sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um Porto de 1815 para celebrar os 200 anos de Dona Antónia

A Sogrape assinalou hoje os 200 anos do nascimento de Dona Antónia, com uma prova de seis vinhos do Porto do século XIX, um dos quais, de 1815, é o mais antigo que a casa possui nas caves de Gaia.

A empresa apresentou ainda o vinho AAF - Antónia Adelaide Ferreira DOC 2088, comemorativo também dos 200 anos de Dona Antónia, recordada hoje como um símbolo maior do empreendedorismo e da viticultura duriense e também do altruísmo e da generosidade com os mais necessitados.

O “vintage” Dona Antónia de 1815 surgiu quando a sua “patrona” tinha apenas quatro anos de idade “e só isso bastaria para fazer da sua prova um momento inolvidável”, de acordo com a própria Sogrape.

“Estamos perante o famoso ‘vintage’ de Waterloo”, situa empresa, aludindo à batalha que, correu naquele ano, entre tropas francesas e inglesas.

O vinho exibe uma “aroma intenso a especiarias”, como canela, pimenta e gengibre, tem “notas de madeira exóticas, iodo e cera” e na boca apresenta-se “vivo, com boa acidez equilibrada pelos frutos secos, possuindo um final equilibrado e persistente”.

“Um vinho fascinante”, remata a Sogrape.

A companhia tinha “52 garrafas” deste Porto histórico, segundo disse o líder da sua equipa de enologia, Luís Sottomayor, e abriu duas para esta prova especial, destinada à comunicação social, que teve lugar na “antiga sala de provas da Casa Ferreirinha”.

A prova deste vinho único e dos outros cinco foi orientada por Luís Sottomayor, começou com um Porto de 1851 e o enólogo acredita que “Dona Antónia teve alguma intervenção na sua produção e engarrafamento”, sendo esta uma etapa que na época corria só após alguns anos da colheita.

A prova passou depois por “vintage” de 1847, 1840, 1834, 1830 e, por fim, 1815, tendo este sido o momento culminante.

Mais tarde, a empresa serviu o já referido AAF - Antónia Adelaide Ferreira DOC 2088, um vinho topo de gama que será comercializado a partir de agora e foi concebido para “tentar enriquecer as comemorações dos 200 anos do nascimento de Dona Antónia”, explica o presidente da Sogrape Vinhos, Salvador Guedes.

A empresa apostou assim no “lançamento de um vinho tinto do Douro de qualidade superior, uma especialidade da Casa Ferreirinha”, mas que se diferenciasse das marcas topo de gama já existentes no seu portefólio.

Neste vinho, de que serão lançadas 3.500 garrafas, estão presentes “uvas selecionadas em diferentes quintas da Sogrape, das castas Touriga Nacional (57 por cento), Vinha Velha, Touriga Franca e Sousão.

Luís Sottomayor afirma tratar-se de “um vinho, um bocado, à imagem de Dona Antónia, que os seus conterrâneos apelidaram de ‘Ferrerinha’”.

Dona Antónia faleceu em 1896 e deixou “mais de duas dezenas de quintas” no Douro, um património de que resultou a Companhia Agrícola e Comercial dos Vinhos do Porto A. A. Ferreira, que mais tarde, em 1952, lançou o Barca Velha.

A Sogrape, detentora da Casa Ferreira e maior empresa portuguesa do setor, tem hoje operações na Nova Zelândia, Argentina e Chile e os seus responsáveis declaram-se “bastante satisfeitos” com a vindima deste ano.

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