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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Portugal: Morreu historiador José Hermano Saraiva

O historiador José Hermano Saraiva morreu hoje de manhã, disse à agência Lusa o assistente do produtor do programa da Videofono feito pelo académico de 93 anos.

Carlos Manuel disse à Lusa que o produtor José Manuel Crespo foi hoje informado por um familiar de José Hermano Saraiva que o historiador tinha morrido hoje em casa, no distrito de Setúbal.

De ministro a grande divulgador da cultura portuguesa na televisãoJosé Hermano Saraiva foi jurista, ministro da Educação e autor da “História Concisa de Portugal”, mas tornou-se conhecido do grande público como apresentador de programas televisivos de divulgação cultural.

O historiador foi agraciado este ano, nas celebrações dos 10 de junho, pelo Presidente da República, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Em outubro de 2010, a Academia Portuguesa da História (APH) distinguiu José Hermano Saraiva como académico de mérito, salientando ser um “grande divulgador” da História de Portugal.

“A Academia achou que nesta sua idade, era bonito, agradável, marcar um momento de confraternização com um homem que fez muitos portugueses conhecer a História de Portugal”, explicou na altura à Lusa a presidente da APH, Manuela Mendonça. Manuela Mendonça sublinhou que José Hermano Saraiva “levou com simpatia e palavras de agrado os portugueses a interessarem-se mais pela sua própria História”.Membro “há muitos anos” da Academia, José Hermano Saraiva era também membro das academias das Ciências de Lisboa, da Marinha e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (Brasil).

Nascido em Leiria, no dia 3 de outubro de 1917, José Hermano Saraiva notabilizou-se nas quatro últimas décadas através de programas televisivos sobre História.Licenciado em Histórico-Filosóficas (1941) e em Ciências Jurídicas (1942), exerceu advocacia e foi professor do ensino secundário.

Em 1957 foi deputado à Assembleia Nacional e procurador às cortes. Entre outros cargos públicos que exerceu antes do 25 de abril de 1974, como o de diretor do Instituto de Assistência aos Menores, foi ministro da Educação Nacional entre 1968 e 1970, qualidade na qual inaugurou a Biblioteca Nacional de Portugal. Foi substituído por Veiga Simão, após a crise académica de 1969, tendo sido designado embaixador de Portugal em Brasília, em 1972.

A colaboração com a RTP começou em 1971 com o programa “Horizontes da Memória”, tendo nesse ano recebido o Prémio da Imprensa para o Melhor Programa do Ano. Foi ainda autor e apresentador de “Gente de Paz”, que assinalou o seu regresso à RTP em 1978, “O Tempo e a Alma”, “Histórias que o Tempo Apagou” e “A Alma e a Gente”.

Um dos seus livros mais conhecidos é a “História concisa de Portugal”, já na 25.ª edição, com um total de cerca de 180 mil exemplares vendidos. Editado pela primeira vez em 1978, este título foi já traduzido em espanhol, italiano, alemão, búlgaro e chinês. O livro foi escrito durante o exílio a que se impôs na Nazaré, a praia da sua infância, durante o PREC (Período Revolucionário em Curso), em 1974-75, a convite do editor livreiro Lyon de Castro. José Hermano Saraiva dirigiu também uma outra História de Portugal em seis volumes, publicada em 1981 pelas Edições Alfa. Na área da História, José Hermano Saraiva publicou cerca de 20 títulos, entre eles “Uma carta do Infante D. Henrique”, “O tempo e alma”, “Portugal – Os últimos 100 anos”, “Vida ignorada de Camões” ou “Ditos portugueses dignos de memória”. Na área da jurisprudência editou sete títulos, nomeadamente “A revisão constitucional e a eleição do Chefe do Estado”, “Non-self-governing territories and The United Nation Charter” e “Apostilha crítica ao projecto do Código Civil”, tendo ainda publicado cinco títulos na área da pedagogia.

José Hermano Saraiva apresentou à APH várias orações académicas, tendo sido publicadas sete, a mais recente em 1988, intitulada “A crise geral e a Aljubarrota de Froyssar”.O historiador foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho, a Comenda da Ordem de N.da Conceição de Vila Viçosa e a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco (Brasil).

Foto: LUSA


sábado, 14 de julho de 2012

Portugal encerra qualificação em Coimbra com o Luxemburgo

A selecção portuguesa de futebol vai disputar o último jogo do Grupo F de qualificação para o Mundial 2014 em Coimbra, frente ao Luxemburgo, a 15 de Outubro de 2013. Depois de iniciar a fase de apuramento diante do Luxemburgo, a 7 de Setembro, a equipa das "quinas" disputa o primeiro jogo em casa, em Braga, frente ao Azerbaijão, quatro dias depois.

Ainda em 2012, Portugal vai à Rússia, a 12 de Outubro, e recebe a Irlanda do Norte, no Estádio do Dragão, a 16 de Outubro. Portugal vai receber a Rússia, no Estádio da Luz, em Lisboa, a 7 de Junho de 2013, antes de defrontar Israel em Alvalade, a 11 de Outubro de 2013. O último jogo de Portugal no grupo de qualificação está marcado para quatro dias depois, frente ao Luxemburgo, a 15 de Outubro, em Coimbra.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Turma bilingue de Portugal visita escolas em Cabo Verde

Foto: Tom Wagner
A turma bilingue do Ensino Básico do Vale da Amoreira (Portugal) é esperada em Cabo Verde neste domingo para uma visita de uma semana, no âmbito do projecto Conxe Cauberdi (Conhecer Cabo Verde). O objectivo da deslocação é a interacção com alunos cabo-verdianos da mesma idade e o conhecimento de outras culturas e realidades. A turma faz parte do projecto de educação "Bilinguismo" (cabo-verdiano/português), financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, e é apontado como um exemplo de boas práticas de integração de comunidades migrantes pela Comissão Europeia. Ao todo, 20 alunos, dos quais metade é de origem cabo-verdiana e a outra metade de origem portuguesa, vão visitar escolas, a Cidade Velha, Tarrafal, e encontrar-se ainda com membros do Governo.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Jornal Público acusa ministro Miguel Relvas de pressão para não publicar artigo sobre as Secretas


O Conselho de Redação do Público denunciou na sexta-feira (dia 18) que o ministro dos Assuntos Parlamentares ameaçou com um "blackout" governamental sobre o jornal e a divulgação pública de dados pessoais de uma jornalista, por causa de uma notícia, que não foi publicada.

A denúncia, divulgada em comunicado, surgiu depois de a jornalista visada, Maria José Oliveira, ter pedido ao Conselho de Redacção (CR) que "analisasse uma série de episódios ocorridos na quarta-feira" (dia 16), em que o ministro "queixou-se ao jornal de estar a ser perseguido, ameaçando a jornalista e o Público se fosse publicada uma determinada notícia".

