quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CONTACTO: Edição de 29 Fevereiro 2012


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A Comissão Europeia exigiu esta semana que o Luxemburgo ponha fim à discriminação na atribuição das bolsas de Estudo e de abonos de família. Na mira do executivo comunitário está uma lei de 2010 que limita a atribuição de bolsa aos residentes no país. A situação afecta sobretudo os trabalhadores fronteiriços (os belgas, alemães e franceses que todos os dias vêm para o Luxemburgo trabalhar) , mas também há portugueses a viver no país que também são vítimas desta lei considerada discriminatória por Bruxelas.
A história está toda no CONTACTO desta semana.

Mas há mais : A queima do Inverno decorreu este fim-de-semana no Luxemburgo. Uma festa ancestral de origem pagã que decorre anualmente no primeiro fim-de-semana a seguir ao Carnaval. Muito semelhante à queima do entrudo em Portugal.A ocasião é para celebrar o fim do Inverno queimando enormes cruzes, feitas de madeira e feno. As cruzes foram ateadas no sábado e no domingo em praticamente todo o país e as fotos estão no jornal desta semana.

No CONTACTO trazemos ainda uma grande fotografia de Cristiano Ronaldo a treinar já com os novos equipamentos no estádio de Varsóvia. A equipa das quinas começa nesta quarta-feira a preparação para o Euro 2012. Ronaldo diz que quer ser campeão. Paulo Bento quer chegar pelo menos aos quartos de final. Para já o objectivo é vencer os polacos neste jogo de preparação.

Tempo ainda para uma conversa com Ana Bacalhau. A vocalista dos Deolinda garante ao Contacto que o concerto do próximo domingo aqui no Luxemburgo vai ser memorável.
Uma entrevista e um concerto a não perder.

Tudo isto e muito mais no CONTACTO, o primeiro jornal de língua portuguesa no Luxemburgo.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

História do Grão-Ducado lançada em Portugal

Nasceu há 10 anos para manter os laços entre as pessoas que viveram, vivem e gostam do Grão-Ducado. Chama-se Associação Fórum Portugal-Luxemburgo. Para assinalar a década de existência, a entidade, com sede em Lisboa, lança em fins de Março a primeira História do Luxemburgo em língua portuguesa, da autoria do professor Gilbert Trausch. A obra inédita vai ser apresentada pelo director do Centro Robert Schuman no Luxemburgo.

Estatutariamente, o Fórum Portugal-Luxemburgo visa a promoção e o desenvolvimento das relações entre os dois países. Mas, na realidade, o que se pretende "é manter os laços entre pessoas", explicou ao CONTACTO Eugénia Malheiros, actual secretária da associação.

"É a realização de um desejo de um conjunto de pessoas que estiveram a trabalhar no Luxemburgo, umas oriundas da emigração tradicional, outras que passaram por instituições em resultado da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia", especificou.

Foi a 11 de Abril de 2002 que se reuniu a assembleia constitutiva do Fórum Portugal-Luxemburgo. A comemoração da década está à porta.

Em sua casa, em Lisboa, mesmo ao lado do Parque das Nações, onde se exibiu a Expo 98, Eugénia Malheiros mostra-nos a primeira acta onde consta o nome dos pioneiros do Fórum.

Rute Costa, professora catedrática da Universidade Nova, foi a primeira presidente. Ainda criança emigrou para o Luxemburgo, onde frequentou todo o ensino secundário, regressando depois a Portugal para ingressar na Universidade. Foi vice-presidente Marie Jeanne dos Santos Salvestrin, que actualmente trabalha para o Governo do Luxemburgo. Como secretário, Manuel Malheiros, que passou pela chefia da divisão de tradução jurídica do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias e foi o último governador civil de Setúbal, cargo extinto pelo actual Governo de Portugal. Foram vogais Ana Paula Costa, Isaías Gomes dos Santos, José Carvalho Pires e Pol Bradtk.

São várias as actividades culturais a que os associados aderem para manterem vivos os laços. Por exemplo, todos anos se reúnem para comemorar o Dia Nacional do Luxemburgo.

"Aproveita-se o convívio e matam-se saudades", observa Eugénia Malheiros, que recorda também a visita ao museu municipal de Loures, com o apoio da autarquia, o passeio de barco pelo Tejo, com o apoio da Câmara do Barreiro, ou a visita ao Museu de Cerâmica de Sacavém.

Em 2004 foi proposto ao embaixador Alain de Muyser que o dia de S. Nicolau fosse festejado na embaixada com a participação dos membros do Fórum. A ideia foi logo acolhida e agora todos os anos, a 6 de Dezembro, nos salões da Embaixada, a festa acontece com todas as crianças pertencentes às famílias dos membros do Fórum e da Embaixada. "É uma forma de manter vivas também as tradições do Luxemburgo".

Depois da festa recolhem-se donativos para serem doados à Associação Sol, uma instituição que acolhe crianças doentes de Sida. Nos últimos três anos, algumas crianças desta instituição participaram também na festa de S. Nicolau.

No âmbito cultural, um grande marco da associação foi a tradução para português do policial "Um porto para os advogados", de Josy Braun, um escritor luxemburguês. A obra foi inclusive referida pelo semanário Expresso nas suas páginas sobre o que de melhor se publica em Portugal. Todos os custos da tradução foram suportados pelo Fórum. O lançamento do livro, em Lisboa e Porto, teve o apoio da Embaixada. Várias personagens da história de ficção são cidadãos portugueses residentes no Grão Ducado, o que reflecte a influência lusa na sociedade luxemburguesa.

Neste momento, porém, a associação está a passar por algumas dificuldades. Uma delas tem a ver com a saúde da actual presidente, Viviane Salvestrin, que se encontra no Luxemburgo para receber tratamentos.

Por outro lado, vai ser necessário chamar mais gente para o Fórum, e incrementar as actividades, diz Eugénia Malheiros, esposa de Manuel Malheiros, que desempenhou as mesmas funções logo em 2002. Aquela dirigente permaneceu 14 anos no Grão-Ducado, ondeexerceu actividades docentes na área de Língua e Cultura Portuguesas. Em Portugal foi professora do ensino secundário, nas disciplinas de Português e Francês, durante 38 anos.

Neste momento, a associação conta cerca de 40 sócios, mas a professora quer mais gente para manter vivas as relações entre Portugal e o país que acolhe cerca de 100 mil portugueses. Neste sentido, a associação conta já com o apoio da Câmara do Comércio Luso-belga-luxemburguesa para a criação de um site na internet. "Vai ser uma forma de divulgar o Fórum", explicou.

Mas, apesar de se considerar uma fase menos boa esta pela qual a associação está a passar, nunca se poderá dizer que está parada. Bem pelo contrário.

A Embaixada do Luxemburgo vai nos dias 28, 29 e 30 de Março realizar três conferências, no Porto, em Lisboa e em Faro, respectivamente, para apresentar o livro "História do Luxemburgo" do Professor Gilbert Trausch. Trata-se de uma obra cuja tradução foi promovida pelo Fórum Portugal-Luxemburgo, com todo o apoio da Embaixada. É a primeira história do Luxemburgo publicada em língua portuguesa.

Ao celebrar dez anos, o Fórum continua a construir, e com toda a força, as pontes entre Portugal e o Grão-Ducado.

Texto: Licínio Lima

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Korn actuam pela quarta vez na Rockhal

Foto: Rockhal
A banda norte-americana Korn regressa pela quarta vez ao Luxemburgo. O Rockhal recebe um dos maiores nomes da década de noventa da cena nu metal, no dia 15 de Março, depois do incrível concerto de 2011. Músicas do último álbum "The Path of Totality" prometem aquecer a noite. Mais informações em (www.rockhal.lu).

Madredeus vão estar no Luxemburgo

Foto: Guy Wolff
A nova formação dos Madredeus regressa em Abril com novo álbum e uma digressão europeia para assinalar os 25 anos da banda.

No Luxemburgo, o grupo actua em Outubro na Philharmonie.

"Essência", o primeiro álbum da nova formação dos Madredeus, é editado dia 2 de Abril, estando já previstos vários concertos para apresentar o disco em Portugal e no estrangeiro, incluindo no Luxemburgo.

Além de Pedro Ayres Magalhães (guitarra clássica), fundador da banda, e Carlos Maria Trindade (sintetizadores), que a integrou a partir de 1994, os novos Madredeus são ainda constituídos por Beatriz Nunes (voz), Jorge Varrecoso e António Figueiredo (violinos), e Luís Clode (violoncelo). A nova vocalista, que substitui Teresa Salgueiro, tem formação clássica e estudou música nas áreas clássica e do jazz.

Os Madredeus começam o seu périplo pelos palcos nacionais e estrangeiros em Abril, passando por Londres, Istambul, Toulouse, Viena, Basileia e Munique, entre outros. No Luxemburgo, os Madredeus actuam no dia 11 de Outubro, na Philharmonie.

