Imagens captadas por amadores hoje na Madeira. Ver também o vídeo com imagens das enxurradas na BBC News.
A tempestade que assolou hoje a Madeira causou 32 mortos, 68 feridos e deixou um rasto de destruição em alguns concelhos, o que já levou o presidente do governo regional a pedir ajuda a Bruxelas.
Testemunhos e imagens chegados da Madeira dão conta de uma ilha em situação caótica, com estradas, habitações e viaturas destruídas e um ambiente geral de dor e receio entre a população.
Numa declaração ao país, o Presidente da República, Cavaco Silva, expressou hoje "as mais sentidas condolênciaS" às famílias afectadas e disse que é preciso ajudar a população da ilha na reconstrução.
O primeiro ministro José Sócrates está a caminho da ilha, onde deverá chegar ao princípio da noite, para se inteirar da situação e manter contactos com o governo regional.
O presidente do governo regional, Alberto João Jardim, disse estar a preparar o envio a Bruxelas de "um pedido de apoio", tendo já falado com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.
Já o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, revelou que o Governo tem já uma equipa de socorro com cerca de cem elementos pronta para auxiliar a Madeira.
Rui Pereira, que está a caminho da Madeira, disse ainda que vai pedir à União Europeia que seja declarado estado de calamidade pública.
De acordo com vários testemunhos recolhidos pela agência Lusa, há várias habitações no Funchal sem água, eletricidade e com interrupções nas comunicações.
A força das águas arrastou algumas viaturas de zonas inclinadas, houve deslizamentos de terras, estradas bloqueadas, pontes que ameaçam cair. Algumas localidades ficaram isoladas, tendo sido afetados sobretudo os concelhos do Funchal e Ribeira Brava.
O Aeroporto da Madeira - com 19 voos cancelados durante o dia - continua "condicionado" ao tráfego aéreo, segundo fontes aeroportuárias da ilha, que revelaram ter já um avião proveniente de Paris conseguido aterrar no Funchal.
A Portugal Telecom já garantiu que vai repor as comunicações fixas e móveis afetadas pelo mau tempo, com o apoio de 200 técnicos no local e no continente.
Na política, surgiram já várias reações de consternação face ao temporal que afetou a ilha.
O candidato à Presidência da República Manuel Alegre manifestou “profunda consternação” e a “mais sentida solidariedade” para com o povo madeirense.
O líder parlamentar do PSD, José Pedro Aguiar-Branco, afirmou à agência Lusa que se está perante uma "catástrofe" e que a Assembleia da República deve estudar mecanismos de resposta à situação "dramática em termos humanos e materiais".
Face ao elevado número de mortos, o coordenador do PCP da Madeira, Edgar Silva, atribuiu culpas às "políticas criminosas e irresponsáveis do governo autónomo do PSD".
O responsável do PCP criticou ainda o funcionamento dos serviços de proteção civil e considerou que neste momento a situação está fora de controlo.
O PCTP/MRPP exigiu que o Governo central disponibilize meios materiais, humanos e financeiros para socorrer as vítimas e para o processo de reconstrução que se irá seguir.
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