domingo, 31 de julho de 2011

informação aos leitores

A edição papel do jornal CONTACTO
não sai durante o mês de Agosto.


Próxima edição: 7 de Setembro.

A Redacção

Ramadão cumpre-se entre 1 e 29 de Agosto, também no Luxemburgo

Na sua primeira reunião na mesquita LJM de Bonnevoie, a Shoura (assembleia eleita das comunidades muçulmanas do Luxemburgo) elegeu recentemente uma direcção executiva, com Sabahudin Selimovic como presidente, Jean-Luc Karleskind como vice-presidente, Ferid Hodzic como tesoureiro e Ulcun Ender como secretário.

A Shoura enviará uma carta ao ministro dos Cultos, François Biltgen, para o informar da eleição da assembleia e para pedir uma reunião. É com esta instância que o ministro quer negociar uma convenção, à imagem do que se tem sido feito com outros cultos.

Por ocasião da sua reunião constitutiva, a Shoura convidou os imãs do país a reunir-se sob a presidência do conselho religioso da Shoura, para chegar a acordo sobre a regra a seguir para fixar o princípio e o fim do Ramadão. Esta questão tem sido debatida no mundo muçulmano e o Luxemburgo não é excepção. O dr. Jaballah explicou a posição do Conselho Europeu da Fatwa e da Investigação. Em 2007, aquando da sua 17a sessão realizada em Sarajevo, o Conselho adoptou a posição de que o cálculo astronómico, um dado fiável e cientificamente consensual, é uma boa base de decisão susceptível de unir os muçulmanos. Este método permite fixar muito tempo antes a data do início e do fim do mês lunar. É válida para o mundo inteiro, uma vez que a data do início do mês é a que permite a visão da lua nova num qualquer ponto do globo.

O conselho de imãs aprovou esta posição e fixou, provisoriamente, o início do Ramadão do ano 1432 (ano cristão de 2011) a 1 de Agosto próximo e o último dia é o 29 de Agosto. A festa Aid al Fitr fica, por isso, marcada para 30 de Agosto.

F. Pinto
Foto: Guy Jallay

Crónica: Os castelos de Meysembourg e de Larochette

Esta última ( leschte/n ) crónica antes das férias ( vrun der Summervakanz ) do Verão leva-nos à "pequena rocha", isto é, ( dat heescht ) à localidade ( Uertschaft ) de Larochette ( Fiels ), exactamente ( ganz genau ) a sudoeste deste burgo onde ( wou ) vamos descobrir ( entdecken ) o castelo ( Buerg ) de Meysembourg ( Mesebuerg ), que mais se parece com um castelo dos contos de fadas do que propriamente com uma fortificação. Escondidas por detrás ( hanner/t ) de uma frondosa vegetação, duas (zwou) torres (Tierm) românticas deparam-se-nos em frente num abrir e fechar de olhos, tal como se, por magia, entrássemos numa espécie (eng Aart) de Disneylândia. O seu aspecto actual nada (näischt) tem a ver com o verdadeiro castelo, cuja origem remonta aos finais do séc. XI. A família dos Meysembourg desempenhou um papel importante (eng wichteg Roll) juntos dos condes do Luxemburgo e em particular (a besonnesch) junto da condessa Ermesinde (1186-1247) e do conde Jean l’Aveugle (1296-1247). Os arquivos históricos do séc. XII fazem referência à Dama de Meysembourg como sendo uma das confidentes da ilustre condessa, bem como ao nobre de Meysembourg, executor testamentário de Jean l’Aveugle, conde (Grof) de Luxemburgo e rei da Boémia (Kinnék vu Böhmen) (actual República Checa).

As invasões do pequeno (klengen) condado (Grofschaft) levaram por duas vezes (zweemol) à destruição (Zerstéierung) do castelo e à sua sucessiva reconstrução. Um dos seus últimos proprietários (Besëtzer) e herdeiro (Ierwen) por aliança da linhagem dos Meysembourg foi o nobre (Adel) Custine de Wiltz (Wolz) , que abandonou o país (huet de Land verlooss) quando as tropas napoleónicas ocuparam o Luxemburgo. A propriedade (Egentum) passou em seguida para os nobres de Fischbach, que a venderam aos Cassal, que, por seu lado, a venderam a Jean-Francois Reuter de Heddersdorf, que adquiriu praticamente (esou ze soen) toda a localidade de Larochette. Nos finais do séc. XIX, o castelo foi comprado pelo conde de Arenberg, que então (dann) mandou reconstruir o actual palácio segundo os planos do arquitecto Charles Arendt. Este palácio foi, até há pouco, pertença de uma família ligada aos magnates de uma grande firma (eng grouss Firma) de confecção neerlandesa, tendo, há mais ou menos (ongeféier) um mês, sido vendida a uma das mais conhecidas (bekannteste) famílias luxemburguesas ligadas ao comércio vinícola.

O castelo de Larochette


Como que em contraponto a este palácio de estilo neo-renascentista, as ruínas do castelo de Larochette são, por seu lado, bem visíveis a 150 metros de altura. Construído (gebaut) num promontório rochoso, cuja pedra, chamada "grés de Luxemburgo", é característica do país e utilizada na construção de edifícios (Gebaier) importantes, tais como o palácio grão-ducal ou a abadia de Echternach, este "primo" de Meysembourg também sofreu (huet och gelidden) , não só (net nëmmen) das vicissitudes do tempo, mas também (awer och) das guerras que por aqui se travaram. Aliás (iwregens), já aqui falámos (hu mir schon hei geschwat) da "lenda do poço de Larochette" ligada à história de uma ocupação inimiga. Tal como (esou wéi) os Meysembourg, os nobres de Larochette também desempenharam funções de destaque junto (beim) dos condes reinantes. Um documento do séc. XII atesta que os seus varões eram porta-estandartes dos condes do Luxemburgo e seus fiéis vassalos. A sua importância era tal que o imperador do Sacro Império Romano-Germânico Venceslau (Wenzel), e duque do Luxemburgo, concedeu-lhes o direito de cunhar moeda. Uma das curiosidades deste castelo é o facto de lá terem existido cinco palacetes (fënnef Schlässer) , o que indica que houve outras famílias nobres ligadas por aliança aos Senhores de Larochette que ali construíram o seu próprio (eegen) palácio. Sabe-se (et ass bekannt) que foi no decorrer do século XIV que duas das filhas dos Senhores de Larochette se casaram com dois nobres de Homburgo – localidade não muito longe do Luxemburgo –, dando assim origem ao "palacete Hombourg". Uma outra aliança foi ainda consagrada nos finais desse mesmo século com os nobres de Créhange (perto de Metz) – aliança que deu origem ao "palacete de Créhange". Infelizmente (leider), nos finais do século XVI, um terrível (fuerchtbar; schrecklech) incêndio (Feier; Brand) veio destruir o altivo castelo que assim ficou (déi esou bliewen ass) em ruínas até aos finais do séc. XX – altura em que as autoridades de tutela procederam a uma parte (en Deel) da sua reconstrução e a escavações arqueológicas que, finalmente, virão dar testemunho do seu passado, permitindo assim uma melhor compreensão da sua história.

Larochette detém igualmente um lugar de destaque na história contemporânea do Luxemburgo, visto que Jean Zinnen, o compositor da melodia que se tornou o hino nacional do Grão-Ducado ("Ons Hémecht – notre patrie"), é nativo de Larochette.

Maria Januário

Fotos: Gerry Huberty/Charles Caratini

(Rubrica de civilização, cultura e língua luxemburguesas, publicada na última edição do mês. Próxima publicação: 28 de Setembro)

sábado, 30 de julho de 2011

Cursos de Luxemburguês no Verão

Pelo sexto ano consecutivo, a associação "Moien–eng Bréck fir eis Sprooch" ("Uma ponte para a nossa língua") organiza cursos intensivos de luxemburguês durante o Verão. Mais de uma centena de pessoas de diferentes nacionalidades terminaram já a primeira fase desta formação. Uma segunda série de módulos de vários níveis arranca a partir de 22 de Agosto.

Inscrições e mais informações pelo tel. 26 31 13 43, ou por correio electrónico ( moien@pt.lu ).

Luxemburgo: CASA encerrado até 15 de Setembro

O Centro de Apoio Social e Associativo (CASA) informa que os serviços sócio-culturais prestados por esta associação encontram-se encerrados até 15 de Setembro.

Para assuntos urgentes e/ou mais informações, as pessoas interessadas devem contactar o CASA no site www.casa-asbl.lu ou pelos telefones de serviço: José Ferreira Trindade, pelo tel. 621 152 104; Leonor Ferreira, 621 291 845; Cristina Peixoto, 621 632 828; Marlène Martins, 691 980 029; e/ou Catarina Andrade, 621 300 155.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Historiador português lança livro sobre portugueses do Luxemburgo


O historiador português António de Vasconcelos Nogueira acaba de lançar o livro "Os Portugueses no Luxemburgo", que retraça a história da imigração portuguesa no Grão-Ducado e analisa algumas das dificuldades de integração dos portugueses no país. O livro é fruto de cinco anos de investigação num tema inédito na historiografia contemporânea.


A ideia surgiu-lhe em 2004, quando estava a terminar os estudos de pós-doutoramento sobre outra minoria, os judeus portugueses na diáspora, que daria origem ao livro "Capitalismo e Judaísmo", editado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

"Estava em Cambridge, e no avião que tinha apanhado os jornais faziam manchete com a visita oficial de Jorge Sampaio ao Luxemburgo. Uma das manchetes tinha em parangonas a seguinte referência: 'O país com maior número de portugueses'. E isso excitou em mim interesse. Não existia nenhum estudo, nenhuma tese de doutoramento, nem monografias que de uma forma exaustiva e actualizada tratassem mais de cinquenta anos de presença portuguesa".

Foi este o desafio em que António de Vasconcelos Nogueira se lançou quando em 2006 veio para o Luxemburgo com uma bolsa de estudos da Universidade de Aveiro e da Fundação para a Ciência e Tecnologia para estudar a imigração portuguesa.

