammar Kadhafi deve abandonar o poder.
Amado, que considerou que a situação que se vive na Líbia assenta na própria natureza “de um regime (que é) totalmente diferente dos regimes da região e ainda mais dos regimes democráticos europeus”, afirmou que a sua expectativa é que “o povo líbio encontrará, como os outros povos da região têm procurado encontrar, uma solução para os problemas do seu sistema político e do seu regime”.
Sobre a eventual aplicação de sanções da União Europeia à Líbia, actualmente em discussão em Bruxelas, o ministro português sublinhou que Kadhafi se “colocou numa situação de isolamento incontornável” que torna “naturais” tais sanções.
“Se a violência imperar e não houver capacidade de diálogo entre as diferentes forças para uma transição pacífica do regime líbia é natural que a UE, a Liga Árabe e a União Africana possam enveredar por uma via de pressão em que as sanções sempre constituem um elemento fundamental”, disse.
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