A notícia, que pretendia evidenciar "as incongruências" das declarações de Miguel Relvas, na terça-feira (dia 15), no Parlamento, sobre o caso das Secretas, não foi publicada, justificando a direcção do diário, numa nota, que "não havia matéria publicável", tendo a decisão sido tomada antes de conhecer as ameaças do ministro.

Segundo o comunicado do CR do Público, o ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a Comunicação Social, "terá dito que, se o jornal publicasse a notícia, enviaria uma queixa" ao regulador, "promoveria um 'blackout' de todos os ministros em relação ao Público e divulgaria, na internet, dados da vida privada da jornalista".

As ameaças, que o CR considera "intoleráveis", foram feitas, de acordo com a mesma nota, num primeiro contacto telefónico à editora de Política do jornal e reiteradas num segundo telefonema.

O Conselho de Redacção entende que "existia relevância noticiosa no texto" de Maria José Oliveira e acusa o ministro de "tentar travar um órgão de comunicação social que cumpre o seu inalienável papel de contra-poder", mediante ameaças, "um acto essencialmente cobarde".

Os membros do CR consideram ainda que "o jornal falhou ao não repudiar imediata e publicamente a inaceitável atitude de pressão" de Miguel Relvas e prometem estudar o caso com o advogado do jornal e com o Sindicato dos Jornalistas, "para definir acções futuras junto das entidades competentes".

Confirmando a "pressão inaceitável" do ministro dos Assuntos Parlamentares, junto do qual a directora do Público, Bárbara Reis, "protestou", a direcção do jornal lembra que a sua conduta, "ao longo dos anos, tem sido a de não reagir ou denunciar publicamente as ameaças ou pressões feitas a jornalistas", a menos quando "existam violações da lei", o que não foi o caso, de acordo com o advogado do diário consultado, ressalva a nota.

A direcção do jornal relata que no dia seguinte à audição parlamentar de Miguel Relvas, a jornalista Maria José Oliveira enviou uma série de perguntas ao ministro sobre as declarações que proferiu, que já tinham sido noticiadas, às quais o titular não respondeu.

"A única informação nova em relação aos factos já conhecidos era que o ministro não aceitou responder. Por isso, a direcção entendeu que não havia matéria publicável", sustenta a mesma nota, acrescentando que "três editores e a directora" do jornal "decidiram que não havia notícia antes de saberem do telefonema" de Relvas.

A direcção do diário assegura que, "até hoje, nenhuma notícia sobre o caso das Secretas deixou de ser publicada e nenhum facto relevante sobre esta matéria deixou de ser do conhecimento dos leitores".


Relvas nega pressões

O gabinete do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares repudiou no mesmo dia a denúncia do Conselho de Redacção do Público sobre ameaças de Miguel Relvas ao jornal e a uma jornalista.

Em comunicado, o gabinete do titular da pasta da Comunicação Social considera "totalmente destituídas de fundamento, repudiando-as categoricamente" as notícias atribuídas ao Conselho de Redacção do jornal, "envolvendo supostas ameaças ou pressões efectuadas pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares em relação a algum membro do corpo redactorial". A nota acrescenta que "a decisão de publicar ou não uma determinada notícia compete exclusivamente aos membros da direcção editorial de um órgão de comunicação social".

Tal, conclui o gabinete de Miguel Relvas, "sem prejuízo de poderem ser accionados todos os meios legais para a defesa da honra e do bom nome" do ministro e "sem que em nenhum momento seja colocada em causa a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa".

PS quer ouvir Relvas no Parlamento


O PS anunciou entretanto que vai pedir a presença do ministro Miguel Relvas no Parlamento para prestar esclarecimentos sobre as alegadas ameaças sobre o Público e uma jornalista do jornal.

O anúncio foi feito, em declarações à agência Lusa, pela deputada Inês Medeiros, depois de o Conselho de Redacção do Público ter denunciado, em comunicado, que Miguel Relvas ameaçou com um "blackout" governamental ao jornal, uma queixa ao regulador do setor e com a divulgação na Internet de dados da vida privada de uma jornalista do diário, se fosse publicada uma notícia.

Numa reacção à Lusa, a deputada Inês Medeiros considerou que "são acusações de extrema gravidade", sobretudo quando envolvem "ameaças de divulgação de dados da vida privada".

Para o PS, "não podem subsistir dúvidas", pelo que vai pedir a presença do ministro no Parlamento para "prestar os esclarecimentos necessários" e, se se justificar, a dos outros visados no caso.

A confirmarem-se as pressões, PCP e Sindicato de Jornalistas dizem que Relvas não tem condições para continuar no Governo

O PCP considerou no sábado que caso se confirmem as "alegadas pressões" de Miguel Relvas a uma jornalista do Público, o ministro "não tem condições para continuar a ser membro do Governo".

"A confirmarem-se estas alegadas pressões e perante uma acção deste tipo, um ministro não tem condições para continuar a ser membro de um Governo", afirmou o deputado do PCP Miguel Tiago, em declarações à Lusa. Sublinhando que antes de mais importa "clarificar o mais possível" o que aconteceu e confirmar as versões do Conselho de Redacção e da direcção do jornal Público, Miguel Tiago defendeu que "a confirmarem pressões com as caraterísticas descritas alguma consequência terá que haver".

"O primeiro patamar deverá ser clarificar, esclarecer, para apurar os contornos em que as pressões ocorreram, porque, quer o comunicado do Conselho de Redacção do Público, quer o comunicado evidenciam pressões, embora com versões diferentes", referiu.

Depois, continuou o deputado comunista, e caso se confirmem as pressões, terão que se retirar consequências, pois "uma pessoa que recorre a este tipo de expedientes não tem condições para continuar no Governo".

Questionado sobre se o PCP está disponível para apoiar o pedido do PS para que o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares vá ao Parlamento esclarecer o caso, Miguel Tiago notou que o seu partido "não tem por hábito opor-se à ida de membros do Governo à Assembleia da República".

"Tudo o que seja caminho para a clarificação é válido", disse, reiterando que caso as pressões se confirmem são "inaceitáveis".

Por seu lado, o PSD considerou que os media “não se deveriam colocar no papel da oposição ao Governo".

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai solicitar a intervenção da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e da Comissão Parlamentar de Direitos, Liberdades e Garantias. O SJ defende que, a confirmarem-se as ameaças e pressões imputadas ao ministro, este "deixaria de ter condições para se manter no Governo".

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anunciou que vai iniciar esta semana averiguações ao caso, revelando que recebeu “uma série de documentos” sobre o caso, enviados “por iniciativa própria” pelo ministro.

Passos Coelho também nega pressões

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, rejeitou, no domingo, que Miguel Relvas tenha "atacado a imprensa" na resposta ao jornal Público e defendeu que "o Governo tem privilegiado muita transparência".

