quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mundial2010: Carlos Queiroz desdramatiza Ronaldo, mas deixa alguns avisos

O selecionador de Portugal, Carlos Queiroz, desdramatizou hoje as declarações de Cristiano Ronaldo logo após a eliminação nos oitavos de final do Mundial em futebol, mas deixou alguns avisos aos jogadores.

“Enquanto estiver à frente da seleção, se o tamanho da camisola for pequeno demais para algum corpo, então não precisam de estar aqui”, considerou o técnico, numa conferência de imprensa que serviu de rescaldo à campanha portuguesa na África do Sul.

No final do jogo com a Espanha (derrota por 1-0), Cristiano Ronaldo disse aos jornalistas para falarem com Carlos Queiroz, quando desafiado a explicar o resultado com o vizinho ibérico.

“Em jogos desta intensidade é compreensível que apareçam algumas frustrações. Nestes momentos, pode acontecer que (as frustrações) não estejam suficientemente educadas para serem bem contidas”, avaliou o selecionador.

Apesar de insistir que “Portugal precisa de Cristiano Ronaldo e que Cristiano Ronaldo precisa da seleção”, Carlos Queiroz sublinhou também que não precisa de “conquistar amizades fáceis” com o jogador do Real Madrid: “só preciso ter o respeito dele”.

“Quero fazer dos jogadores melhores jogadores e também melhores pessoas. Se precisar de levar toda a minha vida para fazer perceber e ensinar que as frustrações têm de ser contidas, vou fazê-lo”, garantiu o treinador.

Carlos Queiroz voltou a lembrar que num Mundial, ou em qualquer outra competição internacional de seleções, ninguém está a representar-se a título pessoal, mas sim um país inteiro.

“Ninguém está acima da seleção e nunca irá estar enquanto eu aqui estiver. Só está cá quem quer. O amor e a vida têm a parte íntegra, mas também podem redundar na pornografia. Temos de escolher em que lado estamos e que princípios defendemos”, alertou.

Sobre outro dos temas que deu alguma polémica, a substituição de Hugo Almeida pouco antes da Espanha marcar o golo do triunfo, Carlos Queiroz pediu respeito, negando ter mentido quando justificou a opção pelo cansaço do avançado do Werder Bremen.

“Quando digo que um jogador está cansado, está cansado. Ao jogador compete dizer que não está. Não brinquem com a minha honra”, pediu o selecionador, voltando a relativizar a contradição de versões.

Quando questionado, no final do jogo, sobre a substituição de Hugo Almeida, um dos jogadores mais ativos no ataque português, por Danny, Carlos Queiroz justificou a opção pelo esgotamento físico do avançado, embora o jogador tenha dito, depois, que não se sentia cansado.

“Cristiano Ronaldo, Simão Sabrosa ou Hugo Almeida são do melhor que temos. Não vamos desistir de fazer deles melhores jogadores e pessoas. Quando forem referencias como Eusébio ou Pelé vou dormir mais descansado e com sentimento de missão cumprida”, conclui

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