Os quatro golos de livre cobrados por Cristiano Ronaldo, Messi, Balotelli e Milan Gajic na última jornada da Liga dos Campeões de futebol colocaram novamente na ordem do dia a discussão sobre a bola oficial da competição.
Quase todos os guarda-redes a criticam por alegadamente produzir efeitos estranhos, de que foi exemplo o primeiro golo marcado por Cristiano Ronaldo em Marselha, terça-feira, na sequência de um livre executado a 35 metros que surpreendeu o guardião francês Mandanda.
Da mesma distância, também na execução de um livre, com maior potência, porém, bateu a bola o avançado italiano do Inter de Milão, Mário Balotelli, fazendo-a descrever um efeito caprichoso cuja viagem terminou no fundo das redes da equipa russa do Rubin Kazan. Foi o 2-0 que sentenciou a partida e garantiu a passagem da equipa de José Mourinho aos oitavos de final.
Igualmente com potência foi o remate de Gajic no livre que colocou a equipa suíça do Zurique em vantagem no marcador frente ao AC Milan, enquanto o de Lionel Messi, que ditou a vitória do Barcelona em Kiev e a qualificação para os "oitavos", primou, sobretudo, pela colocação, tendo ainda tocado na base da barra antes de entrar.
Um dos primeiros guarda-redes a criticar a bola pelos seus efeitos caprichosos foi o Iker Casillas, do Real Madrid, que a definiu como "um desastre total" depois de trocar impressões com outros guarda-redes de nomeada, como o italiano Buffon, da Juventus, e o espanhol Reina, do Liverpool.
"Ultimamente parece que todas as bolas que fabricam prejudicam mais os guarda-redes para que haja mais golos, que são a essência do futebol", comentou na altura Casillas, para quem a bola oficial "é complicada e cria problemas aos guarda-redes".
O último a queixar-se foi o guarda-redes do Zurique, Johnny Leoni, depois de "encaixar" dois golos de livre de Cristiano Ronaldo, na primeira jornada da Liga dos Campeões.
"O primeiro dos golos foi culpa minha, mas o segundo a culpa foi da bola, que mudou de trajectória duas ou três vezes, e no fim, quando coloquei os punhos para a rechaçar, ela passou por cima deles", contou Johnny Leoni, para quem agora fabricam as bolas para favorecer os avançados, esquecendo-se dos guarda-redes.
Leoni desabafou não ser "Casillas nem Reina, só o guarda-redes do Zurique", mas se lhe pusessem um papel na frente para que a bola fosse melhorada "assiná-lo-ia de imediato".
Até ao momento, a UEFA não se pronunciou sobre o assunto e não é expectável que venha a tomar alguma decisão até ao fim da competição esta época.
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