Em Chicago, Estados Unidos, à margem da Cimeira da NATO, Passos Coelho escusou-se a responder se Relvas tem condições para continuar no Governo, rejeitando falar sobre "questões de política interna" no estrangeiro. 

O primeiro-ministro rejeitou, contudo, ter havido um ataque à imprensa por parte do ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares.

"Não há nenhum ataque a coisa nenhuma. Se há coisa que o governo tem privilegiado é muita transparência nesse aspecto", disse o primeiro-ministro, escusando-se a responder a mais questões sobre o assunto.



sábado, 5 de maio de 2012

Hoje, em Lisboa: João Moreira dos Santos, colaborador do Point24-português, lança roteiro do jazz lisboeta

João Moreira dos Santos, investigador, ensaísta e colaborador do Point24-português (rubrica Horóscopo), lança o seu sétimo livro sobre o jazz.

"Roteiro do Jazz na Lisboa dos anos 20-50" é lançado na livraria Ferin, em Lisboa, este sábado, às 18h, e conta com a apresentação do maestro Jorge Costa Pinto.

Concebido como um guia ilustrado de 40 espaços históricos dos primórdios do jazz em Portugal, a obra é editada pela Casa Sassetti para celebrar o Dia Internacional do Jazz (30 de Abril).

Ao nosso jornal, o autor, que estudou e tocou contrabaixo no Hot Club de Portugal e na Academia de Amadores de Música, confia que já há sete anos que organiza visitas guiadas aos principais espaços do jazz lisboetas. O livro custa 8,90 euros e pode ser adquirido nas livrarias ou no site da editora Principia (http://principia.pt ).

Veja este apontamento feito pela SIC em 2010 sobre um dos roteiros jazz organizados por João Moreira dos Santos.

terça-feira, 24 de abril de 2012

ÚLTIMA HORA: Miguel Portas morreu hoje ao fim da tarde, vítima de cancro do pulmão

Miguel Portas, em Março de 2012, no Festival das Migrações, no LuxemburgoFoto: Manuel Dias
O eurodeputado e fundador do BE, Miguel Portas, faleceu hoje por volta das 18h (hora portuguesa, cerca das 19h, no Luxemburgo) no Hospital ZNA Middelheim, em Antuérpia, vítima de cancro do pulmão, disse à agência Lusa fonte do Bloco de Esquerda.

Miguel de Sacadura Cabral Portas nasceu em Lisboa a 1 de Maio de 1958, filho do arquitecto Nuno Portas e de Helena de Sacadura Cabral, economista e jornalista. Irmão de Paulo Portas, presidente do CDS-PP e ministro dos Negócios Estrangeiros; meio-irmão de Catarina Portas, jornalista e empresária. É também sobrinho-neto do aviador Sacadura Cabral.

Miguel Portas licenciou-se em Economia, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, em 1986. Dedicou-se ao jornalismo, tendo dirigido, em 1986, a revista cultural Contraste. Posteriormente, ingressou no semanário Expresso, entre 1988 e 1994. Dirigiu ainda o semanário Já (1995), foi repórter da revista Vida Mundial (1998-1999), além de cronista no Diário de Notícias (200-2006) e no semanário Sol (desde 2008).

Detido pela PIDE aos 15 anos, pela participação no Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa, aderiu à União dos Estudantes Comunistas do PCP (1973), chegando à Comissão Central um ano depois.

Presidiu à Associação de Estudantes do Instituto Superior de Economia e coordenou o Secretariado da Reunião Inter-Associações. Abandonou o PCP em 1989, na sequência do primeiro processo de expulsões do partido desencadeado pela Perestroika. Entre 1990 e 1991 foi assessor do presidente da Câmara Municipal de Lisboa para as questões culturais e urbanísticas. Foi um dos fundadores da Plataforma de Esquerda, dissolvida dois anos depois.

Em 1994 criou a Política XXI, que agrupava membros da Plataforma de Esquerda, do MDP e independentes das manifestações contra as propinas no ensino superior. A Política XXI foi uma das formações, juntamente com PSR, UDP e independentes, que deu origem ao Bloco de Esquerda, em 1999.

No BE foi cabeça de lista às eleições europeias, em 1999, obtendo 1.74% dos votos e candidato à Câmara Municipal de Lisboa, em 2001. Foi eleito ao Parlamento Europeu, em 2004, com 4.92% e reeleito, em 2009, com 10.73%.

Era membro da Comissão de Orçamento e vice-presidente da Comissão Especial do Parlamento Europeu para a Crise Financeira, Económica e Social.


Recorde-se que Miguel Portas esteve há cerca de um mês no Luxemburgo, para participar numa conferência no Festival das Migrações.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Portugal com taxa de 15% em fevereiro, 3.ª mais elevada da UE

Portugal chegou ao final de fevereiro com uma taxa de desemprego de 15 por cento, uma subida de 0,2 por cento face a janeiro e a terceira mais elevada da União Europeia (UE), revelou hoje o Eurostat.

De acordo com o gabinete de estatísticas da UE, apenas Espanha (23,6 por cento) e a Grécia (21 por cento, em dados que remontam a dezembro de 2011) se encontram em pior situação que o português.

Segundo o Eurostat, a taxa de desemprego permaneceu inalterada em fevereiro na zona euro, nos 10,8 por cento, ao passo que no conjunto dos 27 da UE o valor avançou 0,1 por cento para 10,2 por cento.

Relativamente a Portugal, registou-se ainda uma subida do desemprego entre os jovens (menos de 25 anos) de 35,1 por cento em janeiro para 35,4 por cento em janeiro.

O Eurostat calcula mensalmente uma taxa harmonizada de desemprego para todos os países da UE. Esta taxa utiliza uma metodologia comum a todos os 27 para permitir comparações. Os resultados do Eurostat não são necessariamente iguais aos obtidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

terça-feira, 27 de março de 2012

Porto é Melhor Destino Europeu 2012

Porto eleito Melhor Destino Europeu Foto: José Luís Correia
O Porto foi eleito o “Melhor Destino Europeu 2012” entre 20 cidades selecionadas por um júri da Associação dos Consumidores Europeus, foi hoje anunciado.

A votação online decorreu nas últimas três semanas no sítio da Internet do European Best Destination, tendo sido contabilizados mais de 212 mil votos.

Em 2.º lugar ficou Viena, na Áustria, e em 3.º Dubrovnik, na Croácia, tendo Lisboa ficado em 8.º lugar no ranking.

À frente da capital portuguesa ficaram Praga (República Checa), Bruxelas (Bélgica), Berlim (Alemanha) e Budapeste (Hungria).

Em 2010, Lisboa foi a cidade eleita pela Associação dos Consumidores Europeus para o "Melhor Destino Europeu 2010" e, em 2011, a vencedora foi Copenhaga, na Dinamarca.

O Porto – vencedor do título "Melhor Destino Europeu 2012" - vai poder incluir a utilização do logótipo "Escolha do Consumidor Europeu", durante um ano, em toda a comunicação do turismo oficial.