A partir de 28 de Fevereiro: Curso de ortografia luxemburguesa

A associação Moien organiza um curso de ortografia e gramática da língua luxemburguesa, a partir de 28 de Fevereiro, em Gasperich, na capital. O curso é convencionado pelo Ministério da Educação e Formação do Luxemburgo e tem como objectivo promover o acesso à língua e à cultura aos estrangeiros que vivem no país.
Escrever correctamente em luxemburguês pode ser agora mais fácil com este curso de ortografia e gramática, composta por dez sessões de 2 horas, das 19h às 21h. A associação tem também um serviço de correcção de textos. Para mais informações, inscrição ou programa detalhado, entre em contacto pelo tel. 263 113 43 ou e-mail (moien@pt.lu ).

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ainda há vagas para oficina de BD

Ainda há vagas para a oficina de banda desenhada organizada pela Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL).

A oficina, destinada a jovens dos 14 aos 20 anos, decorre de 28 de Fevereiro a 27 de Março, todas as quintas-feiras, entre as 15 e as 17h, na mediateca da Caixa Geral de Depósitos (n. 180, route de Longwy, na capital). A workshop inclui cinco ateliers: bases de banda desenhada, desenho, técnicas de BD, storyboard e acabamentos. As aulas são em português e em inglês. Mais informações pelo email ccpl@ccpl.lu ou pelo tel. 29 00 75.

Marly Marques regressa à Abadia

Foto: M. Dias
A cantora portuguesa Marly Marques vai estar novamente no domingo na Abadia de Neumünster, na capital. Inserida na programação "Piano Plus", Marly vai cantar ao lado do pianista luxemburguês Claude Schaus, este domingo, pelas 11h30. "Piano Plus" é uma aposta do Centro Cultural Abadia de Neumünster que junta o piano a outros instrumentos e vozes.

A cantora já tinha actuado a 5 de Fevereiro na Abadia, num concerto com ritmos de jazz, samba e bossa nova. Desta vez, Marly Marques promete clássicos do jazz. A cantora é a vocalista do "Marly Marques Quintet", banda de jazz formada em 2011 por Paul Fox, um conceituado baterista de jazz luxemburguês. Até então, Marly fazia parte de uma banda de blues , os "Outsiders Mood". O concerto é gratuito, mas só com reserva. Mais informações disponíveis na internet ( www.ccrn.lu ).

Falência da Mangen deixa 180 portugueses no desemprego


O sector da construção no Luxemburgo sofreu novo abalo. A Mangen Construções S.A. declarou falência na terça-feira, deixando 225 trabalhadores no desemprego.
Oitenta por cento são portugueses.

Luís Carlos é um jovem português na casa dos vinte anos. Chegou ao Luxemburgo há ano e meio e trouxe consigo a esperança de um futuro melhor para si e a namorada. Com a falência da Mangen, viu ontem comprometidas as suas esperanças.

"Estou aqui há um ano e meio e vim com a esperança de ter um futuro, como muitos que estão aqui. Com esta falência, já nem sei ao certo o que me falta receber. Recebi uns 500 euros e depois mais algum e depois comecei a perder a conta. Vejo agora um futuro muito curto, mais difícil.”

Para Luís Carlos e colegas de trabalho, a revolta está à flor da pele, um mês depois de terem sabido que a empresa ia declarar falência.

"Este momento que estamos a viver é de completa revolta. A gente já desconfiava, mas só há cerca de um mês é que soubemos. Não achamos justo não nos terem dado uma palavra antes, mas ainda assim tenho a esperança de entrar noutra empresa”, diz Luis Carlos.

Para já, Luís quer ficar por cá, até porque não vê hipótese de encontrar trabalho em Portugal. "Vou ficar por aqui porque em Portugal não há futuro nenhum."

SINDICATOS ACUSAM EMPRESA DE MÁ GESTÃO
O grupo Mangen, com sede em Steinfort, entregou ontem no tribunal do Luxemburgo o pedido de falência. São 225 trabalhadores que vão para o desemprego. Oitenta por cento falam português.
Uma falência que deixa os trabalhadores e os sindicatos perplexos. A empresa ainda tinha em carteira encomendas no valor de 30 milhões de euros, e os sindicatos acusam a empresa de má gestão, tal como no caso da Soccimo, que foi à falência em Julho do ano passado.

"Na Mangen o problema é de gestão. Não havia dinheiro em caixa. A linha de crédito baixou e os clientes não estavam a pagar. Isso levou a atrasos nos pagamentos. Os trabalhadores não receberam ainda o prémio final de 2011 e estão com parte do salário de Janeiro em falta. Na Socimmo, o problema também foi de gestão e as pessoas têm de perceber que quando tudo parece bem e se gere mal, as coisas acabam mal", explica Jean-Luc de Matteis, do sindicato OGB-L.

"Muitos dos clientes da empresa são comunas, que devem mais de um milhão de euros. A direcção viu-se sem dinheiro e com dívidas que ultrapassam os 5 milhões de euros, e daí a falência. Há alguns meses que estivemos a discutir com a empresa e os Ministérios do Trabalho e da Economia para encontrar soluções. Os trabalhadores da Mangen vão receber 10.500 euros após a declaração de falência, para além do subsídio de desemprego. Eu pergunto-me se o governo não teria interesse financeiro em prestar assistência à Mangen desde o início. Com encomendas no valor de 30 milhões de euros, talvez bastasse a garantia de 2 milhões de euros para saldar as contas em atraso, mas os Ministérios em causa não fizeram nada para ajudar a empresa. É mais um dia negro para a indústria da construção", lamenta Jean-Paul Fischer, do LCGB.

Fonte do Ministério do Trabalho garantiu de forma lacónica ao CONTACTO que o Ministério fez tudo para tentar salvar a empresa.

"Tentámos fazer tudo dentro das nossas possibilidades, juntamente com o Ministério da Economia, e nada foi conseguido. Se a empresa declara falência é algo que já não nos cabe decidir.”

Uma versão contestada pelos trabalhadores. "Se o governo quisesse salvar a Mangen, não precisava de grandes somas. Era só dar confiança aos bancos, mas não o fizeram", diz Manuel Mendes (nome fictício a pedido do entrevistado), que trabalhava na Mangen há 26 anos.


UMA VIDA A TRABALHAR NA EMPRESA
"Vim para o Luxemburgo em Fevereiro de 1979 com o meu pai, que também era emigrante. Tinha 14 anos e a antiga quarta classe. Em Junho do mesmo ano comecei a trabalhar na construção, mas já levava dois anos a trabalhar em Portugal. Na altura estava a começar a ser obrigatório fazer o 6o ano, mas eu não o fiz e ninguém me obrigou a fazê-lo. Por isso comecei a trabalhar jovem na companhia do meu pai e não foi muito difícil adaptar-me", conta Manuel Mendes.

Em 1986, Manuel entra para o grupo Mangen para não mais deixar a empresa.

"Nunca tive problemas de trabalho. É a primeira falência que acontece na minha vida de trabalhador e espero que seja a última", desabafa.

Manuel Mendes vai a caminho dos 50 anos. Acredita que vai conseguir trabalho, mas quando fala dos colegas mais desprotegidos sente-se-lhe a voz embargada.

"Quando se entra numa situação delicada como esta, de perder o trabalho e ficar em situação financeira difícil, há pouco por que lutar e as coisas podem ficar difíceis. Os mais jovens vão ser tocados mais no aspecto familiar e se têm cá alguém que lhes possa dar uma ajuda moral, onde se sintam acolhidos e apoiados, isso é o mais importante. Reconheço que para muita gente isso não vai ser fácil, sobretudo quando as pessoas estão sozinhas e não têm para quem se virar. Refiro-me aos jovens e aos que têm chegado recentemente de Portugal", diz.

Apesar da precariedade no sector, regressar a Portugal não é alternativa para estes recém-chegados, diz Manuel Mendes.

"Regressar a Portugal? Alguns podem ter vontade de regressar, mas pergunto-me com que expectativa. O que vão fazer? O que lá vão encontrar? Mal por mal, e tendo em conta algumas regalias que podem ter aqui, creio que as pessoas vão optar por ficar por cá, a não ser que estejam numa situação muito complicada e não tenham alojamento ou estejam com grandes dificuldades financeiras."



"HÁ PORTUGUESES A DORMIR EM CARROS" 
Apesar de a Mangen não ter casos de trabalhadores a viver nestas condições, a OGB-L tem conhecimento de portugueses que "dormem nos carros e nas obras".

"A nova imigração vem com os olhos fechados e confrontamo-nos com muitos portugueses com contrato de curta duração que não têm sítio onde ficar, dormindo dentro dos carros ou nas obras. Muitos ficam pelo caminho porque as coisas não são como pensam. Também há imigrantes qualificados a lavar loiça porque só o português e o inglês não chegam. Se tivessem o francês era mais fácil”, denuncia o responsável pelo departamento da imigração da OGB-L, Carlos Pereira.

