A autarquia da cidade do Luxemburgo organizou a 11 de Julho um encontro associativo no Centro Cultural de Bonnevoie, para o qual convidou todas as associações sem fins lucrativos da capital. Problema: a maioria das associações portuguesas faltou à chamada.
Apesar da alegada reduzida participação de associações portuguesas, o CONTACTO quis ouvir os principais líderes associativos portugueses sobre a importância de um encontro como este. Todos se queixam de falta de transparência na atribuição de subsídios comunais.
José Coimbra de Matos, da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL): "Quanto à fraca participação das associações portuguesas, acho que de facto há muitas associações que estão no papel e que não funcionam como deveriam funcionar. Mas também acho que muitas associações não acreditam plenamente neste tipo de manifestação porque, por exemplo, na questão dos subsídios, uma coisa é a teoria, outra é a prática, porque a atribuição dos subsídios parece ser sempre para os mesmos, assim como os locais. Não quero acreditar que haja da parte da comuna uma distinção entre associações de estrangeiros em relação a outras, mas nesse capítulo já vimos projectos apresentados pela CCPL terem sido atribuídos a outras associações, como por exemplo a 'Maison de Jeunes' em Gasperich e outros".
José Trindade, do Centro Social de Apoio Associativo (CASA) : "Acho que este encontro é muito positivo, mas devia ser feito mais vezes. Lamenta-se realmente que as associações portuguesas não estejam em maior número, o que mostra uma falta de motivação. Quanto aos subsídios, acho realmente que muitos projectos de associações ficam pelo caminho por falta de subsídios da comuna. Assim como os locais municipais que, na minha opinião, deveriam ser postos, muitas vezes, à disposição das associações gratuitamente para as suas manifestações. Por outro lado, é preciso igualmente que as associações apresentem projectos válidos à comuna, acreditando que possam ser apoiados no futuro."
Guy Reger, da Amizade Portugal-Luxemburgo (APL) : "Trata-se de uma iniciativa de grande valor que soube juntar associações de vários quadrantes para debaterem questões importantes e que, a meu ver, é realmente a via que se deve seguir no futuro. Na questão dos subsídios, nota-se por vezes uma falta de transparência. Por exemplo, no caso da APL, acabámos de comemorar 40 anos e, apesar de estar previsto um subsídio para este aniversário, até agora não recebemos nada. Recusaram mesmo um subsídio para um projecto nosso, alegando que se tratava de um projecto somente para portugueses, o que não é o caso, tendo mesmo enviado provas concretas e estatísticas que mostram que o nosso projecto era verdadeiramente aberto. Este encontro é positivo, mas é preciso que toda esta dinâmica continue igualmente fora destes encontros."
G. Veríssimo
(A reportagem na sua íntegra pode ser lida no CONTACTO desta semana)
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