Foto: M. Dias |
Se a saída de Portugal deixar de ser alternativa, “as coisas começam a comprimir porque há uma grande revolta, uma grande desilusão e frustração nos desempregados, particularmente os jovens”, disse a investigadora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Prova disso é o aumento das várias criminalidades, “fenómeno a que já se está a assistir neste momento”, tal como as convulsões sociais, considera. Luísa Oliveira recorre ao exemplo do fluxo migratório que ocorreu em Portugal na década de 1960: “Se não tivesse sido possível [essa saída em massa], provavelmente a revolução do 25 de Abril [de 1974] teria ocorrido antes”. Por enquanto “temos a sorte de ter uma central sindical que tem uma função social muito importante desse ponto de vista [controlo social dos descontentes com o aumento do desemprego]. Enquanto as pessoas descerem a avenida da Liberdade [em Lisboa] até ao Terreiro do Paço com as bandeiras e gritarem umas palavras de ordem, isso é uma válvula de descompressão”, explica a investigadora, que vê os sectores da sociedade mais à direita nutrir "simpatia para com a CGTP, pela capacidade de conter o descontentamento”. Já a mobilização espontânea da sociedade "vai-se esgotando também”, considera.
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