No Luxemburgo, trinta por cento dos desempregados são portugueses. Destes, noventa por cento só falam português, diz Carlos Pereira.

O aumento do desemprego e a nova vaga de imigração já levaram a OGB-L a tomar medidas. A central sindical está a ultimar uma brochura informativa para portugueses que pensem emigrar para o Luxemburgo, intitulada "Emigração de Olhos Abertos”, com o apoio do secretário de Estado das Comunidades. A ideia já foi experimentada em Cabo Verde. O objectivo é explicar aos emigrantes a situação social do Luxemburgo, o custo de vida, alojamento, instituições onde devem dirigir-se para esclarecer questões do direito do trabalho, entre outras informações.

Na Mangen, que vai continuar de portas abertas até que o Tribunal declare a falência da empresa, os trabalhadores estão preocupados. Há quem tenha lá passado toda a vida e tenha pena de ver a empresa acabar. Jerónimo Loureiro, que trabalhava na empresa há 32 anos, diz-se triste.

"No dia 15 de Abril faz 32 anos que aqui trabalho. Vim à Mangen tratar de uns papéis para a reforma e acho mal fecharem as portas a uma empresa destas, que era uma grande empresa"

Com 63 anos e a reforma no horizonte, Jerónimo Loureiro lamenta o adeus.

"Vai ser um adeus triste, porque preferia reformar-me e deixar a empresa ainda a trabalhar. É uma pena".


Texto e fotos: Henrique de Burgo

Sector da construção no Luxemburgo "tem trabalho"

No Luxemburgo, três em cada quatro trabalhadores da construção são portugueses, representando a mão-de-obra portuguesa cerca de 15 mil pessoas.

O sector registou várias falências nos últimos meses, deixando centenas de trabalhadores desempregados. Antes da Mangen, em Julho do ano passado, a falência da Socimmo deixou 466 pessoas sem emprego, incluindo 420 portugueses. Agora, o encerramento da Mangen atira para o desemprego 255 trabalhadores, 80 % dos quais são portugueses, garante a empresa.

Mas quando se pergunta se há crise no sector, sindicatos, empresários e trabalhadores dizem que "há trabalho".

Quatro meses depois da falência da Soccimo, em Outubro, só 142 dos 466 assalariados continuavam desempregados. A maior parte dos trabalhadores da empresa foi recrutada pelas empresas que retomaram as obras da Socimmo.

Na Mangen, também havia trabalhadores vindos "de outras empresas que fecharam", diz Manuel Mendes (nome fictício), que está na empresa há 26 anos e não vê sinais de crise. "Francamente, não vejo que a falta de trabalho esteja a impor-se aqui no Luxemburgo. Tirando as pessoas com mais idade e com menos qualificações, as falências poderiam ser absorvidas por outras empresas. A Mangen tinha contabilizado 30 milhões de euros em trabalho para este ano e agora alguém vai recuperá-los e acabar essas obras."

Jerónimo Loureiro, trabalhador na Mangen há 32 anos, também não percebe a falência: "Vejo aí tanto trabalho e isto aqui [a falência da Mangen] não foi falta de trabalho.”

Jean-Paul Metteis, da central sindical OGB-L, afina pelo mesmo diapasão. "O sector não está em crise. Há muito trabalho e as actividades aumentam. A procura existe, particularmente do Estado, que investiu 500 milhões de euros em 2011 em obras públicas”.

Uma visão que os empresários da construção refutam. Renato Constantini, proprietário da empresa de construções Constantini, admite que "há trabalho", mas diz que o sector "está doente".

"Há trabalho aqui no Luxemburgo, mas a lei do mercado é que está mal e por isso o sector está doente. A construção aqui no Luxemburgo é cíclica e depois do 'boom' de 2005 e 2006 perdemos valor e preço. Houve concorrência dos alemães, que passaram a trazer mão-de-obra do Leste a um preço mais baixo. Não digo que seja ilegal, mas é desigual. Os bancos não financiam quando os preços são baixos e os construtores são confrontados agora com novos imperativos". Como solução, Constantini aponta a procura de outros mercados. "Para combater isto é preciso sair. A minha empresa já opera em França há alguns anos e as empresas luxemburguesas podiam apostar mais em ir para fora.”

Os números indicam que as falências de empresas no Luxemburgo registaram um ligeiro aumento em 2011, com um total de 961 empresas, contra 918 em 2010, um aumento de 4,68 %. Estes números escondem, no entanto, que há mais empresas criadas do que as que declaram falência, garante fonte da "Chambre des Métiers" ouvida pelo CONTACTO.

Quando às falências no sector da construção, houve um ligeiro recuo: 8,70 % em 2011 contra 10 % em 2010.  

Texto: Henrique de Burgo

F91 Dudelange - Fola na reabertura da Liga BGL

Foto: Nicolas Bouvy
O encontro F91 Dudelange - Fola é o principal destaque da 14a jornada da Liga BGL, após a longa pausa de Inverno. Os campeões em título não podem perder para continuar na luta pelo título.

Os dois clubes mais ricos do futebol luxemburguês defrontam-se amanhã (18h) para gáudio dos espectadores que deverão encher o estádio Jos Nosbaum, em Dudelange. Com uma primeira volta abaixo das expectativas, o Fola vai tentar pontuar para continuar a subir na tabela, uma tarefa bastante difícil para a formação de Esch. A ronda abre às 17h, em Differdange, com a equipa local a receber o Pétange. Também às 18h joga-se o CS Grevenmacher - Niederkorn, RM Hamm Benfica - Racing Luxembourg e Jeunesse d'Esch - Käerjéng. No domingo disputam-se mais dois encontros, ambos às 16h: Rumelange - Hesperange e Hostert - Kayl/Tétange.

"O Grito" de Munch vai a leilão em Nova Iorque

A Sotheby's vai leiloar a única versão pertencente a um coleccionador privado de "O Grito", de Edvard Munch.

O leilão está previsto para 2 de Maio em Nova Iorque, e a expectativa é arrecadar mais de 80 milhões de dólares.

O dono da obra de arte pintada em 1895 é o empresário norueguês Petter Olsen. Existem quatro versões da famosa pintura de um personagem em desespero com as mãos no rosto, e grita. As outras três estão em colecções de museus noruegueses.

Simon Shaw, vice-presidente e chefe do departamento de Arte Moderna e Impressionista da Sotheby's em Nova Iorque, classificou a obra como uma das imagens de maior reconhecimento instantâneo do mundo, perdendo apenas para "Mona Lisa"', de Leonardo Da Vinci.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Benfica "examinado" em Coimbra após derrota em Guimarães

O Benfica vai ser testado amanhã em Coimbra, depois da primeira derrota na Liga portuguesa, a que se seguiu o desaire na "Champions". Os encarnados lideram o campeonato com mais dois pontos que o FC Porto e recebem os dragões a 2 de Março.

A primeira derrota do Benfica deixou o FC Porto – que domingo recebe o Feirense – a depender apenas de si para discutir a liderança no "clássico".

Em Coimbra, o Benfica vai encontrar uma Académica com um dos piores registos na Liga. As "águias" não contam com Luisão, mas Javi Garcia poderá regressar. O FC Porto recebe o Feirense, que lhe roubou pontos na primeira volta, adversário que deverá ultrapassar.

O Sporting entra em campo frente ao Rio Ave.

Os "leões" discutem taco-a-taco o quarto lugar da Liga com o Marítimo, que abre hoje a jornada com a recepção à equipa da União de Leiria. O Braga recebe segunda-feira o Vitória de Guimarães, no "derby” minhoto, enquanto o Beira-Mar joga com o Vitória Setúbal – que não ganha desde Setembro – um jogo de capital importância para ambas as equipas.

Também no domingo, o Olhanense (7°, 22 pontos) e Gil Vicente (9°, 22) encontram-se num jogo que pode implicar mudanças entre ambos na tabela, enquanto o Paços de Ferreira (12°, 18 pontos) recebe o Nacional (8°, com 22).

2012: Luxemburgo escapa à recessão na Zona Euro

O Luxemburgo deve alcançar um crescimento de 0,7 % em 2012, face à anterior previsão de 1 %. Já a zona euro mergulha em recessão, pela segunda vez em três anos.

"O consumo luxemburuguês deverá acelerar ligeiramente em 2012", diz o estudo da Comissão Europeia, enquanto "o desemprego, em quebra acentuada no final de 2011, deve continuar em 2012 e atingindo novos picos". Quanto à inflação, subiu para 3,7 % em 2011, e em 2012 deve retomar o nível de 2010, 2,7 %.

A zona euro regista um recuo de 0,3 %. A inesperada estagnação na retoma económica nos finais de 2011 deverá prolongar-se durante a primeira metade deste ano, mas prevê-se, todavia, "um crescimento moderado" no segundo semestre do ano. A economia espanhola vai cair pelo menos 1% este ano.

