O betão do novo sarcófago para o quarto reactor da central de Chernobil é produzido na Fábrica de Cimento de Odessa, no Sul da Ucrânia, propriedade da «joint-venture» portuguesa C+PA.
Esta «joint-venture» foi constituída por duas empresas portuguesas: a Teixeira Duarte, que detém 52 por cento das ações, e a Cimpor, com os restantes 48 por cento.
“Os consórcios franceses Bouygues e Vinci, que vão dar início à construção de um novo sarcófago no quarto reactor abriram um concurso internacional para a aquisição de cimento para a obra. Participaram numerosas empresas ucranianas e estrangeiras, mas fomos escolhidos porque o nosso cimento é o de melhor qualidade”, disse à Agência Lusa Miguel Machado, diretor-geral da Fábrica de Cimento de Odessa.
“Gostaria de salientar que a nossa fábrica encontra-se longe da central nuclear de Chernobil [norte da Ucrânia], mas fomos os escolhidos devido precisamente à qualidade do cimento que produzimos”, frisou Miguel Machado.
A Fábrica de Cimento de Odessa irá fornecer 25 mil toneladas para a obra que se encontra na fase de construção de alicerces, acrescentou.
A empresa C+PA adquiriu 51 por cento das ações dessa fábrica de cimento ucraniana em maio de 2005 e os restantes 49 por cento em novembro do ano seguinte.
De acordo com fontes oficiais ucranianas, a construção do novo sarcófago, que deverá evitar fugas de radioatividade do quarto reator da central nuclear de Chernobil, estava orçada em cerca de 600 milhões de euros, mas os custos já subiram para 900 milhões e poderão atingir 1,54 mil milhões de euros.
A nova cobertura do quarto reator terá 150 metros de altura, 150 metros de comprimento e 260 metros de largura.
A obra, com uma garantia de cem anos, é financiada principalmente pela União Europeia.
Fontes das empresas francesas de construção do sarcófago disseram à Lusa que a obra já tem um ano de atraso devido a entraves burocráticos levantados pelas autoridades ucranianas.
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