O 32º título da história do Benfica tem uma assinatura de autor, Jorge Jesus, técnico que chegou no início de época, com algumas interrogações dos adeptos, ao comando da equipa de futebol "encarnada".
Engenhoso na táctica, temperamental, capaz de mudar mentalidades e motivar jogadores, Jorge Jesus empolgou a massa de adeptos benfiquistas.Na sua chegada ao Benfica, as reticências ainda eram muitas, perante um técnico que mostrara qualidades no Sporting de Braga, mas que poderia ser insuficiente para a dimensão do clube da Luz.
Engenhoso na táctica, temperamental, capaz de mudar mentalidades e motivar jogadores, Jorge Jesus empolgou a massa de adeptos benfiquistas.Na sua chegada ao Benfica, as reticências ainda eram muitas, perante um técnico que mostrara qualidades no Sporting de Braga, mas que poderia ser insuficiente para a dimensão do clube da Luz.
Jesus veio acabar com todas essas dúvidas. Um futebol empolgante de início de época fazia antever um Benfica melhor do que os últimos anos, mas poucos adivinhariam que seria o mais atrativo desde o sueco Sven-Goran Eriksson. Os méritos do novo treinador mostraram uma equipa dinâmica, ofensiva, com mentalidade ganhadora, alicerçada em alguns novos jogadores (Ramires, Javi Garcia ou Saviola), mas também em antigos com cara nova.
Com Jesus, o extremo Di Maria ganhou nova vida, o defesa David Luiz conquistou predominância na defesa, Pablo Aimar mais regularidade e Ruben Amorim ou Fábio Coentrão passaram a ter uma importância e polivalência invejáveis. O treinador, de 55 anos, soube cativar um plantel, sustentado em elementos-chave, mas sempre aberto a mudanças, sem que a equipa sofresse pela ausência de qualquer um dos "nucleares".
Um dos momentos altos do "engenho táctico" de Jesus aconteceu precisamente frente ao FC Porto, na Luz. Sem Di Maria, Aimar ou Coentrão, o treinador surpreendeu com a entrada do pouco utilizado Urreta e colocou Carlos Martins no meio.
Um dos momentos altos do "engenho táctico" de Jesus aconteceu precisamente frente ao FC Porto, na Luz. Sem Di Maria, Aimar ou Coentrão, o treinador surpreendeu com a entrada do pouco utilizado Urreta e colocou Carlos Martins no meio.
Ao longo do campeonato, o técnico soube também jogar com o "bluff", escondendo muitas vezes as ideias, com convocatórias tardias ou informações ambíguas quanto à disponibilidade física de jogadores. A mudança de mentalidade nos "encarnados" passou em muito pelas ideias do novo técnico, pelo "pressing" que transmitiu à equipa e também pela agitação mostrada à flor da relva, em que à dinâmica atacante era exigido sempre mais.
Foram muitos os jogos do campeonato em que o caudal de golos superou a marca dos quatro por jogo, com Jesus não raras vezes a pedir à equipa que subisse, atacasse, depois de já estar a vencer por um ou por dois.
Com um génio temperamental agitado, muitas vezes focado a gritar ou a esbracejar para o relvado, foi também numa dessas vezes que o técnico teve um gesto que caiu menos bem, ao levantar a mão, num sinal de "quatro golos", a um técnico adversário, num jogo que viria a vencer por 6-1.
Com um génio temperamental agitado, muitas vezes focado a gritar ou a esbracejar para o relvado, foi também numa dessas vezes que o técnico teve um gesto que caiu menos bem, ao levantar a mão, num sinal de "quatro golos", a um técnico adversário, num jogo que viria a vencer por 6-1.
O gesto foi feito frente ao Nacional, treinado por Manuel Machado, um dos técnicos, juntamente com Augusto Inácio ou Carlos Azenha, que já mostraram publicamente que não gostam de Jorge Jesus. Mas a tudo isso o técnico do Benfica tem respondido com resultados, num discurso muitas vezes criticado por ser "menos erudito", mas que jogo a jogo, como o treinador gosta de dizer, levou o clube à conquista da Taça da Liga e ao 32º título da sua história.
O patamar mais alto da carreira do técnico, um jogador mediano (entre 1973 e 1989), é agora vivido num dos mais importantes clubes portugueses, logo à primeira oportunidade que um "grande" lhe deu para treinar.
Sem comentários:
Enviar um comentário