A Grécia vai contrair mais 4,3% e a retoma na Alemanha será muito moderada. O Reino Unido vai evitar por pouco uma recessão e os Jogos Olímpicos podem ajudar a economia a acelerar no segundo semestre para crescer 0,6 % em 2012. Já a França vai crescer 0,4 %, duas décimas abaixo da anterior previsão.

Economia portuguesa recua 3,3 % em 2012

A Comissão Europeia reviu ontem em baixa as previsões para a evolução da economia portuguesa.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal deve diminuir 3,3 % em 2012. Nas previsões intercalares divulgadas ontem pela Comissão para os 27, só na Grécia (-4,4 %) está prevista uma recessão pior do que Portugal. Em Novembro, a Comissão previa uma quebra do PIB na ordem dos 3 %, o mesmo valor que o Governo inscreveu no Orçamento do Estado para 2012. Ao contrário das previsões de Novembro, os dados intercalares ontem apresentados não contêm números sobre 2013, nem para outros indicadores senão o PIB e a inflação (que deverá atingir 3,3 %). A Comissão nota que a "redução muito forte no emprego" no final do ano passado teve um impacto significativo no consumo privado, uma tendência que se deverá prolongar em 2012.

Angola já é terceiro nas remessas de emigrantes

Angola já é a terceira principal origem das remessas de emigrantes portugueses, com 147 milhões de euros em 2011, segundo dados divulgados esta semana pelo Banco de Portugal (BdP).

Num ano em que as remessas totais dos emigrantes se mantiveram quase iguais às do ano anterior, o montante enviado pelos portugueses residentes em Angola cresceu quase 10 %. Nos números do BdP, as remessas dos portugueses em Angola estavam assim em 2011, já bastante acima das recebidas de destinos tradicionais da emigração portuguesa, como os Estados Unidos (130 milhões de euros), a Alemanha (113 milhões), o Luxemburgo (68 milhões) ou o Canadá (40 milhões). No entanto, as principais fontes de remessas de emigrantes continuam a ser a França e a Suíça. Estes dois países representaram mais de metade dos valores enviados para Portugal em 2011.

Zeca Afonso morreu há 25 anos

Foto: Lusa
Fez ontem 25 anos que Zeca Afonso morreu. A obra do cantor vai ser reeditada este ano para assinalar o aniversário da sua morte.

Para assinalar os 25 anos da morte de José Afonso, a Movieplay vai editar agora – com a etiqueta Art'Orfeumedia – versões remasterizadas dos onze álbuns que José Afonso editou para a Orfeu, disse à Lusa fonte da editora.

Na primeira semana de Abril sairão "Cantares do andarilho" e "Contos velhos, novos rumos", enquanto na primeira semana de Maio sairão "Traz outro amigo também", "Cantigas do Maio" e "Eu vou ser como a toupeira".

Em Outubro regressam "Venham mais cinco", "Coro dos tribunais" e "Com as minhas tamanquinhas", e em Abril de 2013 será a vez de "Enquanto há força", "Fura, fura" e "Fados de Coimbra".

Nascido a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, José Afonso morreu a 23 de Fevereiro de 1987, em Setúbal, aos 57 anos, vítima de esclerose lateral amiotrófica.

   

Portugal deixa de emitir vistos para os Estados Unidos

O presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Fernando Gomes, considera que a decisão dos Estados Unidos de obrigar os portugueses que queiram emigrar a deslocarem-se a Paris “é uma forma burocrática de dificultar” a obtenção de visto.

O Governo Regional dos Açores também não gostou da atitude americana. "Consideramos que não é uma boa notícia, não é um tratamento satisfatório para a região tendo em atenção a relação histórica e afectiva que nos une", afirmou André Bradford, secretário regional da Presidência. Em comunicado esta semana, a representação diplomática dos Estados Unidos em Portugal anunciou que a embaixada em Lisboa e o consulado geral em Ponta Delgada vão deixar de emitir vistos de imigração para portugueses, passando o processo a ser assegurado pela representação norte-americana em Paris.

O modelo actual “funcionava e funcionou durante tantos anos”, sublinhou Fernando Gomes, destacando ainda o custo económico que a alteração implica. A maioria dos candidatos portugueses à emigração para os EUA tem origem nos Açores e o facto de passarem a ter de se deslocar a Paris tem “um custo acrescido desnecessário”, critica. A partir de 1 de Março, “todas as novas entrevistas para os vistos de imigrante para os EUA e da lotaria de vistos para residentes de Portugal e França passarão a ser efectuadas na embaixada dos EUA em Paris”, refere a embaixada norte-americana em Lisboa. Os casos pendentes, “para os quais a entrevista já tenha sido feita”, serão processados pela embaixada em Lisboa e pelo consulado-geral em Ponta Delgada “até 30 de Maio”, acrescenta a embaixada.

Bélgica: Caso do operário ilegal abandonado morto é "isolado"

O conselheiro para as Comunidades Portuguesas na Bélgica, Pedro Rupio, disse ontem que o caso do operário abandonado pelos colegas após ter tido um ataque cardíaco numa obra onde trabalhava ilegalmente é “isolado”.

"Este caso é isolado”, lamentou Pedro Rupio, sustentando que "a maioria trabalha de forma legal". "Na comunidade emigrante portuguesa a situação é bastante boa. Mesmo na construção civil, a maioria trabalha com papéis, legalmente".

O caso foi recentemente noticiado na imprensa belga e aconteceu em Novembro. O emigrante, de 49 anos, desempregado, foi contratado para trabalhar clandestinamente numa obra, no feriado de 11 de Novembro.
O emigrante português, que vivia há 12 anos na Bélgica, sofreu um ataque cardíaco na obra e foi abandonado pelos colegas num terreno pouco frequentado, a alguns quilómetros de distância.

Os resultados da autópsia revelam um pormenor mórbido: o português estava ainda vivo quando foi metido numa camioneta e morreu entre 15 minutos e uma hora depois, tendo sido largado já cadáver. A companheira do emigrante acusa o empreiteiro e o mediador que o contratou, ambos portugueses, de lhe oferecerem 10 mil euros pelo seu silêncio, mas optou pela denúncia. A justiça belga tem já a decorrer um processo-crime por não assistência a pessoa em perigo e ocultação de cadáver.

Burgomestre de Kopstal em maus lençóis

Apanhado pela Polícia durante uma festa tardia num restaurante de Kopstal, o burgomestre da localidade terá ameaçado os agentes e falsificado uma autorização de "noite branca" para justificar a abertura do estabelecimento.


O caso aconteceu muito depois da hora de fecho dos restaurantes. Alertada pelo número de carros frente a um restaurante em Kopstal e pelo barulho, a polícia decide entrar. Dois agentes exigem ver a autorização de abertura tardia, a chamada "noite branca". É então que o proprietário do estabelecimento e o burgomestre, presentes na festa, se fecham na cozinha. Pouco depois, regressam com um documento. Mas em vez do carimbo oficial da autarquia, os agentes recebem uma folha com o cabeçalho do restaurante, escrita à mão e com erros. Os polícias percebem que o documento é uma falsificação e decidem multar o proprietário por violação dos horários de abertura e o burgomestre por abuso de poder.


Mas a noite ainda não tinha acabado. Mais tarde, durante uma operação stop em Bridel, o burgomestre, visivelmente alcoolizado, terá insultado os agentes, quando regressava a pé com a mulher. "Quem vos mandou fazer uma operação stop aqui? Desapareçam", terá gritado Romain Adam, que terá igualmente ameaçado fazer queixa dos agentes ao procurador e ao director da Polícia, com quem teria bons contactos
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Os agentes decidem então apresentar queixa contra o burgomestre. O porta-voz da Procuradoria, Henri Eippers, confirmou ao Wort.lu a abertura de inquérito.

Ministro garante: "As férias são quando o trabalhador quiser"


A deputada Vera Spautz questionou o ministro do Trabalho sobre a questão das férias. A deputada socialista diz que há cada vez mais trabalhadores com filhos que não conseguem marcar férias na altura das férias escolares, com a desculpa de que as datas "não são convenientes para todos os trabalhadores".

 Questionado pela deputada, o ministro do Trabalho, Nicolas Schmit, diz não ter conhecimento de qualquer caso, mas recorda as leis laborais aplicáveis no Luxemburgo.

"O Código do Trabalho prevê que as férias sejam marcadas em princípio segundo a preferência do trabalhador, a menos que as necessidades do serviço e os desejos justificados dos outros trabalhadores não se oponham [à marcação]". Por isso, "é quase impossível que a entidade empregadora recuse constantemente as férias aos trabalhadores com filhos durante as férias escolares", sublinha o ministro.

Em contrapartida, Nicolas Schmit precisa que não há qualquer instrumento legal que garanta um mínimo de dias de férias durante as férias escolares aos trabalhadores com filhos. E que há sectores em que não é mesmo possível tirar férias durante as férias de Verão. "Isto vale para os sectores da agricultura, viticultura, hotelaria, restauração e venda de bebidas".