O vinho do Porto, o Centro Histórico, classificado Património da Humanidade, os museus, parques e jardins "encantadores", bem como lojas de moda, de criadores nacionais e internacionais, são algumas das virtudes do Porto apontadas pela organização no seu sítio da Internet.

PIB português vai cair 3,7% em 2012 - diz Fitch

A agência de notação financeira Fitch prevê que o PIB português encolha 3,7 por cento este ano, e considera "provável" que o Governo recorra a novas medidas de austeridade.

"O risco de derrapagens relativamente à meta para o défice orçamental em 2012 [4,5 por cento do PIB] é grande", escreve a agência numa nota de análise sobre as dívidas soberanas da zona euro. Este receio está relacionado com a probabilidade de um cenário macroeconómico mais negativo que o esperado, ou com novos problemas orçamentais nas empresas públicas.

“Tendo em conta estes riscos, a Fitch considera que há uma probabilidade significativa de que em 2012 sejam necessárias medidas adicionais de consolidação orçamental”, escreve a analista da agência.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, tem dito repetidamente que não haverá mais medidas de austeridade este ano.

A Fitch prevê ainda que a economia de Portugal se contraia 3,7 por cento no próximo ano – uma recessão mais grave do que a previsão mais recente do Governo, 3,3 por cento. Para 2013, a Fitch augura um ano de estagnação (variação nula do PIB).

Também para este ano, a agência prevê que o défice corrente português se agrave de 7,5 para 7,6 por cento do PIB; e espera que a dívida pública continue a crescer, atingindo 116,3 por cento do PIB em 2013.
Em novembro, a Fitch reduziu a notação de Portugal de BBB- para BB+, níveis considerados “lixo”. Isto significa que a agência considera que o investimento em dívida portuguesa comporta riscos muito elevados.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Portugal: Cavaco defende necessidade de "saber bem tudo" o que aconteceu nos "distúrbios" no Chiado

O Presidente da República lamentou hoje "profundamente" que dois fotojornalistas tenham sido atingidos durante os "distúrbios" que ocorreram quinta-feira no Chiado, sublinhando ser importante que se "saiba bem tudo aquilo que aconteceu".

"Lamento profundamente que dois fotojornalistas tenham sido atingidos durante os distúrbios a que as forças de segurança tiveram que fazer face", afirmou o chefe de Estado, quando questionado durante uma conferência de imprensa com o seu homólogo sérvio sobre os confrontos no Chiado entre a polícia e pessoas ligadas à plataforma 15 de Outubro na passada quinta-feira.

Recordando que as autoridades competentes já determinaram a realização de um inquérito "para que tudo seja clarificado", Cavaco Silva defendeu a necessidade de saber tudo o que aconteceu.

"Penso que é importante que todos saibamos, que o povo português saiba bem tudo aquilo que aconteceu nos distúrbios que ocorreram no Chiado", declarou.

Na quinta-feira à tarde, em dia de greve geral convocada pela CGTP, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e várias pessoas ligadas à plataforma 15 de Outubro envolveram-se em confrontos junto ao Largo do Chiado, em plena baixa lisboeta.

Depois de vários manifestantes terem arremessado objetos contra agentes e da esplanada do café A Brasileira ter sido praticamente destruída, a PSP reforçou a sua presença com elementos das Equipas de Intervenção Rápida (EIR) e do Corpo de Intervenção.

Durante os confrontos entre manifestantes e polícias, os fotojornalistas José Sena Goulão (da agência Lusa) e Patrícia de Melo Moreira (da France Presse), que se encontravam no local a fazer a cobertura do acontecimento, foram agredidos.

Entretanto, o Ministério da Administração Interna lamentou os incidentes com os jornalistas, adiantando que a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) já abriu um processo de averiguações.

Texto: Lusa
Caricatura: Florin Balaban

Portugal: Auto-estradas com portagens perderam em Dezembro 14 mil veículos por dia

As antigas SCUT do interior e do sul, portajadas desde 08 de dezembro, perderam quase 14 mil veículos por dia no último mês de 2011, indica um relatório do Instituto Nacional de Infraestruturas Rodoviárias (INIR).

Segundo o documento, relativo ao movimento nas autoestradas no quarto trimestre de 2011 e divulgado este mês, as quatro concessões perderam, no total, 13.990 viaturas em cada dia do mês de dezembro.

A Via do Infante (A22) movimentou diariamente, em dezembro de 2011, 6.528 viaturas, correspondente a uma quebra, face a 2010, de 48,4 por cento.

Aquela antiga SCUT do Algarve contabilizou menos 6.111 viaturas por dia, face ao mesmo mês de dezembro de 2010 (12.639). Em dezembro, mas de 2009, a Via do Infante registava um Tráfego Médio Diário (TMD) de 13.523 viaturas.

No entanto, a quebra naquela concessão já se vinha a agravar ao longo do ano, nomeadamente com descidas homólogas em outubro (menos 12,5 por cento) e novembro (menos 16,5 por cento).

Cenário semelhante verificou-se na A23, da concessão da Beira Interior, que também em dezembro passou a ser portajada, refletindo neste caso, no último mês de 2011, uma quebra de 30,9 por cento. Após a introdução de portagens, aquela via passou de um TMD de 11.489 para 7.942 viaturas (menos 3.547).

Contudo, indica o mesmo relatório do INIR, a quebra já se tinha acentuado anteriormente, com menos 10,9 por cento do tráfego em outubro (face ao mesmo mês de 2010) e em novembro, com menos 14,3 por cento.
No caso da A24, da concessão Interior Norte, o mês de dezembro representou uma quebra no movimento diário de 29,6 por cento, com um total de apenas 4.641 viaturas.

Ou seja, menos 1.952 viaturas percorreram aquela autoestrada após a introdução de portagens. Contudo, em outubro (menos 12,2 por cento) e em novembro (menos 15 por cento) também já se tinham registado quebras.

Na A25 (Beira Litoral/Beira Alta), o último mês de 2011 contabilizou um TMD de 10.861 face às 13.241 viaturas de 2010. Ou seja, uma quebra homóloga de 18 por cento.

