Saverio Rella
O Luxemburgo prepara a sua segunda participação no Homeless World Cup, um Mundial de Futebol de Rua para os Sem-abrigo, que se vai realizar no Brasil em Setembro deste ano. Para Saverio Rella, team manager da equipa, o evento é um desafio desportivo e social.
Arua foi sempre um dos maiores viveiros do futebol. Muitos dos grandes "craques" mundiais que marcaram a história do desporto-rei saíram da rua – onde jogavam – para os grandes estádios dos quatro cantos do mundo, à imagem de Pélé, Johan Cruyff, Maradona e, mais recentemente, o nosso Cristiano Ronaldo.
O Homeless World Cup é um campeonato de futebol de rua, mas para os sem-abrigo, para muitos cuja vida é dura, incerta e que por vezes está presa por um fio...
O Luxemburgo, sem ser verdadeiramente um "viveiro" de jogadores, prepara-se para a sua segunda participação na competição, que terá lugar no Brasil, no Rio de Janeiro, de 19 a 26 de Setembro deste ano.
A última edição, no ano passado, teve lugar em Milão. A equipa que representou o Luxemburgo ficou no 30° lugar entre as 48 participantes.
Para Saverio Rella, responsável da equipa, "a participação neste mundial é ao mesmo tempo um desafio desportivo e social".
"No ano passado, esta competição acabou por servir de integração na sociedade para alguns jogadores que estiveram em Milão. Alguns deles arranjaram trabalho e hoje estão bem na vida, o que foi muito gratificante. A sã convivência durante os meses em que praparámos a equipa acabou por dar frutos, e isso é muito importante para nós. Os contactos que se fazem com jogadores de outras nacionalidades em competições desta natureza acabam por ser importantes para eles, já que todos se sentem importantes e valorizados", sublinha.
No ano passado, o Luxemburgo obteve o 30° lugar entre 48 participantes. Rella conta como foi: "De início foi difícil, era uma descoberta para todos nós, mas depois as coisas foram saindo e acabámos por terminar em beleza".
"Este ano a prova disputa-se no Rio de Janeiro, com a participação de 60 equipas. Começámos a preparação mais cedo para podermos preparar melhor a competição. O treinador, Domenico Laporta, e eu, temos coordenado a primeira fase dos treinos de captação para em Maio ou Junho podermos escolher os oito eleitos", revela Saverio.
"No entanto, o trabalho não é fácil. Os treinos estão abertos a todos, mas alguns aparecem uma vez e depois nunca mais voltam. Por vezes, tudo depende de como acordam... alguns têm problemas de álcool e droga, entre outros. Portanto, o trabalho de enquadramento, por vezes, é complicado. A disciplina é importante, e muitos, que nunca conheceram limites na vida, não sabem o que isso significa", explica.
"Até agora, as coisas têm corrido bem e espero que este ano possamos ter uma participação ainda melhor que o ano passado. A motivação é grande por parte de alguns, principalmente dos que têm vindo sempre aos treinos, mas ainda é cedo para se ter uma ideia da equipa. Os jogadores são oriundos de várias nacionalidades e isso também tem influência no seu comportamento, mas acredito que temos possibilidades de fazer um bom campeonato, desportiva e socialmente", remata Saverio Rella.
Á. Cruz
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