A questão da competitividade foi debatida, ontem, na Câmara dos Deputados, a pedido dos cristãos-sociais. O debate acabou por se focalizar na indexação automática dos salários, evidenciando diferenças no seio da coligação governamental.
Nas últimas reuniões tripartidas, o ministro da Economia, Jeannot Krecké (LSAP), apresentou 65 medidas para melhorar a competitividade do país. Todas são consensuais no seio da coligação governamental entre os cristãos sociais (CSV) e socialistas (LSAP), excepto a n° 49 que diz respeito à modulação da indexação automática dos salários.
O líder da bancada parlamentar do CSV, Jean-Louis Schiltz, defende que a questão seja resolvida com a maior celeridade. Esta tomada de posição contraria a do primeiro-ministro Jean-Claude Juncker que, no discurso sobre o Estado da Nação, em Maio, remeteu a sua discussão para o Outono.
Já a proposta do Governo em retirar os produtos petrolíferos do índice de cálculo da indexação dos salários tem o aval dos cristãos-sociais.
Em contrapartida, o presidente da fracção parlamentar socialista, Lucien Lux, defende o timing sugerido por Juncker e a inalteração do "index".
Os partidos da oposição não perderam tempo em aproveitar as divergências no seio da coligação para criticar com veemência o Governo.
Exceptuando o partido "Déi Lénk" ("A Esquerda"), todos os partidos da oposição concordam, no entanto, em alterar o actual sistema de indexação. Os liberais (DP) propõem que o próximo "index", previsto pelo STATEC para o início de 2012, seja congelado. Além disso, também são a favor da retirada dos produtos petrolíferos do índice de cálculo da indexação salarial. Os Verdes ("Déi Gréng") subscrevem igualmente esta segunda proposta.
Por sua vez, o ADR (Partido Alternativo Reformador Democrático) sugere a supressão do álcool e do tabaco do mesmo cálculo.
Robert Weber distancia-se do CSV
O deputado cristão-social e simultaneamente presidente do sindicato LCGB, Robert Weber, manifestou, ontem, em comunicado a sua oposição perante a tomada de posição do vice-presidente do grupo parlamentar do CSV, Lucien Thiel. Thiel defendeu a imediata modulação da indexação de salários com ou sem o acordo de uma reunião tripartida.
Robert Weber afirma conformar-se com a agenda proposta pelo primeiro-ministro e esperar pelas discussões sobre o assunto no Outono.
Esta dissonância foi aproveitada pela oposição para criticar o CSV. O presidente da bancada socialista, Lucien Lux, fala de uma equipa, "não de 26, mas de 25 deputados mais um".
Em contrapartida, o presidente dos Verdes, François Bausch, felicitou Robert Weber pela sua coragem, "por não se deixar influenciar".
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