"Para compreender a comunidade portuguesa no Luxemburgo, que era o meu objectivo, precisei de compreender a sociedade luxemburguesa", explica o filósofo e historiador.

Para o fazer, António Vasconcelos cruzou dados económicos, históricos e sociológicos, e lançou mão de metodologias menos ortodoxas. Chegou a trabalhar alguns meses por turnos no aeroporto, nas cargas e descargas, "onde trabalha um grande contigente de portugueses", para poder fazer aquilo a que chama "observação activa". Até ser descoberto pelos outros trabalhadores, que estranharam a linguagem cuidada do historiador.

O resultado deste trabalho de cinco anos é o livro "Os Portugueses no Luxemburgo - Contribuição para a história das migrações", agora editado pela editora Sítio do Livro, e que o autor descreve como "três livros num só": "uma história concisa das relações entre Portugal, os Países Baixos e o Luxemburgo, desde a Idade Média ao tempo presente", "uma história do Luxemburgo, para conhecimento dos portugueses, explorando aspectos escamoteados das historiografias oficiais", e "uma história dos 50 anos da imigração portuguesa no Luxemburgo, de 1960 a 2010".

O LUXEMBURGO É
"UMA SOCIEDADE FECHADA"

O estudo agora publicado representa "uma lança em África" na historiografia contemporânea. Além de uma monografia sobre as famílias portuguesas da investigadora Delfina Beirão, não havia até agora "um estudo que tratasse de forma sistemática e transversal a imigração portuguesa no Luxemburgo". Um terreno inteiramente a desbravar que colocou algumas dificuldades ao investigador. António de Vasconcelos ficou surpreendido com a "sociedade fechada" que encontrou, e garante que chegou a ser impedido de consultar fontes oficiais.

"Aqui tive de superar algumas dificuldades no acesso directo às fontes, foram-me criados problemas. Quando eu quis aceder aos índices de suicídio, por exemplo, foi-me dito na Biblioteca Nacional que a fonte tinha desaparecido da estante. Era um tema demasiado incómodo cujas fontes eles não queriam partilhar com um investigador independente, estrangeiro, para mais português. Consegui, passados três anos, aceder a esta mesma pista de outra maneira, sem precisar que estava a consultar dados sobre o suicídio. Mas quando quis tirar fotocópias, e verificaram que era sobre este tema, voltei a ser impedido", conta.

"A sociedade luxemburguesa é extremamente fechada, e isso foi um choque para mim. Eu tinha estado a fazer pesquisa nos Estados Unidos, e tinha a ideia que, sendo a sede de uma praça financeira mundial, e uma sociedade capitalista com um PIB dos mais desenvolvidos da União Europeia, fosse encontrar uma sociedade aberta, de horizontes, uma sociedade de cultura, onde as pessoas tivessem horizontes e interesses. E constatei o contrário".

Para o autor, os luxemburgueses "vivem numa redoma artificial" proporcionada pelos empregos no sector do Estado, e são "fechados aos imigrantes", o que explica em parte as dificuldades de integração dos portugueses, sobretudo no ensino, defende. "Uma das teses do livro é que o Luxemburgo acolhe o imigrante mas não a sua pessoa. Acolhe o imigrante mas o imigrante é uma figura abstracta, é mão-de-obra descartável", diz.

"A nossa comunidade continua a ter dificuldades de afirmação e de integração. Têm salários e contratos baixos, continuam a dar a sua contribuição, mas em períodos de recessão, de crise, são facilmente descartáveis", denuncia. E as dificuldades do sistema de ensino luxemburguês são uma barreira para as segundas gerações, defende.

"Há aqui um desfasamento de valores e de referentes que faz com que [as segundas gerações] por um lado se apercebam da vida e da condição dura, alienante, dos pais, e por outro estejam num beco, numa situação sem saída, porque a escola não lhes dá alternativas", explica. "É um sistema de ensino que não está nem adaptado aos tempos, nem às necessidades da população".

"Não há de facto uma aposta no maior valor, que são os recursos humanos. Não é só um problema das línguas. É todo um sistema que assenta num modelo de memorização, de obediência, de uma certa disciplina que torna incapacitante a análise, a capacidade de síntese, de argumentação, e a própria curiosidade de busca e de procura. Estive aqui cinco anos e não encontrei praticamente opinião crítica. É aflitivo ", acusa.

António de Vasconcelos Nogueira nasceu em Águeda em 1961. Doutorado em Filosofia (2001) e pós-doutorado em História Económica (2005), foi investigador-bolseiro da Fundação Ciência e Tecnologia e colaborador externo do Centro de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro desde 1998. Durante a estadia no Luxemburgo, foi colaborador do jornal CONTACTO. Algumas das crónicas que publicou foram incluídas no livro agora editado.

O investigador deixa o Luxemburgo já em Agosto com destino ao Canadá, onde espera trabalhar na área de estudos portugueses.

O livro "Os Portugueses no Luxemburgo" pode ser adquirido no portal da editora Sítio do Livro ( www.sitiodolivro.pt ), ao preço de 21,47 euros.

Foto e texto: P.T.A / Contacto

Aborto volta a agitar Portugal - movimentos pela vida querem novo referendo

Movimentos conotados com a Igreja Católica estão a juntar 75 mil assinaturas para que em Portugal se realize um terceiro referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez.

O aborto volta a ser tema de debate em Portugal. Depois de, ainda durante a campanha eleitoral, Pedro Passos Coelho ter admitido a possibilidade de efectuar um novo referendo, vários movimentos contrários à interrupção voluntária da gravidez (IVG) iniciaram de imediato a angariação das 75 mil assinaturas necessárias para que a Assembleia da República pondere a possibilidade de uma nova consulta popular.

"A actual lei é um atentado contra a saúde pública e remete o aborto para um simples método contraceptivo", disse ao CONTACTO Isilda Pegado (na foto), presidente da Federação Portuguesa pela Vida, que reúne mais de 20 associações pró-vida. No entanto, a responsável defende que a alteração à lei deveria fazer-se, antes, a partir do debate político, sem necessidade de um referendo. "A legislação tem apenas quatro anos e para mudar a regulamentação não é preciso um referendo. Basta que haja vontade política", adiantou.

Mas entre os que se opõem à despenalização do aborto, são poucos os que acreditam que a legislação vá mudar por mera vontade política. "O terceiro referendo é mesmo para avançar", disse ao Contacto Daniel Serrão, médico, ex-presidente do Conselho Nacional de Ética e Ciências da Vida (CNECV), e um dos antigos consultores do papa João Paulo II. "Será uma oportunidade para clarificar todas as questões relacionadas com a vida", salientou, frisando: "Não estamos perante um movimento religioso ou político, mas perante uma iniciativa da sociedade civil, que defende a vida".

Os militantes dos movimentos pró-vida consideram que a lei da interrupção voluntária da gravidez, vigente em Portugal desde 2007, "está a conduzir o país para uma desgraça". Segundo Isilda Pegado, uma mulher que esteja em casa de baixa médica por ter partido uma perna recebe 65 por cento do salário. Mas se for hospitalizada para fazer um aborto por sua livre e espontânea vontade recebe 123 por cento do vencimento". Ou seja, "o Estado incentiva o aborto sem quaisquer políticas de apoio à paternidade e maternidade responsáveis", disse.

Daniel Serrão assume-se como o rosto do movimento que pretende juntar todas as organizações que lutam contra o aborto, decididas a recolher as necessárias 75 mil assinaturas. "Pretendemos que se realize um referendo sobre a inviolabilidade da vida humana, desde a concepção até à morte", esclareceu.

Neste momento, está já a ser constituída uma rede de mandatários em todos os distritos, concelhos e freguesias, que conta com mais de 300 pessoas. Segundo Daniel Serrão, em breve será enviada uma carta a todos os líderes religiosos, bispos, padres, pastores, rabinos, imãs e sheiks, no sentido de lhes solicitar apoio total e claro à iniciativa.

As vozes oficiais da Igreja Católica, por seu lado, estão ainda um pouco com o pé atrás. "É sabido que a Igreja apoia sempre tudo o que defenda a vida. Essa deve ser a grande causa dos países e da Humanidade”, explicou o padre Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa. Lembra, contudo, que nenhum pedido de apoio ao referendo chegou aos bispos portugueses. "Quando o pedido chegar, será dada uma resposta", disse. "Mantemos a posição de sempre, ou seja, a defesa intransigente da vida, em todas as circunstâncias", acrescentou.

Em Lisboa, a clínica dos Arcos (na foto, é direita) é um dos locais onde as mulheres recorrem para interromper a gravidez. Quase todos os dias ali se juntam militantes anti-aborto. É o caso de Leonor Ribeiro e Castro, fundadora, com mais três amigas, da "Missão Mãos Erguidas a Nossa Senhora de Fátima". "Já salvámos mais de três dezenas de vidas", disse ao CONTACTO, salientando que, "se não fosse a lei, aprovada em 2007, mais de 60 % dos 75 mil abortos dos últimos quatro anos não teriam acontecido".

Portugueses já votaram duas vezes

Portugal já teve dois referendos sobre a interrupção voluntária da gravidez. O primeiro foi realizado a 28 de Junho de 1998 com uma vitória do "não" à despenalização. Mas o principal vencedor foi a abstenção, com 68,11 % dos votos. Votaram "sim" 1.308.130 pessoas, e 1.356.754 votaram "não". A pergunta era: "Concorda com a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, se realizada por opção da mulher nas primeiras 10 semanas em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?".

Os eleitores mais conotados com a esquerda desinteressaram-se do assunto e aproveitaram o dia para ir à praia. Os sectores mais conservadores, sobretudo os mais conotados com a Igreja Católica, pelo contrário, acorreram em massa às urnas. Mas os políticos da esquerda partidária não se deram por vencidos e, passados nove anos, conseguiram uma nova consulta popular. Foi a 11 de Fevereiro de 2007. Era Inverno e a ida à praia já não serviu de desculpa. Por isso, a abstenção foi menor: 56,43 %. Ou seja, 2.238.053 (59,25 %) votaram "sim" e 1.539.078 (40,75 %) votaram "não". A pergunta aos eleitores foi exactamente igual à de 1998.

