Os ministros da Defesa da UE decidiram hoje criar uma força conjunta de reação rápida para atuar em catástrofes humanitárias e ampliar as relações com a NATO para "otimizar recursos e unir esforços" em "cenários de operações" comuns.
O secretário geral da Aliança Atlântica, Anders Fogh Rasmussen, que hoje participou pela primeira vez numa reunião informal dos responsáveis pela tutela da Defesa dos 27, pediu aos parceiros europeus uma maior colaboração e um maior tempo de antena aos países que não são estados-membros da UE mas que participam nas missões militares comunitárias, como é o caso da Turquia.
A ministra da Defesa espanhola, Cárme Chacón, que foi a anfitriã desta reunião de dois dias em Palma de Maiorca, em representação da presidência da UE, declarou estar "muito satisfeita" com os acordos alcançados.
Segundo Chacón, a ideia de criar uma força especial de reação para crises e emergências surgiu após o terramoto do Haiti (na foto).
Espanha, que exerce até junho a presidência rotativa da UE, propôs a possibilidade dos atuais "battle groups" (agrupamentos táticos de combate) assumirem esta responsabilidade.
A questão será abordada pelos ministros da Defesa dos 27 na próxima reunião, agendada para abril.
Outro tema que dominou a agenda do encontro foi as relações com a Aliança Atlântica.
Em conferência de imprensa, o secretário geral da NATO explicou que propôs várias medidas para melhorar a cooperação, entre elas, "um acordo de segurança em cenários em que (as duas organizações) estão presentes, como o Afeganistão e o Kosovo".
Rasmussen assinalou ainda a necessidade de trabalhar em conjunto ao nível da segurança marítima e na luta contra a pirataria nas águas do oceano Índico, onde a UE está presente com a operação "Atalanta".
De acordo com o responsável, "no âmbito da segurança é um pouco absurdo que a UE e a NATO trabalhem juntas nos mesmos cenários e ainda não tenham sido capazes de alcançar um acordo".
Rasmussen considerou que é necessário encontrar uma solução para "os problemas políticos que dificultam a cooperação".
"Estou consciente que o aspeto político entre a UE e a NATO é muito sensível, mas estou convencido que estas sensibilidades não podem ser utilizadas para não se fazer nada", referiu o secretário geral, acrescentando que as suas propostas receberam "um amplo apoio dos ministros" da UE.
Rasmussen recusou, no entanto, pronunciar-se sobre a posição do Chipre sobre a possibilidade de dar uma maior voz à Turquia.
Foto: Arquivo LW
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