São Tomé e Príncipe está a caminhar para um "caos" político que está a dificultar a actividade do governo, afirmou hoje o primeiro-ministro, Rafael Branco.
O chefe do governo são-tomense reagia, em declarações à imprensa, ao anúncio de que o Movimento Democrático Força da Mudança-Partido Liberal (MDFM-PL), liderado pelo chefe de Estado, Fradique de Menezes, vai retirar os seus quatro representantes do governo de coligação no país.
"O país está a caminhar para uma situação que aponta para um clima de instabilidade, de um caos que torna difícil ao governo exercer a sua actividade", disse Rafael Branco, líder do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe.
O presidente são-tomense, Fradique de Menezes, foi eleito no dia 19 líder do MDFM-PL, cargo que já disse que pretende assumir, apesar de os outros partidos da coligação governamental questionarem a constitucionalidade da sua decisão.
São Tomé e Príncipe vai ter eleições legislativas em Abril de 2010.
Hoje, o primeiro-ministro são-tomense disse aguardar ainda "posição oficial do Presidente da República" sobre a decisão. "Aguardo tão depressa quanto possível a clarificação dessa intenção", afirmou.
Quando tal acontecer, Rafael Branco diz que irá revelar o conteúdo das discussões que tem mantido com o presidente, que, para já, são consideradas "assunto de Estado".
A retirada dos ministros do MDFM-PL "põe em causa a tranquilidade de que todos precisamos para em 2010 realizarmos as eleições legislativas e autárquicas", afirmou o chefe de governo.
Mesmo sem o apoio do MDFM-PL, o actual governo de coligação continua a gozar de maioria parlamentar.
Dos 55 lugares do parlamento são-tomense, 20 pertencem ao MLSTP e 11 ao Partido da Convergência Democrática, que tem quatro ministros no actual executivo.
Outros 12 deputados foram eleitos pelo MDFM-PL e os restantes pela ADI (Acção Democrática Independente).
Foi o próprio Fradique de Menezes quem informou o chefe do governo de que os quatro ministros indicados pelo MDFM-PL vão abandonar o executivo, segundo disse à Lusa fonte governamental.
Saem do governo são-tomense o ministro da Administração Interna e do Território, Raul Cravid, o ministro da Justiça, Administração Pública e Assuntos Parlamentares, Justino Veiga (também porta-voz do executivo), a ministra do Ambiente, Recursos Naturais e Energia, Cristina Dias, e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Família, Maria Tomé.
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