O ministro do Trabalho não conta alterar a lei para favorecer os trabalhadores com filhos. Mas recomenda que as empresas assumam a sua quota-parte da responsabilidade social. "A empresa pode, em contrapartida, ter em conta a compatibilidade entre a vida familiar e a vida profissional", conclui Nicolas Schmit.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Criança com necessidades especiais abandonada à porta da escola


Os pais da pequena Letícia não escondem a indignação. A filha de 11 anos foi deixada sozinha à porta da escola na passada quarta-feira.

O caso até podia não passar de uma simples falha de comunicação, não fosse a filha uma menina com necessidades educativas especiais, fruto de uma doença que a acompanha desde que nasceu. "A minha filha nasceu com um cancro no fígado e por causa disso tem uma série de complicações ao nível do desenvolvimento. Os professores estão a par da situação e sabem que a minha filha tem um ligeiro atraso no desenvolvimento que inclusive lhe dificulta a capacidade de falar", conta Mário das Neves, o pai da criança, ao CONTACTO.

Na semana passada, a menina ficou sozinha à hora do almoço à espera que a fossem buscar para ir almoçar. A professora deixou-a no recreio, por volta das 11h45, e só já perto das duas é que soou o sinal de alarme. "Três vezes por semana, a minha filha vai almoçar à 'maison de relais' de Oberkon. Na passada quarta-feira, a professora deixou a minha filha no recreio e os funcionários da 'maison' não a recolheram. Resultado, a miúda ficou sozinha à chuva e ao frio durante duas horas sem que ninguém desse pela falta dela", diz indignado Mário das Neves.

A professora da escola primária Prince Henri, em Oberkorn, disse ao pai que a menina lhe teria dito que naquele dia a tia ia buscá-la para almoçar, mas a justificação não é pertinente para os pais. "Eu não escrevi nada na agenda da minha filha, não falei com a professora para lhe prestar essa informação. Como é que ela autoriza a miúda a alterar as rotinas escolares? A escola sabe do atraso no desenvolvimento da minha filha e ainda assim deixaram-na no recreio", conta o pai da pequena Letícia.

A menina foi encontrada toda encharcada, com as roupas todas sujas porque, com o medo, não conseguiu controlar as suas necessidades fisiológicas. "Quando dois colegas a encontraram por volta das duas da tarde, a minha filha estava gelada e tinha feito chichi e cocó na roupa. Só por volta dessa hora é que dois colegas mais velhos a encontraram e tentaram entrar em contacto com a 'maison de relais' de Oberkorn. Nessa altura, uma funcionária da instituição foi buscar a minha filha, mudou-lhe a roupa e deu-lhe de comer. Mas isto é inadmissível", afirma Mário Neves.

A aluna continuou o resto do dia na escola e só quando regressou a casa, por volta das cinco da tarde, é que os pais tiveram conhecimento da situação. "Eu já pedi explicações a toda a gente, mas ninguém me sabe dizer o que é que aconteceu. Apenas me dizem que já tiveram conhecimento da situação. Mais nada. A única coisa que eu pergunto é, se tivesse acontecido alguma coisa à minha filha quem é que era o responsável? A minha filha tem um grau de autonomia muito reduzido e toda a gente a abandonou. Ela poderia ter sido raptada, ou bastaria que alguém lhe desse um empurrão, para que a placa que usa nas costas pudesse perfurar a medula, e aí eu queria ver", diz Mário das Neves.

O CONTACTO tentou obter uma explicação junto da "maison de relais" de Oberkorn e junto da escola Prince Henri, mas por causa das férias escolares, tal não foi possível. DM

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Nesta edição do CONTACTO dedicamos duas páginas à falência da empresa de construção Mangen.
Um novo abalo no sector da construção, que emprega 15 mil portugueses.
A Mangen Construções S.A. declarou falência na terça-feira, deixando 225 trabalhadores no desemprego. Oitenta por cento são portugueses.

Nesta edição falamos também do caso de uma criança com necessidades especiais, que foi abandonada na escola.
A menina ficou sozinha à hora do almoço à espera que a fossem buscar para ir almoçar. A professora deixou-a no recreio, por volta das 11h45, e só já perto das duas é que alguém se lembrou dela.

Para assinalar uma década de existência, o Fórum Portugal-Luxemburgo, com sede em Lisboa, vai lançar em fins de Março a primeira História do Luxemburgo em língua portuguesa.
A obra inédita é da autoria do professor Gilbert Trausch e vai ser apresentada pelo director do Centro Robert Schuman, no Luxemburgo.

Futsal com chuva de golos… este e outros títulos que pode ler nesta edição do CONTACTO, o primeiro semanário em língua portuguesa no Luxemburgo.

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Há 107 mil portugueses no Luxemburgo: Comunidade lusa é a que mais cresce

Foto: Carlos de Jesus
Há actualmente 107 mil portugueses no Luxemburgo e a comunidade lusa é a que mais tem crescido. Os números são do cônsul de Portugal no Luxemburgo, José Carvalho Rosa, e foram apresentados na mesa-redonda organizada pelo Comité de Ligação das Associações de Estrangeiros (CLAE), dedicada às novas vagas de migração na Europa vinda de países como Portugal, Espanha ou Itália. O debate teve lugar na sede da associação em Gasperich, na capital, na quinta-feira.

De acordo com José Carvalho Rosa, o número de inscrições no Consulado passou de 4.400 em 2009 para 4.900 no ano passado. O número de cidadãos portugueses inscritos no consulado é actualmente de 107.118 pessoas. O cônsul estima que pelo menos 100 mil portugueses vivem actualmente no Luxemburgo, um número que está longe dos 85 mil registados pelo Statec. José Carvalho Rosa advertiu, no entanto, que estes números não são fidedignos, visto que nem todos os óbitos e saídas do Grão-Ducado são comunicados às autoridades consulares portuguesas.

Para o cônsul, muitos destes novos imigrantes não são mão-de-obra qualificada, chegam ao Luxemburgo sem contrato de trabalho ou arranjam apenas contratos temporários. José Carvalho Rosa entende ainda que a comunicação social em Portugal vê o Luxemburgo como um paraíso mas que esquece o elevado custo de vida e da habitação, apesar dos salários mais altos e das regalias sociais.

José Trindade, presidente do Centro de Apoio Social e Associativo (CASA), recusa "a imagem simplista" descrita por José Carvalho Rosa. O CASA, que de acordo com José Trindade, recebe uma média de seis pedidos de ajuda por dia de pessoas que chegam de Portugal, viu até agora cerca de 7 mil pessoas baterem à sua porta para pedir informações ou assistência.

"Durante uma das minhas últimas estadias em Portugal, perguntaram-me se ainda poderiam emigrar para o Luxemburgo. Eu respondi que não e expliquei porquê. Mas temo que não sirva para nada", declarou o presidente do CASA.

Chiara Petracca, primeira secretária da Embaixada da Itália, disse que há um ligeiro aumento do número de cidadãos italianos a virem para o Grão-Ducado. De acordo com Petracca, 22.700 italianos registaram-se no consulado em 2006. No início deste ano, eram pouco mais de 25 mil no início deste ano.

O Cônsul da Espanha disse registar uma tendência idêntica. De acordo com Sergio Cuesta Franscisco, o número de cidadãos espanhóis inscritos no consulado passou de 300 em 2010 para 400 no ano passado. Actualmente, são 4.500 os espanhóis registados no Luxemburgo. Números que o cônsul acredita serem mais altos (6 mil pessoas, no total), uma vez que o registo no consulado é agora opcional.

Segundo os consulados espanhol e italiano, os novos imigrantes são na sua maioria licenciados ou trabalhadores qualificados. Se esta população de licenciados é bem absorvida pelo mercado de trabalho luxemburguês, o mesmo não acontece aos menos qualificados. Ambos os responsáveis acreditam que, a curto prazo, este enorme fluxo de recém-chegados vai constituir um desafio para as autoridades luxemburguesas.

"São as associações de imigrantes que, ao longo dos anos, adquiriram uma certa experiência na organização de eventos culturais e festivos, e fazem muitas vezes o papel de assistentes sociais. Mas é preciso chamar a atenção das autoridades sobre as consequências deste fluxo migratório para o Luxemburgo e sobre a necessidade de ajudar as associações nesta tarefa", concluiu Antoni Montserrat, vice-presidente do Centro Catalá no Luxemburgo. Carlos de Jesus

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Doping: Sérgio Silva suspenso 6 meses

Foto: R. Raminhos
O duatleta Sérgio Silva, campeão do Mundo em 2011, foi hoje suspenso pela União Internacional de Triatlo (ITU) durante seis meses por controlo positivo de doping. Sérgio Silva acusou durante os mundiais de Gijon, a substância demethypentilamina (DMPA) - conhecida como methylhexaneamina (MHEA) - no organismo, um estimulante proibido pela Agência Mundial Antidoping, tendo ficado impedido de competir até 9 de Maio. O atleta já recorreu e o painel antidoping da ITU entendeu que a documentação e as evidências apresentadas por Sérgio Silva foram "persuasivos e que tomou a substância inadvertidamente, sem intenção de melhorar o desempenho". Ainda assim, defende que deve julgar o atleta "pelos mesmos padrões de todos os outros”. Sérgio Silva vai ainda perder a medalha de ouro conquistada em Gijon, bem como os pontos amealhados no ranking internacional, além de ter de devolver os prémios monetários amealhados. Segundo a ITU, este suplemento tem importantes quantidades de óleo de gerânio, também conhecido como dimethylpentylamina (DMPA).
"Foi avisado dos perigos do suplemento que tomava, mas confiou mais no conselho do nutricionista e não pesquisou a referência de DMPA no rótulo do suplemento”, disse a ITU.