A incerteza do apoio dos partidos do governo

Após ter admitido, em entrevista à Rádio Renascença, a realização de um novo referendo sobre o aborto, a 26 de Maio, Pedro Passos Coelho foi, depois, mais ponderado na análise, ao perceber que poderia não ter o apoio de Paulo Portas, seu futuro colega de governo. O líder do CDS, em reacção ao anúncio do líder do PSD, defendeu não fazer sentido reabrir a hipótese de novo referendo antes de passarem, pelo menos, dez anos sobre o anterior que aprovou a despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Perante esta tomada de posição, também Passos Coelho esclareceu: "Sei que há grupos de cidadãos portugueses que têm feito petições à Assembleia da República a pedir um referendo. O que eu disse a esses cidadãos é que primeiro é preciso reavaliar a lei, e o Parlamento não pode aprovar uma outra lei para depois ser sujeita a referendo. É preciso fazer o referendo depois da avaliação e antes de legislar", explicou. Se as 75 mil assinaturas chegarem ao Parlamento a exigir um novo debate, Pedro e Paulo terão de se explicar melhor perante os movimentos pró-vida. O apoio do PSD e do CDS/PP não é ainda claro.

Menos abortos que o esperado


O número de interrupções voluntárias da gravidez tem sido inferior ao estimado quando a lei entrou em vigor, a 15 de Julho de 2007. Tem mesmo vindo a diminuir. No ano passado, registaram-se 18.911 abortos por opção da mulher, menos 311 que em 2009, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde. A estimativa era para 20 mil abortos por ano. A maioria das mulheres fez o seu primeiro aborto (75,41 %) e quase 40 % não tinham filhos.

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Entrevista a Daniel Serrão, antigo consultor do papa João Paulo II
"O valor da vida humana é biológico, não é religioso"

CONTACTO: Porquê um novo referendo sobre o aborto?

Dabiel Serrão:
Não pretendemos um referendo sobre o aborto mas sobre o valor da vida. Queremos saber que valor dá a população portuguesa à vida humana, desde o nascimento até à morte, desde o embrião na gravidez até à doença na velhice. Ou seja, o referendo deve integrar as questões do aborto, da destruição de embriões e da eutanásia.

CONT.: Considera diminuído o valor da vida humana?

D.S.:
Temos vindo a dar passos importantes no sentido de a valorizar. Os portugueses foram os primeiros no mundo a dizer não à condenação à morte. Outros países fizeram o mesmo porque consideraram que ninguém pode acabar com a vida por sua própria iniciativa. Mas há Estados onde a pena de morte permanece. E continuam as guerras. Não há guerras justas. As guerras são sempre injustas.

CONT.: Como está a decorrer a recolha das 75 mil assinaturas?

D.S.:
Não estou na parte operacional. Mas o nosso objectivo é chegar a todos os portugueses, sejam mais ou menos cultos. Queremos chegar ao Portugal profundo e ouvir dizer de todas as pessoas, mais ou menos cultas, o que pensam sobre o valor da vida humana. Todas as pessoas têm uma opinião sobre a vida.

CONT.: Conta com o apoio da Igreja Católica?


D.S.: Contamos com o apoio de todas as estruturas que acreditem no transcendente, e não só. O valor da vida humana não é religioso. É biológico. Tudo o que está vivo apela à vida. Uma semente dá flor. Também o ser humano tem a força da vida para que haja vida e não a morte. O referendo tem igualmente a função de chamar a atenção de que a morte pela morte não tem sentido.

Textos: Licínio Lima
Fotos: Elisabete Silva

Luxemburgo: PS questiona Governo sobre situação de 420 portugueses em risco de perder emprego


O deputado socialista eleito pela Europa, Paulo Pisco, questionou hoje o Governo sobre o acompanhamento e apoio a 420 trabalhadores portugueses da Soccimo, uma empresa de construção no Luxemburgo cujos empregos estão em risco.

Em requerimento dirigido à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, entregue hoje na Assembleia da República, Paulo Pisco quer saber se o Governo "está a acompanhar a situação (…) e a providenciar o apoio necessário aos portugueses atingidos".

Em causa estão 476 trabalhadores, 420 dos quais portugueses, da empresa de construção luxemburguesa Socimmo, que está em situação de falência iminente.

As dificuldades de tesouraria e a acumulação de dívidas na empresa de construção Socimmo dura há algum tempo, mas na quarta-feira os funcionários foram confrontados com a sua falência iminente. A empresa tem as contas congeladas, os bancos estão a recusar-lhe financiamento e os trabalhadores têm dois meses de salários em atraso e quatro de horas extraordinárias.

Na quinta-feira, depois de uma manifestação dos funcionários da empresa em frente ao Ministério da Economia do Luxemburgo, os ministros da Economia, Jeannot Krecké, e do Trabalho, Nicolas Schmit, estiveram reunidos durante duas horas com a direção da Socimmo, os sindicatos e os representantes da banca na tentativa de encontrar uma solução.

No final do encontro, Jeannot Krecké disse que "não há nada a fazer" e que a "empresa vai à falência”.

O Governo luxemburguês procura agora soluções que permitam pagar o mais rapidamente possível os salários em atraso.

No requerimento, Paulo Pisco lembra que "no passado havia uma relação de cooperação bastante construtiva" entre os Ministérios do Emprego de Portugal e do Luxemburgo, questionando o Governo sobre se o Ministério da Economia e do Emprego está "a diligenciar esforços de diálogo com os seus homólogos luxemburgueses para a melhor resolução do problema".

Foto: Guy Jallay

Site da escritora Dulce Rodrigues propõe histórias infantis para o Verão

Dulce Rodrigues, escritora portuguesa a viver entre o Luxemburgo e a Bélgica desde 1985, tem um site internet no seguimento do seu primeiro livro infanto-juvenil "L’Aventure de Barry” (posteriormente traduzido para português, "A aventura do Barry") .

O "dono" do sítio é o próprio cão Barry. É ele que se dirige aos leitores, propondo-lhes actividades lúdicas como desenhos para colorir, máscaras e outros trabalhos manuais, cantigas de roda e de embalar, fotos de crianças de outros países e de animais. Há também vídeos divertidos para ver, conselhos sobre como cuidar dos animais domésticos, jogos, e matérias escolares como a matemática, que é apresentada como algo fácil de compreender. Podemos igualmente encontrar lendas e contos, e os livros e peças de teatro infanto-juvenis da autora.

O acesso ao portal é gratuito e sem publicidade, e o site , acessível a deficientes visuais, está disponível em português, francês, inglês e alemão.

Como proposta literária para este Verão, Dulce Rodrigues lançou recentemente o livro "Piloto e Lassie - Uma outra estória de Romeu e Julieta", uma peça de teatro para todas as idades. Encontra-se também à venda desde há alguns dias, na Amazon, uma peça de teatro infantil da autora, "Há Festa no Céu”, adaptada de um conto tradicional brasileiro. Ambos os livros podem ser lidos em PC, Mac, iPhone, iPad, BlackBerry ou Android Phone.

Resta visitar, para conhecer estas e outras sugestões, o portal da autora em www.barry4kids.net, na internet.

Dulce Rodrigues nasceu em Lisboa, onde viveu grande parte da sua vida. Mas a carreira profissional conduziu-a a outros países da Europa, tendo vindo para o Luxemburgo em 1985, para trabalhar na Namsa. Actualmente reformada, vive na Bélgica.

Depois da publicação, há já alguns anos, da primeira edição do livro "L’Aventure de Barry”, Dulce Rodrigues criou o projecto pedagógico www.barry4kids.net que lhe tem proporcionado colaborações em vários países da Europa, incluindo na Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Roménia.

Pelo facto de escrever em várias línguas, a autora viu os seus livros editados em vários países. Por exemplo, a peça de teatro "Pinguim e a Figueira” foi representada na Roménia e no Luxemburgo; e "O Pai Natal está constipado” teve também edição bilingue (em francês e português).

Gualter Veríssimo

Luxemburgo: PCP questiona governo sobre situação de 420 portugueses que podem perder o emprego



O PCP questionou ontem o Governo sobre se está a acompanhar a situação de "um grupo de 420 trabalhadores portugueses de uma empresa da área da construção, no Luxemburgo", que "tem em risco os seus postos de trabalho".

O grupo parlamentar comunista dirigiu as perguntas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e quis saber se este tem conhecimento da situação, qual o acompanhamento que está a ser feito e que tipo de apoio está a ser prestado aos trabalhadores.

"Conforme está hoje a ser noticiado, estes trabalhadores estiveram concentrados junto ao Ministério da Economia do Luxemburgo, exigindo intervenção do governo luxemburguês na salvaguarda dos seus postos de trabalho. Desta contestação obtiveram a garantia da intervenção dos Ministérios da Economia e do Trabalho luxemburgueses na mediação para a manutenção dos referidos postos de trabalho", refere o texto do PCP.

Em causa está a empresa de construção luxemburguesa Socimmo que está em situação de falência iminente.

As dificuldades de tesouraria e a acumulação de dívidas na empresa de construção Socimmo, onde 420 dos 476 trabalhadores são portugueses, dura há algum tempo, mas quarta-feira os funcionários foram confrontados com a sua falência iminente.

A empresa tem as contas congeladas, os bancos estão a recusar-lhe financiamento e os trabalhadores têm dois meses de salários em atraso e quatro de horas extraordinárias.

Ontem, apesar da reunião realizada com as autoridades luxemburguesas, sindicatos e banqueiros, soube-se que a empresa vai mesmo declarar falência, colocando 420 portugueses no desemprego, confirmou um dos representantes dos trabalhadores.

“A empresa vai mesmo falir”, confirmou Paulo Viegas, num tom desolado, à agência Lusa.

Devido a dificuldades de tesouraria, a empresa não consegue as garantias bancárias de 600 mil euros necessárias para continuar a operar.

Dos 476 empregados da empresa, 420 eram portugueses, sendo que a maioria destes está na empresa, em média, há mais de 15 anos.

