A construção do troço de alta velocidade ferroviária Poceirão-Caia, da futura linha Lisboa-Madrid, avançará entre fevereiro e março de 2011, disse hoje à Lusa o diretor geral da concessionária responsável pelo projeto.
“Em fevereiro ou março estamos à espera de arrancar com a construção”, disse à Lusa Armindo Pinho Martins, referindo que é “difícil” avançar datas, porque é necessária a obtenção de licenças ambientais.
O diretor geral da concessionária ELOS disse que o facto de a Refer e a RAVE – Rede Ferroviária de Alta Velocidade terem retirado do Tribunal de Contas (TC) o pedido de visto prévio ao contrato não afetou até agora o ritmo dos trabalhos.
“Continuamos a trabalhar no mesmo ritmo, na mesma velocidade”, afirmou Pinho Martins à Lusa, à margem do IX Seminário sobre Transporte Ferroviário, a decorrer em Lisboa.
O responsável disse que se a obtenção do visto prévio demorar “um ou dois meses” o calendário não estará em causa, admitindo, contudo, que se o processo “se prolongar por mais de um ano é grave”.
O diretor geral da concessionária sublinhou que o processo para obtenção de visto “é um assunto que corre em paralelo” e que está a ser tratado pela Refer e RAVE com o TC.
A Refer e a RAVE decidiram, em outubro, retirar o pedido de visto prévio “na sequência de pedidos de esclarecimento formulados oportunamente pelo TC em relação a aspetos particulares do contrato”.
O investimento global no troço Poceirão-Caia, que fará parte da futura linha de alta velocidade Lisboa-Madrid, ascende a 1.521 milhões de euros, segundo dados divulgados hoje por Pinho Martins.
O troço foi adjudicado ao consórcio Elos - Ligações de Alta Velocidade, co-liderado pela Brisa e pela Soares da Costa.
O consórcio integra também a Iridium Concesiones de Infraestructuras, do grupo espanhol ACS, Lena, Bento Pedroso, Edifer, Zagope, a norte-americana Babcock & Brown Limited, o BCP e a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
No âmbito da alta velocidade ferroviária, o Governo anunciou a anulação do concurso para a construção do troço Lisboa-Poceirão, que integra a terceira travessia do Tejo e que, em conjunto com o troço Poceirão-Caia, completa a futura linha Lisboa-Madrid.
O Governo decidiu também suspender, por dois anos, a construção das linhas de alta velocidade Lisboa-Porto e Porto-Vigo.
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