Quais seriam as consequências de um problema grave na central nuclear de Cattenom, situada junto à fronteira franco-luxemburguesa, a 15 km da cidade do Luxemburgo?
Esta questão esteve no centro de um debate lançado pelo DP (liberais), na quinta-feira, no Parlamento luxemburguês.
“A energia nuclear não é nada segura e é ainda menos uma alternativa fiável em matéria de energia”, afirma Eugène Berger (DP). “Não é segredo para ninguém que se um dia Cattenom tiver um problema é todo o [nosso] país que terá um problema”.
Félix Eischen (CSV), Roger Negri (LSAP), Henri Kox (Déi Gréng) e Gast Gibéryen (ADR) defendem unanimemente uma saída do nuclear e o fim das centrais nucleares.
O ministro da Saúde, Mars Di Bartolomeo (LSAP), diz concordar. Acrescenta que por enquanto não há problemas, mas que o melhor é prevenir, assegurando que as centrais nucleares se tornem ainda mais seguras para evitar dramas.
“Segundo a resposta a uma questão parlamentar sobre o plano de salvamento em caso de acidente em Cattenom, primeiro é preciso analisar o grau de importância do acidente para depois decidir se é necessário evacuar o país ou não. Mas seria mais natural recorrermos aos abrigos em certos casos”, analisa Gast Gibéryen (ADR).
“Ou seja, antes de conhecermos a gravidade da situação, vamos ter de fazer fila à porta da comuna para obter as pílulas de iodo e depois iremos esconder-nos numa cave esperando que a radiação passe. Vimos muito bem o que isso deu em Fukushima”, lamenta Gibéryen.
“Estamos a trabalhar no plano Cattenom”, insiste o ministro. “Não serve de nada alarmarmos as pessoas sempre que há um problema em Cattenom, porque à força de fazer soar o sinal de alarme, as pessoas acabarão por não acreditar quando o momento chegar”, concluiu.
Foto: Fred Antzorn
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