Nasceu há 10 anos para manter os laços entre as pessoas que viveram, vivem e gostam do Grão-Ducado. Chama-se Associação Fórum Portugal-Luxemburgo. Para assinalar a década de existência, a entidade, com sede em Lisboa, lança em fins de Março a primeira História do Luxemburgo em língua portuguesa, da autoria do professor Gilbert Trausch. A obra inédita vai ser apresentada pelo director do Centro Robert Schuman no Luxemburgo.
Estatutariamente, o Fórum Portugal-Luxemburgo visa a promoção e o desenvolvimento das relações entre os dois países. Mas, na realidade, o que se pretende "é manter os laços entre pessoas", explicou ao CONTACTO Eugénia Malheiros, actual secretária da associação.
"É a realização de um desejo de um conjunto de pessoas que estiveram a trabalhar no Luxemburgo, umas oriundas da emigração tradicional, outras que passaram por instituições em resultado da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia", especificou.
Foi a 11 de Abril de 2002 que se reuniu a assembleia constitutiva do Fórum Portugal-Luxemburgo. A comemoração da década está à porta.
Em sua casa, em Lisboa, mesmo ao lado do Parque das Nações, onde se exibiu a Expo 98, Eugénia Malheiros mostra-nos a primeira acta onde consta o nome dos pioneiros do Fórum.
Rute Costa, professora catedrática da Universidade Nova, foi a primeira presidente. Ainda criança emigrou para o Luxemburgo, onde frequentou todo o ensino secundário, regressando depois a Portugal para ingressar na Universidade. Foi vice-presidente Marie Jeanne dos Santos Salvestrin, que actualmente trabalha para o Governo do Luxemburgo. Como secretário, Manuel Malheiros, que passou pela chefia da divisão de tradução jurídica do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias e foi o último governador civil de Setúbal, cargo extinto pelo actual Governo de Portugal. Foram vogais Ana Paula Costa, Isaías Gomes dos Santos, José Carvalho Pires e Pol Bradtk.
São várias as actividades culturais a que os associados aderem para manterem vivos os laços. Por exemplo, todos anos se reúnem para comemorar o Dia Nacional do Luxemburgo.
"Aproveita-se o convívio e matam-se saudades", observa Eugénia Malheiros, que recorda também a visita ao museu municipal de Loures, com o apoio da autarquia, o passeio de barco pelo Tejo, com o apoio da Câmara do Barreiro, ou a visita ao Museu de Cerâmica de Sacavém.
Em 2004 foi proposto ao embaixador Alain de Muyser que o dia de S. Nicolau fosse festejado na embaixada com a participação dos membros do Fórum. A ideia foi logo acolhida e agora todos os anos, a 6 de Dezembro, nos salões da Embaixada, a festa acontece com todas as crianças pertencentes às famílias dos membros do Fórum e da Embaixada. "É uma forma de manter vivas também as tradições do Luxemburgo".
Depois da festa recolhem-se donativos para serem doados à Associação Sol, uma instituição que acolhe crianças doentes de Sida. Nos últimos três anos, algumas crianças desta instituição participaram também na festa de S. Nicolau.
No âmbito cultural, um grande marco da associação foi a tradução para português do policial "Um porto para os advogados", de Josy Braun, um escritor luxemburguês. A obra foi inclusive referida pelo semanário Expresso nas suas páginas sobre o que de melhor se publica em Portugal. Todos os custos da tradução foram suportados pelo Fórum. O lançamento do livro, em Lisboa e Porto, teve o apoio da Embaixada. Várias personagens da história de ficção são cidadãos portugueses residentes no Grão Ducado, o que reflecte a influência lusa na sociedade luxemburguesa.
Neste momento, porém, a associação está a passar por algumas dificuldades. Uma delas tem a ver com a saúde da actual presidente, Viviane Salvestrin, que se encontra no Luxemburgo para receber tratamentos.
Por outro lado, vai ser necessário chamar mais gente para o Fórum, e incrementar as actividades, diz Eugénia Malheiros, esposa de Manuel Malheiros, que desempenhou as mesmas funções logo em 2002. Aquela dirigente permaneceu 14 anos no Grão-Ducado, ondeexerceu actividades docentes na área de Língua e Cultura Portuguesas. Em Portugal foi professora do ensino secundário, nas disciplinas de Português e Francês, durante 38 anos.
Neste momento, a associação conta cerca de 40 sócios, mas a professora quer mais gente para manter vivas as relações entre Portugal e o país que acolhe cerca de 100 mil portugueses. Neste sentido, a associação conta já com o apoio da Câmara do Comércio Luso-belga-luxemburguesa para a criação de um site na internet. "Vai ser uma forma de divulgar o Fórum", explicou.
Mas, apesar de se considerar uma fase menos boa esta pela qual a associação está a passar, nunca se poderá dizer que está parada. Bem pelo contrário.
A Embaixada do Luxemburgo vai nos dias 28, 29 e 30 de Março realizar três conferências, no Porto, em Lisboa e em Faro, respectivamente, para apresentar o livro "História do Luxemburgo" do Professor Gilbert Trausch. Trata-se de uma obra cuja tradução foi promovida pelo Fórum Portugal-Luxemburgo, com todo o apoio da Embaixada. É a primeira história do Luxemburgo publicada em língua portuguesa.