Segundo António Feliciano, um encarregado da empresa luxemburguesa, “não há muito o que fazer (diante da situação), além disso, muitos empregados já estão de férias”, reportando para Setembro alguma posição dos trabalhadores.

Ontem, funcionários da empresa manifestaram-se em frente ao Ministério da Economia do Luxemburgo, onde uma delegação foi recebida pelos ministros da Economia, Jeannot Krecké, e do Trabalho, Nicolas Schmit.

No início da tarde, aconteceu uma reunião de duas horas entre os dois ministros, a direcção da Socimmo, os sindicatos e os banqueiros.

“Não há nada a fazer, a empresa vai à falência”, disse o ministro Krecké, citado pela Voix du Luxembourg.

O objectivo agora, segundo Jeannot Krecké, é "buscar soluções para que os funcionários sejam pagos o mais rapidamente possível", acrescentando que é preciso também “encontrar-lhes um novo emprego”.

O presidente da Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo, Coimbra de Matos, alertou para o impacto social da falência da Socimmo, considerando que a maioria dos 476 trabalhadores não poderá ser requalificada.

O dirigente associativo calcula que o despedimento dos trabalhadores da Socimmo irá afectar duas mil pessoas.

Foto: Guy Jallay

Fundação luxemburguesa Félix Chomé inaugura nova residência para idosos com rendimentos modestos

Após 30 anos de utilização, a residência para idosos criada e gerida pela Fundação Félix Chomé, na cidade do Luxemburgo, vai ser substituída por um novo edifício, perto do local do primeiro. São cerca de 60 estúdios para idosos com rendimentos modestos, mas que podem e querem viver de forma autónoma.

Para mais informações, os interessados podem contactar a Fundação Félix Chomé no n°50 rue d'Eich, na cidade do Luxemburgo, ou pelo tel. 43 60 01 81 (email: fchome@pt.lu ).

Criada em 1972 por Alice Chomé-Bastian, viúva de Félix Chomé, antigo director-geral e presidente da ARBED, recorde-se que esta fundação financiou em 2010 quase integralmente (à altura de 2,3 milhões de euros) o Lar de Terceira Idade do Lombo, da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, que tem capacidade para 55 utentes em lar e 40 em apoio domiciliário. Em troca, a fundação luxemburguesa pediu prioridade no novo lar para os possíveis utentes familiares de emigrantes no Luxemburgo.

Residentes do Luxemburgo cada vez mais ricos - estudo

Os habitantes do Luxemburgo estão cada vez mais ricos e poupam cada vez mais. Foi o que ressaiu recentemente na apresentação das contas financeiras do Luxemburgo, com, desta vez, um destaque principal para as famílias e os actores do sector financeiro.

Entre 2006 e 2011, a riqueza financeira líquida das famílias aumentou mais de 50 % para atingir 34,34 mil milhões de euros, o que corresponde, segundo o Statec, a um aumento anual de 8 %.

Se foram contabilizadas todas as posses e propriedades mobiliários e imobiliárias, a riqueza total dos habitantes do país eleva-se a 55,85 mil milhões de euros, contra 36,62 mil milhões em 2006.

A maior parte, cerca de 25,94 mil milhões, está depositado nos bancos, enquanto nos "porta-moedas" (ou seja, em líquido na posse dos cidadãos) encontram-se 1,99 mil milhões. Acções e participações constituem 12,58 mil milhões de euros, os títulos de valor 7,90 mil milhões, e os seguros vida 4,28 mil milhões. O que confirma que, independentemente da crise financeira, o poder de economia dos residentes continuou a aumentar.

No entanto, as dividas também aumentaram 52,1 %. Há cinco anos, os cidadãos do Luxemburgo tinham empréstimos no valor de 13,84 mil milhões de euros. Hoje, a sua dívida é de 21,51 mil milhões. Os empréstimos a longo prazo (por exemplo: compra de casa) aumentaram em cinco anos de 12,97 para 19,53 mil milhões de euros (+50,5 %). Um aumento bastante acentuado nota-se também nos empréstimos a curto prazo. Sendo na sua maioria empréstimos de consumo, como para a compra de automóveis, estes subiram de 0,87 mil milhões de euros para 1,99 mil milhões (128,7 %).

Mas apesar deste aumento não ter sido tão importante como o da riqueza, o número de habitantes do Grão-Ducado também cresceu. Segundo o Statec, a população nacional aumentou 8,9 % em cinco anos, para atingir hoje as 511 mil pessoas (469 mil, em 2006).

O instituto de estatística luxemburguês apresentou igualmente as contas do institutos financeiros. Os bancos, fundos de investimento e seguradoras detêm 5.207,61 mil milhões (+70 %) de fundos, contra 5.186,83 (+74,7 %) de dividas, o que perfaz um resultado líquido de 20,77 mil milhões de euros.

Carlos de Jesus
Foto: Marc Wilwert

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Recenseamento eleitoral: só 32.130 estrangeiros podem votar no Luxemburgo



O número de estrangeiros inscritos para votar no Luxemburgo é agora de 32.130, segundo dados do Centro de Estudos e de Formação Intercultural e Social (Cefis) divulgados esta semana.

Durante a última campanha de recenseamento para as eleições comunais deste ano, recensearam-se mais 8.173 estrangeiros, um aumento de 34,1% em relação às últimas eleições.

O peso eleitoral dos estrangeiros, que representam 42,9% da população, é agora de 12%. Era de 10% nas últimas eleições comunais, em 2005.

Segundo os números divulgados esta semana, a taxa de inscrição dos estrangeiros é agora de 18%, contra 15 % nas últimas eleições.

O Gabinete Luxemburguês de Acolhimento e Integração (OLAI na sigla em francês) encomendou um estudo ao Cefis sobre o recenseamento dos estrangeiros, mas os resultados por nacionalidade e regiões do país só vão ser divulgados em Setembro, anunciou o Governo luxemburguês.

Mas o CONTACTO apurou já alguns números nas principais localidades do país.

Na capital, o número de estrangeiros inscritos não vai além dos 5.311, entre 47.222 não-luxemburgueses com mais de 18 anos. Fonte da Loja do Cidadão (Bierger-Center) da cidade do Luxemburgo disse ao CONTACTO que a autarquia não tem dados sobre o número de residentes estrangeiros que preenchem as condições necessárias para votar (cinco anos de residência), até porque os potenciais eleitores podem ter vivido antes noutras localidades do país. Mas dos 47.222 estrangeiros com mais de 18 anos – a idade para votar –, só estão recenseados 5.311 (cerca de 11 %). Eram 3.971 antes da campanha, o que corresponde a mais 1.340 inscritos (um aumento de 25 %, muito aquém dos resultados nas últimas comunais, quando o número de estrangeiros quase duplicou).

Um cenário que se repete em Esch-sur-Alzette, a segunda maior cidade do país. Ali, a campanha só conseguiu que se inscrevessem mais 286 estrangeiros nos cadernos eleitorais (um aumento de 11,9 %). O número total de estrangeiros recenseados não vai além dos 2.391, num universo de 12.293 pessoas com mais de 18 anos.

Em Wiltz, no Norte do país, há 400 estrangeiros inscritos entre os 2.600 que vivem na localidade. Em Larochette, só 267 dos 980 estrangeiros estão recenseados. Em Hesperange, são apenas 921 dos 6.900 potenciais eleitores. E em Differdange, há 1.578 estrangeiros recenseados num universo de 11.792 estrangeiros (7.623 dos quais portugueses).

Foto: saint-paul Luxembourg

Associação portuguesa entrega cheque de 1.500 euros a bombeiros de Grevenmacher


O Grupo Português Assistencial e Recreativo de Grevenmacher entregou esta semana um cheque de 1.500 euros aos bombeiros voluntários da localidade.

O montante foi angariado durante a Festa da Amizade Luso-Luxemburguesa em honra de Nossa Senhora de Fátima, organizada pela associação dias 21 e 22 de Maio.

Luxemburgo: Irmãos Schleck e Voeckler juntos hoje na Gala "Tour de France"



Os irmãos Schleck e o francês Thomas Voeckler correm hoje juntos na Gala "Tour de France", que arranca às 19h30 no bairro da Gare, no Luxemburgo.

Além de Andy e Frank Schleck, segundo e terceiro classificados na Volta à França, e de Voeckler, camisola amarela durante dez dias, participam também na corrida Tony Martin (HTC), que venceu o contra-relógio no sábado, Maxime Monfort, colega de equipa dos dois irmãos, e os ciclistas luxemburgueses Jempy Drucker, Ben Gastauer, Christian Poos e Laurent Didier.

O percurso de 85 quilómetros começa na place des Martyrs, e percorre a avenue de la Liberté e parte da avenue de La Gare.

A corrida, que arranca às 19h30, deverá prolongar-se até às 21h.

Milhares de pessoas assistiram à última gala em que os irmãos participaram, em Julho do ano passado, quando Andy foi igualmente segundo na Volta à França.

(Texto: P. Selas / Redacção - Foto: Serge Waldbillig)

Luxemburgo: Férias colectivas na Construção Civil, a partir de sexta-feira

As férias colectivas na construção civil luxemburguesa têm este ano início na sexta-feira, 29 de Julho, e terminam na sexta-feira, 19 de Agosto. O regresso ao trabalho dá-se a 22 de Agosto.

São muitos os trabalhadores portugueses neste ramo e, assim, o início das férias colectivas no sector coincide habitualmente com o das partidas massivas de portugueses rumo a Portugal.

Aos que partem de automóvel convem informar que o próximo fim-de-semana está assinalado como "vermelho" nas auto-estradas luxemburguesas, francesas e espanholas rumo ao sul da Europa.

Foto: Manuel Silva (mars)

Férias: Recomendações do Automóvel Clube do Luxemburgo

O carro continua a ser o meio de locomoção privilegiado para as deslocações em tempo de férias. É por isso que o Automóvel Clube do Luxemburgo (ACL) recomenda, antes da partida, alguns cuidados básicos com o carro para que este não se transforme numa dor de cabeça.

