O Parlamento Árabe apelou hoje à Suíça para que "reconsidere a sua decisão errada" de interditar os minaretes em novas mesquitas, que considera vir "atiçar o racismo na Europa".
"Esta decisão traduz o sentimento de ódio e de animosidade contra o Islão e os muçulmanos, que estão a alimentar os grupos da direita extremista e racista na Europa", afirma o organismo da Liga Árabe, numa resolução adoptada no culminar de uma reunião de três dias no Cairo, Egipto.
"Neste momento, é preciso desenvolver a cooperação e o diálogo construtivo entre os cidadãos de todas as religiões", refere o parlamento.
Um referendo suíço decretou, no final de Novembro e com o apoio de 57 por cento dos votantes, a proibição da construção de novos minaretes no país.
Apenas quatro cantões dos 26 que integram a Confederação Helvética rejeitaram a proposta apoiada pelo partido UDC (direita populista) e pelo pequeno partido cristão de direita UDF.
A proibição foi contestada por diversos países muçulmanos, em particular a Líbia, que defende que a votação constitui uma "violação flagrante dos direitos humanos".
As relações entre a Suíça e a Líbia estão tensas desde a detenção de Hannibal, filho do líder líbio Muammar Kadhafi, a 15 de Julho de 2008, em Genebra.
A Líbia retém no seu território, desde então, dois empresários suíços, acusados de "residência ilegal".
Os dois homens foram condenados recentemente a 16 meses de prisão efectiva, mas o presidente suíço, Hans-Rudolf Merz, excluiu hoje que a votação sobre a questão dos minaretes tenha influenciado a justiça líbia.
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