O economista Nuno Sampayo Ribeiro considerou hoje que as medidas anunciadas na cimeira da zona euro, realizada na quarta-feira, vão permitir uma resolução duradoura do problema e constituem uma resposta à altura das circunstâncias.
“A resposta é uma resposta à altura das circunstâncias no sentido em que cria um conjunto de mecanismos que, do meu ponto de vista, permitirão a resolução duradoura do problema, mas é uma primeira boa notícia. Serão necessárias outras, mas estamos no caminho certo”, disse o fiscalista à Agência Lusa.
Entre as medidas anunciadas após a cimeira estão a redução de 50 por cento da dívida grega e o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), dos atuais 440 mil milhões de euros para um bilião de euros.
“Um aspeto que é particularmente relevante é que alivia a pressão neste exato momento que era aquele em que podia ter um efeito mais nocivo”, considerou.
Na cimeira foi ainda decidido que os países da zona euro adotem uma "regra de ouro" do equilíbrio orçamental, incluindo modificar a sua Constituição, para o final de 2012, e que serão realizadas reuniões, pelo menos, duas vezes por ano, para discutir questões económicas e fiscais.
Considerando que a ênfase destas medidas “está de facto em reforçar a integridade da zona euro”, Nuno Sampayo Ribeiro defendeu que as soluções anunciadas constituem também “uma prova de vitalidade da ponte de comando do euro”.
“De facto é uma primeira boa notícia e alivia claramente a situação, para além de que constitui uma prova de vitalidade da ponte de comando do euro e isso era particularmente importante nesta altura quando a economia mundial estava de olhos postos na zona euro com alguma desconfiança para não dizer até elevada desconfiança”, disse.
Relativamente à situação portuguesa e a um eventual novo programa de ajuda, o economista mostrou-se otimista.
"Acho que a situação ficou bastante mais desanuviada para Portugal no contexto geral, criando condições para que Portugal dê execução aos seus compromissos com um ambiente envolvente mais favorável", concluiu.
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