Ao celebrar dez anos, o Fórum continua a construir, e com toda a força, as pontes entre Portugal e o Grão-Ducado.
Texto: Licínio Lima
Estatutariamente, o Fórum Portugal-Luxemburgo visa a promoção e o desenvolvimento das relações entre os dois países. Mas, na realidade, o que se pretende "é manter os laços entre pessoas", explicou ao CONTACTO Eugénia Malheiros, actual secretária da associação.
"É a realização de um desejo de um conjunto de pessoas que estiveram a trabalhar no Luxemburgo, umas oriundas da emigração tradicional, outras que passaram por instituições em resultado da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia", especificou.
Foi a 11 de Abril de 2002 que se reuniu a assembleia constitutiva do Fórum Portugal-Luxemburgo. A comemoração da década está à porta.
Em sua casa, em Lisboa, mesmo ao lado do Parque das Nações, onde se exibiu a Expo 98, Eugénia Malheiros mostra-nos a primeira acta onde consta o nome dos pioneiros do Fórum.
Rute Costa, professora catedrática da Universidade Nova, foi a primeira presidente. Ainda criança emigrou para o Luxemburgo, onde frequentou todo o ensino secundário, regressando depois a Portugal para ingressar na Universidade. Foi vice-presidente Marie Jeanne dos Santos Salvestrin, que actualmente trabalha para o Governo do Luxemburgo. Como secretário, Manuel Malheiros, que passou pela chefia da divisão de tradução jurídica do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias e foi o último governador civil de Setúbal, cargo extinto pelo actual Governo de Portugal. Foram vogais Ana Paula Costa, Isaías Gomes dos Santos, José Carvalho Pires e Pol Bradtk.
São várias as actividades culturais a que os associados aderem para manterem vivos os laços. Por exemplo, todos anos se reúnem para comemorar o Dia Nacional do Luxemburgo.
"Aproveita-se o convívio e matam-se saudades", observa Eugénia Malheiros, que recorda também a visita ao museu municipal de Loures, com o apoio da autarquia, o passeio de barco pelo Tejo, com o apoio da Câmara do Barreiro, ou a visita ao Museu de Cerâmica de Sacavém.
Em 2004 foi proposto ao embaixador Alain de Muyser que o dia de S. Nicolau fosse festejado na embaixada com a participação dos membros do Fórum. A ideia foi logo acolhida e agora todos os anos, a 6 de Dezembro, nos salões da Embaixada, a festa acontece com todas as crianças pertencentes às famílias dos membros do Fórum e da Embaixada. "É uma forma de manter vivas também as tradições do Luxemburgo".
Depois da festa recolhem-se donativos para serem doados à Associação Sol, uma instituição que acolhe crianças doentes de Sida. Nos últimos três anos, algumas crianças desta instituição participaram também na festa de S. Nicolau.
No âmbito cultural, um grande marco da associação foi a tradução para português do policial "Um porto para os advogados", de Josy Braun, um escritor luxemburguês. A obra foi inclusive referida pelo semanário Expresso nas suas páginas sobre o que de melhor se publica em Portugal. Todos os custos da tradução foram suportados pelo Fórum. O lançamento do livro, em Lisboa e Porto, teve o apoio da Embaixada. Várias personagens da história de ficção são cidadãos portugueses residentes no Grão Ducado, o que reflecte a influência lusa na sociedade luxemburguesa.
Neste momento, porém, a associação está a passar por algumas dificuldades. Uma delas tem a ver com a saúde da actual presidente, Viviane Salvestrin, que se encontra no Luxemburgo para receber tratamentos.
Por outro lado, vai ser necessário chamar mais gente para o Fórum, e incrementar as actividades, diz Eugénia Malheiros, esposa de Manuel Malheiros, que desempenhou as mesmas funções logo em 2002. Aquela dirigente permaneceu 14 anos no Grão-Ducado, ondeexerceu actividades docentes na área de Língua e Cultura Portuguesas. Em Portugal foi professora do ensino secundário, nas disciplinas de Português e Francês, durante 38 anos.
Neste momento, a associação conta cerca de 40 sócios, mas a professora quer mais gente para manter vivas as relações entre Portugal e o país que acolhe cerca de 100 mil portugueses. Neste sentido, a associação conta já com o apoio da Câmara do Comércio Luso-belga-luxemburguesa para a criação de um site na internet. "Vai ser uma forma de divulgar o Fórum", explicou.
Mas, apesar de se considerar uma fase menos boa esta pela qual a associação está a passar, nunca se poderá dizer que está parada. Bem pelo contrário.
A Embaixada do Luxemburgo vai nos dias 28, 29 e 30 de Março realizar três conferências, no Porto, em Lisboa e em Faro, respectivamente, para apresentar o livro "História do Luxemburgo" do Professor Gilbert Trausch. Trata-se de uma obra cuja tradução foi promovida pelo Fórum Portugal-Luxemburgo, com todo o apoio da Embaixada. É a primeira história do Luxemburgo publicada em língua portuguesa.
Ao celebrar dez anos, o Fórum continua a construir, e com toda a força, as pontes entre Portugal e o Grão-Ducado.
Texto: Licínio Lima
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