sábado, 18 de setembro de 2010

Alemanha: Festa da Cerveja de Munique, Oktoberfest, faz hoje 200 anos

A Oktoberfest (Festa da Cerveja) de Munique que atrai anualmente cerca de seis milhões de visitantes à capital da Baviera, é inaugurada hoje com o habitual desfile de trajes regionais, à passagem dos seus 200 anos.

A “Wiesn” (prado), como dizem os bávaros, é sobretudo um grande evento comercial, “com grande projecção sobre a economia bávara”, que rende ao Estado cerca de 830 milhões de euros, segundo o ministro das finanças local, Martin Ziel.

Os principais beneficiários são os hoteleiros, o comércio local, e sobretudo as cervejeiras, que investem este ano 324 milhões de euros nas sua gigantescas tendas, aproveitando o facto de só se poder vender cerveja bávara na festa, com base num decreto promulgado há 20 anos.

Na realidade, porém, das seis marcas de cerveja bávaras, quatro já pertencem a grandes consórcios internacionais: a Lowenbrau e a Spaten pertencem à firma Anheuser-Busch, de capitais americanos e belgas, a Hacker-Pschorr e a Paulaner pertencem aos holandeses da Heineken.

Mas depois de beberem duas canecas de litro de cerveja, enfiados nos tradicionais calções de couro, os bávaros até se esquecem disso, se é que o sabem, comentava um jornal local.

O preço da caneca de litro de cerveja oscilará, este ano, entre os 8,30 e os 8,90 euros, apesar da crise, porque festa é festa, e nesta altura ninguém hesita em abrir os cordões à bolsa, muitos menos os turistas japoneses, italianos, ingleses e de outras partes do mundo.

Este ano, a novidade é uma cerveja para comemorar os 200 anos da Oktoberfest, ao preço de 8,80 euros o litro.

Além disso, para evocar a história do evento, haverá uma corrida de cavalos a puxar as tradicionais carroças engalanadas, como nos primórdios da festa.

Tudo começou em 1810, com o faustoso casamento do Rei Luís da Baviera com a Princesa Teresa Carlota Luísa da Saxónia-Hildburghausen, pretexto para uma grande festa em que nobres se misturaram com camponeses, e de uma corrida de cavalos “para animar as excelências e o homem comum”, como rezam as crónicas da época.

Outra novidade do jubileu é a entrada em vigor da proibição de fumar em recintos fechados, decidida este verão num referendo realizado na Baviera.

Para os donos das cervejarias, trata-se de um problema difícil de resolver, porque quem sair de uma das tendas superlotadas para fumar um cigarro, terá muitas dificuldades em regressar ao seu lugar, devido à grande afluência.

Além disso “não vai ser fácil, por exemplo, explicar a um australiano embriagado, que não conhece tais restrições no seu país, porque é que não pode fumar na tenda”, disse Manfred Newrzella, diretor da Associação das Cervejeiras de Munique.

Para superar este novo obstáculo, os organizadores da Oktoberfest 2010 contam com a proverbial descontração e capacidade de improvisação dos bávaros, considerados uma espécie de “ramo latino” entre os alemães.

Sem comentários:

Enviar um comentário