A apresentação do programa de acção da CCPL continuou com Mili Tasch-Fernandes, da direcção da CCPL, a recordar algumas lutas que a confederação vai continuar a ter em termos políticos e cívicos.
A responsável salientou como prioridades nesta matéria a luta para que os cidadãos estrangeiros possam ser eleitos para o posto de burgomestre, bem como a importância de os portugueses participarem nas eleições autárquicas luxemburguesas e de estes integrarem os partidos e os sindicatos grão-ducais.
"Continuaremos a sensibilizar a nossa comunidade para estas formas decisivas de participarem na vida cívica e política deste país", lançou.
A responsável recordou ainda a aprovação em Outubro de 2008 da lei da dupla nacionalidade, que a CCPL considera, disse, "um instrumento de integração".
Mili Tasch saleintou também a importância da comunidade reforçar os laços com a secretaria de Estado das Comunidades, como "órgão de coordenação" entre a diáspora lusa e o Estado português.
A responsável evocou igualmente as dificuldades que o Consulado de Portugal no Luxemburgo, que dispõe de dezena e meia de funcionários, tem de enfrentar para poder servir diariamente a comunidade que hoje ultrapassa os 80 mil indíviduos no Grão-Ducado.
"Problema linguístico continua a ser principal entrave à educação e formação da comunidade"
O sucesso escolar das crianças portuguesas no Luxemburgo foi também abordado por Mili Tasch-Fernandes.
"O sistema de ensino luxemburguês não corresponde, não responde nem está adaptado à diversidade da comunidade estrangeira em presença no Grão-Ducado", lamentou a responsável, dando como exemplo o caso de seu irmão, no fim dos anos 60, e do seu próprio filho, nos anos 80.
"Entre o fim dos anos 60 e os anos 80 não houve progressos no sistema de ensino luxemburguês. O meu filho utilizou os mesmos manuais na escola que o meu irmão tinha utilizado 15 anos antes. Aí eu vi que a escola luxemburguesa continuava a não levar em conta o número de crianças estrangeiras em geral, e as portuguesas em particular, que frequentavam o ensino nacional", recordou.
"Vocês, como portugueses, como cidadãos que fazem parte da sociedade deste país, têm que se manifestar quando estão descontentes com o sistema de ensino ministrado aos vossos filhos. Isso também é participar civicamente na sociedade", lançou.
A CCPL posiciona-se igualmente em favor do ensino integrado da língua portuguesa no sistema escolar luxemburguês e pela introdução da língua materna no pré-escolar.
"O problema linguístico foi e é um obstáculo à educação e à formação profissional da nossa comunidade. Hoje, há uma grande percentagem de portugueses no desemprego no Luxemburgo, porque as autoridades grã-ducais não tomaram ainda as medidas necessárias para formar essa população", denunciou.
Segundo dados oficiais recentes, dos mais de 15 mil desempregados registados na Administração do Emprego luxemburguesa (ADEM), quase 4 mil são portugueses.
JLC/JL/CJ
Fotos: JLC
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