Antes de partir para férias, é bom conhecer as regras em vigor nos países estrangeiros por onde vai passar. Além disso, preparar antecipadamente os itinerários e prever locais para descansar – pausas todas as duas ou três horas – é uma atitude que ajuda a viajar em segurança e com mais tranquilidade. Tal como o respeito dos limites de velocidade e das distâncias de segurança para o veículo da frente. Antes de viajar, é importante verificar a pressão dos pneus, o nível do óleo e do líquido de refrigeração, e as luzes do carro, o que pode ser feito no centro de diagnóstico do ACL, em Bertrange, ou em qualquer bomba de gasolina.

Importante é também arrumar correctamente as bagagens na mala: as mais pesadas em baixo, e os sacos pequenos e outros objectos de modo a evitar que uma travagem brusca os faça cair para cima dos passageiros.

Mais informações no portal do ACL ( www.acl.lu ) ou pelo tel. 45 00 45-1.

F. Pinto
Foto: Marc Wilwert

Cursos de Luxemburguês no Verão

Pelo sexto ano consecutivo, a associação "Moien–eng Bréck fir eis Sprooch" ("Uma ponte para a nossa língua") organiza cursos intensivos de luxemburguês durante o Verão.

Mais de uma centena de pessoas de diferentes nacionalidades terminaram já a primeira fase desta formação.

Uma segunda série de módulos de vários níveis arranca a partir de 22 de Agosto.

Inscrições e mais informações pelo tel. 26 31 13 43, ou por correio electrónico (moien@pt.lu).

Foto: Ricardo Raminhos

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Luxemburgo citado 21 vezes no documento do terrorista de Oslo - autoridades luxemburguesas atentas

O governo luxemburguês reagiu ontem, num comunicado, ao documento de 1.518 páginas que o autor confesso do duplo atentado de 22 de Julho na Noruega (que fez 76 mortos, número revisto em baixa desde segunda-feira) publicou na internet e no qual o Luxemburgo é citado 21 vezes, bem como o papel determinante que o primeiro-ministro Jean-Claude Juncker tem tido na construção europeia.

Após leitura atenta do documento, o executivo luxemburguês diz tomar muito a sério o documento e nota ainda que as passagens que falam sobre o Grão-Ducado põem em causa a sua riqueza e a sua coesão social, designando o Luxemburgo como "alvo prioritário" de atentados com o objectivo de destabilizar o país.

No seu "manifesto", o terrorista exige que o governo luxemburguês "capitule", acusando o Luxemburgo de "abrigar" sete por cento de muçulmanos e de a população luxemburguesa ter sofrido uma "forte lavagem cerebral multicultural".

Ora pegando, por exemplo, nesta estatística errónea (os muçulmanos são cerca de 2 por cento, segundo números de 2008 do CEPS-Instead), percebe-se como Breivik tenta com argumentos falaciosos instigar o ódio entre a população autóctona e a muçulmana. E vai mais longe, estimando que o Grão-Ducado terá 38 por cento de muçulmanos em 2070. Mas não aponta em que dados se apoia para extrapolar estes números fantasiosos.

Breivik apelida ainda os partidos luxemburgueses CSV, LSAP, DP e "Déi Gréng" de "marxistas culturais", "humanistas suicidários" e "capitalistas mundialistas". O presidente do parlamento luxemburguês, Laurent Mosar já considerou estas declarações "intoleráveis" e "chocantes".

Para Breivik, o ADR é o único partido de salutar, já que o considera como "nacionalista", "conservador" e anti-imigrante". O ADR também não demorou a reagir ao documento e qualifica Breivik de "psicopata", repudiando as assimilações com o confesso terrorista.

O noruguês diz ainda ter "criado" (inventado) um "índice de endoutrinamento cultural" (dixit). E como é que ele calcula este índice? Através de um método pseudo-científico de análise do número de páginas nacionalistas que um país tem... no Facebook. "Quanto menor for o número de páginas que a extrema-direita de um país tenha activas no Facebook, maior é o índice de endoutrinamento desse povo", conclui. O Luxemburgo aparece com o índice 10 nesse "rating".

Cattenom alvo potencial para atentado bombista


Breivik diz que "há 7.777 traidores" no Grão-Ducado e 498 pessoas que deviam ser alvos potenciais para receberem cartas com antrax. Breivik determina as pessoas como alvos quando estas são responsáveis, aos seus olhos, de "propagarem o multiculturalismo".

A França também é descrita como um "país hostil" e demasiado "multicultural". Um dos alvos que o terrorista aponta para um atentado bombista é a central nuclear de Cattenom.

As autoridades luxemburguesas informam que estão a trabalhar de forma estreita com os seus homólogos norugueses de modo a adaptar, caso seja necessário, os dispositivos existentes para garantir a segurança do país e da população.


Um documento muito comentado pelos media

O documento que Anders Behring Breivik publicou na internet intitula-se “2083 – Declaração Europeia da Independência”, e explica detalhadamente o seu plano anti-multiculturalismo e anti-islamização da Europa. Pela leitura do manifesto, percebe-se que Breivik acredita que a Europa está a ser invadida por muçulmanos e que um dia - supostamente dentro de sensivelmente 60 anos - isso conduzirá inexoravelmente a uma guerra civil na Europa, a uma guerra de religiões, a um choque de culturas - que os europeus perderão.

Para que no longíquo ano de 2083 a Europa seja um lugar "limpo" das culturas não-europeias (leia-se muçulmanas), Breivik explana um plano que deve ser activado, o mais tardar a 1 de Janeiro de 2020, e que passa por eliminar, pela sabotagem e com atentados bombistas se necessário, os governos que fomentam o multiculturalismo e acolhem o Islão intra-muros.

O norueguês de 32 anos diz ter elaborado este documento nos últimos nove anos em colaboração com outros “indivíduos corajosos de todo o mundo”.

Este plano é a “única solução para os problemas actuais da Europa Ocidental", argumenta Breivik neste documento. O terrorista sugere mesmo alvos para novos atentados e deixa mais planos de "como a resistência deverá actuar nas próximas décadas”, de modo a chegar aos fins que apresenta.

Breivik quer fomentar uma guerra civil europeia


No documento, Breivik destila veneno e ódio, fomentando o que aspira que seja uma guerra civil europeia, que considera "necessária", para limpar o continente. Adultera citações filosóficas e políticas de conhecidos pensadores e autores, publica número parciais de estatísticas, denuncia a islamização da Europa, acusa o multiculturalismo de ser o inimigo do nacionalismo, que descreve na expressão eufemística "auto-confiança cultural". O multiculturalismo, denuncia, conduzirá à morte cultural da Europa.

Breivik chega ao ponto de explicar em páginas e páginas bastante pormenorizadas, destinadas aos seus leitores e seguidores, como construir bombas, armas e até fatos protectores. E faz uma lista de alvos em toda a Europa, não só de governos, como de governantes e pessoas a quem devem ser enviadas cartas com antrax, como inclusive edifícios e instalações estratégicos que devem ser alvo de atentados bombistas.

Portugal é 13° na lista do terrorista


Portugal é um alvo potencial "moderado", surgindo em 13a posição da sua lista de governos a abater.

Breivik, que se auto-proclama como um dos líderes do “Movimento Nacional e pan-Europeu de Resistência Patriótica”, defende também o desenvolvimento de “operações de sabotagem” que tenham como alvos instalações de produção energética, entre as quais as refinarias da Galp no Porto e em Sines, e refere Durão Barroso como exemplo de destinatário para o envio de antrax.

Numa “primeira fase” da resistência, afirma, os principais alvos são “líderes políticos e de meios de comunicação social”, referindo-se, no caso português, ao PSD, PS, PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes como os partidos políticos que têm apoiado a “islamização da Europa”. Breivik alega que na Europa Ocidental há cerca de 400 mil traidores, dos quais 10.807 encontram-se em Portugal e defende ataques nucleares nas principais cidades europeias a partir de 1 de Janeiro de 2020.

Os investigadores norugueses ainda não conseguiram determinar se Breivik agiu sozinho ou se alguma rede terrorista o apoiou e secretamente germina planeando outros atentados.

Advogado de Breivik pondera alegar "insanidade mental" do seu cliente


O advogado de Anders Breivik está a ponderar alegar insanidade mental na defesa do caso, tendo pedido já uma análise psiquiátrica a dois especialistas.

Geir Lippestad disse em entrevista à Associated Press (AP) que o seu cliente, que alega fazer parte de uma organização com várias células em países ocidentais, não tem consciência do impacto dos ataques, tendo-lhe perguntado se “estava chocado e se lhe poderia explicar o que tinha acontecido”, porque “não sabia se tinha sido bem sucedido com o seu plano”.

Lippestad perguntou a Breivik quantas pessoas tinha morto, mas não obteve resposta, e afirmou que o seu cliente considera-se uma “espécie de salvador” e é “provavelmente perturbado”, ressalvando que ainda não decidiu se irá alegar insanidade mental na defesa do caso.

Ao explicar que o autor confesso dos atentados na Noruega tomou drogas “para ser forte, eficiente e para se manter acordado” durante o ataque a um campo de férias da juventude do Partido Trabalhista na ilha de Utoeya, o advogado observou que o seu cliente parece desconhecer os efeitos do seu crime.

Lippestad adiantou que dois psiquiatras já examinaram Breivik para determinar se ele está mentalmente doente ao sublinhar, porém, que ainda é cedo para definir qual vai ser a defesa.

Anders Breivik confessou a autoria dos atentados de 22 de Julho, mas considerou-se inocente das acusações de terrorismo que enfrenta.

Na segunda-feira apresentou-se pela primeira vez em tribunal, tendo alegado que pretendia salvar a Europa daquilo que chama de “colonização muçulmana”.

“A sua justificação (para os atentados) é que pretende iniciar uma nova guerra contra a democracia, contra os muçulmanos no mundo, e, como ele disse, pretende libertar a Europa e o mundo Ocidental”, explicou o advogado ao realçar que o seu cliente se considera “uma espécie de salvador”.

Geir Lippestad, membro do Partido Trabalhista, que Breivik acusa no seu manifesto de trair a cultura norueguesa, disse não saber porque aquele o escolheu para o representar. A imprensa norueguesa alega que Lippestad já defendeu neo-nazis.

