O sétimo congresso da CCPL-Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo começou hoje cerca das 9h30 no Centro Cultural de Cessange com o presidente da mesa, Manuel Batista, a pedir aos presentes que prestassem um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do temporal que assolou o arquipéalgo da Madeira a 20 de Fevereiro e fez mais de 40 mortos.
Coube a Mirandolina Tasch-Fernandes (mais conhecida por Mili Tasch-Fernandes), da direcção da CCPL, dirigir a palavra de boas-vindas à cerca de meia centena de delegados presentes no início dos trabalhos.
"Este congresso é um fórum de discussão para definirmos estratégias e encontrarmos soluções por forma que a comunidade portuguesa alcance uma melhor cidadania no Luxemburgo", disse Mili Tasch.
A representante da direcção da CCPL evocou ainda o facto de a comunidade portuguesa no Grão-Ducado estar em constante aumento, não só devido aos numerosos nascimentos nas famílias lusas do Luxemburgo como à chegada todos os dias de novos portugueses a este país.
Mili Tasch falou da importância dos portugueses participarem mais na vida cívica e política do Luxemburgo, apelando a comunidade para mais interculturalidade.
"Temos que saber agir de forma realista. Não é por sermos numerosos que devemos ou podemos ignorar os luxemburgueses e as restantes comunidades estrangeiros", apelou.
Residem actualmente no Luxemburgo mais de 80 mil portugueses, quando há dez anos, em 2000, o número rondava os 60 mil, segundo dados oficiais do Consulado de Portugal no Grão-Ducado, que coincidem com os números do Statec, instituto de estatísticas do Luxemburgo.
Mili Tasch (na foto, à esquerda) falou ainda da introdução na legislação luxemburguesa do conceito de dupla nacionalidade sem perda da nacionalidade de origem (em Outubro de 2008), que está a ser pedida por muitos portugueses, sobretudo da segunda e da terceira geração. Nesse sentido, a responsável disse ainda que sabe que muitos deles o fizeram com a intenção de integrarem a Função Pública luxemburguesa.
A responsável disse igualmente das "lacunas" que existem no ensino e que dificultam a vida dos alunos portugueses no Grão-Ducado. "É inaceitável que a escola faça selecções injustas entre crianças portuguesas e luxemburguesas", lamentou.
"Queremos lutar por aquilo a que temos direito como cidadãos", rematou Mili Tasch-Fernandes.
Coube ainda à responsável, depois de uma palavra de boas-vindas do presidente da mesa do congresso, proceder à apresentação dos relatórios dos anos 2006-2008.
Neste momento, o presidente da CCPL, José António Coimbra de Matos, apresenta o relatório de actividades 2008-2009.
Texto: Jessica Lobo/José Luís Correia
Fotos: Carlos de Jesus/José Luis Correia
O presidente da CCPL, José António Coimbra de Matos, e Mili Tasch-Fernandes, da direcção da CCPL
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