Apesar de perder 2.380 viaturas por dia em dezembro, a descida no movimento registou-se ainda em outubro (menos 8 por cento) e em novembro (menos 13,1 por cento).

quinta-feira, 22 de março de 2012

Portugal: “O projeto do TGV é um projeto que está arrumado” – Passos Coelho

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu hoje que "o projeto do TGV é um projeto que está arrumado", considerando que "atendendo às razões que foram apontadas pelo Tribunal de Contas, o Governo não vê “nenhuma razão para insistir nesta matéria".
À saída do Dia da Universidade do Porto, o primeiro-ministro foi questionado pelos jornalistas sobre o "abandono definitivo" do projeto português de alta velocidade, anunciado na quarta-feira pelo Ministério da Economia, tendo respondido que "é conhecido que o Governo, no seu próprio programa, não defendia o projeto do TGV".
"Na medida em que o Tribunal de Contas veio recusar o visto ao projeto e, sobretudo, atendendo às razões que foram apontadas pelo Tribunal de Contas, o Governo não vê nenhuma razão para insistir nesta matéria", acrescentou.
"Eu espero que não haja lugar agora a grandes disputas semânticas à volta do que estamos a discutir. O projeto do TGV é um projeto que está arrumado", enfatizou, perante a insistência dos jornalistas.

sábado, 3 de março de 2012

Portugal: Seca atinge todo o território

Mais de 30 % do território de Portugal continental está em situação de seca extrema e quase 70 % em seca severa, revelou ontem o Observatório de Secas do Instituto de Meteorologia.
Segundo aquele observatório, a situação de seca meteorológica teve um "agravamento grave” desde 15 de Fevereiro. Também a quantidade de água armazenada em 11 bacias hidrográficas de Portugal Continental desceu em Fevereiro.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Portugal quer eliminar barreiras no reconhecimento médico com Brasil

A Ordem dos Médicos (OM) portuguesa e a Associação Médica Brasileira acordaram trocar informações sobre clínicos que queiram migrar entre os dois países e estão a trabalhar para eliminar as barreiras no reconhecimento mútuo de títulos. "Acordámos poder haver solicitação de informações [...] que facilitem o reconhecimento dos títulos ou, pelo contrário, que possam levantar reservas em função do passado do médico", disse o bastonário da OM, José Manuel Silva. O objectivo das conversações é, segundo o bastonário, "caminhar no sentido de uma redução, senão mesmo eliminação, das barreiras no reconhecimento de títulos na área da medicina entre Portugal e Brasil". O processo "vai avançar muito rapidamente", garantiu o representante brasileiro Florentino Cardoso.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Martin Schulz nega críticas a Portugal

 "O futuro de Portugal é o declínio"
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, fez marcha atrás e deu o dito pelo não dito. Em causa estão as declarações que criticavam o facto de Portugal apelar a investimentos angolanos. O alemão disse num debate que "o futuro de Portugal é o declínio"."Passos Coelho apelou ao Governo angolano que invista mais em Portugal, porque Angola tem muito dinheiro. Esse é o futuro de Portugal: o declínio (...), se não compreendermos que, economicamente, só teremos hipóteses no quadro da UE", disse Martin Schulz durante um debate em Bruxelas.

Ontem, o eurodeputado Paulo Ranhel pediu esclarecimentos formais ao presidente do Parlamento, considerando "inaceitável" o facto de Schultz se pronunciar sobre a política externa portuguesa. O presidente do PE já lamentou o que classificou como uma interpretação errada dos comentários que fez sobre a visita do primeiro-ministro português a Angola, garantindo que não criticou Portugal, mas sim "a falta de solidariedade na Europa".

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"Merkel é arrogante", diz Rebelo de Sousa

O comentador televisivo Marcelo Rebelo de Sousa considerou hoje que a chanceler alemã tem “muitas vezes” uma postura de arrogância e achou uma “grande injustiça” as críticas que Angela Merkel fez à governação da Madeira.

Merkel apontou na terça-feira o arquipélago português como um mau exemplo da aplicação dos fundos estruturais europeus, sublinhando que, naquela região autónoma, as verbas "serviram para construir túneis e autoestradas muito bonitos, mas não para aumentar a competitividade".

Ao falar em Lisboa aos jornalistas depois de ter apresentado a revista “Terra de Lei”, da Associação de Juristas da Pampilhosa da Serra, Marcelo Rebelo de Sousa disse que a líder do governo alemão desconhece a realidade da Madeira e não sabe que a principal atividade na ilha é o turismo, pelo que as vias de comunicação “contribuem para a competitividade da Madeira”.

Já sobre as críticas do presidente do Parlamento Europeu, acerca da visita do primeiro-ministro português a Angola em novembro, o comentador e professor catedrático de Direito disse que Martin Schulz, também alemão, se “esqueceu das ligações de Portugal aos restantes países de língua portuguesa”, situação de que a Alemanha não beneficia.

Schulz criticou, num debate gravado em vídeo e na quarta-feira noticiado pelo jornal Público, a visita-relâmpago que o primeiro-ministro português fez em novembro a Angola, na qual admitiu ir à procura de capital angolano para as privatizações em curso.

“Não é feliz querer dizer aos portugueses que só podem ter relações com a Europa e não com países que falem a mesma língua”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que a Alemanha política ainda não descobriu uma maneira de lidar com os outros países da Europa”.

“Sabemos que ela é muito poderosa, que é economicamente liderante”, mas, como disse o ex-chanceler alemão Helmut Schmidt, “tem que ter a humildade dos grandes”, salientou o comentador.

Ainda sobre Merkel, disse que a líder do governo alemão “aparece muitas vezes com uma arrogância que afasta os outros, não aproxima”.

“É muito arrogante”, acusou, estendendo a crítica a Schulz e afirmando que “isso não é bom para os europeus”.

"Governo perdeu a batalha", ao recusar tolerância de ponto no Carnaval

O comentador político Marcelo Rebelo de Sousa disse hoje que a recusa da tolerância de ponto no dia de Carnaval ”é uma batalha perdida pelo Governo” de coligação PSD/CDS.

A ideia “tinha alguma lógica de conteúdo”, mas “o tempo e a forma estragaram o conteúdo”, afirmou o antigo presidente do PSD, em Lisboa, depois de ter apresentado o primeiro número da revista Terra de Lei, da Associação de Juristas da Pampilhosa da Serra.

O Governo “perdeu a nível nacional, regional e local”.

“Está perdido”, rematou Marcelo Rebelo de Sousa.

Foto: Lusa

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Idosos em Portugal: Quase 300 pessoas encontradas mortas em casa desde 2008, uma dezena só este ano

Quase 300 pessoas foram encontradas mortas em casa em Lisboa nos últimos quatro anos, a maioria idosas. Este ano o número já alcança uma dezena só na capital portuguesa. Em Portugal, durante o mês de Janeiro, foram encontradas mortas 18 pessoas em casa.

São histórias de arrepiar. A última aconteceu na semana passada, quando duas irmãs de 74 e 80 anos foram encontradas mortas na casa onde viviam, na Travessa do Convento de Jesus, freguesia das Mercês, em Lisboa. Segundo fonte da PSP, a irmã mais nova, que tratava da mais velha, terá morrido primeiro, vítima de cancro.

A octogenária, acamada, faleceu depois por falta dos cuidados que a irmã lhe prestava. Um vizinho estranhou a ausência das irmãs e avisou agentes da PSP que passavam ocasionalmente junto ao prédio onde moravam. Os corpos foram encontrados em adiantado estado de decomposição. A PSP estima que as duas idosas estivessem mortas há mais de um mês.