“Sentei-me com a minha família, amigos e colegas e decidimos que hoje é tempo de pensar em democracia, alguém tem de fazer este trabalho”, justificou ao referir que não sabe se o seu cliente conhece a sua afiliação partidária.

Também numa entrevista à AP, a antiga madrasta de Breivik, Tove Oevermo, disse nunca ter observado nenhum comportamento violento ou anti-muçulmano por parte do jovem, mesmo nos últimos meses, mas salientou que o mesmo falava muito de um livro que estava a escrever, sem revelar do que se tratava.

“Sentia-se orgulhoso do livro, mas evasivo sobre o seu conteúdo, só me dizia que estava a tentar publicar um livro, mas não disse sobre o quê. ‘Vais ver quando estiver acabado’, dizia”, explicou a antiga madrasta, para quem Breivik “era um norueguês comum e um jovem bem comportado”.

"Crime contra a humanidade" pode dar 30 anos de prisão


As autoridades norueguesas planeiam invocar uma disposição do código penal, que pune os “crimes contra a humanidade” com uma pena máxima de 30 anos de prisão, para acusar Anders Breivik.

O procurador norueguês citado pelo jornal Aftensposten sublinhou que o recurso à nova disposição do código penal, introduzida em 2008, é, para já, apenas uma possibilidade.

Até ao momento, as autoridades norueguesas invocaram apenas a disposição do código penal que se refere aos “actos de terrorismo” e que prevê uma pena máxima de 21 anos de prisão.

Anders Breivik mantém o estatuto de suspeito dos atentados, apesar de ter confessado ter sido o seu autor, até ao término da fase de inquérito.

José Luís Correia
(com base em textos de agências e da edição de 27 de Julho do jornal "La Voix du Luxembourg", na pág. 2, artigo assinado por Christelle Rainieri, com a devida vénia)

Destaques do CONTACTO de hoje, última edição antes das férias



(clique para ampliar)

Em Portugal, os movimentos contra o aborto estão a tentar recolher 75 mil assinaturas para que a Assembleia da República pondere efectuar um novo referendo sobre a questão. É a manchete do CONTACTO desta quarta-feira. O tema do aborto volta a agitar os portugueses depois de Passos Coelho ter admitido, durante a campanha eleitoral, a possibilidade uma nova consulta popular nesta matéria.

Ainda na primeira página, chamada de atenção para um estudo do historiador António de Vasconcelos Nogueira sobre os portugueses no Luxemburgo, um tema inédito da historiografia contemporânea e que é o fruto de cinco anos de investigação. Considerando o Luxemburgo "uma sociedade fechada aos imigrantes", Vasconcelos Nogueira lamenta que por diversas vezes tenha sido impedido de consultar fontes oficiais.

Nesta edição, voltamos ao caso dos atentados de Oslo e ao manifesto que o autor publicou na internet. Luxemburgo e Portugal são considerados pelo terrorista "países hostis" e "alvos estratégicos" para novos atentados, por favorecerem o multiculturalismo.

Publicamos ainda o estudo feito sobre os media no Luxemburgo. O CONTACTO continua a ser líder entre os portugueses com 63,65 por cento dos leitores lusófonos. O CONTACTO é também o mais lido dos semanários do Grão-Ducado, mesmo à frente dos outros jornais semanários luxemburgueses.

Estas e outras notícias no CONTACTO desta semana, a última edição antes das férias de Verão. A próxima edição sai a 7 de Setembro. Boas férias!

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A Redacção

terça-feira, 26 de julho de 2011

Óbito/Amy Winehouse: Funeral realiza-se hoje apenas para "família e amigos"

O funeral da cantora britânica Amy Winehouse, que foi encontrada morta no sábado, realiza-se hoje em Londres, mas será uma cerimónia privada "para família e amigos".

A cerimónia, cuja localização não foi revelada, respeitará a tradição judaica - religião da família - e o corpo será cremado esta tarde, noticia a imprensa britânica.

"O funeral terá lugar na terça-feira e será apenas para a família e amigos próximos", adiantou um porta-voz na segunda-feira.

A cerimónia fúnebre acontece um dia após a conclusão da autópsia, que a polícia disse não ter determinado a causa da morte da cantora, pelo que terão de ser feitos testes toxicológicos cujos resultados poderão demorar duas a quatro semanas.

Consequentemente, o inquérito judicial sobre a morte, que é feito sempre por um tribunal quando a morte de um cidadão britânico é súbita, inesperada ou de causas não naturais, foi adiada para o próximo dia 26 de outubro.

Conhecida pelos abusos de drogas e álcool, a cantora foi encontrada sem vida no sábado, no apartamento onde residia, em Camden Square, na capital britânica, o que alimentou os rumores de que terá morrido com uma overdose.

O corpo de Amy Winehouse foi descoberto por um elemento da sua equipa de segurança, que chamou uma ambulância, mas os socorros já chegaram demasiado tarde.

A casa de Amy Winehouse, no norte de Londres, tornou-se nos últimos dias um lugar de romagem de dezenas de admiradores que vão manifestar a tristeza pela morte da cantora.

Apesar de um cordão policial impedir que se aproximem, as pessoas deixam flores, cartões com mensagens, garrafas de vodka e latas e garrafas de cerveja, em dois memoriais improvisados.

O pai, Mitch, que esteve no local acompanhado pela mãe da artista, agradeceu na segunda-feira a solidariedade manifestada pelas muitas pessoas que se encontravam junta à casa.

"Está a ajudar-nos muito. Para a Amy, o amor era tudo. A vida inteira foi dedicada à família e amigos e a vocês também", declarou.

Os dois álbuns de Amy Winehouse - "Back to Black" (2006) e "Frank" (2003) - voltaram nestes dois últimos dias à tabela dos cem mais vendidos no Reino Unido.

No mercado português, a procura dos álbuns da cantora aumentou 300 por cento nos pedidos online da FNAC, disse à Lusa o diretor da área de marketing e comunicação institucional das lojas em Portugal.

Guiné-Bissau: PR recebe partidos com assento parlamentar para analisar pedido de demissão do primeiro-ministro

O Presidente guineense deve receber hoje os partidos com assento parlamentar e representantes da sociedade civil para discutir o pedido de demissão do primeiro-ministro que tem sido feito nos últimos dias pela oposição, disse à Lusa fonte da presidência.

Segundo a mesma fonte, Malam Bacai Sanhá, que regressou ao país no domingo, quer saber o que se passa e quais as motivações dos partidos e também qual a opinião da sociedade perante a insistência da oposição na demissão do primeiro-ministro.

A oposição, reagrupada no chamado coletivo de oposição democrática, que junta 17 partidos, na sua maioria sem representação parlamentar, tem exigido, através de manifestações nas ruas de Bissau, a demissão do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

Para a oposição, Gomes Júnior devia ser demitido pelo Presidente ou sair por sua livre iniciativa e responder perante a justiça para esclarecer as suas alegadas implicações nos assassínios de figuras políticas do país em 2009, entre as quais o ex-Presidente ‘Nino’ Vieira.

Na última manifestação de rua, a oposição ameaçou mesmo “atacar politicamente” o Presidente caso este não demitisse o primeiro-ministro.

Entretanto, Carlos Gomes Júnior exigiu na semana passada ao Procurador-Geral da República a abertura de inquéritos para apurar as “graves acusações” que lhe são dirigidas pela oposição.

Miss Portugal-Luxemburgo, Patrícia Brandão, concorre a Miss Mundo-Portugal

Patrícia Brandão, Miss Portugal-Luxemburgo 2011, concorre em Agosto, ao concurso "Miss Mundo Portugal", em representação da comunidade portuguesa do Grão-Ducado.

O concurso decorre em Sintra, a partir de 13 de Agosto. Durante duas semanas, as candidatas, vindas dos quatros cantos de Portugal e de algumas das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, participam em visitas, desfiles e sessões de fotografia. Os títulos de Miss Fotogenia e Miss Simpatia serão atribuídos no decurso dessas duas semanas.

A final, durante a qual será eleita a candidata que representará Portugal no concurso internacional Miss Mundo, marcado para 6 de Novembro, em Londres, tem lugar no Centro Cultural de Sintra, a 27 de Agosto.

Foto: Claude Piscitelli

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Futebol/UEFA: Cristiano Ronaldo entre os três candidatos finais a melhor jogador

O português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, está entre os três candidatos finais ao título de melhor futebolista a atuar na Europa, enquanto o colombiano Radamel Falcao, do FC Porto, foi quinto na votação, anunciou hoje a UEFA.

Um júri composto por 53 jornalistas desportivos, em representação das federações da UEFA, colocou Ronaldo ao lado de dois jogadores do FC Barcelona, o argentino Lionel Messi, melhor futebolista do Mundo em 2010, e o espanhol Xavi Hernandez.

A votação final vai ocorrer durante o sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, a 25 de agosto, no Mónaco.

Na quarta posição ficou outro jogador dos catalães, o médio espanhol Andrés Iniesta, seguido de Falcao, melhor marcador da última edição da Liga Europa, ganha pelo FC Porto.

O ingles Wayne Rooney e o sérvio Nemanja Vidic, ambos do Manchester United, ocupam as duas posições seguintes, com o sueco Zlatan Ibrahimovic, do AC Milan, e o espanhol Gerard Pique, do FC Barcelona, a ficarem empatados no oitavo posto da lista dos 10 melhores jogadores, concluída pelo alemão Manuel Neuer, que se transferiu esta temporada do Schalke 04 para o Bayern Munique.

O novo prémio, criado em parceria com a European Sports Media (ESM), distingue o melhor jogador da época anterior na Europa, substituindo o galardão Futebolista do Ano da UEFA, conquistado em 2009/10 por Diego Milito (Inter), que sucedeu a Cristiano Ronaldo (2008) e a Messi (2009).

Camané, Deolinda e Maria Amélia Proença distinguidos nos Prémios Amália 2011

Os fados interpretados em "Do Amor e dos Dias" valeram ao fadista Camané o prémio de melhor álbum do ano pela fundação Amália Rodrigues, cuja lista de galardoados da sexta edição foi revelada hoje em Lisboa.