30 anos de carreira: Sétima Legião de regresso aos palcos

Sétima Legião
Os Sétima Legião vão voltar a juntar-se este ano para celebrar os 30 anos de carreira. Para marcar a efeméride, estão agendados dez concertos em Portugal. A 29 de Abril vão subir ao palco da Casa da Música, no Porto, e a 4 de Maio vão estar no Coliseu de Lisboa. Formado em 1982, os Sétima Legião tornaram-se numa das bandas portuguesas mais carismáticas dos anos 80 e 90. Rodrigo Leão, Pedro Oliveira, Ricardo Camacho, Francisco Menezes, Nuno Cruz, Gabriel Gomes, Paulo Marinho e Paulo Abelho vão relembrar músicas como “Sete Mares”, “Por Quem Não Esqueci”, “Mar D’Outubro”, “A Um Deus Desconhecido”, entre outros temas. Os Sétima Legião vão também reeditar em 2012 a obra completa do grupo. Os bilhetes já estão à venda com preços entre 22 e 43 euros.

   

Emigrantes em França querem ouvir José Cesário

A Comissão para a Defesa dos Direitos dos Portugueses em França anunciou que vai pedir uma "reunião formal" ao secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, para "pedir respostas em relação ao Ensino e à rede consular". O porta-voz da comissão, Parcídio Peixoto, disse que o objectivo do encontro "formal" que pretendem pedir ao secretário de Estado é "saber qual é a política que ele defende, quer para o Ensino, quer para a rede consular". "Até agora não tivemos uma resposta satisfatória em relação a nenhum destes assuntos, o secretário de Estado tem desprezado a comunidade", acrescentou. A comissão decidiu ainda pedir uma reunião à Coordenação do Ensino Português em França e "tentar chegar à comunidade", quer através dos meios de comunicação social, quer através do Facebook da comissão.

Os foliões de Carnaval saem hoje à rua no Luxemburgo

Foto: Marc Wilwert
No Luxemburgo, os foliões também saem à rua pela altura do Carnaval. Um pouco por todo o país, as tradicionais cavalcades (cortejos e desfiles) animam hoje as ruas com cor e alegria.

A 33a cavalcade de Carnaval de Diekirch sai hoje à rua. O cortejo parte às 14h30 da route de Gilsdorf e deve chegar às 18h ao Centro Cultural "Al Seeërei", onde há animação musical a partir das 16h, à qual se segue um baile.

www.cavalcade.lu


Em Pétange, o Carnaval dá também o ar da sua graça. A 57a cavalcade parte do supermercado Cactus às 15h e o cortejo termina na place du Marché, onde a animação é garantida a partir da 1h30.

www.kagepe.lu


Em Remich, a cavalcade percorre as ruas da localidade. O corso vai partir às 14h30 do Café "Fuesend", na route de Luxembourg, percorrendo em seguida a rue de la Gare, rue Enz, place du Marché e Esplanade. Na place Fernand Kons, há baile para os que gostam de dar um pézinho de dança.

www.cavalcade-remich.lu


Em Differdange, o fim-de-semana carnavalesco "Megafuesend" arrancou na sexta-feira e termina hoje. Os festejos têm lugar na place du Marché. Na sexta-feria houve a "Fuesparty", animada pela orquestra Los Figaros. De ontem para hoje, o programa contempla dois bailes para os foliões de Carnaval.

www.megafuesend.lu


Em Esch-sur-Alzette, os festejos de Carnaval só arrancam no início de Março. No dia 9, há o Carnaval português, sob o tema "Vamos festejar todos juntos o Carnaval 2012". A animação vai estar a cargo de Paulo de Oliveira & To Mané, a partir de 21h. A 10 de Março, o Carnaval infantil começa a partir das 14h e no domingo, 11 de Março, a grande cavalcade sai às ruas a partir das 14h30.

www.esch.lu/fuesend

Angel At My Table lançam novo álbum com videoclip

A banda luxemburguesa Angel At My Table acaba de anunciar o lançamento do novo álbum, "In a heartbeat", a 25 deste mês, na discoteca Melusina, em Clausen. "Vai ser uma noite cheia de surpresas", explicou o cantor Joelle Gelhausenwho. "Silverlight" é um dos seis potenciais temas de sucesso que podem ser ouvidos no novo álbum e que já tem videoclip. Parte das gravações de "Silverlight" foram feitas no recente concerto que o quinteto deu na Rockhal, em Esch. O vídeo oficial da banda que tem marcado a cena pop luxemburguesa retrata a história de um relacionamento imaginário entre dois grandes amigos e apresenta-se com uma melodia cativante reforçada com o poder da guitarra-heavy. Os Angel At My Table vão estar no festival Rock-A-Field a 23 e 24 de Junho.

Trabalhadores portugueses são mais-valia para o Brasil

Foto: Lusa
Empresários brasileiros do sector do imobiliário residencial e turístico lembraram ontem em Lisboa que o Brasil tem grande falta de mão-de-obra, considerando a experiência dos trabalhadores portugueses uma mais-valia para o crescimento do país.

"Não temos mão-de-obra. Não só qualificada, mas também sem ser qualificada", disse Filipe Cavalcante, presidente da Associação para o Desenvolvimento do Imobiliário e Turismo do Brasil, adiantando que essa falta é notada na maioria das áreas de actividade. "Há meses que procuro 30 pedreiros. E são pedreiros, o que dirá engenheiros", adiantou Cavalcante, considerando "muito interessante" o actual movimento de portugueses para o Brasil. "Nos próximos anos o elo entre Brasil e Portugal vai fortalecer-se", dizia o empresário durante um seminário que juntou empresários dos dois países.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Luxemburgo: Consulado corta no aquecimento para "poupar custos"

Foto: P.T.A.
Funcionários subscreveram abaixo-assinado a queixar-se do frio

Os funcionários do Consulado de Portugal no Luxemburgo estão indignados. O Consulado decidiu cortar no aquecimento para reduzir os custos. Com as temperaturas negativas das últimas semanas, os funcionários queixam-se de não ter condições para trabalhar.

É assim desde o início do ano. À tarde, quando o Consulado fecha, os radiadores são postos no mínimo. O aquecimento só é reposto no dia seguinte, 16 horas depois, quando os funcionários entram ao serviço. Mas com as temperaturas negativas das últimas semanas, são precisas várias horas até a temperatura voltar ao normal.

Quem sofre são os funcionários e os utentes, que já se queixaram do frio que se sente dentro do edifício.
"Os funcionários do Consulado informaram-me que o aquecimento é reduzido e que volta a ser ligado no dia seguinte", explica o conselheiro das Comunidades no Luxemburgo, Eduardo Dias. "Isso leva a que no dia seguinte as pessoas tenham de suportar muito frio até que a temperatura volte a estar de novo adequada".

A situação levou mesmo os funcionários a subscrever um abaixo-assinado dirigido ao cônsul de Portugal no Luxemburgo. No documento, assinado por todos os funcionários, pede-se que o aquecimento central volte a estar ligado durante o período em que o Consulado está fechado, para evitar que os funcionários sejam obrigados "a usar cachecol e casaco" nas horas de expediente. No abaixo-assinado referem-se ainda as queixas dos utentes, que querem saber se o aquecimento está avariado.

Para Eduardo Dias, a medida é absurda e não representa sequer uma poupança efectiva de energia.
"A mim parece-me uma medida absolutamente ridícula. Se o termóstato estiver a uma temperatura constante, é melhor do que os sobressaltos de ligar e desligar. É preciso mais energia para voltar à temperatura adequada. Isto não vai corresponder a poupança nenhuma: é a consequência de um estado de espírito que quer levar a poupança a tal extremo que conduz ao ridículo", critica o conselheiro.

O caso já chegou ao secretário de Estado das Comunidades. Eduardo Dias aproveitou a visita de José Cesário ao Luxemburgo para pedir explicações sobre a situação laboral dos contratados locais (ver caixa) e também para "lhe dar conta do problema do aquecimento".

