Em conferência de imprensa, Juncker manifestou-se a favor do "index", mas não concorda com o actual modelo. Visto que as alternativas apresentadas na última reunião tripartida fracassaram, o chefe de Estado irá fazer novas propostas. Jean-Claude Juncker avisa que se houver de novo discordância no seio das negociações, não irá ceder à "chantagem" dos parceiros sociais.
Recorde-se que na última reunião tripartida, que sentou à mesma mesa Governo, sindicatos e patronato, Juncker propôs dois modelos que foram rejeitados pelos sindicatos. O primeiro previa limitar o peso dos preços do petróleo no índice que serve de base ao cálculo da indexação salarial ("index"). Em contrapartida, os transportes públicos tornar-se-iam gratuitos. O segundo modelo visava restringir o "index" aos salários iguais ou superiores a 3.365 euros (duas vezes o salário mínimo nacional).
O chefe do Executivo insistiu novamente que o Governo vai prosseguir com as medidas que visam reduzir o reduzir o défice (estimado em 2,8% para este ano) para 0% até 2014.
No primeiro trimestre deste ano, o país teve um crescimento económico de 2,9% em relação ao homólogo período do ano passado, segundo o instituto luxemburguês de estatísticas STATEC. Para Juncker, esta evolução é insuficiente visto que o país teve uma recessão durante cinco trimestres seguidos.
Juncker defendeu ainda a diminuição do custo salarial no Luxemburgo. O chefe de Governo criticou o facto de os salários do país terem aumentado 41,7% entre 1999 e 2009, enquanto que nas vizinhas Alemanha, França e Bélgica, a evolução salarial foi de 12,4%, 34%, e 34,4%, respectivamente. Segundo o mesmo, a esta situação coloca um problema de competitividade ao país.
O encontro com os jornalistas serviu igualmente ao primeiro-ministro para expressar o seu desagrado com alguns jornais que o acusaram de "imobilismo" e de estar frequentemente ausente do país.
Visivelmente irritado, Juncker dedicou mais de uma hora a enumerar os projectos-lei (96) que aprovou juntamente com o seu Executivo desde Agosto do ano passado, bem como, afinal, as poucas viagens que fez: dois dias ao Canadá e outros dois ao Japão, e uma visita à Eslovénia.
Já sobre as deslocações a Bruxelas, o primeiro-ministro afirma que não são unicamente feitas enquanto presidente do Eurogrupo (formado pelo conjunto de países em que circula a moeda comunitária), "mas também para salvaguardar os interesses do país".
Foto: Gerry Huberty
Sem comentários:
Enviar um comentário