Só este ano, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa descobriu dez pessoas mortas em casa, um número que sobe para 18 no resto do país. O total de pessoas encontradas mortas em casa na capital portuguesa, desde 2008, é de 289.

De acordo com os dados da Câmara Municipal de Lisboa, no ano passado os sapadores depararam-se com 79 pessoas já cadáveres, num total de 1.511 operações de abertura de portas com socorro. O vereador da Protecção Civil, Manuel Brito, disse à Lusa que a maioria destes casos são pessoas idosas.

Nos últimos quatro anos, 2010 é o que apresenta o menor número destes casos: foram encontradas 60 pessoas mortas em casa. É também em 2010 que surge o único mês – Março – em quatro anos sem identificação de cadáveres em interiores das casas de Lisboa. O número voltou a subir em 2009, quando os bombeiros descobriram 71 pessoas sem vida no interior das suas habitações. Os sapadores foram chamados 1.365 vezes. Em mais de 300 casos, as pessoas estavam em situações de risco.

Em 2008, foram encontradas 69 pessoas "já cadáveres" no interior de suas casas. É neste ano que se regista também o mês, nestes quatro anos, com mais casos deste tipo: em Dezembro os bombeiros depararam-se com 14 pessoas mortas em casa.

Dezembro e Janeiro são, nestes quatro anos, os meses com o maior número destas ocorrências, com a identificação de um total de 39 e 34 pessoas mortas em casa, respectivamente. Julho é o mês com menos registos, tendo os sapadores encontrado 16 pessoas sem vida em casa. Nestes quatro anos, o Regimento de Sapadores Bombeiros teve 5.763 ocorrências de abertura de portas com socorro, 4.101 com "pessoas carecendo de auxílio no interior" e 1.373 com pessoas "noutras situações de risco", que passam por situações como o fogão acesso ou o esquentador ligado.

Idosos que vivem sozinhos precisam de mais apoio: Família e vizinhos têm falhado 

O presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade pediu mais atenção aos idosos que vivem sozinhos, criando mecanismos sociais que vigiem o seu estado, seja através da família, vizinhos ou estratégias de "apadrinhamento" por jovens.

Desde o início do ano foram já encontradas 18 pessoas mortas em casa, quatro delas só no passado sábado, duas em Lisboa, uma em Viseu e outra em Espinho.

Para Lino Maia, sempre que é descoberto um idoso morto em casa é porque houve algo que falhou no apoio social e que tem de mudar: "É importante que os nossos idosos mereçam maior atenção por parte de todos, da respectiva família, que lhes deve muito, e de toda a comunidade que tem deveres para com eles".

Dois idosos, um homem e uma mulher, foram encontrados sábado mortos pelas autoridades nas respectivas casas, em locais distintos da cidade de Lisboa, já em estado de decomposição, revelou à agência Lusa fonte da PSP. No caso da mulher, uma idosa de 87 anos, o delegado de saúde confirmou que já estaria morta "há cerca de duas semanas". O homem, por seu lado, teria 63 anos e foi encontrado em "estado muito avançado de decomposição”, calculando-se que estivesse morto há cerca de um mês.

Em Espinho, a polícia encontrou em casa o cadáver de um idoso de 79 anos, tendo os vizinhos dito que já não o viam desde o Natal.

Em Viseu foi encontrado o corpo de um homem de 64 anos que estava desaparecido já há vários dias, depois de os vizinhos terem dado o alerta à polícia. "São casos que se vão somando a outros casos e que nos devem fazer reflectir e aprofundar algumas iniciativas no sentido de impedir que isto se multiplique”, defendeu o presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNI) em declarações à Lusa.

Na opinião do padre Lino Maia, quando estes casos acontecem "há sempre algo que falha, falha a família, falha a comunidade, a vizinhança, falham todos".

Estes casos devem fazer com que se invista mais nas respostas sociais e no alerta que deve ser dado às famílias "para que assumam sempre as suas responsabilidades”. Sugeriu, a propósito, que os vizinhos funcionem como primeiro alerta, mas também outro tipo de apostas.

"Uma espécie de apadrinhamento pelos jovens a idosos, particularmente aqueles que estão sós, ajudando-os a enfrentar e a vencer a sua solidão, a ter mais entusiasmo na vida. Os jovens também beneficiarão porque o idoso é sempre uma espécie de biblioteca de conhecimento, de serenidade e de experiência”, apontou.

Lino Maia compreende que os actuais recursos financeiros são limitados, mas defende que não é necessário mais investimentos, mas antes que sejam melhor rentabilizadas as respostas já existentes.

O caso das duas irmãs que morreram sozinhas em casa trouxe o tema da solidão dos idosos de novo para as primeiras páginas. No ano passado, foi o caso de Augusta Martinho que chocou o país. O cadáver da idosa, de 86 anos, foi encontrado nove anos depois de ter morrido no chão da cozinha da sua casa, em Sintra.

Fotos: LUSA

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Documentário sobre Amílcar Cabral chega ao iPad e iPod

O documentário do cabo-luxemburguês Val Lopes, "Cabralista", vai estar disponível a partir de amanhã, para iPad e iPod na App Store.

"Cabralista" é uma trilogia em torno do líder independentista da Guiné e Cabo Verde, Amílcar Cabral, assassinado a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri .

Mais informações no site de Val Lopes (www.cabralista.com).

domingo, 1 de janeiro de 2012

Lista de medidas de austeridade para este ano em Portugal

O ano de 2012 promete ser muito complicado para as famílias e empresas, com as exigências da ‘troika’ e as medidas de austeridade decididas pelo Governo a juntarem-se aos sucessivos pacotes de austeridade que têm sido impostos aos portugueses.

A lista é vasta, mas à cabeça estão naturalmente os cortes nos subsídios de Natal e de férias dos funcionários das Administrações e empresas públicas e pensionistas, de forma gradual para quem ganha entre 600 e 1.100 euros, e de totalmente para quem ganha mais de 1.100 euros.

Mas são muitas as medidas que os portugueses vão sentir, em especial do lado dos impostos. Para além do que afeta a vida normal dos portugueses com os cortes e poupanças feitas no Estado, os cortes nas deduções, em especial educação e saúde, vão também limitar muito o orçamento das famílias.

O acesso à saúde fica mais caro, os recursos da educação sofrem um grande corte, o preço da eletricidade aumenta ainda mais, tal como o tabaco, os automóveis ou as bebidas. Mas há ainda o cabaz alimentar e muitos produtos e eventos, desde a batata a um bilhete para ver um jogo de futebol, que sofrem fortes aumentos com a passagem das taxas reduzida e intermédia do IVA para a taxa normal.
A restauração sofrerá também um aumento da taxa do IVA de 13 para 23 por cento, ficando provavelmente mais caro comer fora, encomendar comida ou comprar comida feita.