"O que o secretário de Estado nos disse é que não tinha conhecimento desta situação. Há ordens no sentido de se proceder a restrições, mas sem precisar. A decisão de reduzir o aquecimento, ou o que quer que seja, é local. No Luxemburgo desligam o aquecimento. Se calhar num sítio que seja quente reduzem o ar condicionado, como a ministra Assunção Cristas [que dispensou os funcionários de usar gravata para poder cortar no ar condicionado]. São medidas que atingem o ridículo", critica o conselheiro.

"LISBOA CORTA E MANDA CORTAR"

Ao CONTACTO, o vice-cônsul confirma a situação. E diz que é o próprio cônsul quem verifica se a medida é posta em prática.

"O senhor cônsul à hora de saída dá a volta ao edifício para reduzir o aquecimento. É da opinião que os manípulos devem ficar no mínimo, no símbolo da lua. Os funcionários acham que não chega, e alguns utentes também. Parte dos utentes que chegam com crianças também se manifestam e dizem que está frio", disse ao CONTACTO António Martins Antunes.

As ordens para cortar vêm de Lisboa. E não se limitam ao aquecimento.
"Não é novidade para ninguém que Lisboa corta e manda cortar. Nós tivemos de definir e comunicar algumas medidas de poupança. Como não temos nenhum consumo de luxo, não temos mais sítio nenhum onde cortar. Até a segurança já foi cortada. Deixámos de ter dinheiro para pagar ao segurança cinco dias por semana, porque a empresa não aceita receber menos. A solução encontrada foi passar a ter o segurança apenas quatro dias por semana", conta o vice-cônsul.

Mas é o corte do aquecimento que está a provocar o impasse entre os funcionários e o cônsul de Portugal no Luxemburgo. Mesmo depois do abaixo-assinado assinado por todos os trabalhadores, o cônsul de Portugal continua irredutível.

"Os funcionários continuam descontentes e o senhor cônsul continua a impor a poupança de energia", sintetiza Martins Antunes, para quem o corte no aquecimento veio agravar o descontentamento dos funcionários com as condições de trabalho (ver também caixa).

"O estado de espírito é negativo. No ano passado, saíram três funcionários, e até agora não entrou mais nenhum. Somos cada vez menos e a clientela é cada vez mais", lamenta o vice-cônsul. E a sangria de funcionários pode não ficar por aqui.

"Os funcionários mais novos andam na expectativa de sair, para conseguirem melhores condições de trabalho. E não é difícil, seja no plano remuneratório, seja no plano emocional", admite Martins Antunes.
O cônsul de Portugal no Luxemburgo, José Carvalho Meneses Rosa, não quis prestar declarações sobre o caso. 

Ministro do Trabalho luxemburguês pede explicações à Embaixada

O aquecimento não é o único problema dos funcionários do Consulado de Portugal no Luxemburgo. Os contratados locais não recebem as actualizações salariais desde Julho de 2010, mas sofreram os cortes salariais previstos no plano de austeridade português. Por lei, a entidade patronal é obrigada a pagar estas actualizações. Se o não fizer, pode sujeitar-se a um processo e ter de pagar uma multa até 25 mil euros, como o CONTACTO revelou em Janeiro do ano passado. E com os cortes e a falta de actualização, há salários abaixo do mínimo legal para trabalhadores qualificados.

Ilegalidades que já levaram o ministro do Trabalho e da Imigração do Luxemburgo, Nicolas Schmit, a pedir explicações ao Estado português, soube ontem o CONTACTO.

"O ministro do Trabalho disse muito claramente que se tratava de uma violação da legislação luxemburguesa em matéria de salário mínimo e de actualizações salariais, e chamou a Embaixada para pedir explicações", revela o conselheiro das Comunidades no Luxemburgo, Eduardo Dias. "Naturalmente, como não há a possibilidade de entrar no Consulado, o Estado luxemburguês optou pela via diplomática, e a Embaixada foi chamada a prestar esclarecimentos sobre esta matéria".

Para o conselheiro, a situação dos funcionários consulares dá má imagem ao país e prejudica as relações bilaterais entre os dois países. "Se o Estado português quer poder exigir que o Estado luxemburguês cumpra as disposições em matéria de cidadania, e que as câmaras, por exemplo, não entrem em situações de ilegalidade, recusando registar os cidadãos, não pode entrar ele próprio em situações de ilegalidade. Fica em muito má posição se ele próprio não cumprir e não respeitar a lei".

A situação dos funcionários consulares foi um dos pontos abordados no encontro que o conselheiro teve com José Cesário no sábado. "Esta situação tem de ser resolvida. Dissemo-lo ao secretário de Estado das Comunidades e reservamo-nos o direito de fazer o escândalo que for necessário. A única arma que nos resta é a denúncia. A legalidade tem de ser reposta sem retaliações aos funcionários que revelaram esta situação".

O conselheiro das Comunidades também está preocupado com a redução do pessoal e com a deterioração dos serviços consulares. No ano passado, o Consulado e a Embaixada de Portugal no Luxemburgo perderam seis funcionários, três só nos serviços consulares. E no início do ano os preços dos emolumentos aumentaram, nalguns casos para mais 150 %.

"O que é mais grave no Consulado é haver cada vez mais portugueses no Luxemburgo e haver cada vez menos pessoal para os atender", lamenta Eduardo Dias.

"Menos funcionários, o aumento dos preços dos actos consulares para números completamente absurdos, os contratados locais que não recebem as actualizações salariais, já são restrições imensas. Até por isso, parece-me que [o corte no aquecimento] se trata de uma medida absolutamente ridícula, que só agrava as condições de trabalho dos funcionários".

O CONTACTO tentou até à hora do fecho desta edição ouvir a Embaixada de Portugal no Luxemburgo.

Texto: Paula Telo Alves

Troika reúne-se com deputados no dia de Carnaval

Os líderes da missão da troika em Portugal vão reunir-se na terça-feira, dia de carnaval, com os deputados da comissão parlamentar eventual que acompanha as medidas do programa de assistência financeira a Portugal. A reunião vai decorrer à porta fechada na Assembleia da República, tal como os encontros anteriores durante os períodos de revisão do programa com os representantes da troika. No encontro vão estar presentes os chefes da missão do Fundo Monetário Internacional, Poul Thomsen, da Comissão Europeia, Jürgen Kröger, e do Banco Central Europeu, Rasmus Rüffer, e ainda a mesa da Comissão e dois deputados de cada partido. O anúncio da reunião foi feito inicialmente no site da comissão parlamentar, tendo sido retirado pouco tempo depois, mas confirmado à Agência Lusa.

Portugal quer eliminar barreiras no reconhecimento médico com Brasil

A Ordem dos Médicos (OM) portuguesa e a Associação Médica Brasileira acordaram trocar informações sobre clínicos que queiram migrar entre os dois países e estão a trabalhar para eliminar as barreiras no reconhecimento mútuo de títulos. "Acordámos poder haver solicitação de informações [...] que facilitem o reconhecimento dos títulos ou, pelo contrário, que possam levantar reservas em função do passado do médico", disse o bastonário da OM, José Manuel Silva. O objectivo das conversações é, segundo o bastonário, "caminhar no sentido de uma redução, senão mesmo eliminação, das barreiras no reconhecimento de títulos na área da medicina entre Portugal e Brasil". O processo "vai avançar muito rapidamente", garantiu o representante brasileiro Florentino Cardoso.

Hoje à noite Rita Guerra traz "Noites ao Piano" a Esch/Alzette

"Noites ao Piano" é o nome do espectáculo que Rita Guerra traz este sábado à noite ao Megusta Disco Club, em Esch/Alzette (371, route de Belval), nesta sua primeira vinda ao Grão-Ducado.

Considerada uma das melhores vozes portuguesas da actualidade, Rita Guerra vem pela primeira vez ao Luxemburgo nas vésperas do início da digressâo para a promoção do seu mais recente álbum "Retrato".

Nascida em 1967, a paixão de Rita pela música começa na adolescência, o que lhe faz assinar o primeiro contrato discográfico aos 22 anos. O resultado é o álbum de estreia "Pormenores Sem a Mínima Importância" (1990), apadrinhado por Rui Veloso. Um disco em que se destacam canções como a que dá nome ao álbum, "Um poster do James Dean", "Tintim casou", "Meu nome é Lua" e no qual incluiu ainda "No meio da escuridão", uma fenomenal versão em português de "Dance, Dance, Dance", dos Táxi e que estes apenas tinham cantado em inglês.

O segundo álbum "Independence Day" (1995) é totalmente cantado em inglês. Uns adoram, mas os verdadeiros fãs querem voltar a ouvi-la cantar em português. É graças a "Desencontros" (2000), disco de duetos com Beto, que Rita confirma a popularidade junto do público, graças ao airplay que merece por parte das rádios portuguesas.

Graças a "Da Gama" (2001), Rita trabalha com o maestro Pedro Osório e Paulo de Carvalho. Em 2002, representa Portugal no Festival Eurovisão da Canção e causa sensação na Letónia, com "Deixa-me Senhor (Só mais uma vez)" onde, apesar da classificação, é considerada uma das mais bonitas vozes do concurso.

