segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Arcelor: Um século de siderurgia celebrado com emoção

A ArcelorMittal celebrou na quinta-feira um século de história e de inovação da siderurgia luxemburguesa. Recorde-se que a ArcelorMittal é o resultado da compra em 2006 da Arcelor pela indiana Mittal Steel. A Arcelor era por sua vez uma fusão efectuada em 2002 por três gigantes do aço europeu: a empresa espanhola Acerália, a francesa Usinor e a luxemburguesa Arbed (Aciéries Réunies de Burbach-Eich-Dudelange), esta última fundada em 1911. A sede da ArcelorMittal, que se tornou assim o número 1 mundial da indústria do aço, encontra-se no Luxemburgo.

A sala Rockhal, em Esch-Belval, recebeu nesta ocasião o grão-duque Henri e a grã-duquesa Maria Teresa, o primeiro-ministro Jean-Claude Juncker, bem como a quase totalidade dos ministros e muitos convidados do mundo político e económico (ver foto).

Lakshmi Mittal, director-geral e presidente do Conselho de Administração da empresa, e Michel Wurth, presidente do Conselho de Administração da ArcelorMittal-Luxembourg, evocaram este século de siderurgia e de história comum com o Grão-Ducado.

No seu discurso, Michel Wurth recordou que "em mais nenhum país do mundo a siderurgia ocupou, no século passado, um lugar tão importante como no pequeno Luxemburgo".

"No interior do país, a siderurgia e as minas talharam o território, enriqueceram o país, acolheram milhares de imigrantes que influenciaram a nossa cultura, permitiram à agricultura progredir graças ao 'scorie Thomas' (NdR: um fertilizante) e participaram na criação do nosso modelo de protecção e diálogo social". Lakshmi Mittal insistiu no know-how da siderurgia luxemburguesa e recordou a produção das pranchas utilizadas no dispositivo de protecção contra as inundações da cidade de Veneza, das vigas de aço extra largas, laminadas em Differdange, que entraram na construção do "One World Trade Center" de Nova Iorque, ou ainda das 1.500 toneladas de aço reciclado utilizado na construção da ArcelorMittal Orbit de Londres. Evocou ainda o futuro, insistindo nas necessidades de adaptação da indústria aos ciclos económicos e à actividade dos mercados.

Na sua intervenção, Jean-Claude Juncker recordou que "existia desde os primeiros dias um contrato entre a Arbed e o país, que formavam um conjunto muitas vez indistinto e sempre inseparável". O primeiro-ministro insistiu na importância da Arbed para a economia nacional, mas sublinhou também os esforços do Estado na recuperação da empresa siderúrgica nos momentos de crise. "Que os dirigentes actuais não se esqueçam disso...", concluiu.

Finalmente e num ambiente de emoção, Jean-Claude Juncker recordou "este local onde se trabalhava duro e era bom viver e crescer", referindo-se ao facto de ele próprio ter nascido a poucas centenas de metros do actual Rockhal, em Belvaux. Os terrenos onde hoje está a Rockhal pertenceram até ao fim dos anos 1990 à Arbed e ali ainda hoje se erguem algumas das estruturas do passado siderúrgico glorioso do país.

Foto: Charles Caratini

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