Eis as principais medidas de austeridade de 2012:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- Subsídios de Natal e de férias dos trabalhadores das administrações e empresas públicas e dos pensionistas sofrem corte gradual entre os 600 e os 1.100 euros e corte total acima dos 1.100 euros;
- Corte de entre 3,5 e 10 por cento dos salários dos trabalhadores das administrações e empresas públicas transitam de 2011 para 2012;
- A progressão de carreira continua congelada até 2013;
- Os escalões salariais da função pública serão totalmente revistos e comparados com os praticados no setor público, algo que o Governo terá de concluir até 2013;
- Serão feitas poupanças ainda nas restantes componentes dos salários dos trabalhadores das Administrações Públicas, como as horas noturnas e as horas extraordinárias que serão reduzidas para metade;
- Os funcionários públicos excedentários, em regime de mobilidade especial, vão ter um corte agravado no salário que recebem estando em situação de inatividade;
- Os dirigentes da administração pública estão impedidos de acumular quaisquer outras funções, sejam essas remuneradas ou não;
- O Governo terá de reduzir em pelo menos 2 por cento o número de funcionários públicos, o que garante uma redução líquida de 1.620 milhões de euros em custos salariais em 2012, conforme o exigido pela ‘troika’.
- Autarquias e regiões autónomas que tiverem aumentado o número de trabalhadores nos anos anteriores poderão ter mesmo de reduzir até 3 por cento do número de trabalhadores.

SUBSÍDIO DE DESEMPREGO
- Redução da duração máxima do subsídio de desemprego de três anos para 18 meses, mas alguns desempregados poderão ver o período de atribuição de subsídio chegar aos 20 meses, desde que tenham um mínimo de cinco anos de descontos;
- Redução de pelo menos 10 por cento do montante das prestações;
- Redução do período contributivo necessário para aceder ao subsídio de desemprego, de 15 para 12 meses;
- Alargamento da atribuição desta prestação social aos trabalhadores independentes que prestam serviços regularmente a uma única empresa;
- Majoração “temporária” de 10 por cento do montante do subsídio de desemprego nas situações em que “ambos os membros do casal sejam titulares de subsídio de desemprego e tenham filhos a cargo, abrangendo esta medida igualmente as famílias monoparentais”;
- Redução de 450 para 360 dias o prazo de garantia para o subsídio de desemprego, de modo a alargar a proteção aos beneficiários mais jovens;
- Redução do limite máximo do montante mensal do subsídio de desemprego, mantendo-se os valores mínimos de forma a salvaguardar os beneficiários com menores salários;

PENSÕES
- Subsídio de férias e de Natal dos pensionistas sofre corte gradual entre os 600 e os 1.100 euros e corte total acima dos 1.100 euros;
- Pensões continuam congeladas em 2012, com exceção das pensões mínimas;

LEGISLAÇÃO LABORAL
- Governo decidiu permitir o alargamento em 30 minutos/dia o horário de trabalho, ainda estando em discussão como esta medida avançará na prática e onde será aplicada;
- Corte de quatro feriados e redução de três dias de férias;
- Contratos a prazo podem ser renovados por mais tempo;
- Governo quer alterar regras de despedimento por inadaptação;
- Redução das indemnizações em caso de cessação de vínculo laboral;

SAÚDE
- Taxas moderadoras irão ser aumentadas.
- Será mais limitado o acesso ao diagnóstico e tratamento convencionado, e analisada a concentração de serviços de saúde, tal como uma reorganização das urgências hospitalares (poderá levar à redução numero de serviços de saúde e de urgências).
- Pessoal da área da saúde, como médicos e enfermeiros, terão de reduzir o número de horas extraordinárias que fazem e receberão menos por essas horas trabalhadas.

EDUCAÇÃO
- Será feita uma redução drástica das verbas disponíveis para a Educação, o setor onde estão empregados mais funcionários públicos.
- A revisão curricular poderá ditar a dispensa de professores (tendo o Governo garantido que os professores do quadro não serão alvo de despedimento, não se sabe o que acontecerá aos restantes).
- Os trabalhos de renovação e construção de escolas a cargo da Parque Escolar estão suspensos (com exceção dos já em curso), aguardando o resultado de duas auditorias à empresa pública, uma do Tribunal de Contas e outra da Inspecção-Geral de Finanças.

IMPOSTOS
IRS
- Escalões não são atualizados, ou seja, quem tiver aumentos salariais arrisca subir de escalão e pagar mais imposto.
- Sobretaxa de 1% nos primeiros três escalões e de 1,5% a partir do quarto escalão transitam de 2011 para o próximo ano.
- Rendimentos coletáveis acima dos 153.300 euros anuais passam a sofrer mais um agravamento, desta vez de 2,5 por cento.
- Deduções à coleta passam a ter limites para os rendimentos a partir do terceiro escalão até ao sexto, entre os 1.250 e os 1.100 euros. Os rendimentos dos dois escalões mais elevados perdem o direito a fazer deduções à coleta.
- Despesas de saúde passam a ser dedutíveis em apenas 10 por cento do montante gasto (eram em 30 por cento) e com um limite máximo de duas vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que são 838,44 euros.
- Pensões de alimentos passam a ser dedutíveis com um limite de 419,22 euros (um indexante de apoios sociais (IAS)) por beneficiário (antes o limite era de 2,5 vezes o IAS).
- Será ainda feito o ajuste, com uma taxa de 3,5 por cento, na altura de apurar o imposto (após a entrega da declaração de IRS) do corte no subsídio de natal.
IRC
- Taxa reduzida de 12,5 por cento aplicada a empresas com matéria coletável até 12.500 euros é eliminada.
- Lucros tributáveis superiores a 10 milhões de euros sujeitos a nova taxa de 5 por cento.
- Lucros tributáveis entre 1,5 milhões de euros e 10 milhões de euros passam a ter uma sobretaxa de 3 por cento (anteriormente 2,5 por cento para lucros acima dos 2 milhões de euros).
- O prazo de reporte de prejuízos fiscais passa de 4 para 5 anos, mas passa a ser limitado a 75 por cento do lucro tributável apurado em cada exercício.
IVA
- Bebidas e sobremesas lácteas; sobremesas de soja incluindo tofu; batata (fresca descascada, inteira ou cortada, pré-frita, refrigerada, congelada, seca ou desidratada, ainda que em puré ou preparada por meio de cozedura ou fritura); refrigerantes, xaropes de sumos, bebidas concentradas de sumos e os produtos concentrados de sumos; provas e manifestações desportivas e outros divertimentos públicos; ráfia natural, deixam de ser tributados na taxa do IVA de 6 por cento e passam a 23 por cento.
- Águas de nascente e águas minerais, ainda que reforçadas ou adicionadas de gás carbónico e atividades culturais, deixam de ser tributados à taxa de IVA de 6 por cento e passam a 13 por cento.
- Serviços de alimentação e bebidas (restauração incluída), conservas de frutas, frutos e produtos hortícolas, frutas e frutos secos, óleos e margarinas alimentares, café, incluindo sucedâneos e misturas, aperitivos à base de produtos hortícolas e sementes, produtos preparados à base carne, peixe, legumes ou produtos hortícolas, massas recheadas, pizzas, sandes, sopas e refeições prontas a consumir (em regime de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicilio), aperitivos ou ‘snacks’ à base de estrudidos de milho e trigo, de milho moído e frito ou de fécula de batata, gasóleo de aquecimento, diversos aparelhos e equipamentos relacionados com energias renováveis, prospeção de petróleo e gás natural e medição e controlo de poluição, passam a ser tributados a 23 por cento, quando antes eram a 13 por cento.

