quinta-feira, 11 de novembro de 2010

NATO/Cimeira: Ministro da Defesa português garante aos pares da CPLP que Aliança Atlântica "não é a polícia do mundo"

O ministro da Defesa português esclareceu em Brasília os seus pares da CPLP que a NATO não quer impor-se no mundo, mas fazer parcerias, satisfazendo a preocupação do Brasil em matéria dos limites da atuação da Aliança Atlântica.

"A NATO não é o polícia do mundo. A NATO é a Organização do Atlântico Norte que resulta da vontade de, atualmente, 28 aliados para pôr em comum a sua solidariedade em matéria de defesa coletiva, disse à Lusa o ministro da Defesa português, Augusto Santos Silva; à margem da reunião de dois dias, que começou na quarta-feira em Brasília.

“Portugal tem chamado a atenção para a necessidade de a NATO dialogar com outras entidades, em particular com África e União Africana", prosseguiu Augusto Santos Silva.

Segundo o ministro português, Portugal tem proposto, como membro da NATO, que a organização se habitue com um diálogo regular não apenas com a União Europeia e com a Rússia, mas com organizações de outras regiões do mundo: "Não para impor o seu ponto de vista, não para tentar ter uma influência que seria abusiva, não para extravasar das competências e das finalidades que são próprias da Aliança Atlântica, mas sim para se envolver em parcerias", acrescentou.

Estas explicações, debatidas entre os ministros da Defesa da CPLP, satisfizeram o Governo brasileiro.

"O ministro português informou que foram introduzidas algumas alterações na nova estratégia da NATO, que poderiam oferecer parcerias para outras áreas do mundo. Não é aquela situação inicial que nos foi apresentada - e nós reagimos - de que em qualquer teatro de operações do mundo era possível a intervenção da NATO, desde que os interesses dos estados da NATO estivessem em jogo", disse o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim.

Augusto Santos Silva disse ainda que a Cimeira da NATO em Lisboa, a realizar-se nos próximos dias 19 e 20, será histórica, não apenas pela aprovação do novo conceito estratégico de defesa, mas também por outras duas razões.

Uma delas é a de reunir, nos mesmos dias em Lisboa, a Força Internacional para Segurança no Afeganistão, que definirá o calendário da nova fase de operações no país.

O outro marco histórico da cimeira de Lisboa será a reunião entre NATO e Rússia.

Santos Silva salientou que o Pacto de Varsóvia "está morto" e que a NATO "não tem hoje nenhum inimigo".

O encontro dos ministros da Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPPLP) termina hoje e deverá ser divulgado um comunicado final, em que deverá constar uma manifestação a respeito da situação da Guiné-Bissau.

Sem comentários:

Enviar um comentário