A polícia francesa deteve hoje três mulheres – uma de "burqa", outra de "niqab" e a terceira de "hijab" – durante um protesto contra a proibição do véu integral em frente da catedral de Notre Dame, segundo jornalistas no local.
A medida, que proíbe o uso do véu integral que cubra o rosto em espaços públicos em França, entrou hoje em vigor.
A manifestação em Paris foi convocada pela associação “Não toque na minha constituição” e reuniu alguns manifestantes junto da histórica catedral, onde estavam muitos jornalistas e, como é habitual, numerosos turistas.
Um porta-voz policial indicou que as detenções não se deveram ao vestuário das mulheres – o “niqab” e a “burqa” estão interditos pela lei, mas o “hijab”, que deixa ver o rosto, não -, mas por não estarem autorizadas a manifestar-se.
A associação organizadora assegurou que pediu as autorizações necessárias, mas o protesto foi recusado pelas autoridades municipais, que invocaram a entrada em vigor da lei.
O objetivo formal da nova lei é impedir que qualquer pessoa frequente espaços públicos – a rua, edifícios administrativos, estabelecimentos comerciais, restaurantes, salas de espetáculos ou escolas - com o rosto tapado.
O desrespeito da proibição implica o pagamento de uma multa de 150 euros e a possível frequência de um curso de cidadania.
A lei, considerou hoje o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Comissários da Polícia, Manuel Roux, vai ser “infinitamente difícil de aplicar” e “infinitamente pouco aplicada”.
Quando um polícia vir uma mulher com o véu integral, “vai explicar-lhe, vai tentar fazer pedagogia, tentar convencê-la”, explicou Roux em declarações à rádio France Inter.
Mas se a mulher recusar descobrir o rosto, “é aí que as coisas se complicam”, disse. “Não temos poder para obrigar, a circular (do ministro do Interior, Claude Guéant) diz mesmo que não podemos recorrer à força, temos de tentar convencer”, acrescentou.
Foto: Arquivo LW
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