TRIBUTAÇÃO DA ELETRICIDADE
- Para além do aumento antecipado para outubro do IVA sobre a eletricidade e gás natural, de 6 para 23 por cento, a eletricidade passa a estar sujeita ao imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (o que se aplica à gasolina por exemplo). O aumento deve ser equivalente a 50 cêntimos numa fatura de eletricidade a rondar os 70 euros.
- No que diz respeito às taxas que são aplicáveis aos produtos petrolíferos e energéticos os aumentos rondam os 2 por cento. A taxa aplicável ao gasóleo sobe cerca de 18 por cento e o gasóleo de aquecimento quase 54 por cento.

BEBIDAS
- O imposto sobre o álcool e bebidas alcoólicas sobe em média 2 por cento, mas as bebidas espirituosas sobem 4,6 por cento.

TABACO
- Carga fiscal sobre os cigarros agravada em cerca de 4,6 por cento.
- Charutos e cigarrilhas vêm o imposto aumentar de 13 para 15 por cento.
- No tabaco de corte fino destinado a tabaco de enrolar a taxa de imposto passa de 60 para 61,4 por cento e nos restantes tabacos de fumar passa de 45 para 50 por cento. O imposto aplicado ao tabaco de enrolar não pode ser inferior a 0,075 euros por cada grama. (por exemplo, um pacote de 50 gramas terá de pagar uma taxa de pelo menos 3,75 euros).

AUTOMÓVEL
- Os veículos de passageiros vão pagar mais Imposto sobre Veículos (ISV). Os aumentos, já com o IVA, representam aumentos para quem comprar carro entre os 6 e os 9,3 por cento. Os carros antigos também sofrem um aumento do imposto.
- Nas motas, que anteriormente só estavam sujeitas a ISV a partir dos 180 centímetros cúbicos de cilindrada, passam a estar sujeitas todas a partir dos 120 centímetros cúbicos. O maior impacto deverá fazer-se sentir no mercado das motos com 125 centímetros cúbicos que passaram a poder ser conduzidas apenas com carta de condução de ligeiros (anteriormente eram apenas as de 50 centímetros cúbicos).
- O Imposto Único de Circulação é também atualizado, o que resultará num aumento entre os 2,3 e os 7,5 por cento.

MAIS-VALIAS, JUROS E DIVIDENDOS
- A proposta inicial previa um aumento da taxa das mais-valias de 20 para 21,5 por cento, para ficar ao nível das restantes taxas liberatórias, mas as alterações nos cortes salariais levaram o Governo a propor e aprovar um aumento de todas as taxas liberatórias, incluindo as mais-valias, para os 25 por cento.

IMI
- A isenção de IMI para as casas destinadas a habitação dos seus proprietários, que até agora poderia chegar aos oito anos, passa a ficar limitada a um período de três anos. Ainda assim, esta isenção apenas se aplica aos sujeitos passivos ou aos agregados familiares cujo rendimento colectável, para efeitos de IRS, no ano anterior, não seja superior a 153.300 euros e o imóvel em questão não exceda 125.000 euros.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Em 2011, Portugal desceu de categoria no índice da Democracia

Portugal passou este ano de uma situação de democracia plena para uma democracia com falhas, o que se deve sobretudo à erosão da soberania associada à crise da zona euro, revela o Índice da Democracia 2011 do Economist Intelligence Unit.

O índice, realizado pelo serviço de investigação da revista “The Economist”, vai na quarta edição e avalia as democracias de 165 estados independentes e dois territórios, colocando-os em quatro categorias: democracias plenas, democracias com falhas, regimes híbridos e regimes autoritários.

Pela primeira vez, Portugal, que desceu do 26.º para o 27.º lugar na lista, surge este ano no grupo das democracias com falhas, depois de em 2010 o mesmo ter acontecido à França, Itália e Grécia.

Num total de 10 pontos, Portugal obtém 7,81, o que resulta de uma avaliação de cinco critérios: Processo eleitoral e pluralismo (9,58 pontos), funcionamento do governo (6,43), participação política (6,11), cultura política (7,50) e liberdades cívicas (9,41).

No cômputo geral, o país mais democrático é a Noruega (9,8 pontos), seguido de Islândia (9,65), Dinamarca (9,52) e Suécia (9,50). Nos últimos lugares da lista, surgem a Coreia do Norte (1,08 pontos), Chade (1,62) e Turquemenistão (1,72).

A classificação de democracia diminuiu em 48 dos 167 países, aumentou em 41 e manteve-se em 78 deles. Oito países mudaram de categoria, tendo quatro regredido (Portugal, Ucrânia, Guatemala e Rússia) e quatro melhoraram (Tunísia, Mauritânia, Níger e Zâmbia).

O relatório conclui que, em 2011, o declínio da democracia se concentrou na Europa, tendo sete países descido na classificação do índice democrático (Finlândia, Irlanda, Alemanha, Espanha, Portugal, Itália e Grécia) e nenhum subido.

A principal razão, explica o relatório, foi a erosão da soberania e da responsabilidade democrática associada aos efeitos e às respostas à crise da zona euro.

Seis governos da zona euro caíram em 2011 e em dois destes países (Grécia e Itália) governantes eleitos foram substituídos por tecnocratas, recorda o relatório, alertando que a perspetiva de curto prazo no velho continente é preocupante.

O relatório destaca ainda que em alguns países já não são os governos eleitos que definem as políticas, mas sim os credores internacionais, como o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

A severidade das medidas de austeridade contribuiu para enfraquecer a coesão social e diminuir ainda mais a confiança nas instituições públicas, que já estavam em declínio desde a crise económica de 2008/2009, conclui o relatório.

Por outro lado, o relatório alerta para a falta de participação no processo político e o défice democrático e exemplifica com o caso da Alemanha, onde está em queda a militância partidária e a participação nas eleições.

"A austeridade rigorosa, uma nova recessão em 2012, o elevado desemprego e o facto de não se verem sinais de crescimento renovado vão testar a resiliência das instituições políticas europeias", pode ler-se no relatório.

A nível mundial, apenas 11,3 por cento da população vive em democracias plenas e 37,6 por cento em regimes autoritários.