O número de mortes no Brasil em resultado da gripe A H1N1 aumentou para 340, após terem sido confirmados 63 óbitos nas regiões Sul e Sudeste.
São Paulo é o estado que regista o maior número de mortes no país, com 134 óbitos confirmados. Em segundo lugar está o Paraná com 79 vítimas, seguido pelo Rio Grande do Sul (70) e Rio de Janeiro (37).
O último balanço parcial divulgado, dia 11, pelo Ministério da Saúde indicava 192 mortes e colocava o Brasil como o terceiro país com maior número de mortes de gripe A no mundo, atrás apenas de Estados Unidos (436) e Argentina (404).
Os dados mais recentes das secretarias estaduais de Saúde, e ainda não reunidos na lista do Governo central, elevam o número para 340.
“As secretarias têm acesso à informação mais imediata”, afirmou Roberto Medronho, epidemiologista do Núcleo de Saúde Colectiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao lembrar as "dimensões continentais" do país.
No entanto, Medronho argumenta que “a comparação mais correcta [com outros países] não é o número total de óbitos, mas a sua proporção na população do país”, ou seja, o número de mortes por 100 mil habitantes.
Mais de um terço de cerca de 3.600 casos de gripe A no Brasil foram considerados graves, mas o país tem a segunda menor taxa de mortalidade entre os 15 países com mais óbitos no mundo, com 0,09 por cento contra 0,14 por cento dos EUA.
O epidemiologista admite porém que a taxa de mortalidade brasileira de gripe A poderá aumentar com os novos casos detectados pelas autoridades estaduais, o último dos quais na segunda-feira, no Estado de Santa Catarina.
De acordo com o especialista, o vírus H1N1 está a seguir o padrão sazonal de gripe, tendo início no Hemisfério Norte durante o período de Inverno e seguindo com mais intensidade para o Hemisfério Sul.
Medronho salientou que, no Brasil, já há uma tendência de diminuição do número de casos associada a dois factores: elevação da temperatura “num país que tem características de clima tropical” e a imunidade que muitas pessoas já adquiriram desde o começo da epidemia.
Contudo, o especialista alerta que “com os actuais conhecimentos científicos da doença” não é possível prever se o vírus vai manter ou aumentar a virulência e tão-pouco se haverá alguma mutação.
“Ainda é uma incógnita para a ciência”, refere. Mesmo assim, Medronho garante que o pico da epidemia já passou e a esperança para o descida do número de casos no Brasil é o fim do Inverno.
No Rio de Janeiro, o Instituto Vital Brazil, um laboratório público, começou a produzir uma versão infantil do Tamiflu, medicamento utilizado para tratar a nova gripe.
Desde segunda-feira, os 400 primeiros frascos começaram a ser entregues, mas o Instituto pretende produzir até 14 mil.
A nova gripe também alterou o calendário escolar dos centros educacionais e universidades brasileiras.
Após a prorrogação das férias de duas semanas para evitar o contágio da gripe, cerca de 10 milhões de alunos retornaram na segunda-feira às salas de aula nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, os mais afectados pela transmissão do vírus.
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