Portugal era em 2010 o país da OCDE com maior percentagem de desempregados de longa duração, segundo um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico intitulado “Persistência da taxa de desemprego: Quais os riscos? Que Políticas?”.
De acordo com o documento, em pelo menos dez países (Canadá, Dinamarca, Hungria, Irlanda, Nova Zelândia, Noruega, Espanha, Portugal, Reino Unido e os Estados Unidos) a proporção de desempregados de longa duração aumentou significativamente durante a crise.
Em Portugal, salienta o documento da OCDE, mais de 50 por cento do total de desempregados em 2010 era de longa duração. Em 2007 esse valor estava abaixo dos 50 por cento.
Dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que Portugal terminou 2010 com mais de 600 mil desempregados.
O estudo da OCDE coloca a Hungria em segundo lugar em matéria de desemprego de longa duração, também com valores acima dos 50 por cento, muito próximo de Portugal.
A bater a linha dos 50 por cento estão países como Itália e Irlanda.
Em 2007 nenhum destes países chegava perto destas percentagens de desemprego de longa duração, registando valores abaixo dos 50 por cento.
Em contraponto, a OCDE revela que um outro grupo de países registou uma quebra de desemprego de longa duração durante a crise tais como a Eslováquia, a Alemanha, a Republica Checa, a Grécia, a Polónia, a Bélgica, a Holanda e a Áustria.
Preocupações sobre a persistência do desemprego são particularmente pronunciadas em países que passaram por grandes aumentos no desemprego de longa duração e a OCDE aponta para a necessidade de apostar na formação durante este período.
Contudo, alerta, em países onde o espaço de manobra financeira é limitada pelas severas restrições orçamentárias (por exemplo, Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha), a intensificação dos programas de formação pode ser difícil.
O estudo revela ainda que apesar do elevado nível de desemprego os mercados de trabalho têm reagido bem face à magnitude da recessão económica, resultado que, acrescenta, se deve em parte a reformas para estimular o emprego.
Os últimos dados referentes ao desemprego nos países da OCDE retratam um decréscimo do desemprego revelando que no conjunto dos 30 países que formam a OCDE, o desemprego desceu para 8,2 por cento em fevereiro de 2011 face aos 8,3 por cento registados em janeiro. Portugal é o quinto pais com mais desemprego.
No final de Fevereiro de 2011 existiam 44,9 milhões de desempregados na zona da OCDE, o que representa um aumento de 14,3 milhões em relação a Julho de 2008.
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