O álbum "Rita" marca a consagração definitiva, alcançando em Março de 2006 a dupla platina (40 mil unidades vendidas).

Pelo meio, a cantora participa em colectâneas e edições especiais, empresta a sua voz a produções da Disney ("O Príncipe do Egipto", "Rei Leão", "A Pequena Sereia", "Branca de Neve", etc.) e embarca em projectos como "As Canções do Século" (com Lena D'Água e Helena Vieira).

Ainda em 2006, é convidada por Ronan Keating (ex-Boyzone) para gravar em dueto "All Over Again".

O single "Sentimento", que integra em 2007 a banda sonora da novela "Ilha dos Amores" (TVI), é a primeira canção do álbum homónimo. Assim que sai, entra no top nacional. Duas das canções do disco fazem também parte da banda sonora da telenovela "Fascínios" (TVI) e o álbum torna-se disco de platina.

Em 2008, a cantora investe-se cada vez mais em causas solidárias e participa em projectos como os álbuns como "Woman – Mulher Passa a Palavra", da Liga Portuguesa Contra o Cancro, e "Infância Traficada", colectânea para angariação de fundos com vista ao combate mundial ao tráfico infantil, entre outros.

Segue-se a gravação do seu primeiro CD/DVD ao vivo "O Melhor de Rita Guerra – Acústico ao Vivo", que atinge o n°1 do top nacional. Rita arrecada novamente a dupla platina.

A cantora edita "Luar", em Fevereiro de 2010, que entra directamente para o n°1 do top nacional de vendas – é já quase uma obrigação! – e alcança a platina.

Em 2011, Rita Guerra cumpre um dos seus sonhos ao cantar com Michael Bolton nos concertos do artista em Lisboa e no Porto. A canção deverá ser editada este ano.

Nesse mesmo ano, Rita lança um novo conceito de espectáculo, acústico, intimista, a solo, para pequenos auditórios, "Noites ao Piano". Nestas noites, a cantora revisita alguns dos seus maiores êxitos e junta-lhes outras canções, sucessos nacionais e internacionais que influenciaram a sua carreira. Em Portugal, os concertos registaram lotação esgotada ao longo de meses.

É este espectáculo que a cantora traz ao Luxemburgo, com a mais-valia de – espera-se – trazer na bagagem alguns temas do seu novo álbum "Retrato", que saiu em Novembro, que já foi Disco de Ouro e cuja digressão começa no final de Março.

Os bilhetes para o concerto estão à venda no Café Bambu (Esch), Rádio Latina, Beko Café (na capital) e Café du Coin (Kayl), a 18 euros, em pré-venda, e 25 euros na bilheteira, na noite do espectáculo.

Texto: José Luís Correia

Regresso de emigrantes pode gerar convulsões sociais

Foto: M. Dias
Se o “escape” da emigração diminuir ou se os jovens que foram trabalhar para o estrangeiro começarem a regressar, podem ocorrer convulsões sociais, defende a socióloga Luísa Oliveira.

Se a saída de Portugal deixar de ser alternativa, “as coisas começam a comprimir porque há uma grande revolta, uma grande desilusão e frustração nos desempregados, particularmente os jovens”, disse a investigadora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Prova disso é o aumento das várias criminalidades, “fenómeno a que já se está a assistir neste momento”, tal como as convulsões sociais, considera. Luísa Oliveira recorre ao exemplo do fluxo migratório que ocorreu em Portugal na década de 1960: “Se não tivesse sido possível [essa saída em massa], provavelmente a revolução do 25 de Abril [de 1974] teria ocorrido antes”. Por enquanto “temos a sorte de ter uma central sindical que tem uma função social muito importante desse ponto de vista [controlo social dos descontentes com o aumento do desemprego]. Enquanto as pessoas descerem a avenida da Liberdade [em Lisboa] até ao Terreiro do Paço com as bandeiras e gritarem umas palavras de ordem, isso é uma válvula de descompressão”, explica a investigadora, que vê os sectores da sociedade mais à direita nutrir "simpatia para com a CGTP, pela capacidade de conter o descontentamento”. Já a mobilização espontânea da sociedade "vai-se esgotando também”, considera.

Em Portugal há Carnaval para todos os gostos

Foto: Lusa
Neste fim-de-semana, as ruas de Loulé têm sido palco do Carnaval mais conhecido do Algarve. Quinze carros alegóricos desfilam na Avenida José da Costa. O tema do cortejo este ano é "Troika a Crise pelo Carnaval de Loulé".

Em Torres Vedras, os festejos tiveram início ontem e prolongam-se até ao dia 22. O Corso Escolar inaugurou  ontem a celebração carnavalesca. Hoje é a vez do Corso Nocturno e amanhã e terça-feira saem para a rua os Corsos Diurnos e, na segunda-feira, desfila o Corso Trapalhão.

Na ilha da Madeira, no Funchal, os festejos têm lugar entre 15 e 22 de Fevereiro. Hoje é o grande Cortejo Alegórico a encher as ruas do Funchal. Na terça-feira, o Cortejo Trapalhão sai às ruas.

Na Mealhada, o Carnaval garante “muita animação para fazer esquecer a crise”. Os reis este ano são o actor brasileiro Anderson Di Rizzi e a cantora Micaela, que desfilam amanhã e terça-feira, no sambódromo Luís Marques.

Na Figueira da Foz, Paulo Futre e Margarida São Pedro são os reis do Carnaval.
Os corsos saem à rua também este domingo e terça-feira, a partir das 14h30, ao lado de três escolas de samba, 10 carros alegóricos e 700 foliões.
Foto: Lusa

Jogos da taça do Luxemburgo adiados devido à chuva

Foto: Sportbiller
Os encontros referentes aos oitavos-de-final da taça do Luxemburgo em futebol, previstos para amanhã, foram todos anulados devido ao mau estado de alguns relvados. A Federação Luxemburguesa de Futebol decidiu adiar esta jornada para uma data a determinar brevemente.

A chuva abundante que caiu nos últimos dias no Grão-Ducado foi a grande responsável pelo adiamento dos jogos referentes aos oitavos de final da taça do Luxemburgo. À neve que derreteu sobre a generalidade dos campos juntou-se uma grande quantidade de água da chuva, pelo que a Federação Luxemburguesa de Futebol (FLF) decidiu anular a totalidade dos jogos previstos para amanhã, por inviabilidade dos terrenos. A FLF ainda não fixou a data para a realização dos jogos que vai contar com o seguinte programa: Etoile Sportif Clemency - Fola Esch, Mondorf-les-Bains - CS Pétange, UN Käerjéng - Union 05 Kayl/Tétang, Racing Luxembourg - CS Grevenmacher, F91 Dudelange - RM Hamm Benfica, Etzella Ettelbruck - Swift Hesperange, CS Oberkorn - FC Differdange 03 e Jeunesse d'Esch - US Hostert.

Com a jornada da taça anulada, o futebol grão-ducal regressa no fim-de-semana de 25 e 26 de Fevereiro com mais uma jornada de campeonato das várias divisões.

Luxemburgo: Fronteiriços mais perto de conseguir bolsas de estudo

Foto: Marc Wilwert
Os fronteiriços estão mais perto da vitória na batalha para obter bolsas de estudo, depois de o advogado-geral da Comissão Europeia ter ontem defendido a igualdade de tratamento para não residentes. Não é ainda o julgamento que opõe os trabalhadores fronteiriços ao Governo luxemburguês, mas pode fazer jurisprudência. O caso que opõe a Comissão Europeia à Holanda é semelhante ao do Luxemburgo. Em ambos os casos, o Governo reserva o financiamento de estudos superiores aos residentes no país.

Ontem, o Tribunal de Justiça das Comunidades publicou as conclusões do advogado-geral da Comissão, que considera "contrário ao direito comunitário sobre a livre circulação dos trabalhadores uma disposição do direito holandês que reserva o financiamento dos estudos superiores no estrangeiro aos alunos que tenham residido na Holanda durante três anos nos seis anos anteriores à inscrição".

Um passo decisivo para os trabalhadores fronteiriços no Luxemburgo. O Tribunal de Justiça das Comunidades vai ter de se pronunciar sobre a recusa de atribuição de bolsas a não residentes no Luxemburgo, numa questão prévia enviada pelo Tribunal Administrativo do Grão-Ducado. Na maioria dos casos, o Tribunal segue as conclusões do advogado-geral.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Luxemburgo: LMFAO com after party no Atelier

Já está aberta a pré-venda de bilhetes para o After Party LMFAO no Atelier, no sábado, 3 de Março. Depois do concerto na Rockhal, Red Foo e o seu clã prometem aquecer o resto da noite no Atelier, com música non stop até ao início da manhã. Os DJ's locais Tollek e Tony vão também ajudar à festa. A entrada só é permitida a maiores de 18 anos.