"Do Amor e dos Dias" foi editado em setembro do ano passado e nele Camané dizia que cantava "crónicas do quotidiano do amor".

Camané já tinha sido distinguido antes pela fundação Amália Rodrigues, quando foi eleito o melhor intérprete masculino de fado em 2005, na primeira edição dos prémios.

Quem também volta a ser distinguido pela fundação é o fadista Ricardo Ribeiro, prestes a completar 30 anos.

Ricardo Ribeiro, que tem em Fernando Maurício uma das principais referências, é este ano considerado o melhor intérprete, seis anos depois de ter sido o artista revelação, na primeira edição dos Prémios Amália.

Este ano, a fundação atribuiu ainda o prémio de carreira à fadista Maria Amélia Proença, que está a cumprir 60 anos de vida ligada ao fado.

Os Deolinda recebem o prémio Amália "Música Popular" e José Manuel Osório, o de ensaio e divulgação do fado.

O prémio de melhor instrumentista é entregue a Paulo Parreira, 40 anos, filho do guitarrista António Parreira, que já acompanhou artistas como Aldina Duarte, Maria da Fé e António Zambujo.

Ana Marta, que integra o projeto Três Vozes no Fado ao lado de Anita Guerreiro e Francisco Sobral, foi eleita a artista revelação.

Tiago Torres da Silva, que escreveu letras para fados para Mafalda Arnauth, Joana Amendoeira, António Zambujo, Carminho, Raquel Tavares e Dulce Pontes, é agora recompensado com o prémio "Composição/Poesia".

Os prémios Amália Rodrigues foram criados para reconhecer os melhores intérpretes, instrumentistas, compositores e divulgadores do fado ao longo de um ano.

Os artistas distinguidos dos Prémios Amália 2011 foram anunciados hoje na Casa-Museu Amália Rodrigues, em Lisboa.

O júri que atribuiu os prémios é presidido pelo compositor Fernando Machado Soares, contando este ano com o musicólogo Rui Vieira Nery, Álvaro Salles Lopes, em representação da Fundação, o jornalista Nuno Lopes e o músico Jorge Fernando.

A cerimónia de entrega dos prémios realiza-se dia 22 de novembro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Caso DSK: Empregada que acusa Strauss-Kahn de agressão sexual dá primeiras entrevistas

A empregada de um hotel de Nova Iorque que acusa o ex-director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn (DSK), de agressão sexual deu as primeiras entrevistas públicas para defender a sua causa, anunciam hoje os media norte-americanos.

"Por causa dele, tratam-me como prostituta", declarou a empregada guineense à revista Newsweek.

"Quero que ele fique na prisão. Quero que saiba que existem lugares onde não pode utilizar o seu poder, onde não pode usar o seu dinheiro", disse.

A jovem deverá também aparecer na segunda-feira no programa "Good Morning America" da cadeia televisiva ABC.

Esta participação vai ocorrer uma semana antes da audiência, marcada para 01 de agosto, durante a qual Dominique Strauss-Kahn, acusado agressão sexual e tentativa de violação, deverá comparecer de novo perante um tribunal de Nova Iorque.

Os advogados do ex-director do FMI reagiram aos comentários da jovem, acusando-a de procurar "inflamar a opinião pública", mas também lançaram acusações aos seus advogados.

"Este comportamento da parte dos advogados é não-profissional e viola as regras fundamentais do comportamento profissional dos advogados", afirmaram em comunicado os defensores de Strauss-Kahn, William Taylor e Benjamin Brafman.

Segundo os advogados, "o objectivo evidente deste comportamento é inflamar a opinião pública contra um acusado num processo criminal em curso" e acusaram os conselheiros da empregada de hotel de "orquestrar um número sem precedente de acontecimentos mediáticos e de reuniões para exercer uma pressão sobre os serviços do procurador neste processo".

Luxemburgo ratifica convenção da ONU para os deficientes

Um "momento histórico", foi como a associação "Nëmme Mat Eis" ("Só connosco") qualificou a ratificação da convenção da ONU relativa aos direitos das pessoas deficientes pela Câmara dos Deputados, a 14 de Julho.

"A convenção da ONU não cria novos direitos de base, mas recorda os princípios dos direitos do Homem, algo que diz respeito a toda a gente", afirmou Claudia Dall'Agnol, deputada socialista (LSAP).

A apresentação da convenção e os debates que se seguiram foram integralmente traduzidos em linguagem gestual. "Isto não deveria ser uma estreia", salienta a deputada socialista. "Todos os debates ou conferências deveriam ser sistematicamente traduzidos em linguagem gestual".

Na apresentação do projecto-lei, o relator, Paul-Henry Meyers, do partido cristão-social (CSV), destacou três artigos: o 8o, que promove a sensibilização para o problema, o 9o, sobre a acessibilidade, e o artigo 19o , sobre a autonomia e inclusão na sociedade. "Ainda existem muitas ideias preconcebidas sobre os deficientes. É tempo de mudar a nossa mentalidade e de considerar estas pessoas como seres humanos de corpo inteiro", defendeu o deputado cristão-social.

domingo, 24 de julho de 2011

Cadel Evans vence Volta a França, irmãos Schleck partilham pódio com australiano


Cadel Evans (BMC) tornou-se hoje no primeiro ciclista australiano a vencer a Volta a França, após a 21.ª e última etapa ganha pelo “previsível” Mark Cavendish (HTC), que, em Paris, somou o quinto triunfo na 98.ª edição da prova.

Os irmão luxemburgueses Andy e Fränk Schleck partilharam o pódio com o australiano, nos 2° e 3° lugares, no que foi um momento histórico para a maior prova ciclista mundial e para o ciclismo luxemburguês.

Depois de ter garantido virtualmente o triunfo no sábado, com um excelente contrarrelógio, Cadel Evans pôde hoje desfrutar o tradicional champanhe no início da etapa, concluindo, tranquilamente, a etapa integrado no pelotão.

“É incrível. Há 20 anos que pensava no Tour, desde que tinha 14 anos e agora estou no topo do pódio. Foram muitos anos de trabalho. Obrigado a todos os que acreditaram na minha carreira, aos meus colegas, aos meus amigos”, referiu.

Citado pela AFP, o australiano agradeceu também aos adversários e considerou este Tour “uma experiência incrível”, garantindo que não podia ser mais feliz noutro lugar.

Aos 34 anos, Evans tornou-se o primeiro australiano a vencer a “Grande Boucle”, relegando para os outros lugares do pódio, os luxemburgueses Andy (1.34 minutos) e Frank Schleck (2.30), os dois primeiros irmãos a chegarem ao pódio na mesma edição.

Tal como aconteceu nas duas últimas, Andy Schleck voltou a ficar na segunda posição, mas desta feita tinha entrado para a penúltima etapa com a camisola amarela.

“Estou muito contente, é o melhor pódio que poderia imaginar. Cadel foi o mais forte. Um segundo lugar na Volta a França não é pouco e estar num pódio com o meu irmão era um sonho. Ainda sou jovem, voltarei no próximo ano”, afirmou Andy Schleck.

Vencedor nas duas últimas edições, o espanhol Alberto Contador (Saxo Bank) ficou apenas na quinta posição, a 3.57 minutos, atrás de Thomas Voeckler (Europcar), o melhor francês, garantindo que para o ano se concentrará apenas na Volta a França.

“No ano que vem voltarei para ganhar o Tour e focar-me-ei exclusivamente para esta corrida, que é a mais importante. E para isso não irei ao Giro. Ao Giro nunca mais”, disse, citado pela EFE, Contador, vencedor da Volta a Itália deste ano.

Lançado pelo “comboio” da HTC, Mark Cavendish impôs-se pela quinta vez em etapas na presente edição, aumentando para 20 as vitórias em tiradas na Volta a França.

O ciclista da Ilha de Man bateu ao “sprint” o norueguês Edvald Boasson Hagen (Sky) e o alemão Andre Greipel (Lotto).

“Finalmente”, disse Cavendish no final da tirada, depois de ter conquistado pela primeira vez a camisola verde, símbolo da classificação por pontos.

Ao pódio subiram ainda o francês Pierre Rolland (Europcar), melhor jovem, o espanhol Samuel Sanchez (Euskatel), que venceu o prémio de montanha, e o francês Jérémy Rou (Française de Jeux), o mais combativo, tendo a Garmin sido a melhor equipa.

Antes do início da derradeira etapa, foi guardado um minuto de silêncio em memória das vítimas dos atentados na Noruega, com Thor Hushovd, campeão do Mundo, com um lugar de destaque à frente do pelotão.

António José Seguro eleito secretário-geral do PS

António José Seguro foi eleito secretário-geral do PS com 23.903 votos, correspondentes a 67,98 por cento, contra 11.257 do candidato adversário, Francisco Assis, percentagem de 32,02.

De acordo com os dados oficiais hoje divulgados pela Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS, que se realiza entre 09 e 11 de setembro, registaram-se também 216 votos brancos e 151 nulos.

Na eleição de delegados para o XVIII Congresso Nacional do PS, as listas subscritas por António José Seguro conseguiram uma vantagem ainda maior do que na eleição do secretário-geral, já que venceram por larga margem em todas as federações do país, incluindo no Porto, considerado um bastião de Francisco Assis.

Num total de 1.857 delegados, as listas de Seguro elegeram 1.346 delegados, contra 511 de Francisco Assis.

No comunicado, a COC salienta que estes resultados correspondem ao apuramento de 680 das 685 secções de voto, faltando ainda contabilizar resultados nas secções de Doze Ribeiras e Serreta (Açores), assim como na estrutura de São Jorge da Beira (Castelo Branco).

A COC refere ainda que as secções de Rabo de Peixe (Açores) e Paredes (Porto) vão repetir as eleições na próxima semana.

Em termos de participação eleitoral, o número de votantes, mais de 34 mil, é superior ao que se verificou nas eleições diretas de 2006, 2009 e 2011, quando José Sócrates se candidatou ao cargo de secretário-geral sem oposição.

