O apelo do presidente Hu Jintao tornou-se mais do que um slogan: "Mobilizar os recursos de todo o país e reunir a sabedoria do mundo inteiro para fazer em Xangai uma Expo inesquecível", proclamou o líder chinês.
Num mundo ainda mal recuperado da pior recessão do último meio século, a Expo2010 parece uma extravagância e os seus custos, estimados em 400.000 milhões de yuan (quase 40 mil milhões de euros), resolveriam as dificuldades financeiras de muito países.
Para a China, porém, "a maior exposição universal de sempre" é também uma afirmação da sua crescente pujança e influência.
É "a primeira exposição universal organizada por um pais em vias de desenvolvimento", como as autoridades chinesas gostam de salientar, mas com os "recursos" e a "sabedoria" de uma grande potência emergente.
O orçamento do certame inclui uma verba de mais de 200 milhões de dólares (150 milhões de euros) para "facilitar" a participação dos países mais pobres.
Comparada com os Jogos Olímpicos de Pequim, realizados no verão de 2008, a Expo 2010 - que decorrera de 01 de maio a 31 de outubro sob o tema "Melhores Cidades, Maior Qualidade de Vida" - terá custado mais 110.000 milhões de yuan (cerca de 10.000 milhões de euros).
Na opinião de um técnico de comunicação francês contratado pelo Comité Organizador da Expo2010, Antoine Bourdeix, o importante, desta vez, não é a competição ou a ideia de ganhar.
"Na Expo de Xangai pesa mais a ideia de responsabilidade (…) O objetivo é mostrar aos chineses o que se faz no mundo com uma noção de integração nesse mesmo mundo", disse Antoine Bourdeix numa entrevista difundida pela Câmara de Comércio e Indústria Francesa na China.
Numa inédita campanha, lançada há uma semana, durante o Grande Premio de Formula 1 de Xangai, para uma audiência global de 600 milhões de telespectadores, a etiqueta "made in China", muitas vezes associada a produtos de fraca qualidade, foi substituída por "made with China" ("Feito com a China).
É a primeira campanha do género financiada pelo ministério chinês dos Comercio e pretende "transmitir uma mensagem a ideia de participação e cooperação".
Na área do design, a Aliança Industrial para a Criação na China, fundada há seis anos, defende uma etiqueta ainda mais ambiciosa: "created in China".
"Até agora copiámos muito e criámos bastante pouco", reconheceu Su Tong, um responsável daquela associação.
Mais de 240 países e organizações internacionais - "um numero sem precedentes na história das exposições universais, iniciada em 1851, em Londres - participam na Expo 2010.
O pavilhão mais alto, com 69 metros de altura e todo pintado de vermelho, é o da China.
As exposições universais costumam ser descritas como o terceiro maior "evento de massas" do mundo, a seguir aos Jogos Olímpicos e ao Mundial de futebol.
Para os organizadores da Expo2010, é "o maior" evento de massas e "em toda a história conhecida da Humanidade, nunca houve nada assim".
Fotos: Arquivo LW
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