Nove turistas chineses de Hong Kong mortos é o balanço final do sequestro de um autocarro, com 25 passageiros, que se prolongou por mais de dez horas ontem em Manila, a capital das Filipinas.
A polícia das Filipinas admitiu falhas na operação de resgate, mas o chefe da polícia defendeu que as forças policiais seguiram os procedimentos correctos neste tipo de casos.
Muitos foram os canais em todo o mundo que seguiram durante mais de dez horas as negociações com o sequestrador, abatido durante a operação de resgate ao ser atingido na cabeça por um disparo de um atirador com uma arma de precisão.
Rolando Mendoza, de 55 anos, antigo inspector da polícia, tinha sido afastado há dois anos ao ser implicado num caso de roubo, extorsão e droga. O homem exigia ser ilibado das acusações e readmitido na polícia, já que faltava um ano para se reformar.
Agentes da polícia e de segurança de Hong Kong chegaram a Manila para acompanhar a investigação ao incidente. O presidente das Filipinas, Noynoy Aquino, disse também não estar satisfeito com a forma como a polícia lidou o caso e ordenou a abertura de uma investigação.
Media chineses criticam duramente polícia filipina
Em declarações aos media filipinos de hoje, uma das turistas sobreviventes, que perdeu o marido e as duas filhas durante o sequestro, criticou as autoridades filipinas por terem prolongado a operação de resgate dos reféns por mais de dez horas.
“O sequestrador não nos queria matar, só começou a disparar quando as negociações falharam”, disse.
Fotografias do resgate das vítimas dominam hoje as primeiras páginas da imprensa de Hong Kong, em que o preto e o vermelho são as cores dominantes, e inserem editoriais críticos à actuação das autoridades filipinas.
“A polícia falhou por não ter entrado no autocarro depois de o ter cercado durante cerca de meia hora”, lê-se no editorial do Hong Kong Economic Journal, que aponta “falta de planeamento estratégico”, defendendo que “esta tragédia poderia ter sido evitada”.
As mais de dez horas que demorou a operação de resgate dos reféns “levam as pessoas a questionar a competência da polícia” filipina, escreve o Apple Daily, enquanto o South China Morning Post defende uma “investigação rigorosa” e alerta para o facto de “haver muitas armas à disposição de qualquer um nas Filipinas”.
Sem comentários:
Enviar um comentário