A 10ª e última etapa da Volta a Portugal em bicicleta foi uma formalidade que confirmou a quarta vitória do espanhol David Blanco (Palmeiras Resort-Prio) e ofereceu finalmente um triunfo parcial a Cândido Barbosa, mas da pior forma.
Enquanto o galego desfilou de amarelo pelas ruas de Lisboa, nos últimos dos 154,6 quilómetros que compunham a tirada iniciada em Sintra, o seu companheiro de equipa entrou no sprint final, provavelmente o último da sua carreira na Volta a Portugal, mas foi batido sobre a meta pelo francês Julien Simon (Saur-Sojasun).
Festa do gaulês e desilusão para o português. Depois, veio o golpe de teatro, quando o colégio de comissários decidiu desclassificar Simon, por sprint irregular, devido a um toque de braços insignificante mesmo sobre a linha de meta.
"Senti que alguém me tocou na bicicleta e não consegui sprintar. Não foi da melhor maneira, mas saio daqui com o meu objetivo realizado. É obvio que não foi em beleza porque não festejei da forma que gosto de festejar", afirmou o corredor de Rebordosa, de 35 anos.
A decisão do júri, que, por ironia, desclassificou Cândido Barbosa na oitava etapa, retirando-lhe a vitória por evidente sprint irregular, concedeu-lhe o único triunfo nesta edição, 10° da temporada e 122° da carreira.
Mais do que isso, este foi o seu 25° êxito em etapas da Volta a Portugal, o que lhe permitiu ultrapassar Joaquim Agostinho e isolar-se no segundo lugar do "ranking", somente atrás de Alves Barbosa (34).
O ucraniano Denys Kostyuk (ISD) e Sérgio Ribeiro (Barbot-Siper) - o outro português a vencer etapas (duas) confirmou a vitória na classificação por pontos - foram segundo e terceiro, na meta instalada da Avenida da Liberdade, mas a festa estava prometida a David Blanco.
E foi merecida, porque o espanhol foi efectivamente o mais forte da corrida. As vitórias na Senhora da Graça e na Torre comprovaram a superioridade do espanhol, que só no contrarrelógio – habitualmente o seu terreno de eleição – foi ameaçado pelo compatriota David Bernabéu (Barbot-Siper).
O galego, de 35 anos, que já era o único estrangeiro com mais de um triunfo na Volta (2006, 2008 e 2009), igualou finalmente o registo até agora único de Marco Chagas (1982, 1983, 1985 e 1986).
Apesar de uma fuga de 11 corredores, Blanco teve mesmo direito a etapa de consagração. Com 37 segundos de vantagem sobre Bernabéu, ninguém tentou atacar a camisola amarela e a corrida encaminhou-se para o previsível final ao sprint.
Só o ucraniano Oleg Chuzhada (Caja Rural), animador de várias etapas desta Volta, tentou levar a fuga até ao fim, mas foi ‘engolido’ pelo pelotão a menos de quatro quilómetros da chegada, para que, na Avenida da Liberdade, no coração de Lisboa, se estendesse a passadeira vermelha a Blanco.
Foto: Lusa
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