O resultado desta eleição é apenas superado pelo de 2004, quando a liderança do PS foi disputada entre José Sócrates, Manuel Alegre e João Soares.

sábado, 23 de julho de 2011

Morreu Amy Winehouse, a cantora dos excessos e com voz de diva

Amy Winehouse, a cantora britânica de ar frágil que tinha voz de diva soul, morreu hoje em Londres, aos 27 anos de uma vida marcada por excessos.

Amy Winehouse nasceu a 14 de setembro de 1983, filha de uma técnica farmacêutica e de um vendedor de vidros. Tinha um irmão mais velho e um tio que é trompetista profissional.

Viveu num bairro judeu em Londres, estudou em várias escolas artísticas e ouviu com insistência Madonna, TLC, Salt N´Pepa, Mos Def, Beastie Boys, mas também Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan, o que explica em parte o ecletismo da sua música, que convoca o jazz, o hip hop, a soul e o r&b.

Fez parte da Orquestra Nacional Juvenil de Jazz, formou com a sua amiga de infância Juliette Ashby as Sweet´N´Sour e assinou contrato com uma editora discográfica ainda não tinha 20 anos.

Destacou-se pela forma improvisada e inesperada como compunha, o sucesso do álbum de estreia "Frank" em 2003 e os prémios que arrecadou em tão pouco tempo.

Deixou apenas mais um álbum, "Back to Black" (2006), produzido por Mark Ronson, com quem se falava que estaria a trabalhar há anos para um novo registo.

Amy Winehouse foi mais uma daquelas artistas que era notícia mais pelos excessos da vida privada do que pelas virtudes musicais da vida pública.

Nas biografias e notícias eram quase sempre referidos os diagnósticos de depressão, os comportamentos de auto-mutilação e as sequelas deixadas pelo divórcio dos pais, além do relacionamento com o ex-marido, Blake Fielder-Civil, as curas e desintoxicações de droga e álcool.

Amy Winehouse entra também para o chamado "clube dos 27", uma galeria de artistas que morreram aos 27 anos, da qual fazem parte Kurt Cobain, vocalista dos Nirvana, o guitarrista Jimmi Hendrix, Jim Morrison, líder dos Doors, Janis Joplin e Brian Jones, antigo membro dos Rolling Stones.

Esch/Alzette: Festa na Escola do Brill fez a alegria de pais e alunos portugueses

Durante uma tarde, a Escola do Brill, em Esch-sur-Alzette, conseguiu juntar alunos, pais e professores num ambiente verdadeiramente multicultural.

Crianças dos segundos, terceiros e quarto ciclos (antigo 6° ano) participaram a 14 de Julho em várias actividades cheias de cor e animação. A alegria dos alunos, muitos deles de origem portuguesa, era bem visível, graças aos ateliers de dança, música, torneios de futebol e outros jogos que fizeram a delícia dos mais pequenos, mas também dos pais e do corpo docente. Para todos, havia churrasco e bebidas frescas.

Este é o terceiro ano consecutivo que esta festa é organizada numa escola que, segundo o professor Joaquim Prazeres, "acaba por ser um modelo escolar de futuro na via intercultural, pois o ensino integrado está bem implementado no currículo normal, além de outras vertentes que fazem desta escola um modelo a seguir".

A Escola do Brill, dirigida por Georges Ney, conta com mais de 300 alunos de origem portuguesa, além de muitas outras nacionalidades. Esta festa anual, inserida no projecto da Escola do Brill, acaba por ser um exemplo real do caminho a seguir, a nível escolar, num país onde as diferenças culturais abundam.

Texto e foto: Gualter Veríssimo

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Volta a França em Bicicleta: Andy Schleck brilha no Alpe d'Huez - a amarela já cá canta!

O ciclista francês Pierre Rolland (Europcar) venceu esta tarde a 19a etapa da Volta a França em Bicicleta, no Alpe d'Huez, à frente de Sanchez e de Contador.

Andy Schleck (Leopard) conseguiu o seu grande objectivo que era "roubar" a camisola amarela a Voekler, na véspera do contra-relógio de Grenoble, especialidade em que o luxemburguês não é exímio, isto a dois dias da final em Paris.

Na geral, os irmãos Andy e Fränk Schleck lideram no primeiro e no segundo lugares, com Cadel Evans a 57" de Andy, Voeckler a 2'10, Cunego a 3'31, e Contador caiu para a sexta posição da geral, a 3'55 do líder.

Volta a França em Bicicleta: Schleck, a amarela já cá canzta

O ciclista francês Pierre Rolland (Europcar) venceu esta tarde a 19a etapa da Volta a França em Bicicleta, no Alpe d'Huez.

Andy Schleck (Leopard) conseguiu roubar a camisola amarela a Voekler, na véspera do contra-relógio de Grenoble, especialidade em que o luxemburguês não é exímio, isto a dois dias da final em Paris.

Recenseamento: Só cinco mil estrangeiros podem votar na capital



O número de estrangeiros inscritos para votar só é divulgado para a semana, mas o CONTACTO sabe que continuam a ser muito poucos. Na capital, o número de estrangeiros inscritos nos cadernos eleitorais não vai além dos 5.311. E em Esch, a segunda maior cidade do país, ficam-se pelos 2.391.


Em 2005, José Coimbra de Matos tinha razões para comemorar. Nesse ano, o número de inscritos para votar nas eleições comunais quase duplicou. "Até aí havia cerca de 13 mil inscritos, e em 2005 aumentou para mais de 23 mil", recorda o dirigente associativo. No caso dos portugueses, a subida foi ainda mais espectacular. "Conseguimos um aumento de 117 %".

São números que deverão ficar aquém dos resultados da campanha de
recenseamento para as eleições comunais deste ano. O prazo para o recenseamento terminou no dia 14 de Julho, e o CONTACTO sabe que o governo deverá anunciar o número de estrangeiros inscritos na próxima semana. O Gabinete Luxemburguês de Acolhimento e Integração (OLAI) encomendou um estudo ao CEFIS (Centro de Estudos e de Formação Intercultural e Social) sobre os resultados da campanha de recenseamento nas 116 comunas do país, que deverá ser divulgado na próxima semana. Mas os primeiros resultados a que o CONTACTO teve acesso são desanimadores.

Na capital, o número de estrangeiros inscritos não vai além dos 5.311, de um universo de 47.222 não-luxemburgueses com mais de 18 anos. Fonte da Loja do Cidadão (Bierger-Center) da cidade do Luxemburgo disse ao CONTACTO que a autarquia não tem dados sobre o número de residentes estrangeiros que preenchem as condições necessárias para votar (cinco anos de residência), até porque os potenciais eleitores podem ter vivido antes noutras localidades do país. Mas dos 47.222 estrangeiros com mais de 18 anos – a idade para votar –, só estão recenseados 5.311 (cerca de 11 %). Eram 3.971 antes da campanha, o que corresponde a mais 1.340 inscritos (um aumento de 25 %, muito aquém dos resultados nas últimas comunais).


Um cenário que se repete em Esch-sur-Alzette, a segunda maior cidade do país. Ali, a campanha só conseguiu que se inscrevessem mais 286 estrangeiros nos cadernos eleitorais (um aumento de 11,9 %). O número total de estrangeiros recenseados não vai além dos 2.391, num universo de 12.293 pessoas com mais de 18 anos. Desses, pelo menos 5.000 vivem há mais de cinco anos na cidade, mas pode haver mais que preencham as condições de residência para votar, por terem vivido antes noutras localidades do país.


Em Wiltz, no Norte do país, há 400 estrangeiros inscritos num universo de 2.600. Em Larochette, só 267 dos 980 estrangeiros estão recenseados. Em Hesperange, são apenas 921 dos 6.900 potenciais eleitores. E em Differdange, há 1.578 estrangeiros recenseados num universo de 11.792 estrangeiros (7.623 dos quais portugueses).
Para Coimbra de Matos, estes números mostram o fracasso das campanhas de incentivo à participação política dos estrangeiros. "Nós na CCPL fizemos um esforço enorme, fizemos um spot televisivo, mas quanto a nós o spot foi subaproveitado. Podia ter passado nos cinemas, mas as autoridades luxemburguesas, que subvencionaram o projecto, têm-no na gaveta em DVD", lamenta o dirigente associativo.

"Dá-me a impressão que as autoridades portugueses estão mais interessadas em que os portugueses votem no Luxemburgo do que as autoridades luxemburguesas. O canal português disponibilizou-se para passar o nosso anúncio. A RTL não".

As campanhas para promover o
recenseamento foram conduzidas pelas associações de estrangeiros com financiamento do Ministério da Família. Mas com um orçamento de 80 mil euros para todas as acções de campanha no país, a penúria de meios chegou a ser caricata, e o resultado, diz Coimbra de Matos, está à vista.

"Não se vêem sequer
outdoors sobre a campanha. Se da parte das autoridades luxemburguesas havia o interesse da participação política dos estrangeiros, era necessário uma campanha mais agressiva, até dada a falta de cultura política de algumas comunidades emigrantes, nomeadamente a portuguesa. Não se fazem morcelas sem sangue, como se diz em bom português". Até porque, recorda, "o desinteresse dos portugueses pela política já vem de longe", e são precisos mais esforços para o contrariar.

"Os portugueses não puderam votar durante 50 anos, e depois quando chegaram ao Luxemburgo não os deixaram votar", diz. "Isto não desculpabiliza as pessoas pelo desinteresse pela causa pública. Mas compete aos políticos sensibilizar as comunidades, e não ouvimos da parte dos políticos luxemburgueses um apelo claro à inscrição".

"Da nossa parte, o esforço foi feito com os meios que nos deram. Mas ficou muito aquém de uma campanha nacional, que devia ter passagens pela rádio, televisão e nos cinemas", lamenta o presidente da CCPL.

"Ficamos um pouco com um amargo de boca, porque de facto não são mobilizados todos os meios possíveis. É como na procissão de Echternach: dois passos para a frente e um para trás", critica Coimbra de Matos.

(P.T.A. / Foto: Marc Wilwert/groupe saint-paul Luxembourg)