O grupo apresentou a sua última peça, "A outra face da lei", baseada no livro homónimo de José Maria Ramos, natural de São Nicolau. A peça retrata a violência baseada no género, adaptada ao flagelo que assalta a sociedade cabo-verdiana dentro e fora do país. "Decidi trazer para o teatro esta obra que considero ser de grande qualidade, encenada com base no trabalho que temos vindo a fazer em Cabo Verde", diz um dos elementos da trupe, Jorge Martins.
O grupo nasceu pelas mãos de jovens da ilha de Santo Antão a 25 de Março de 1984, e é constituído por nove elementos; quatro homens, quatro mulheres e uma criança de 11 anos, oriundos de Santo Antão e São Vicente. Segundo Jorge Martins, o grupo nasceu devido ao vazio que sentiam no teatro em Cabo Verde. "Só fazíamos teatro nas igrejas e escolas, sendo o teatro uma arte interessantíssima e importante".
Segundo Jorge Martins, membro do grupo desde o início, os "Juventude em Marcha" retratavam incialmente apenas as vivências sociais da sua ilha, mas hoje contam através das suas encenações as histórias de todas as ilhas de Cabo Verde.
Com 27 anos de existência, o grupo conta com 18 peças apresentadas ao público.
Jorge Martins recorda o seu desempenho na primeira representação da trupe, quando deu vida a um idoso de 75 anos, na peça "Problemas de família". O actor tinha na altura apenas 22 anos. "Até hoje as pessoas perguntam-me se fui eu mesmo eu quem representou a personagem, uma vez que era muito jovem e inexperiente".
Aleida Vieira
Fotos: Manuel Dias/Aleida Vieira
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