A crise económica não poupou o mercado de trabalho luxemburguês, que sentiu os seus efeitos a partir de Novembro de 2008, como explica Jacques Brosius, autor de um estudo publicado nos cadernos "População & Emprego" do instituto CEPS/Instead.
"Foi a partir desse momento que o emprego assalariado interior começou a estagnar e isto depois de um longo período de crescimento de, em média, 4 % ao ano", lê-se no estudo.
Assim, em 2009, "a criação líquida de emprego é quase nula: registaram-se 95.193 contratações e 94.465 fins de contrato (voluntários ou não) em todos os sectores de actividade do Luxemburgo (incluindo o sector de trabalho temporário)". Nesta categoria, 25 mil pessoas encontraram de imediato emprego e 70 mil viveram um período de desemprego de pelo menos um mês.
O sector da intermediação financeira diferencia-se pelo facto de a diminuição de recrutamentos se ter apresentado "mais cedo do que noutros sectores e de forma mais intensa", o que é natural, uma vez que a crise começou por ser "financeira". Por exemplo, segundo o estudo, "nos três últimos trimestres de 2009, a taxa de contratações era inferior em mais de 60 % à registada antes da crise". Pelo contrário, o sector do comércio foi o menos tocado em termos de recuo do recrutamento.
Esta diminuição de contratações atinge sobretudo os trabalhadores com menos de 35 anos. Com efeito, "em 2009, a respectiva taxa de emprego era em média inferior a 25 % em relação à média de 2007", enquanto que essa diferença era apenas de 9 % para os maiores de 45 anos. Segundo o estudo, entre outras explicações, os jovens, desencorajados pela crise, prolongaram provavelmente os seus estudos ou decidiram consagrar-se à vida familiar. O país terá registado, portanto, uma baixa das ofertas de emprego para jovens.
Outra diferença: "Os homens foram ligeiramente mais atingidos pelo recuo das contratações do que as mulheres, sobretudo no início da crise. A respectiva taxa de emprego recuou 26 % em 2009 em relação a 2007, enquanto a mesma baixa foi de 19 % para as mulheres", segundo o autor do estudo.
Finalmente, os fronteiriços registaram a diminuição mais acentuada das contratações depois do surgimento da crise. Para os residentes imigrantes, as novas contratações também diminuíram, mas menos que para os fronteiriços.
Foto: Shutterstock
Sem comentários:
Enviar um comentário